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CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES PARA A AQUICULTURA TÉCNICO EM AQUICULTURA

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Prévia do material em texto

Construções e Instalações 
para a Aquicultura
2011
Curitiba-PR
PARANÁ
Frederico da Costa
Thiago Soligo 
e-Tec Brasil133
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de 
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o 
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao 
tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão 
utilizada no texto.
Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes 
desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, 
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em 
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa 
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. 
e-Tec Brasil135
Sumário
Contents
Aula 1 - Construções na Aquicultura 141
1.1 Aquicultura e sustentabilidade 141
1.2 Primeiros passos 142
Aula 2 - Seleção de áreas 145
2.1 Características da área 146
2.2 Espécies de cultivo 146
2.3 Características Biológicas 146
2.4 Considerações econômicas e de mercado 147
Aula 3 - Infra-estrutura necessária e fatores importantes na 
escolha da área 151
3.1 Requerimentos físicos e biológicos 151
3.2 Logística 152
 Aula 4 - Aspectos legais e sócio culturais da área 155
 Aula 5 - Sistemas de cultivo 161
5.1 - Produção de sementes 161
5.2 - Engorda 162
5.3 Sistema Extensivo 162
5.4 - Sistema Semi-Intensivo 163
5.5 - Sistema Intensivo 164
5.6 Sistema Super-Intensivo 165
Aula 6 - Estabelecendo requerimentos e dimensionamento 167
6.1 Projeto 167
6.2 Definindo objetivos 167
6.3 Quantificando requerimentos 168
Aula 7 - Captação de água 173
7.1 - Rios e córregos 173
7.2 - Lagos e reservatórios 173
7.3 - Poços 174
7.4 - Rede municipal 174
7.5 Estuários 174
7.6 Mar 174
7.7 Captação de água 174
7.8 Derivação direta 175 
7.9 Derivação por meio de dique 175
7.10 - Reservatórios de Água 176
7.11 Canais adutores e de drenagem 177
Aula 8 - Bombeamento de água 181
Aula 9 - Escolha da bomba e dimensionamento 187
9.1 Bomba 187
Aula 10 - Laboratório – Instalações hidráulicas, elétricas e sis-
temas de filtragem 191
10.1 – Laboratórios 191
10.2 Desenhos das instalações 191
10.3 Sistemas de suporte e equipamentos das unidades de culti-
vo 192
Aula 11 - Laboratório – sistemas de aeração e monitoramento 
de qualidade de água 197
11.1 Aeração 197
11.2 Tanques 198
11.3 Equipamentos de medição da qualidade da água 198
Aula 12 - Viveiros 1 203
12.1 Limpeza da área 203
12.2 Equipamentos mais comumente utilizados na 
construção 203
12.3 Terraplanagem 203
Aula 13 - Viveiros 2 209
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 136
e-Tec Brasil137
13.1 Canal de Adução 209
13.2 Casa de bombas 209
13.3 Canal de abastecimento - dimensionamento 209
13.4 Distribuição dos viveiros 210
13.5 Taludes e Comportas 210
Aula 14 - Tanques - rede 1 – características e principais 
tipos 215
14.1 Vantagens e limitações de tanques-rede 215
Aula 15 - Tanques-rede 2 – componentes e manejo 219
15.1 Principais componentes de tanques-rede 219
15.2 Operação e manejo de tanques-rede 222
Aula 16 - Sistemas de cultivo para moluscos 227
16.1 Estruturas suspensas fixas 227
16.2 Estruturas suspensas flutuantes 228
Aula 17 - Equipamentos para uso no cultivo 
de moluscos bivalves 233
17.1 Equipamentos 233
Aula 18 - Sistemas de cultivo para polvos e macroalgas 239
18.1 Cultivo de polvos 239
18.2 Cultivo de Macroalgas 242
Aula 19 - Sistemas integrados 245
19.1 Rizipiscicultura 245
19.2 Suinopiscicultura 247
19.3 Consorciação com galináceos e marrecos 247
19.4 Pesque-pague 248
Aula 20 - Unidades de processamento 251
Referências 256
Atividades autoinstrutivas 261
Currículo dos professores-autores 275
e-Tec Brasil139
Palavra dos professores-autores
Prezado aluno, seja bem vindo à disciplina de Construções e Instalações para Aquicultura. 
Este livro didático foi elaborado para apresentar conceitos básicos de construções e insta-
lações dos principais sistemas utilizados na aquicultura.
Foi organizado de maneira a compreender as principais etapas da produção - produção 
de formas jovens (sementes, pós-larvas e alevinos), engorda, e processamento – com en-
foque técnico e atual. 
Durante as aulas vamos abordar sistemas fundamentais para a construção em aquicultura, 
sistemas de cultivo, pré-requisitos para projetos, planejamento e dimensionamento. Abor-
daremos também os sistemas de captação, bombeamento, filtragem e armazenamento 
da água o principal elemento necessário para prática da aquicultura.
Aconselhamos manter anotações durante as aulas, como uma ferramenta de reflexão e 
compreensão do conteúdo apresentado, e como um rascunho para cálculos necessários.
Esse material irá providenciar uma introdução a alguns dos muitos elementos que compõe 
os diferentes sistemas de produção da aquicultura. É esperado que a partir dele você bus-
que aprofundar mais seus conhecimentos e que essa iniciação sirva como uma motivação 
para o contínuo aprimoramento dos sistemas. Esperamos ar com seu interesse e motiva-
ção durante o curso.
Um bom curso!
Os autores.
e-Tec Brasil141
Aula 1 - Construções na Aquicultura
Nesta aula estudaremos conceitos de aquicultura e sustentabilida-
de. Conheceremos os primeiros passos que devem ser tomados no 
início de um empreendimento.
FAO: Organização das Nações 
Unidas para Agricultura e 
Alimentação (em inglês Food 
and Agriculture Organization) 
é uma organização das Nações 
Unidas cujo objetivo declarado é 
elevar os níveis de nutrição e de 
desenvolvimento rural.
Para isso, realiza programas 
de melhoria da eficiência na 
produção, elaboração, comercial-
ização e distribuição de alimen-
tos e produtos agropecuários de 
granjas, bosques e pescarias.
1.1 Aquicultura e sustentabilidade
O desenvolvimento da aquicultura deve ocorrer de maneira sustentável, 
como uma atividade que também auxilie na conservação dos recursos natu-
rais e traga benefícios à sociedade. A FAO (1988) define o desenvolvimento 
sustentável como: o manejo, a conservação da base de recursos naturais e 
a orientação de uma mudança tecnológica e institucional, de tal forma que 
se assegure a satisfação continuada das necessidades humanas presentes e 
das futuras gerações. Tal desenvolvimento (na agricultura, floresta e setor 
pesqueiro) deve conservar a terra, a água, os recursos genéticos animais e 
vegetais, ser ambientalmente não degradador, tecnologicamente apropria-
do, economicamente viável e socialmente aceitável.
Figura 1.1- Diagrama representando os elementos da sustentabilidade da aquicultura.
Fonte: adaptado de Vinatea, 1999.
Ambiental
Econômico Tecnologia
Social
Aquicultura
É importante nos dias de hoje conhecer esses conceitos quando se tem pla-
nos de investir na atividade. Com isso em mente pode se desenvolver proje-
tos que contemplem os alicerces da sustentabilidade, investindo em sistema 
de produção rentável, ambientalmente e socialmente corretos. 
Aula 1 - Construções na Aquicultura
Segundo a FAO (1994) para que a aquicultura produza benefícios, terá que 
encontrar a forma de desenvolver e estabilizar a atividade, aumentar seus 
rendimentos e diminuir seus efeitos adversos ambientais e sociais. 
1.2 Primeiros passos 
Nos primeiros passos de um projeto, qualquer ideia de investimento deve ser 
estruturada através de um estudo de viabilidade que deve incluir:
•	 espécie a ser cultivada;
•	 seleção de áreas;
•	 impedimentos legais;•	 estudo de mercado (demanda e preço do produto);
•	 determinação da necessidade de capital (investimento e operacional);
•	 orçamento e previsão das despesas (construção, equipamentos, insumos, 
mão-de-obra, impostos e outros itens);
•	 estimativas de lucratividade (receita);
•	 prospecção e avaliação das fontes de recursos financeiros. 
Um estudo financeiro do empreendimento como parte do estudo de viabili-
dade, deve conter os custos de produção classificada como custos fixos e va-
riáveis durante um determinado período, a fim de determinar a taxa interna 
de retorno (tempo do retorno do investimento) e rentabilidade do negócio. 
O estudo também deve levar em conta a depreciação das instalações, seus 
custos e diferentes situações de preço de mercado e total produzido.
São necessários nesses primeiros passos que profissionais que trabalhem na 
área sejam consultados para iniciar qualquer investimento, assim como ór-
gãos federais, estaduais, municipais e Universidades que fomentam o de-
senvolvimento da atividade. Um sólido estudo de viabilidade somado a um 
plano de negócio consistente dará segurança ao empreendimento e guiarão 
a tomada de decisões.
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 142
e-Tec Brasil143
As definições das estratégias de produção somada a um estudo de viabili-
dade serão a base para a elaboração do plano de negócios. Um Plano de 
negócios é um documento que apresenta os objetivos dos negócios, com 
as razões que se acredita ser possível os mesmos e o plano para alcançar as 
metas delineadas. Deve conter números de produção, custos e rentabilida-
de, assim como informações sobre a empresa e equipe que desenvolverá o 
projeto.
Atividades de aprendizagem
1) Como um projeto de aquicultura pode ser considerado sustentá-
vel?
2) Descreva 3 passos necessários para iniciar um projeto de aquicul-
tura.
Resumo
•	 Hoje em dia ao se pensar em investir na atividade da aquicultura deve-
mos pensar também na sustentabilidade da atividade.
•	 É importante a consulta de profissionais qualificados e órgãos federais, 
estaduais e municipais que fomentam o desenvolvimento da aquicultura.
•	 Um estudo de viabilidade e um plano de negócios devem ser elaborados 
a fim de prever a praticabilidade e plano para atingir metas e objetivos.
Para saber mais sobre:
• Materiais fornecidos gratuitamente 
sobre estudos dos custos de produção 
de animais de cultivo e como elaborar 
planos de negócio.
• Custo de Produção de Camarões 
Marinhos (Souza-Filho et al. 2003).
• Como elaborar um plano de 
negócios
Acesse: http://www.telecentros.
desenvolvimento.gov.br/_arquivos/
capacitacao-empresarial/
ComoElaborarumPlanodeNegocio.pdf
Aula 1 - Construções na Aquicultura
e-Tec Brasil145
 Aula 2 - Seleção de áreas
Nesta aula vamos estudar sobre a seleção das áreas para instalação 
da aquicultura. Aprenderemos a importância de conhecer áreas 
supostamente indicadas ao cultivo da aquicultura.
A seleção do local apropriado para as instalações à aquicultura é de extrema 
importância. Vamos discutir nas próximas aulas fatores que influenciam a 
seleção de áreas. Ao final, deveremos saber analisar e reconhecer as áreas 
mais indicadas para instalação de unidades de cultivo.
Para seleção de locais para aquicultura são necessários analisar fatores 
como: espécie de cultivo pretendida, aspectos legais e sócios culturais da 
área, infra-estrutura necessária, requerimentos físicos e biológicos e sistema 
de cultivo empregado. 
Apesar da escolha do local de cultivo ser geralmente baseada na espécie a 
ser cultivada e na tecnologia a ser empregada, em algumas circunstâncias, 
essa ordem pode ser reversa. Se for decidido primeiro que um local será 
utilizado para a instalação de um cultivo a seleção deverá ser orientada a de-
terminar a melhor espécie que pode ser cultivada utilizando-se a tecnologia 
mais apropriada, somente se o local for apropriado a aquicultura.
Figura 2.1 - Fatores analisados na seleção de áreas
Fonte: Elaborado pelo autor T. Soligo
Aula 2 - Seleção de áreas
2.1 Características da área
Embora muitos dos fatores que devem ser investigados na seleção de locais 
apropriados dependem do sistema de cultivo adotado, fatores agroclimáti-
cos, acesso ao mercado, meios de comunicação apropriados, proteção de 
desastres naturais e presença de mão obra qualificada são igualmente de 
suma importância.
Todas as informações meteorológicas e climáticas, geralmente disponíveis 
em órgãos governamentais de agricultura, devem ser examinadas para se 
conhecer a aptidão da área. Entre os dados a ser analisados podemos citar: 
variação e médias mensais de temperatura, chuva, direção e velocidade dos 
ventos, evaporação, marés, enchentes, secas, duração do dia, entre outros. 
Quanto a poluição, a proximidade de centros urbanos e industriais, assim 
como áreas agrícolas, e as diferentes formas com que podem afetar a área 
de cultivo devem ser levadas em conta. No próximo capítulo veremos com 
mais detalhes as principais características do local de cultivo a serem analisa-
das durante a escolha da área.
2.2 Espécies de cultivo
A escolha da espécie de cultivo pode ser definida pelo local disponível para 
a instalação do projeto ou determinar qual o local mais apropriado para a 
instalação do cultivo. Na maioria dos casos a espécie a ser cultivada é deter-
minada primeiramente, baseada na demanda do mercado e preferências do 
consumidor. Um levantamento realizado pela FAO (Garibaldi, 1976) indicou 
que existem aproximadamente 300 espécies animais aquáticas sendo culti-
vados entre peixes, crustáceos, moluscos, répteis, anfíbios, em água-doce, 
salobra e marinha. Outras formas de aquicultura compreendem o cultivo de 
macro e microalgas. 
2.3 Características Biológicas
Uma das principais características que determina uma espécie como apro-
priada para a aquicultura é a taxa de crescimento e produção sobre condi-
ções de cultivo. O principio é que espécies com maiores taxas de crescimento 
permitem seu crescimento num menor período de tempo, sendo possível 
realizar mais colheitas.
É importante escolher espécies que podem ser reproduzidas facilmente em 
cativeiro, o que permite a produção de formas jovens em quantidades ade-
quadas. Alta fecundidade, assim como frequência das desovas também 
Fecundidade: definição relativa 
à fertilidade de uma espécie, 
relacionada com a produção de 
gametas.
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 146
e-Tec Brasil147
são consideradas vantagens. Curtos períodos de incubação de ovos e fase 
larval também são características desejáveis, pois incrementam as taxas de 
sobrevivência nas larviculturas.
O hábito alimentar e as taxas de conversão alimentar também são caracterís-
ticas biológicas que devem ser levadas em conta. Gastos com alimento nos 
cultivos podem corresponder a cerca de 50% dos custos totais de produção, 
assim espécies herbívoras e onívoras, que se alimentem da produtividade 
natural na água são preferidas por seu crescimento ser incrementado pela 
produção de alimento natural pela fertilização da água do cultivo. 
A taxa de conversão alimentar está relacionada com a quantidade de ali-
mento necessária para que o organismo cresça, e é geralmente expressa em 
peso do animal: alimento fornecido, sendo que um menor número resultan-
te dessa relação demonstra uma melhor eficiência do alimento, tornando a 
espécie mais interessante ao cultivo.
Você sabia?
A produtividade, expressa em biomassa/área ou volume (ex. Kg/m2, Kg/
m3, Larvas/L) é um importante indicador das características de uma es-
pécie ao cultivo.
Espécies rústicas e que podem tolerar condições adversas durante o cul-
tivo,terão melhores resultados de sobrevivência em quando expostas a 
flutuações de oxigênio e temperatura ou deterioração na qualidade da 
água. Resistência a doenças e possibilidade de cultivo em altas densida-
des também são características favoráveis a escolha da espécie de cultivo.
2.4 Considerações econômicas e de merca-
do
Preço e demanda do mercado devem ser considerados fatores tão ou ainda 
mais importantes quanto às características biológicas na seleção da espécie 
a ser cultivada. A disponibilidade de tecnologias de cultivos, que tenham 
comprovadamente viabilidade econômica, serve como guia para investidores 
na escolha da espécie e sistemas de cultivo.
A aceitação do produto e a disponibilidade de mercado para espécie estão 
ligadas com a viabilidade econômica de cultivá-la. Uma espécie deve ser cul-
tivada pela aquicultura visando o lucro, e isso pode ser avaliado através de 
uma análise financeira ou estudo da viabilidade, estabilidade e lucratividade 
Aula 2 - Seleção de áreas
de um negócio ou projeto. Essa análise permite realizar diagnósticos sobre a 
situação financeira de uma empresa, assim como prognósticos sobre o seu 
desempenho futuro. 
Figura 2.2: cultivo de ostras em travesseiros em áreas de maré e piscicultura continental em tanques escava-
dos são atividades aquícolas realizadas na em ambientes costeiros e continentais do Brasil. 
Fonte: V. Cavalcante e acervo do autor (T. Soligo)
Atividades de aprendizagem
Determine três espécies de cultivo de acordo com local de cultivo e mercado 
consumidor, conforme o exemplo abaixo:
Truta arco-íris Município de Lages (SC) restaurantes e hotéis tu-
rísticos da região.
Resumo
•	 Espécie de cultivo pretendida, aspectos legais e sócios culturais da área, 
infra-estrutura necessária, requerimentos físicos e biológicos e sistema de 
cultivo empregado são fatores que influenciam na seleção da área.
•	 Todas as informações meteorológicas e climáticas devem ser examinadas 
para conhecer a aptidão da área.
•	 A escolha da espécie pode determinar o local apropriado para seu cultivo.
•	 As condições da área disponível podem determinar a espécie mais apta 
ao cultivo. 
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 148
e-Tec Brasil149
•	 A taxa de crescimento e produção sobre condições de cultivo são as prin-
cipais características tomadas em conta no momento da escolha de uma 
espécie de cultivo.
•	 A aceitação do produto e a disponibilidade de mercado para espécie es-
tão ligadas com a viabilidade econômica de cultivá-la.
Aula 2 - Seleção de áreas
e-Tec Brasil151Aula 3 - Infra-estrutura necessária e fatores importantes na escolha da área
 Aula 3 - Infra-estrutura necessária e 
 fatores importantes na escolha da área
Nesta aula veremos alguns critérios que devem ser levados em 
conta no momento da escolha da área de cultivo.
Na escolha de um local para a instalação de um empreendimento, é funda-
mental uma rigorosa avaliação aos fatores ligados aos requerimentos físicos 
e biológicos da espécie de cultivo, e a logística o local – acesso e serviços. 
3.1 Requerimentos físicos e biológicos
Na seleção do local para instalação do empreendimento para aquicultura, 
deve primeiro considerar-se os requerimentos biológicos da espécie escolhi-
da, dependendo da fase do cultivo, seja na produção de formas jovens ou 
engorda.
Alguns fatores importantes na seleção dos locais estão resumidos na 
tabela 1:
Fatores meteorológicos
Ventos – direção prevalecente, velocidade, variação sazonal, intensidade durante tempestades e frequência.
Luz – radiação solar total, intensidade, qualidade, foto período, ciclo. 
Temperatura do ar e variação.
Unidade relativa, orvalho.
Precipitação – total, distribuição anual, freqüência e intensidade de tempestades.
Fatores locais
Área de captação de água – elevação e distancia, cobertura do solo, drenagem de locais próximos.
Fonte de água superficial – sazonalidade e variações em tempestades, qualidade da água. 
Fonte de água subterrânea – aquíferos, profundidade de captação, qualidade.
Marés – variação, sazonalidade e variações em tempestades, oscilações.
Ondas – amplitude, comprimento, direção, sazonalidade, frequência e variação em tempestades.
Correntes – magnitude, direção e variação sazonal.
Disponibilidade de serviços de acesso e energia. 
Histórico do local – usos anteriores e experiências.
Fatores do solo
Tipo de solo, perfil, características do subsolo.
Taxa de percolação – coeficiente de permeabilidade hidráulica.
Topografia e distribuição dos solos.
Tamanho de partícula e forma.
Aspecto – seco, úmido.
Fertilidade.
Composição microbiológica. 
Toxinas lixiviáveis – pesticidas, metais pesados, outros químicos. 
Ambiente biológico
Produtividade primária – atividade fotossintética.
Ecologia local – número de níveis tróficos, espécies dominantes.
População local de organismos desejáveis – adultos, fontes de sementes, plâncton.
Presença e concentração de predadores - terrestres, aquáticos, aéreos.
Parasitas e doenças endêmicas. 
Fonte: Adaptado de Webber, 1971; Huguenin & Colt, 1992.
3.2 Logística 
Muitas vezes embora o local desejado para a instalação de um empreendi-
mento tenha características físicas e biológicas ideais, o critério econômico 
deve ser levado em conta. Fatores como o custo da terra, licenças, mão-de-
-obra e construção variam entre lugares, e está intimamente ligada a viabi-
lidade do projeto. 
Suprimentos devem ser transportados para as instalações aquícolas, assim 
como o produto gerado nas instalações, transportados até o seu destino. 
O sistema viário deve ser acessível para caminhões, portos ou aeroportos. 
Acesso a rede elétrica e sistemas de comunicação como telefone, fax, telefo-
ne celular e internet são vitais para empreendimentos aquícolas.
Instalações que utilizem sistema de aeração e oxigênio suplementar, bom-
beamento de água, freezers e ar condicionado, devem possuir geradores de 
apoio movido a gasolina ou a diesel. As instalações também devem ter locais 
adequadas para o armazenamento de ração e equipamentos.
Figura 3.1 - Caminhão de transporte de salmão durante a estocagem de tanques-
rede
Fonte: Acervo do autor (T. Soligo)
Diferentes mercados tem diferentes necessidades, assim a forma em que o 
produto será comercializado exigirá a presença de serviços especializados 
como caminhões de transporte refrigerados, containers, fábrica de gelo, ca-
minhões equipados com caixas de transporte para animais vivos – alevinos, 
pós-larvas ou peixes comercializados vivos – e locais de processamento.
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 152
e-Tec Brasil153Aula 3 - Infra-estrutura necessária e fatores importantes na escolha da área
A proximidade do empreendimento do seu mercado consumidor é de extre-
ma importância e preferencialmente, as instalações devem ser localizadas o 
mais próximo possível do mercado consumidor ou local de processamento 
para manter os custos com o transporte o mais baixo possível.
Atividades de aprendizagem
Liste cinco serviços necessários para uma fazenda de engorda de tilápias em 
viveiros de terra.
Resumo
Para instalação do empreendimento para aquicultura, deve-se primeiro con-
siderar os requerimentos biológicos da espécie escolhida, acesso a estradas, 
rede elétrica, telefone, proximidade de unidades de cultivo ou centros de 
produção de formas jovens, unidades de processamento, matéria prima e 
mão-de-obra.
e-Tec Brasil155Aula 4 - Aspectos legais e sócios culturais da área 
 Aula 4 - Aspectos legais e sócio culturais da área
Nesta aula estudaremos os requisitos legais normalmente aplicados 
para a instalação de empreendimentos aquícolas, e vamos conver-
sar sobre aspectos sociais que estão relacionadoscom a atividade. 
Entre as muitas medidas regulatórias existentes, o licenciamento das instala-
ções baseado em dados de avaliação de impacto ambiental e monitoramen-
to são considerados a melhor e mais prática forma de regular o desenvolvi-
mento ordenado da atividade. 
O licenciamento ambiental é necessário para a localização, construção, ins-
talação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e ativi-
dades que utilizam (os) recursos ambientais, quando consideradas efetivas 
ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes de 
causar degradação ambiental.
Atenção!!
Sempre procure por serviços de um profissional competente antes de 
iniciar qualquer construção presente nesse livro.
Licenciar uma atividade significa avaliar os processos tecnológicos em con-
junto com os parâmetros ambientais e sócio-econômicos, fixando medidas 
de controle, levando em conta os objetivos, critérios e normas para con-
servação, defesa e melhoria do ambiente e, especialmente, as diretrizes de 
planejamento e ordenamento territorial.
Inicialmente, durante a seleção da área, restrições ambientais quanto ao des-
matamento e a preservação das áreas de proteção ambiental e das matas 
ciliares devem ser observadas. Da mesma forma as restrições no uso dos 
recursos hídricos, principalmente quanto ao volume de água que pode ser 
captado e ao lançamento da água de drenagem das instalações nos cor-
pos de água naturais. Assim, é fundamental conhecer as regulamentações 
federais, estaduais e municipais quanto ao uso dos recursos naturais e os 
procedimentos para obtenção das licenças ambientais do empreendimento. 
(Beltrame e Da Costa, 2004). Os serviços deverão ser rigorosamente exe-
cutados de acordo com as especificações e normas técnicas pertinentes do 
projeto apresentado aos órgãos públicos.
O licenciamento ambiental para aquicultura, em nível Federal, tem o IBAMA 
como órgão competente e obedece ao estabelecido na legislação ambiental 
pertinente. A resolução Nº 413, de 26 de Junho de 2009, dispõe sobre o li-
cenciamento ambiental da aquicultura, com objetivo de estabelecer normas 
e critérios para tanto. 
Em nível Estadual a responsabilidade pelo licenciamento ambiental passa 
para os órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMA) e obedece a legislação 
estadual vigente que não pode ser mais permissível que o estabelecido na 
Lei Federal que regula o licenciamento. Assim, compete ao órgão ambiental 
estadual ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos empreendi-
mentos e atividades:
•	 localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades 
de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
•	 localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação 
natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 
4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem con-
sideradas por normas federais, estaduais ou municipais;
•	 cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de 
um ou mais Municípios;
•	 delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumen-
to legal ou convênio.
Caso o Estado não possua competência para realizar o licenciamento de 
atividade com impacto em nível municipal ou estadual, o órgão federal tor-
na-se responsável. Ainda pode acontecer do IBAMA, ressalvada sua com-
petência supletiva, delegar aos Estados o licenciamento de atividade com 
significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando, quando 
possível, as exigências.
O processo de licenciamento aplicado no estado de Santa Catarina pela Fun-
dação do Meio Ambiente (FATMA) é descrito abaixo (texto adaptado do site 
www.fatma.sc.gov.br):
Toda atividade econômica gera trabalho, renda e divisas para o Estado. Mas 
a extração de recursos naturais, seu processamento industrial e o descarte 
dos resíduos gerados nesses processos podem representar riscos ao equilí-
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 156
e-Tec Brasil157Aula 4 - Aspectos legais e sócios culturais da área 
brio dos diversos sistemas ecológicos. Para permitir estas atividades e, ao 
mesmo tempo, evitar os riscos aos diversos ecossistemas, a legislação brasi-
leira exige das empresas o licenciamento ambiental.
a) Licença Ambiental Prévia – LAP
É uma espécie de consulta de viabilidade, em que o empreendedor da obra 
pergunta ao órgão estadual responsável se é possível construir aquele tipo 
de obra num determinado local. O OEMAs vai consultar as legislações am-
bientais em vigor, federal e estadual, e, com base nessas normas, vai respon-
der se o empreendimento é viável ou não. E, se for, com que condições le-
gais. A LAP não autoriza a construção da obra, apenas atesta sua viabilidade 
naquele local.
b) Licença Ambiental de Instalação – LAP
Depois de ter a LAP aprovada, o empreendedor precisa apresentar ao órgão 
estadual o projeto físico e operacional da obra, em todos os seus detalhes 
de engenharia, já demonstrando de que forma vai atender às condições e 
restrições impostas pela LAP. Só com a LAI expedida é que as obras podem 
começar.
c) Licença Ambiental de Operação - LAO
Findas as obras, a do OEMAs retorna ao local para nova vistoria, a fim de 
constatar se o empreendimento foi construído de acordo com o projeto 
apresentado e licenciado, principalmente no tocante ao atendimento das 
condições e restrições ambientais. Se estiver em desacordo, a obra pode 
ser embargada. Se estiver tudo certo, a LAO é expedida e somente então o 
empreendimento pode começar a funcionar.
d) EIA-RIMA
Quando analisa as solicitações de Licença Ambiental Prévia - LAP, o órgão 
responsável pelo licenciamento pode verificar que a atividade a ser licenciada 
está inserida na Relação de Atividades Potencialmente Poluidoras, emitida 
pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Se isto ocorrer, será 
exigida do empreendedor a apresentação dos:
e) Estudos de Impacto Ambiental - EIA
O EIA é um diagnóstico detalhado das condições ambientais da área de 
influência do projeto antes de sua implantação. Deve considerar o solo, o 
subsolo, o ar, as águas, o clima, as formas de vida, os ecossistemas naturais 
e o meio sócio-econômico. A análise das conseqüências de sua implantação 
e de sua não implantação. Os impactos positivos e negativos, as medidas 
amenizadoras desses impactos e suas formas de acompanhamento e moni-
toramento.
f) Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente - RIMA
O RIMA deverá conter as conclusões do estudo, demonstrando em lingua-
gem acessível a toda a comunidade todas as vantagens e desvantagens, 
ambientais, sociais e econômicas. Deve-se valer de quadros, tabelas, audio-
visuais e simulações que facilitem a sua compreensão. Como norma ficará à 
disposição das pessoas interessadas, na prefeitura órgão responsáveis pelo 
licenciamento e na Biblioteca Pública da região.
Para a apresentação do Relatório, os órgãos públicos municipais e estaduais 
podem convocar audiência pública, através da imprensa, onde podem se 
manifestar todas as pessoas e entidades que tenham algum interesse no 
projeto. Projetos maiores necessitam ainda de um estudo multi-integrado 
biológico, social e de impacto ambiental.
Entre os procedimentos adotados para o licenciamento ambiental, encontra-
mos as seguintes etapas:
•	 definição pelo órgão ambiental competente dos documentos, projetos e 
estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento 
correspondente à licença a ser requerida;
•	 requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado 
dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando a de-
vida publicidade;
•	 análise dos documentos, projetos e estudosambientais apresentados e a 
realização de vistorias técnicas, quando necessárias;
•	 solicitação de esclarecimentos e complementações, em decorrência da 
análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, 
quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso 
os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
•	 audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação per-
tinente;
•	 emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídi-
co;
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 158
e-Tec Brasil159Aula 4 - Aspectos legais e sócios culturais da área 
•	 deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida 
publicidade.
Ainda depende da área de sensibilidade ambiental e grau de impacto que a 
atividade pode acarretar ao meio ambiente, o licenciamento pode exigir ou-
tros estudos além dos já citados - Plano de Controle Ambiental (PCA), Plano 
de Monitoramento Ambiental (PMA), Termos de Ajuste de Conduta (TAC) e 
Medidas Compensatórias, de acordo com a legislação vigente.
Na esfera social a aquicultura é uma atividade que é praticada em diferentes 
níveis, variando desde pequenas propriedades familiares até mega proprie-
dades operadas por multinacionais. Enquanto a aquicultura é uma pratica 
tradicional em algumas partes do mundo, em outras a atividade é ainda uma 
inovação. Além disso, soma-se o fato de que os empreendimentos podem 
ser em muitos casos economicamente mais lucrativos que as atividades tradi-
cionais locais, resultando em conflitos de interesses, particularmente quando 
as instalações estão localizadas próximas às áreas populosas ou de atividades 
recreativas. Dessa maneira faz-se necessária a identificação e mitigação de 
impactos negativos dos empreendimentos, através de uma distribuição equi-
valente de benefícios provenientes do desenvolvimento.
Atividades de aprendizagem
Pesquisem quais são os órgãos municipais estaduais e federais responsáveis 
pelo licenciamento ambiental na sua região, e descreva as etapas e docu-
mentos necessários para a obtenção da licença.
Resumo
•	 O licenciamento ambiental se faz necessário para a localização, constru-
ção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimen-
tos e atividades utilizadoras de recursos ambientais.
•	 O licenciamento ambiental para aquicultura, em nível Federal, tem o IBA-
MA como órgão competente e obedece ao estabelecido na legislação 
ambiental pertinente.
•	 Em nível Estadual a responsabilidade pelo licenciamento ambiental passa 
para os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMAs) e obedecerá a 
legislação estadual vigente que não poderá ser mais permissível que o 
estabelecido na Lei Federal que regula o licenciamento.
•	 A identificação e a mitigação de impactos negativos dos empreendimen-
tos, através de uma distribuição equivalente de benefícios provenientes 
do desenvolvimento são necessárias para o desenvolvimento sustentável 
da atividade.
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 160
e-Tec Brasil161Aula 5 - Sistemas de cultivo 
 Aula 5 - Sistemas de cultivo 
Nesta aula vamos trabalhar com os sistemas de cultivo, serão apresen-
tadas as principais etapas de produção, suas instalações e sua classifi-
cação quanto às práticas e densidades utilizadas na aquicultura.
Existem diferentes sistemas de cultivo para aqüicultura quanto às suas carac-
terísticas biológicas e físicas solicitadas pela espécie de cultivo, tamanho do 
investimento, produtividade esperada e tecnologia disponível.
5.1 - Produção de sementes
Formas jovens, também chamados alevinos, juvenis, pós-larvas ou sementes 
dependendo dos organismos cultivados, são indispensáveis para a aquicul-
tura compreendendo a primeira etapa da atividade. Durante o desenvol-
vimento da aquicultura e ainda hoje algumas formas de cultivo utilizam o 
ambiente natural como fonte de sementes, porém o aumento da demanda 
proporcionou o desenvolvimento da tecnologia para produção de formas 
jovens de muitas espécies em laboratório, no processo conhecido como lar-
vicultura.
A produção de formas jovens apresenta vantagens como regularidade, 
maior sobrevivência e homogeneidade de sementes quando comparados à 
captura no ambiente natural. A seleção de reprodutores e o melhoramento 
genético para o cultivo de estoques com melhor desempenho de crescimen-
to e mais resistentes a doenças, assim como a produção de híbridos, triplói-
des além da regressão sexual de espécies para cultivo monosexo. 
Figura 5.1 – Larvicultura de camarões
Fonte: Acervo pessoal do autor (T. Soligo)
5.2 - Engorda
Na engorda as juvenis de diferentes espécies são mantidos em sistemas de 
cultivo que visam promover o crescimento até o tamanho comercial, num 
menor espaço de tempo possível, atendendo aos requerimentos físicos e 
biológicos da espécie de cultivo. Sistemas comumente utilizados são: vivei-
ros, tanques-rede e lanternas de ostras.
Figura 5.2 - Estruturas de cultivo de peixes 
Fonte: Acervo do autor (T. Soligo).
5.3 Sistema Extensivo
Sistema caracterizado pela utilização de lagos ou represas construídas utili-
zando características de declividade do terreno, apenas barrando-se a água, 
ou lagos naturais. Classifica-se como extensiva quando é utilizado apenas 
o alimento natural para os animais de cultivo, não são utilizados ração ou 
fertilizantes. Esse sistema utilizado para lazer ou subsistência e raramente 
explora o aspecto econômico. Pode-se obter uma produção anual de até 
500 Kg de pescado/ano por hectare de lâmina de água.
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 162
e-Tec Brasil163Aula 5 - Sistemas de cultivo 
Figura 5.3: Tanque de cultivo extensivo.
Fonte: Acervo do autor (T. Soligo)
5.4 - Sistema Semi-Intensivo 
No sistema semi-intensivo, apesar do alimento natural desempenhar um pa-
pel preponderante na produtividade, há necessidade de se fertilizar as águas 
e/ou fornecer alimentos suplementares aos animais de cultivo em virtude da 
maior densidade de estocagem. Caracteriza-se pela maximização da pro-
dução de alimento natural (fito e zooplâncton, bentos e macrófitas) através 
de fertilização. Outra restrição é que a alimentação da água do viveiro deve 
somente repor a água perdida por evaporação e infiltração, sem que ocorra 
renovação. Isso porque a adubação dos viveiros implica em custos, e a reno-
vação da água, por sua vez, implica em perda desses nutrientes.
Este sistema é utilizado em tanques, viveiros, e demais reservatórios, nos 
quais o homem tem total controle sobre a entrada e saída da água. Os cul-
tivos podem ser compartilhados com outros animais (peixes com bovinos, 
suínos ou marrecos, por exemplo) ou com vegetais (rizipiscicultura). As prin-
cipais intervenções do homem na piscicultura semi-intensiva são: 
a) construção das instalações (tanques, viveiros etc.); 
b) preparação das instalações (limpeza, calagem, adubação e abastecimen-
to de água); 
c) estocagem dos peixes; 
d) controle de predadores e parasitas; 
e) alimentação dos peixes; 
f) acompanhamento do crescimento dos peixes, mediante amostragens 
mensais, as quais servem para ajuste na quantidade diária do alimento a 
ser fornecido a estes animais; 
g) despesca e; 
h) manutenção dos viveiros (recuperação de pisos, taludes e dos sistemas 
de abastecimento e de esvaziamento). 
Utilizam-se máquinas para escavar o viveiro, observando-se manter uma de-
clividade que possa proporcionar o total escoamento da água e facilitar a 
despesca. A profundidade do viveiro varia em torno de 1m - faixa em que 
ocorre fotossíntese com maior intensidade.
Figura 5.4 - Cultivo intensivo
Fonte: Acervo do autor (T.soligo)
5.5 - Sistema Intensivo
Esse sistema é aplicado para espécies que podem ser criadas em monocul-
tivo (uma só espécie), utilizando-se ração balanceada na alimentação em 
virtude das densidades de estocagem elevadas. É realizada em tanques e 
viveiros e as formas de intervenções do homem são as mesmas referidas 
para o sistema semi-intensivo. A diferença está no abastecimento da água 
que deve promover uma eficiente renovação, para suportar a biomassa de 
pescado estocada, mantendo os níveis aceitáveis de oxigênio dissolvido e pa-
râmetros de qualidade da água. Geralmente utilizam-se equipamentos para 
manutenção dos níveis de oxigênio, sendo também importante o controle 
da transparência da água. É realizada em tanques-rede e viveiros de cultivo.
Figura 5.5 – Aerador em funcionamento em viveiro de peixes
Fonte: http://www.aquatic-services.co.uk
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 164
e-Tec Brasil165Aula 5 - Sistemas de cultivo 
Figura 5.6 - Cultivo de truta em raceway 
Fonte: http://www.state.nj.us
5.6 Sistema Super-Intensivo
Neste sistema os peixes são estocados em alta densidade em tanques com 
renovação de água suficiente para eliminar os dejetos metabólicos e supri-
mento adicional de oxigênio. Aqui a densidade de estocagem não é con-
siderada por unidade por m2 e sim biomassa por m3. É necessário o uso de 
rações balanceadas e com altos teores protéicos e energéticos, sendo que 
em muitos casos utiliza-se alimentadores automáticos. Raceways e sistemas 
fechados de aquicultura podem ser considerados super-intensivos.
Resumo
•	 Podemos dividir os sistemas de cultivos da aquicultura em sistemas de 
produção de sementes e engorda.
•	 Os sistemas de cultivo podem ser classificados quanto à intensidade, uti-
lização de insumos e equipamentos de suporte as condições idéias de 
cultivo como bombas, aeradores, alimentadores, etc..
•	 Os sistemas podem ser classificados como: extensivo, semi-intensivo, in-
tensivo e super-intensivo.
e-Tec Brasil167Aula 6 - Estabelecendo requerimentos e dimensionamento
 Aula 6 - Estabelecendo requerimentos e 
 dimensionamento 
Nas aulas interiores aprendemos sobre os pré-requisitos necessá-
rios para a realização de um projeto, as denominações gerais e 
principais formas de cultivo. Nessa aula veremos os principais ele-
mentos para planejamento de um projeto, definição de requeri-
mentos e dimensionamento básico. 
6.1 Projeto
A elaboração de um projeto deve considerar os requerimentos físicos, am-
bientais, econômicos, legais, políticos e sociais como já vimos anteriormen-
te. Muitas vezes limitações impostas por fatores podem ser demasiadamen-
te severas, tornando impraticável o desenvolvimento de um projeto sendo 
necessária uma avaliação inicial rigorosa, com estudos prévios de impacto 
ambiental, viabilidade ambiental, consultas legais para formulação dos ob-
jetivos de um empreendimento. Durante os processos de elaboração, exe-
cução e operação de um projeto, é de extrema importância a realização de 
uma constante reavaliação que viabilize a operação dos projetos de forma 
eficiente e lucrativa, que também pode melhorar o desempenho e diminuir 
custos iniciais de operação. Grandes reavaliações em fases finais do projeto 
podem comprometer a operação do projeto e propondo alterações quando 
já é tarde. 
6.2 Definindo objetivos
Na elaboração de projetos, o primeiro e mais importante passo é ter uma 
definição clara dos objetivos do sistema de cultivo. Os objetivos do sistema 
devem basear-se em (1) uma demanda inicial clara, (2) uma demanda poten-
cial que deve ser suprida, (3) antecipação de demanda futuras ou uma com-
binação dos 3 fatores anteriores. Apesar de ser relativamente difícil, uma 
quantificação clara de objetivos presentes e futuros, a mesma é de extrema 
importância e deve ser realizada.
Durante as primeiras etapas do projeto os objetivos devem ser dinâmicos e 
podem mudar assim que as reavaliações são feitas e feedback são recebidos. 
A definição final do objetivo em forma de uma frase, geralmente é o resul-
tado de um refinamento de detalhes, considerando-se objetivos específicos, 
prioridades e condições presentes.
Tabela 1: Definindo objetivos.
Justificativa
1. Crescente demanda de pescado
2. Oferta de peixes irregular ou 
insuficiente
Objetivo Geral
“Produzir peixes em sistemas intensivos de tanques rede para suprir demanda 
existente”.
Condições
- Área para instalação de um projeto
- Atendimento dos requerimentos básicos 
- Tecnologia disponível
Fonte: Elaborado pelo autor (T. Soligo)
6.3 Quantificando requerimentos
Nessa etapa de elaboração devemos traduzir os objetivos básicos em termos 
quantitativos (números) para a execução e operação do projeto. A tabela 2 
mostra as principais decisões necessárias durante a elaboração de um pro-
jeto.
Tabela 2: Principais fatores na elaboração de projetos.
• Espécies
• Local
• Capacidade ou escala (inicial e futura)
• Fonte de água – doce e/ou marinha
• Sistema aberto ou com recirculação de água
• Densidade do cultivo (inicial e final)
• Cronograma de cultivo (sazonal ou o ano todo / estocagem, transferência, colheita entressafra)
• Fonte de energia
• Monocultivo ou policultivo
• Depreciação do sistema
• Cronograma de bombeamento
• Consistência da operação e peças reservas (backup)
• Nível de instrução de funcionários
• Opções futuras 
Fonte: Adaptado de Huguenin e Colt, 2002
Para que a quantificação dos requerimentos seja a mais precisa possível, é 
importante realizar uma extensa revisão sobre os índices de produtividade 
para diferentes espécies em diferentes sistemas de cultivo. Índices comu-
mente utilizados são: 
•	 Produtividade - Kg/ha/ano, Kg/m3/ano, alevinos/m3/ciclo de larvicultura
•	 Densidade - camarões/m2, peixes/m3, biomassa/m3, ostras/lanterna, 
larvas/L, ovos/g, náuplios/mL, rotíferos/mL.
•	 Índices reprodutivo - ovos/kg de reprodutor (fecundidade relativa), 
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 168
e-Tec Brasil169Aula 6 - Estabelecendo requerimentos e dimensionamento
Tabela 4: índice de fecundidade relativa 
Nome 
Tambaqui
Pintado
Jundia
Tainha
Linguado
Albacora
Espécie
Colossoma macropomum
Pimelodus maculatus
Rhamdia quelen
Mugil lisa
Paralichthys orbignyanus
Thunnus albacares
Fecundidade relativa
140.000 ovos/Kg
60.000 ovos/Kg*
70.000 ovos/Kg
1.891.692 ovos/Kg
185.951- 399.118 ovos/kg 
62.100 ovos/kg
Autor
Chellapa et al., 2008
Zaniboni Filho, 1998
Zaniboni Filho, 2003
Lajonchere. 1982
Bambill et al., 2006
Sun, 2005
Exemplo 1: Dimensionamento de um laboratório de produção de pós larvas de camarões marinhos da espécie 
“X”, com meta inicial de produção de 2,000,000 pós-larvas (PL-20) por mês. O processo de produção é de 
aproximadamente 30 dias. Os dados abaixo são referentes a uma larvicultura.
Índices de produção:
Ovos/Fêmea = 300,000
Fêmeas/macho = 1/1 Peso médio de > 30 g
Margem de segurança (MS) reprodutores = 400% (4x o número machos e fêmeas)
Densidade de estocagem 
Reprodutores = 2/m2
Náuplios = 100/l = 100.000/m3
PL-1 = 70/l = 70.000/m3
PL-20 = 42/l = 42.000/m3
Sobrevivência:
Ovos até Náuplio = 50%
Náuplio até P-1 = 60%
P-1 até P-20 = 80%
a. Conhecendo os índices calcula-se agora o número de animais no início e final de cada estágio.
 P-20 (final) 2.000.000 
 P-1 (início) 2.500.000
 Náuplio 4.166.666
 Ovos 8.333.333
Reprodutores:
 Fêmeas 8.333.333/300.000 x 4 = 112 
 Machos (1/1) = 112
ovos/ ovos/período reprodutivo (fecundidade absoluta), ovos/desova (fe-
cundidade por lote), taxa de fertilização (%).
*fêmea 10 Kg.
Os resultados pretendidos na elaboração de um projeto devem servir como 
ponto de partida, realizando-seos cálculos do dimensionamento da produ-
ção de trás para frente, sendo sempre importante considerar mortalidade 
e descarte mínimo em cada etapa de produção. Alguns dos requerimentos 
importantes a serem estabelecidos durante o dimensionamento de um pro-
jeto são a taxa de fluxo de água, área ou volume necessário para o cultivo 
em cada etapa e tamanho e número de unidades de cultivo.
A seguir, veremos dois exemplos práticos da quantificação de índices de um 
laboratório de produção de pós-larvas de camarão e de uma fazenda de 
piscicultura.
b. As fêmeas maturas são temporariamente transferidas para tanques de desova, e logo depois retornam aos 
tanques de maturação. Com reprodutores de peso médio de 35 g, e tanques de maturação com cerca de 30 cm de 
coluna de água, estima-se a área total de tanques de maturação necessária, volume de água e renovação de água 
diária baseando-se em índices pré-determinados por pesquisas prévias.
Área de tanque necessária (para 2 camarões /m2) = 224/2 = 112 m2
 Com 30 cm de coluna da água, volume = 33.6 m3
 Para animais de 30 g a 27°C renovação = 0.05 Kg/lpm (Huguenin e Colt, 1992) 
 Biomassa total = 224 camarões x 35g = 7.8 Kg
 Fluxo de água requerido = 7.8 Kg / 0.05 Kg/lpm = 156 lpm
c. O cultivo dos ovos até PL-20 é feita em três diferentes tanques. Vamos agora estimar o volume total necessário 
para cada estágio e identificar as condições limitantes. 
Exemplo 2: Dimensionamento de uma fazenda de cultivo de peixes “y”, com meta inicial de produção de 
10.000 Kg/mês. O processo de produção de peixes com 500 g é de 6 meses, com uma fase de berçário de 45 dias 
em tanques-rede 4 meses e meio em viveiro escavado.
Índices de produção:
Produtividade = 6.000 Kg/ha
Densidade de estocagem
Engorda = 3 peixes/m2
Berçário = 350 peixes/m3
Sobrevivência:
Berçário = 85%
Engorda = 90%
a. Conhecendo os índices calcula-se agora o número de animais no início e final da engorda.
 Despesca 20.000 
 Engorda 22.222
 Berçário 26.143
b. Os tanques redes utilizados durante a etapa de berçário tem um volume de 4 m3, e os tanques escavados uma 
profundidade média de 1,20 m de coluna de água, estima-se o volume total dos tanques rede, a área total dos 
viveiros de engorda e renovação de água diária baseando-se em índices pré-determinados por pesquisas prévias.
 Volume de tanque rede necessário = 26.143/350 = 75 m3
 Medidas tanque-rede (larg. x comp. x altura) = 2 x 2 x 1.2 m
 Volume tanque rede = 4.8 m3
 Número de tanques-rede necessário (ciclo) = 75/4.8 = 16 tanques-rede
 Área de viveiro necessária = 22.222/3 = 7.407 m2
 Medidas viveiro = (larg. x comp. x altura) = 75 x 100 x 1.2 m
 Área do viveiro = 7.500 m2
 Volume = 9.000 m3
 Renovação 5-15% do volume do viveiro/dia = 450–1.350 m3 = 18.75–56.25 m3/h
c. O cultivo de juvenis com 30 g até 500 g é realizado em dois diferentes estágios- berçário e engorda – durante 6 
meses. Vamos agora estimar o volume total necessário para cada estágio e identificar as condições limitantes. 
 
Fase
Náuplio
P-1
P-20
Fase
Berçário
Engorda
Número de animais
4.166.666
2.500.000
2.000.000
Número de 
animais
26.143
22.222
Densidade
100.000/m3
70.000/m3
42.000/m3
Densidade 
Inicial
2.625 Kg/m3
0.296 Kg/m2
Densidade 
final
8.758 Kg/m3
1.481 Kg/m2
Volume
41.6 m3
35.7 m3
47.6 m3
Volume
75 m3
9.000 m3
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 170
e-Tec Brasil171Aula 6 - Estabelecendo requerimentos e dimensionamento
Atividades de aprendizagem
Utilizando os índices fornecidos, quantifique as sementes necessárias e a 
densidade de estocagem para um cultivo de ostra do pacífico com meta de 
produção de 480 dúzias mensais.
Resumo
•	 A elaboração um projeto deve considerar os requerimentos físicos, am-
bientais, econômicos, legais, políticos e sociais.
•	 Na elaboração de um projeto é necessário identificar uma demanda po-
tencial que deve ser suprida, (3) antecipação de demandas futuras ou 
uma combinação dos anteriores.
•	 Os objetivos básicos devem ser transformados em termos quantitativos 
(números).
•	 Conhecendo as metas de produção deve-se partir para o dimensiona-
mento do projeto.
e-Tec Brasil173Aula 7 - Captação de água
Aula 7 - Captação de água
A disponibilidade de uma fonte de água segura e de qualidade 
é fundamental na aquicultura. Nessa aula veremos as principais 
fontes de água e estruturas para sua captação. Serão apresentados 
equipamentos comumente utilizados, sua instalação e disposição 
em sistemas aquícolas, assim como fatores importantes para o 
bom funcionamento dos mesmos.
Entende-se por captação a forma com que a água é conduzida até os cul-
tivos. Em alguns casos dispomos de fontes de água que permitem o abas-
tecimento dos cultivos por meio da gravidade, apenas direcionamos a água 
para os tanques através da gravidade. Entretanto muitos cultivos necessitam 
de bombas para o abastecimento ou drenagem das unidades de cultivo. A 
captação pode ser feita em água de rios ou córregos, lagos e reservatórios, 
poços, rede municipal, nascentes, estuários e no mar.
7.1 - Rios e córregos
Cultivos próximos a rios podem ser abastecidos pelo desvio da água por 
meio de canais, utilizando somente gravidade ou ainda um sistema adicional 
de bombeamento. É uma fonte prontamente acessível e barata. Quando 
água de rios e córregos é utilizada deve-se ter atenção a possíveis fontes de 
contaminantes como, agrotóxicos e esgoto domestico ou industrial. Outros 
fatores que devem ser observados são: fluxo de água adequado, evitando 
períodos em que não se tenha água suficiente ou tenha-se demasiado fluxo 
de água; preservação da mata ciliar; evitar demasiada turbidez e se possível 
utilizar tela para remover espécies indesejadas.
7.2 - Lagos e reservatórios
Unidade de cultivo pode ser abastecida por água de lagos e reservatórios. 
Para tanto, a água pode ser conduzida por meio de gravidade ou bombe-
ada, sendo importante que o suprimento de água atenda ao requerimento 
do cultivo. É sempre recomendado utilizar um reservatório de água que 
abasteça as unidades de cultivo por gravidade. Á água utilizada deve passar 
por telas e se possível ser filtrada. No caso de reutilização da água a mesma 
deve ser coletada e tratada em um segundo reservatório abaixo do nível das 
unidades de cultivo antes de retornar aos tanques.
7.3 - Poços
Geralmente localizados nas propriedades dos cultivos, a água de poços ne-
cessita ser bombeada para ser utilizada nos cultivos. A água de poços muitas 
vezes não pode ser utilizada diretamente deve ser preparada antes de ir aos 
tanques. Características indesejáveis como elevada ou baixa temperatura, 
baixo oxigênio dissolvido, elevada presença de gases ou minerais, podem 
estar presentes. Ao ser bombeada a um reservatório a temperatura da água 
pode diminuir ou elevar em contato com o ar atmosférico até estabilizar. 
Da mesma forma aeração pode ser utilizada para elevar a quantidade de 
oxigênio dissolvido, por meio de cascatas, telas que exponham a água ao ar 
aumentando a superfície de contato, aeração mecânica. Esses mecanismos 
também ajudam a diminuir quantidades indesejadas de dióxido de carbono 
e sulfeto de hidrogênio.
7.4 - Rede municipal
A rede municipal ou doméstica é utilizada em pequena escala e como fonte 
acessória de água. Deve-se atentar para a presença de cloro que pode ser eli-
minada pela aeração ou armazenamento por tempo determinado. Sistemas 
de recirculação podem utilizar a rede exclusivamente, mas considerações ao 
custo relativo à quantidade de água necessária devem ser observadas.
7.5 Estuários
Estuários são corpos de água formados pelo encontro de rios com o mar, 
tem água salobrae sofrem influencia de marés e chuvas que interferem na 
sua salinidade. Geralmente são águas de elevada produtividade biológica 
devido aos nutrientes carregados pelas águas de rios e chuvas. Para utilizar 
águas estuarinas é importante que se tenha cuidado com possíveis poluen-
tes e aspectos legais. Água salobra é utilizada em tanques da zona costeira, 
que podem ser abastecidos com água durante a maré alta.
7.6 Mar
Águas marinhas são geralmente bombeadas por meio de ponteiras, poços 
e canais de abastecimento. A qualidade da água é geralmente constante 
quando distante de bocas de rio, estuários ou portos. Eventuais fontes de 
contaminação podem ser derramamento de óleo ou marés vermelhas.
7.7 Captação de água
Existem diferentes métodos de captação de água que variam de acordo com 
a fonte de água e a quantidade necessária. Veremos a seguir as principais 
formas de obtenção de água para cada sistema.
Água Salobra: (popularmente 
e erroneamente conhecida como 
“água saloba”) é aquela que 
tem mais sais dissolvidos que a 
água doce e menos que a água 
do mar
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
wiki/%C3%81gua_salobra
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 174
e-Tec Brasil175Aula 7 - Captação de água
7.8 Derivação direta
A derivação direta é utilizada quando não há necessidade de elevar água até 
as unidades de cultivo. É escolhida para obtenção de água de rios, quando 
a vazão dos mesmos for superior à vazão necessária nos tanques durante o 
ano todo. Parte da água do rio é desviada para um tubo ou canal de deriva-
ção, que a levará, por gravidade ao local onde a água será utilizada.
Figura 7.1 - Captação de água por gravidade em local mais elevado 
que o viveiro. 
Fonte: Acervo do autor (T. Soligo)
Figura 7.2 – Tabuleiros em Rizipicultura
Fonte: Acervo pessoal do autor (T. Soligo)
7.9 Derivação por meio de dique
Eleva-se a cota da água por meio de um dique, possibilitando o desvio da 
água por gravidade por um tubo ou canal de derivação situada na margem 
do curso da água. É utilizada quando a vazão do curso da água for superior 
à vazão desejada e quando é necessário elevar a massa de água. Com a 
construção de diques pode ocorrer à deposição de material arrastado pela 
correnteza à montante do dique e assoreamento, assim como a criação de 
uma queda da água à jusante do dique, que pode causar erosão no leito do 
rio e danificar o próprio dique. 
Montante: é todo ponto 
referencial ou seção de rio 
que se situa antes deste ponto 
referencial qualquer de um curso 
de água. Sendo assim, a foz de 
um rio é o ponto mais a jusante 
deste rio, assim como a nascente 
é o seu ponto mais a montante. 
Este ponto referencial pode ser 
uma cidade ás margens do rio, 
uma barragem, uma cachoeira 
etc.
Jusante: é todo o ponto refer-
encial ou seção de rio compreen-
dido entre o observador e a foz 
de um curso d água – ou seja, 
rio - abaixo em relação a este 
observador.
Cota: é a altura de um 
ponto relativamente a um plano 
horizontal, habitualmente o nível 
médio das águas do mar, que 
serve de referência.
Figura 7.3 - Esquema de contenção e derivação por meio de dique.
Fonte: Acervo do autor (T. Soligo)
Figura 7.4 - Dique de contenção em córrego.
Fonte: (foto: A. Pereira)
A elevação do nível da água à montante do dique durante as cheias pode 
provocar inundações das margens e atrapalhar a movimentação de cardu-
mes de peixes. É recomendável construir diques antes de quedas d’água ou 
corredeiras, pois ganha-se bastante altura mesmo com diques baixos.
7.10 - Reservatórios de Água
Quando a água necessária para unidade de cultivos é disponível de maneira 
intermitente, justifica-se a construção de reservatórios. A utilização de re-
servatórios torna possível uma vazão constante e assegura a disponibilidade 
de água por períodos em que não é possível a captação. A utilização de 
reservatórios também permite a avaliação prévia da qualidade da água e 
de tratamento, filtragem e adequação de parâmetros como temperatura e 
salinidade.
Tipos de reservatório para diferentes unidades de cultivo podem ser escolhi-
dos. Entre eles podemos citar:
•	 Lago escavado: pode ser construído em áreas com lençol freático eleva-
do pela simples escavação do terreno, que acumulara água. Denomina-
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 176
e-Tec Brasil177Aula 7 - Captação de água
mos açude o lago formado por um curso d’água efêmera (escoamento 
superficial que tem lugar após as chuvas e que cessa após algum tempo), 
e represa o lago formado por um curso d’água perene ou intermitente. É 
importante nesses reservatórios a construção de um ou mais extravasores 
ou ladrões como são popularmente chamados para dar escoamento ao 
excesso de águas provenientes de chuvas intensas que poderiam trans-
bordar por cima da barragem, provocando danos.
•	 Tanques e reservatórios impermeabilizados: em terrenos com alta per-
meabilidade a alternativa é a impermeabilização pela utilização de lonas 
ou compactação do solo por máquinas. Também chamados de cisternas, 
podem ser construídos com materiais de construção e revestidos com 
lona ou impermeabilizados com produtos especiais ou mesmo serem uti-
lizadas caixas d’água. 
Figura 7.5 - Cisternas utilizadas para armazenamento de água marinha em la-
boratório de produção de camarões (esq.) e peixes marinhos (dir.).
Fonte: (fotos: T. Soligo cortesia Larvisul e LAPMAR).
7.11 Canais adutores e de drenagem
Canais de adução ou simplesmente adutoras são canalizações que trans-
portam água do local de captação até o ponto de utilização sem que ocorra 
distribuição no trajeto. Podem ser de três tipos: 
•	 Adutoras por gravidade: utiliza apenas o desnível para o escoamento 
da água.
•	 Adutoras por recalque: utiliza sistema de bombeamento movido a 
energia para o escoamento da água.
•	 Adutoras mistas: Em um trecho da canalização utilizamos energia de 
sistema de bombeamento e em outro o desnível.
Canais de drenagem recolhem a água utilizada nas unidades de cultivo con-
duzindo a um dreno natural. O nível da água no canal deve estar em uma 
cota menor que a cota do local de uso e a água deslocada somente por gra-
vidade. Muitos cultivos utilizam canais ou tanques de sedimentação, abaste-
cidos pelos canais de drenagem, como forma de tratar a água antes do seu 
retorno ao ambiente natural.
Ambos os canais, de adução e de drenagem, podem ser revestidos para 
reduzir perdas por infiltração durante a condução de água, evitando o cres-
cimento de vegetação e o desmoronamento das paredes do canal. Os mate-
riais geralmente utilizados para o revestimento são: concreto, lona plástica, 
manta de borracha, alvenaria de tijolos ou pedras, compactação, solo-ci-
mento e pré-moldados (telhas de cimento-amianto, canaletas de concreto, 
plástico, etc.).
Figura 7.6 - Canais de adução para irrigação de lavoura e abastecimento de viveiros 
de camarão 
Fonte: (foto: A. Pereira, Fazenda experimental Yakult – UFSC). 
Atividades de aprendizagem
Pesquise uma fonte de água que pode ser utilizada para empreendimentos 
aquícolas na sua região, e identifique qual seria a melhor forma de capta-
ção e potenciais riscos de contaminação, disponibilidade ou conflitos com 
demais usuários. 
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 178
e-Tec Brasil179Aula 7 - Captação de água
Resumo
•	 O abastecimento dos cultivos pode ser feito apenas direcionando a água 
para os tanques através da gravidade. 
•	 Muitos cultivos necessitam de bombas para o abastecimento ou drena-
gem das unidades de cultivo. 
•	 A captação pode ser feita em água de rios ou córregos, lagos e reserva-
tórios, poços, rede municipal, nascentes, estuários e o mar.
e-Tec Brasil181Aula8 - Bombeamento de água
Aula 8 - Bombeamento de água
Bombas devem ser cuidadosamente escolhidas para atender aos 
requerimentos de cada tipo de instalação de aquicultura fornecen-
do água com rapidez e eficiência. Nesta aula veremos os tipos de 
bombas utilizadas e os cuidados necessários na sua utilização.
Bombas hidráulicas são máquinas de fluxo, cuja função é fornecer energia 
para a água, a fim de recalcá-la (elevá-la), através da conversão de energia 
mecânica de seu rotor proveniente de um motor a combustão ou de um 
motor elétrico. Desta forma, as bombas hidráulicas são tidas como máquinas 
hidráulicas geradoras (Mello e Yanagi, 1999)(Sem referência).
Os custos relacionados à captação de água que envolve a instalação de pon-
teiras e bombas, tubulação, construção de estação de bombeamento e ins-
talação elétrica, são elevados, portanto é fundamental um planejamento 
preciso das benfeitorias e equipamentos necessários, assim como levar em 
conta fatores naturais que estão associados ao funcionamento da captação 
de água, como altura de maré máxima e mínima, vazão e perenidade de rios 
e nível de reservatórios. Para tanto um estudo prévio é necessário, levantan-
do-se um histórico das condições naturais do local planejado para instalação 
da captação, assim como um projeto de engenharia das instalações.
Canais adutores por recalque necessitam de bombas para elevar a água (es-
tações elevatórias) ao nível dos viveiros ou unidades de cultivo. Da mesma 
forma unidades de produção de formas jovens, necessitam de um elaborado 
sistema de captação, bombeamento e armazenamento de águas. Só depois 
de calculados os requerimentos médios, máximos e mínimos do fluxo da 
água e que devemos escolher a bomba mais indicada as às condições do 
projeto.
Figura 8.1- Bombas utilizadas para captação de água 
num laboratório de camarões marinhos 
Fonte: (foto J. Machiavello)
Abaixo estão descritas as classificações mais importantes de bombas hidráu-
licas utilizadas em projetos aquícolas (Adaptado de Mello & Yagani, 1999):
1) Quanto a trajetória do fluído:
•	 Radial ou centrífugas: adequadas para baixa vazão e elevada altura 
manométrica. Tipo mais comum utilizada em laboratórios e aquários. 
•	 Axial ou turbinas: adequadas para alta vazão e baixa altura manomé-
trica, geralmente utilizada para abastecer viveiros em estações elevatórias 
e raceways.
•	 Bombas diagonais ou de fluxo misto: caracterizam-se pelo recalque 
de médias vazões a médias alturas, sendo um tipo combinado das duas 
anteriores.
2) Quanto ao posicionamento do eixo:
•	 Bomba de eixo vertical: utilizada em poços subterrâneos profundos.
•	 Bomba de eixo horizontal: é o tipo construtivo mais usado.
3) Quanto à posição do eixo da bomba em relação ao nível da água:
•	 Bomba de sucção positiva: quando o eixo da bomba situa-se acima do 
nível do reservatório. 
•	 Bomba de sucção negativa (“afogada”): quando o eixo da bomba 
situa-se abaixo do nível do reservatório.
Figura 8.2 - Posição do eixo da bomba em relação ao nível da água
Fonte :Mello & Yagani, 1999
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 182
e-Tec Brasil183Aula 8 - Bombeamento de água
Figura 8.3 - Principais partes de uma instalação de bombeamento
Fonte: Adaptado de Mello & Yagani, 1999
•	 Casa das bombas (1): local destinado a abrigar o conjunto motor-bom-
ba. O conjunto motor-bomba deve ser instalado em local seco, ventilado, 
protegido da chuva e de fácil acesso para manutenção. A fundação sobre 
qual se apoiará o conjunto motor-bomba deve ser bem firme e nivelada, 
de modo que permita um correto alinhamento, e evite as trepidações. A 
altura de sucção deve ser mínima possível, evitando-se peças especiais ou 
curvas desnecessárias na tubulação de sucção, para diminuir as perdas 
de carga;
•	 Motor de acionamento (M): órgão encarregado do acionamento da 
bomba, podendo ser: um motor elétrico ou motor de combustão interna 
(a gasolina ou diesel), uma tomada de força qualquer (de tratores, por 
exemplo). É sempre preferível a utilização de motores elétricos, devido à 
tecnologia hoje existente que permite uma vida mais longa dos motores 
elétricos, facilidade operacional e baixos custos de manutenção.
•	 Bomba (B): Órgão encarregado de seccionar o fluido, retirando-o do 
reservatório de sucção e energizando-o através de seu rotor o que impul-
siona para reservatórios ou tanques.
•	 Válvula de pé com crivo (VPC): Instalada junto ao pé da tubulação de 
sucção, é uma válvula unidirecional que só permite a passagem do fluido 
no sentido ascendente e que, com o desligamento do motor de aciona-
mento, mantém a carcaça da bomba e a tubulação de sucção cheia do 
fluido recalcado, impedindo o seu retorno ao reservatório de sucção. Diz-
-se, nestas circunstâncias, que a válvula de pé com crivo mantém a bom-
ba escovada (carcaça da bomba e tubulação de sucção cheia de fluido). 
O posicionamento desta válvula no reservatório inferior deverá impedir 
tanto a sucção de partículas sólidas depositadas no fundo do poço, bem 
como evitar que, com o funcionamento, seja a mesma descoberta, pas-
sando a bomba a aspirar ar.
Figura 8.4 - Válvula de pé com crivo (esq.) e redução excêntrica (dir.)
Fonte: Mello & Yagani, 1999
•	 Redução excêntrica (RE): Redução que liga o final da tubulação de 
sucção à boca de entrada da bomba, de diâmetro, normalmente, menor. 
Com a excentricidade visa-se evitar a formação de bolsas de ar, à entrada 
da bomba, o que estrangula a secção de entrada e dificulta o funciona-
mento normal da bomba. São dispensáveis em instalações com linhas de 
sucção de pequeno diâmetro, acontecendo, normalmente, em instala-
ções com diâmetro de sucção superiores a 4” (4 polegadas). 
•	 Válvula de retenção (VR): Válvula também unidirecional instalada à sa-
ída da bomba e antes do registro de recalque. Tem as seguintes funções: 
 – Impedir que o peso da coluna de recalque seja sustentado pelo corpo 
da bomba, pressionando-o e provocando vazamento no mesmo.
 – Impedir que, com um defeito na válvula de pé e entrando a tubulação 
de recalque por baixo do reservatório superior, haja o refluxo do flui-
do, fazendo a bomba funcionar como turbina e assim, com o disparo 
do rotor, atingir velocidades perigosas, provocando danos na bomba.
 – Possibilitar, através de um dispositivo chamado “by-pass”, a escorva 
automática da bomba, evidentemente, após ter sanado o defeito da 
válvula de pé que provocou a perda da escorva.
•	 Registro de recalque (R): Acessório destinado a controlar a vazão recal-
cada, através do seu fechamento e abertura. Deve vir logo após a válvula 
de retenção e tem tipos diferente sendo, entretanto, o registro de gaveta 
o mais comum. 
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 184
e-Tec Brasil185Aula 8 - Bombeamento de água
Além dos acessórios descritos, outros, dependendo do tipo e importância da 
instalação, serão necessários. Entre estes podemos mencionar as ventosas 
(para retirada do ar das tubulações) e as válvulas anti-golpe de aríete. Da 
mesma forma, ponteiras são utilizadas para captação de água do ambiente 
natural por meio de bomba em praias arenosas. Submersa na água, pode ser 
instaladas enterradas sob substrato de areia que funciona como um filtro. 
Possuí filtros que evitam danos ao sistema de bombeamento e coleta de 
partículas ou dejetos ao sistema de adução.
Atividades de aprendizagem
Faça um desenho esquemático contendo os elementos de captação, bom-
beamento e armazenamento de água para uma fazenda de camarões e um 
laboratório de formas jovens.
Resumo
•	 Bombas hidráulicas são máquinas de fluxo, cuja função é fornecer ener-
gia para a água, a fim de recalcá-la (elevá-la), através da conversão de 
energiamecânica de seu rotor proveniente de um motor a combustão ou 
de um motor elétrico.
•	 Depois de calculados os requerimentos médios, máximos e mínimos de 
fluxo de água, deve-se escolher a bomba mais indicadas as condições do 
projeto.
•	 Bombas hidráulicas podem ser classificadas quanto: a trajetória do fluído, 
o posicionamento to eixo e o posicionamento da bomba em relação ao 
nível da água.
e-Tec Brasil187Aula 9 - Escolha da bomba e dimensionamento
Aula 9 - Escolha da bomba e dimensionamento
Aprenderemos nesta a escolher e dimensionar qual a melhor bom-
ba a ser utilizada analisando a unidade de cultivo.
9.1 Bomba
A função da bomba é transformar energia mecânica em energia hidráulica 
suficiente para vencer esta resistência uma bomba não cria pressão, ela só 
fornece fluxo. A pressão é justamente uma indicação da quantidade de re-
sistência ao escoamento.
O primeiro passo para escolha de uma bomba é a estimativa da vazão que 
a mesma deverá fornecer baseado na vazão máxima necessária na unidade 
de cultivo. Por vazão entende-se a quantidade de fluído que passa em uma 
determinada secção em uma unidade de tempo. Assim:
Q=V/A
Onde:
Q = vazão,
V = velocidade da água,
A = área
Exemplo:
Calcular a vazão de um fluido que escoa por uma tubulação com uma 
velocidade média de 2,5 m/min, sabendo-se que a área da seção da tu-
bulação é igual a 58 cm .
Q = V/A
V = 2,5 m/min 250 cm
A = 58 cm 
Calcular o tempo que levará para encher um tambor de 214,56 litros, 
sabendo-se que a velocidade de escoamento do líquido é de 35,21cm/s 
e o diâmetro do tubo conectado ao tambor é igual a 2 polegadas. (Res-
posta: Tempo= 5 minutos)
Entre as unidades geralmente utilizadas temos: L/s, L/minuto, m3/h, m3/dia.
A informação sobre a vazão das bombas pode ser obtida a partir de índices 
técnicos existentes na literatura (tabelas). Os fabricantes geralmente infor-
mam à vazão que uma bomba é capaz de fornecer na unidade m3/h. 
A Altura manométrica total é a resistência total existente para elevar a água 
desde o ponto de captação até o ponto de utilização. É definida como sen-
do a altura geométrica da instalação mais as perdas de carga ao longo da 
trajetória do fluxo. Altura geométrica é a soma das alturas de sucção e recal-
que. Fisicamente, é a quantidade de energia hidráulica que a bomba deverá 
fornecer à água, para que a mesma seja recalcada a certa altura, vencendo, 
inclusive, as perdas de carga.
A altura manométrica é descrita pela seguinte equação:
Hm = HG + hf (1)
Sendo:
Hm= altura manométrica da instalação (m);
HG= altura geométrica (m);
hf= perda de carga total (m).
Figura 9.1 – representação das alturas de sucção e recalque em uma instalação
Fonte: Mello & Yanagi, 1999
Perdas de carga referem-se à energia perdida pela água durante seu desloca-
mento pelas tubulações. Essa perda de energia é provocada por atritos entre 
a água e as paredes da tubulação, devido à rugosidade da mesma. A perda 
de carga varia para diferentes tipos de tubulações, dimensões e rugosida-
de. Portanto, ao projetar uma estação de bombeamento, deve-se considerar 
essa perda de energia.
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 188
e-Tec Brasil189Aula 9 - Escolha da bomba e dimensionamento
As perdas de carga são classificadas em 2 tipos:
•	 Perdas de carga contínuas: É aquela relativa às perdas ao longo de 
uma tubulação, sendo função do comprimento, material e diâmetro.
•	 Perdas de carga acidentais: É aquela proporcionada por elementos 
que compõem a tubulação, exceto a tubulação propriamente dita.
Portanto, são perdas de energia observadas em peças como, curvas de 90° 
ou 45°, registros, válvulas, luvas, reduções e ampliações. Para o cálculo da 
perda de carga total, normalmente trabalha-se com o método dos compri-
mentos equivalentes, ou seja, através de tabelas, convertendo-se a perda 
acidental em perda de carga equivalente a um determinado comprimento de 
tubulação. Isso significa que, ficticiamente, seria como substituir, por exem-
plo, uma curva de 90° por um comprimento de tubo, e a perda de carga 
contínua nesse comprimento equivale à perda localizada na curva.
Matematicamente, define-se perda de carga como sendo:
hf1-2 = J × Le (2)
 sendo:
hf1-2 = perda de carga entre os pontos 1 e 2 de uma instalação (m);
J = perda de carga unitária (m/m);
Le = comprimento equivalente da tubulação (Fornecer Tabela em aula).
Instruções para Instalação Hidráulica da bomba:
a) Instale a sua bomba o mais próximo Possível da fonte de água, a qual 
deve estar isenta de sólidos em suspensão, areia, galhos, folhas etc.
b) Não exponha a bomba a ação do tempo. Proteja-a do sol, chuva, poeira, 
maresia, etc.
c) Mantenha espaço suficiente para ventilação e manutenção.
d) Nunca reduza a bitola de sucção da bomba. Utilize sempre tubulação 
com bitola igual ou maior a indicada no catálogo. Os diâmetros das tu-
bulações devem ser compatíveis com a vazão desejada. 
e) Utilize o mínimo possível de conexões nas instalações. Prefira curvas a 
joelhos.
f) Recomenda-se o uso de uniões na canalização de sucção e recalque. 
Elas devem ser instaladas próximas à bomba para facilitar a montagem e 
desmontagem.
g) Vede bem todas as conexões com vedante apropriado.
h) Instale a tubulação de sucção com um pequeno declive, do sentido da 
bomba para o local de captação.
i) Procure utilizar válvula de pé (fundo de poço) com bitola maior que a 
da tubulação de sucção da bomba. Instale a válvula no mínimo a 30 cm 
acima do fundo do local da captação.
j) Nunca deixe que a bomba suporte sozinha o peso da tubulação. Faça um 
suporte de tijolo ou ferro.
k) Instale válvulas de retenção na tubulação de recalque, apos o registro a 
cada 20 mca.
l) Utilizar by-pass.
Exemplo 3:
É necessário instalar uma bomba em um local 4 metros acima da água 
devido a oscilações do nível do rio durante épocas de seca e chuva. A 
água deve ser elevada 8 metros acima do rio onde estão localizados os 
tanques. A vazão máxima requerida é de 20 m3/h durante o período de 
maior densidade de estocagem. Qual deve ser a bomba escolhida?
Exemplo 4:
Calcule a vazão em m3/h necessária para a renovação de 5% da água de 
um viveiro de 1 hectare com profundidade de 1,2 m. A bomba deverá 
trabalhar apenas 6 h por dia e a tubulação utilizada será de 8 polegadas. 
Resumo
•	 A escolha de uma bomba é a estimativa da vazão que a mesma deverá 
fornecer baseado na vazão máxima necessária na unidade de cultivo.
•	 A Altura manométrica total é a resistência total existente para elevar a 
água desde o ponto de captação até o ponto de utilização.
•	 Perdas de carga referem-se à energia perdida pela água durante seu des-
locamento pelas tubulações. É provocada por atritos entre a água e as 
paredes da tubulação, devido à rugosidade das partes.
Construções e Instalações para a Aquiculturae-Tec Brasil 190
e-Tec Brasil191Aula 10 - Laboratório – Instalações hidráulicas, elétricas e sistemas de filtragem
Aula 10 - Laboratório – Instalações hidráulicas, 
 elétricas e sistemas de filtragem
Nesta aula iniciamos o estudo das instalações necessárias para pro-
dução de formas jovens para o cultivo da aquicultura. A espécie 
cultivada determina diferentes requerimentos nas instalações. A 
seguir veremos as principais características dos mais comuns labo-
ratórios de aquicultura e seus equipamentos de suporte ao cultivo.
10.1 – Laboratórios
A espécie e intensidade de cultivo determinam a complexidade da unidade 
de produção. Nos laboratórios é preciso levar em conta características bioló-
gicas e zootécnicas dos animais a serem cultivados para o desenho das insta-
lações, e deve-se optar por soluções técnicas e equipamentos confiáveis,