Buscar

Relatório Prático - Determinação do teor de cumarina

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Ceará 
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem 
Departamento de Farmácia 
Farmacognosia I 
 
 
 
 
 
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CUMARINA NO EXTRATO LÍQUIDO DAS 
CASCAS DA Amburana cearensis A. C. Smith 
 
 
 
 
 
 
 
Equipe: Ivna Viana, Paloma Araújo, Pedro Nonato e Thiago de Freitas. 
Professora Dra. Luzia Kalyne A. M. Leal 
Semestre: 2015.1 
 
 
 
Fortaleza 
2015 
 
2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3 
OBJETIVO ............................................................................................................................................... 5 
GRANULOMETRIA .................................................................................................................................. 6 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................................................. 6 
RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 7 
TURBÓLISE ........................................................................................................................................... 10 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................................... 10 
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................................... 11 
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD)................................................................................. 12 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................................... 12 
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................................... 13 
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE) ...................................................................... 14 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................................... 14 
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................................... 16 
CONCLUSÃO......................................................................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
Amburana cearensis A. C. Smith (Fabaceae), conhecida popularmente por cumaru ou 
imburana-de-cheiro, é uma árvore de importância econômica, típica do sertão nordestino, onde é 
amplamente empregada em carpintaria, perfumaria e para fins farmacêuticos. A casca do caule, 
indicada para o tratamento de afecções respiratórias, é largamente utilizada na medicina popular 
no preparo de uma formulação caseira, chamada de "lambedor", e também na produção 
industrial do fitoterápico "xarope de cumaru". 
A eficácia do uso popular de A. cearensis é comprovada por estudos farmacológicos a 
partir do extrato hidroalcoólico da casca do caule e de alguns de seus constituintes químicos, os 
quais demonstraram atividades analgésica, broncodilatadora e antiinflamatória. Quimicamente, 
a casca do caule é basicamente constituída de cumarina, responsável pelo seu odor peculiar, dos 
flavonóides isocampferídio, campferol e afrormosina, pelos glicosídeos fenólicos amburosídios 
A e B, dos ácidos fenólicos, ácido vanílico e ácido protocatecuico, além de quantidades 
abundantes de sacarose. Estudos recentes revelaram que a cumarina , o isocampferídio e o 
amburosídio A possuem efeitos anti-inflamatório, antioxidante e broncodilatador, sendo 
indicados como princípios ativos da planta. Por outro lado, a crescente demanda na exploração 
econômica de A. cearensis, causada pelo seu uso madeireiro e medicinal, tem provocado uma 
séria ameaça à sua sobrevivência, já que segundo a União Internacional para a Conservação da 
Natureza e dos Recursos Naturais - IUCN esta espécie sofre risco de extinção. Além disso, sua 
congênere A. acreana consta na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de 
extinção. Diante deste cenário, ações de conservação e aproveitamento sustentável da espécie 
foram delineadas e estão sendo executadas possibilitando a domesticação de A. 
cearensis através de cultivo por semeadura. Em testes farmacológicos pré-clínicos, extratos 
etanólicos de espécimes cultivados de A. cearensis demonstraram atividade antiinflamatória 
equivalente ao da casca do caule. 
 
Figura 1 - Estrutura química da cumarina 1,2-benzopirona, principio ativo da A. cearensis 
 
É possível retirar o principio ativo desta planta através de diversos métodos de 
extração. A turbólise é um deles onde o pó da casca desta planta que já passou pela 
4 
 
granulometria, que é a determinação das dimensões das partículas do agregado e de suas 
respectivas porcentagens de ocorrência, passa por um aparelho de turbo extração que 
promove cisalhamento em partículas ainda menores por meio da velocidade e do uso de 
um solvente hidroalcóolico. 
Existe a possibilidade também de descobrir a presença ou não da cumarina no 
devido extrato através de dois métodos: 
 A Cromatografia em Camada Delgada (CCD), que é uma técnica de adsorção 
líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela diferença de afinidade dos 
componentes de uma mistura pela fase estacionária; 
 A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE ou HPLC), que é uma 
técnica cromatográfica e se distingue por usar a fase móvel à alta pressão. O uso 
de pressões elevadas permite uma redução no diâmetro das partículas da fase 
estacionária, localizada no interior da coluna cromatográfica. O uso de partículas 
menores (na ordem de 5,0 µm) no recheio da coluna resulta em uma área 
superficial, o sítio de adsorção, maior (geralmente da ordem de centenas de 
metros quadrados por grama de fase estacionária), o que promove uma 
separação mais eficiente dos componentes da amostra. Essa "miniaturização" 
das partículas da coluna permite o uso de colunas menores, volumes menores de 
amostras e um gasto menor de fase móvel. Assim sendo, em cromatografia 
líquida de alta eficiência trabalha-se na faixa dos microlitros (µL). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
OBJETIVO 
 
 Identificar e determinar o teor de cumarina 1,2-benzopirona em um extrato das 
cascas da Amburana cearensis A. C. Smith preparado pelo método extrativo 
turbólise por cromatografia em camada delgada e cromatografia líquida de alta 
eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
GRANULOMETRIA 
Granulometria é a distribuição, em porcentagem, dos diversos tamanhos de 
grãos. É a determinação das dimensões das partículas do agregado e de suas respectivas 
porcentagens de ocorrência. Através dos resultados obtidos é possível se fazer a curva 
de distribuição granulométrica, que é importante para a classificação dos pós bem como 
a estimativa de parâmetros como permeabilidade e capilaridade. 
Ela é realizada com auxilio de tamises operados por dispositivos mecânicos que 
reproduz movimentos verticais e horizontais da operação manual. O grau de divisão ou 
granulometria de pós é expresso pela referência à abertura nominal da malha dotamis 
utilizado. Através desses tamanhos os pós são classificados como: grosso, 
moderadamente grosso, semifino, fino e finíssimo. 
Os tamises utilizados possuíam as seguintes aberturas: 
Tamis 1 0,2 mm 
Tamis 2 0,71 mm 
Tamis 3 0,35 mm 
Tamis 4 0,250 mm 
Tamis 5 0,180 mm 
Tamis 6 0,125 mm 
Tamis 7 Sem aberturas 
 
A granulometria tem como objetivo identificar o percentual de cada tipo de grão 
na amostra de cascas de cumaru 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
 
 Realizou-se a organização do tamises no receptor de tamises e logo em seguida 
pesou-se 25 g do pó da casca de cumaru. Essas 25 g de pó de cumaru foram então 
colocadas no tamis mais superior distribuída de forma uniforme. O aparelho foi então 
ligado durante 5 minutos para se fazer a separação dos pós nos diferentes tamanhos. Ao 
fim dos cinco minutos cada tamis foi retirado e realizou-se a pesagem dos tamises agora 
com a amostra. 
7 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Foram realizados os cálculos para saber o percentual de cada amostra em cada 
tamis. Para isso foi anteriormente realizada a pesagem dos tamises sem amostra e 
também a pesagem deles após o processo de tamisação, para se realizar a subtração e 
verificar a quantidade de grãos retida em cada tamis. Segue tabela com os resultados 
obtidos. 
 
Tamis Tamis vazio Tamis com 
amostra 
Peso da amostra 
Tamis 1 465,4 g 465,7 g 0,3 g 
Tamis 2 453,6 g 464,6 g 11 g 
Tamis 3 356,1 g 363,1 g 7 g 
Tamis 4 370,7 g 372,3 g 1,6 g 
Tamis 5 362,3 g 367,0 g 4,7 g 
Tamis 6 347,3 g 347,7 g 0,4 g 
Tamis 7 479,2 g 485,5 g 6,3 g 
 
O valor total encontrado após a realização do método de granulometria foi de 
31,3 g, diferente do determinado pela metodologia que era de 25 g. Tal diferença pode 
ter ocorrido por pequenas irregularidades no processo de pesagem, processo de limpeza 
dos tamises ou pela inespecificidade da balança. 
Com tais resultados podemos realizar os cálculos para descobrir o percentual 
retido por cada tamis através da relação: 
% 𝑟𝑒𝑡𝑒𝑛çã𝑜 =
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟
× 100 
 
Percentual tamis 1: 
8 
 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 1 = 
0,3
31,3
× 100 = 0,96% 
Percentual tamis 2: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 2 =
11
31,3
× 100 = 35,14% 
Percentual tamis 3: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 3 =
7
31,3
× 100 = 22,36% 
Percentual tamis 4: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 4 =
1,6
31,3
× 100 = 5,11% 
Percentual tamis 5: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 5 =
4,7
31,3
× 100 = 15,02% 
Percentual tamis 6: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 6 =
0,4
31,3
× 100 = 1,28% 
Percentual tamis 7: 
% 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 7 =
6,3
31,3
× 100 = 20,13% 
Os percentuais encontrados em cada tamis são melhores vistos no gráfico 
abaixo: 
9 
 
 
Conclui-se que o pó de cumaru trabalhado era um pó moderamente grosso, pois 
o maior percentual dele se encontrou no tamis 2 que admite a passagem de partículas 
menores que 0,71 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0
5
10
15
20
25
30
35
Tamis 1 Tamis 2 Tamis 3 Tamis 4 Tamis 5 Tâmis 6 Tâmis 7 Total
Massa retida
10 
 
TURBÓLISE 
O processo extrativo visa a retirada dos princípios ativos de dentro de 
determinada droga vegetal, por meio de um solvente, obtendo-se formas terapêuticas 
mais convenientes ao manuseio e a manipulação. 
No método de extração denominado de turbo extração ou turbólise ocorre o 
emprego de um equipamento específico, um liquidificador industrial, que pulveriza as 
partes vegetais a temperatura ambiente e lava os conteúdos celulares, extraindo os 
princípios ativos. A técnica baseia-se na extração com simultânea, redução do tamanho 
de partícula, resultado da aplicação de elevadas forças de cisalhamento do 
liquidificador. 
A técnica é a frio, porém, devido a alta velocidade que o aparelho gira, a 
temperatura aumenta. Por esse motivo, o método não é ideal para ser utilizado com 
substâncias voláteis. 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
Materiais utilizados: 
 Agitador industrial digital Ultraturrax; 
 Termômetro; 
 Pó grosso da casca do cumaru; 
 Solução extratora hidroalcóolica 50%; 
 Papel de filtro; 
 Funil; 
 Béqueres; 
 Peneira; 
 Gaze. 
Pesou-se 100g de pó grosso da casca de cumaru cultivado e transferiu-se para 
um béquer de 1000 ml. Adicionaram-se 270 ml de solução extratora para umedecer a 
droga, porque a casca do cumaru absorve a solução. Depois de umidificar, completou-se 
o volume com 200 ml de solução extratora e o béquer foi levado ao ultraturrax, um 
agitador industrial digital. A velocidade adotada foi de 11400 RPM porque nesse valor a 
temperatura registrada foi de 34ºC, durante um tempo de 5 minutos. Vale ressaltar que 
durante o período de agitação a temperatura excedeu 35 C por um curto intervalo de 
tempo, o que pode interferir na quantidade de cumarina presente no extrato final. 
11 
 
A mistura apresentou muita turgidez por conta dos tamanhos das partículas após 
a turbólise, por conta disso acrescentaram-se mais 500 mL para facilitar o processo de 
filtração. Pegou-se outro béquer vazio e adicionou-se sobre ele uma peneira com gaze 
para que fosse possível retirar o material mais grosso. Com isso, foi obtido um líquido 
menos espesso, mas ainda relativamente grosso de extrato. Então em outro béquer esse 
extrato foi filtrado novamente utilizado um funil com papel de filtro. Esse processo foi 
mais lento. 
 
Figura 2 - Processo de filtração do extrato recém retirado do agitador. À esquerda é possível 
observar o extrato sendo filtrado com a gaze e à direita, o extrado sendo novamente filtrado com 
papel de filtro. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Como o volume resultante de extrato foi muito alto, cerca de 700 ml, reduziu-se 
até 100 ml com banho-maria em temperatura controlada, obtendo um extrato mais 
concentrado. 
 
 
 
 
12 
 
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD) 
A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está 
fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre 
devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase 
estacionária. É uma técnica versátil e de grande aplicação, pois possui uma variedade de 
combinações entre fases móveis e estacionárias. 
 A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por 
comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos, 
separando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos componentes de uma 
mistura. 
 O parâmetro mais importante a ser considerado em CCD é o fator de retenção 
(Rf), o qual é a razão entre a distância percorrida pela substância em questão e a 
distância percorrida pela fase móvel. 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
Materiais utilizados: 
 Extrato de cascas de Cumaru, vindo da extração pelo método da turbólise; 
 Placas de sílica gel; 
 Capilares; 
 Cuba; 
 Hexano: acetato de etila: etanol; 
 Padrão de trabalho de cumarina; 
 Revelador: KOH EtOh, Luz UV. 
 
Na placa de sílica foram colocados a 1 cm da extremidade com um capilar, cinco spots 
do extrato de cumaru e ao lado três do padrão de trabalho de Cumarina (que possui cerca de 
98% de pureza). 
 Deixou-se o solvente evaporar e em seguida colocou-se a placa na cuba, que possuía a 
fase móvel (hexano: acetato de etila: etanol), evitou-se que o ponto de aplicação da amostra 
mergulhasse no solvente. Quando o solvente atingiu a outra marca de 1,0 cm no topo da placa, 
esta foi removida da cuba e colocada na estufa para secar por aproximadamente 3 minutos. 
13Passados os 3 minutos, aplicou-se o revelador KOH EtOh e colocou em uma luz UV, 
assim, pode-se observar a eluição e o fator de retenção (Rf) foi calculado. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Na placa de 10cm de comprimento, o solvente eluiu 8 cm e o padão de trabalho 
de cumarina eluiu 6,7 cm. Estabeleceu-se um ponto na eluição do extrato de cumarina 
por turbólise e observou-se uma eluição de aproximadamente 6,7 cm. 
Para calcular o fator de retenção (Rf) que é um parâmetro 
físico da substância e pode ser utilizado para sua identificação 
caso se mantenham constantes algumas condições, mede-se a 
distância de uma linha à outra para encontrar o valor de X, em 
seguida, marca-se a distância de cada mancha colorida até a linha 
inicial (valor de a) e divide-se pelo valor de X. Rf A = a/x. 
No caso, o X usado foi igual a 8 cm, o “a” igual a 6,7, 
obtendo-se assim, um Rf igual a 0,8375. 
 
Tendo, o Rf do padrão e da amostra dado igual ou bem próximo, comprova-se a 
existência de cumarina 1,2-benzopirona no extrato de cascas se cumaru obtido através da 
extração por turbólise. 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - CCD do extrato de cumaru obtido por turbólise. O padrão de trabalho encontra-se à esquerda da 
imagem, enquanto que o extrato em análise está à direita. 
14 
 
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE) 
Como já foi anteriormente descrito, a cromatografia líquida de alta eficiência é 
um tipo de cromatografia líquida bastante utilizada no meio farmacêutico que emprega 
pequenas colunas, recheadas de materiais especialmente preparados e uma fase móvel 
que é eluída sobre altas pressões. Ela tem a capacidade de realizar separações e análises 
quantitativas de uma grande quantidade de compostos presentes em vários tipos de 
amostras, em escala de tempo de poucos minutos, com alta resolução, eficiência e 
sensibilidade. 
Na CLAE emprega-se uma coluna fechada (geralmente composta de sílica, 
alumina, carbono grafitizado ou polímero de estireno-divinilbenzeno), reaproveitável; 
portanto, até centenas de separações individuais podem ser realizadas com a mesma 
coluna. Essas colunas são muito eficazes, mas oferecem uma grande resistência à vazão 
da fase móvel, ou seja, ela sofre uma perda de carga. Por esta razão é necessário 
empregar sistemas de bomba de alta pressão (até 400 bar) que fazem a fase móvel 
migrar a uma velocidade razoável através da coluna. A vazão da fase móvel é 
controlada facilmente, resultando em operações mais reprodutíveis, que tornam as 
análises executadas por CLAE mais precisas. Vários tipos de detectores, que podem ser 
colocados na saída da coluna, proporcionam uma identificação e quantificação continua 
dos componentes da amostra. A análise quantitativa pela CLAE pode atingir uma 
precisão superior a + 0.5%. Finalmente, separações em escala preparativa de miligramas 
de amostras são relativamente fáceis. 
Devido a esse conjunto de vantagens que a CLAE garante, viu-se que era 
essencial realizar esse tipo de cromatografia para ter a real confirmação da presença de 
cumarina no extrato preparado via turbólise e, além disso, seria possível quantificar o 
teor desse princípio ativo no mesmo. 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
 
 Inicialmente foi feita uma análise do padrão de trabalho, uma solução de 
cumarina 98%. Com os dados obtidos do CLAE, foi construída uma curva de calibração 
onde foi verificada a linearidade do método. Obteve-se a equação da reta, na qual foram 
aplicados os valores obtidos na análise do extrato por CLAE, determinando desta forma, 
o teor de cumarina presente no mesmo. 
15 
 
 As análises cromatográficas foram realizadas sob algumas condições específicas 
para a identificação de cumarina, as quais podem ser observadas abaixo: 
Condições Cromatográficas 
Coluna Variant RP18 (250 x 4,6 mm; 5 m) 
Temperatura 35 °C 
Detector 277 nm 
Fluxo 0.85 mL/min; 
Volume de Injeção 20 L 
Tempo de Corrida 10 min (isocrático) 
Fase Móvel Tampão acetato de amônio 5 mM: 
acetonitrila (73:27, v/v) 
Diluente Fase Móvel 
Tabela 1 - Condições cromatográficas adotadas 
Observa-se que a análise cromatográfica foi realizada em fase reversa, uma vez 
que a sílica presente na coluna possuía caráter apolar, já que tinha uma cadeia de 14 
carbonos ligados a ela. 
Para a solução de cumarina 98% foi realizado o seguinte procedimento: 
 Preparou-se uma solução-mãe de cumarina de concentração 0,7 mg/mL 
aproximadamente, utilizando os materiais necessários para a técnica; 
 A partir da solução-mãe foram produzidas mais cinco soluções-padrão 
nas concentrações: 7,12; 14,24; 28,48; 49,84; 71,20 g/mL; 
 As soluções foram diluídas com a fase móvel e filtradas; depois foram 
postas no vial e devidamente identificadas para que então as análises 
pudessem ser prosseguidas. 
Já, para o extrato preparado via turbólise, transferiu-se 1 mL para um balão 
volumétrico de 25 mL e completou-se o volume com o diluente. A partir de então, se 
seguiu com a análise. 
 
 
 
16 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Para cada solução padrão em uma determinada concentração foi realizada uma 
análise cromatográfica. O detector presente no aparato da CLAE era um 
espectrofotômetro, o qual gerou os seguintes dados: 
 
 
Concentração 
(g/mL) 
Área do pico 
em 277 nm 
Duplicata 
7,12 695628 697560 693695 
14,24 1370156 1371679 1368632 
28,48 2848498 2838356 2858640 
49,84 4879116 4882782 4875450 
71,20 7018944 7017291 7020596 
Tabela 2 - Dados obtidos a partir das espectrofotometrias fornecidas pela análise cromatográfica. 
 
 
Figura 4 – Absorbância e tempo de retenção observados para a solução-padrão de cumarina. 
Como forma de comprovar a linearidade do método adotado, foi construída uma 
curva de calibração, que foi utilizada para determinar a concentração de cumarina no 
extrato: 
17 
 
 
A curva de calibração apresentou coeficiente de determinação (R
2
) igual a 0,999, 
o que garante que o método de identificação adotado fornecerá valores de concentração 
bem próximos aos reais. Como a área do pico corresponde à absorbância e esta é 
diretamente proporcional à concentração de cumarina pela Lei de Beer, é possível 
estabelecer a relação demonstrada no gráfico acima 
Para o extrato líquido, foi observado o seguinte gráfico: 
 
Figura 5 - Absorbância e tempo de retenção da cumarina identificada no extrato. 
Comparando os dois gráficos, percebe-se que de fato há cumarina no extrato 
preparado por turbólise, visto que ambos apresentaram mesmo tempo de retenção. A 
área do pico em 227 nm foi de 4781782,5, proveniente de uma duplicata realizada com 
o extrato. Foi realizado o seguinte cálculo: 
y = 98607x - 7512,
R² = 0,999
0
1000000
2000000
3000000
4000000
5000000
6000000
7000000
8000000
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00
Á
re
a 
d
o
 P
ic
o
Concentração
Curva de Calibração
18 
 
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜 = 98607 × 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 − 7512 
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 =
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜 + (−7512)
98607
=
4781782,5 − 7512
98607
= 48,6 𝜇𝑔/𝑚𝐿 
Porém, foi realizada uma diluição na preparação da amostra submetida à CLAE. 
A real concentração pode ser calculada conhecendo o fator de diluição, que foi 25 no 
caso da turbólise: 
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 =
48,6 × 25
1000
= 1,21 𝑚𝑔/𝑚𝐿 
O teor de cumarina 1-2-benzopirona observado no extrato foi de 0,121%. 
Fatores ocorridos durante o processo podem ter influenciado nesse teor para menos, 
como por exemplo, a variação de temperatura durante o processo extrativo ou uma 
determinação equivocada da granulometria. Mesmo assim, pode-se dizer que a turbóliseé um método extrativo adequado para a obtenção de cumarina, desde que se tenha o 
cuidado no controle da temperatura no momento da extração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que a turbólise é um método extrativo efetivo para cumarina, uma vez que 
foi possível obter um extrato líquido com o teor de 1,23 mg/mL. A presença de cumarina 1,2-
benzopirona foi inicialmente determinada por CCD, sendo confirmada e quantificada através de 
uma cromatografia líquida de alta eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia 
Brasileira, volume 2. 5ª Ed. Brasilia, 2010b. 
COLLINS, C. H. & GUIMARÃES, L. F. L., Cromatografia líquida de alta eficiência. 
In: Collins, C. H. & Braga, G. L.; Introdução a Métodos Cromatográficos, 3. ed., Ed. 
UNICAMP, São Paulo, 1988, p 179 - 243. 
 
MAIA, G. N.; Caatinga: Árvores e Arbustos e Suas Utilidades, D & Z Ed.:São Paulo, 
2004. 
LAGOS, J. ESTUDO COMPARATIVO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS 
FOLHAS E CASCAS DA TrichiliacatiguaA. JUSS., MELIACEAE. 2006. 117P. 
Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Setor de Ciências da Saúde, 
Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2006

Continue navegando