Buscar

HISTÓRIA I -TÉCNICO EM AQUICULTURA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 142 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 142 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 142 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

História
Ederson Prestes Santos Lima
Denilson Roberto Schena
Curitiba-PR
2011
PARANÁ
Educação a Distância
e-Tec Brasil11
Sumário
Aula 1 - A América e o encontro com os europeus - características e resultados ....................15
1.1 Os índios ........................................................................................................................17
Aula 2 - O sistema colonial na América Luso-Espanhola ...........................................................21
Aula 3 - O Brasil colônia (1500 à 1822) ........................................................................................25
3.1 A sociedade colonial .......................................................................................................27
3.2 Vida econômica no Brasil colonial ...................................................................................28
Aula 4 - A escravidão indígena e africana no Brasil colonial .....................................................31
4.1 Quais são as razões que poderiam explicar o surgimento da escravidão de negros africanos 
no Novo Mundo? .................................................................................................................34
Aula 5 - A vinda da família real portuguesa para o Brasil (1808) ..............................................37
Aula 6 - A crise do sistema colonial .............................................................................................41
Aula 7 - A independência das colônias Ibero-americanas ..........................................................47
Aula 8 - O Primeiro Reinado (1822 a 1831) .................................................................................53
8.1 A Constituição de 1824 ..................................................................................................54
Aula 9 - O Período Regencial (1831 a 1840) ................................................................................57
Aula 10 - O Segundo Reinado (1840 a 1889) ...............................................................................61
10.1 A política no Segundo Reinado .....................................................................................61
10.2 A guerra do Paraguai (1864 a1870) ..............................................................................62
10.3 Economia no segundo reinado .....................................................................................63
10.4 A sociedade no segundo reinado ..................................................................................63
Aula 11 - O processo de extinção do trabalho escravo no Brasil: a resistência de africanos e 
afrodescendentes ..........................................................................................................................65
Aula 12 - Os republicanos tomam o poder no país ....................................................................69
12.1 O nascimento da República no Brasil ............................................................................69
Aula 13 - A Primeira República: os barões do café e as revoltas populares .............................73
13.1 República Velha: “espiando” através de uma charge ....................................................73
13.2 A economia da República Velha ....................................................................................74
13.3 E a política? E as eleições? Como funcionavam? ...........................................................75
13.4 E as questões sociais? E o povo como estava?...............................................................76
Aula 14 - Getúlio Vargas: o nascimento dos direitos trabalhistas e das empresas estatais ....81
14.1 Cronologia e política da Era Vargas ...............................................................................83
14.2 Aspectos econômicos do varguismo .............................................................................87
14.3 - Jacaré, Mestre Jerônimo, Tatá e Mane Preto: os jangadeiros que foram até Vargas. ....88
e-Tec Brasil 12
Aula 15 - Vargas, JK, Jânio Quadros e Jango: o populismo no Brasil ........................................91
15.1 – O Populismo ..............................................................................................................93
15.2 Desenvolvimento econômico e “Desenvolvimentismo” .................................................95
15.3 A crise da República Populista e o Golpe Militar de 1964 ..............................................96
15.4 A cultura na República Democrática .............................................................................96
Aula 16 - Guerra Fria: Socialismo X Capitalismo na América Latina .........................................101
16.1 – O contexto internacional: Socialismo X Capitalismo ...................................................101
16.2 - A Revolução Cubana de 1959 ....................................................................................102
16.3 O medo de uma nova Revolução Cubana: EUA vigiando a América Latina ....................103
Aula 17 - Repressão e medo: a Ditadura Militar no Brasil .........................................................105
17.1 A violência da Ditadura continua sendo notícia .............................................................105
17.2 O panorama geral dos “anos de chumbo” ...................................................................106
17.3 ARENA e MDB ..............................................................................................................106
17.4 Economia em tempos de Ditadura Militar: endividamento e obras faraônicas ................108
Aula 18 - Diretas Já e a Constituição de 1988: a liberdade abre suas asas ...............................111
18.1 As Diretas já .................................................................................................................112
18.2 A Assembleia Constituinte de 1987-1988 e a atual Constituição Federal. .....................113
18.3 A força dos jovens no “FORA COLLOR” ........................................................................114
Aula 19 - Estado mínimo ou Estado interventor? Uma boa discussão nos 
governos de FHC e LULA ..............................................................................................................119
19.1 Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social: isso existiu no Brasil? ..............................120
19.2 A decadência do Welfare State .....................................................................................120
19.3 – Era FHC: Plano Real e neoliberalismo .........................................................................121
19.4 A Era Lula: uma análise recente ....................................................................................122
Aula 20 - FHC, Lula e Dilma: a democracia segue firme no Brasil .............................................125
20.1 A origem da democracia e sua expansão pelo mundo...................................................126
20.2 Vamos ler alguns textos sobre a questão da democracia no Brasil .................................127
20.3 Que tal você construir um texto sobre sua vida nos últimos dez anos? .........................128
Referências ....................................................................................................................................131
Referências das ilustrações ..........................................................................................................132
Currículo dos professores - autores .............................................................................................137
Atividades autoinstrutivas ...........................................................................................................139
e-Tec Brasil13
Palavra dos professores - autoresA História é uma das disciplinas que formam a chamada base nacional 
comum nos diferentes níveis de ensino, sendo assim está presente também 
no conteúdo programático do eixo técnico de aquicultura e suas tecnologias 
do curso Técnico de Aquicultura e Pesca, na modalidade PROEJA/EAD. A 
História é um conhecimento escolar fundamental para compreensão do 
homem e da sociedade do tempo presente e a relação deste com o passado. 
O material didático ora apresentado serve de apoio e referência teórica 
básica para seu aprendizado, foi elaborado com uma linguagem simples e 
acessível, com o objetivo de facilitar o entendimento do processo histórico 
brasileiro e latino americano. Ao elaborarmos o presente livro, procuramos 
despertar nos estudantes jovens e adultos a necessidade de valorização da 
leitura, da análise, da contextualização e da interpretação de diversas fontes 
e testemunhos do passado e do presente. Procuramos relacionar os fatos 
históricos do passado com o presente, com o objetivo de levar o estudante a 
perceber semelhanças e diferenças, permanências e mudanças ao longo do 
processo histórico. 
Procuramos utilizar informações atualizadas principalmente nas atividades 
propostas, para os futuros profissionais em pesca e aquicultura, serão 
também homens e mulheres de seu tempo, sujeitos históricos que fazem 
e vivem a História, refletem sobre o passado, mas ao mesmo tempo tem o 
olhar no futuro.
Esperamos que todos aproveitem esse período de formação escolar para 
relembrar e aprofundar conhecimentos, acessando os sites recomendados, 
lendo os livros, os textos e os artigos citados e principalmente resolvendo as 
atividades de aprendizagem propostas.
Durante os 10 (dez) encontros distribuídos em 20 (vinte) aulas, abordaremos 
conteúdos referentes à História do Brasil e também da América Latina do 
século XV aos dias atuais. 
Desejamos a todos um bom e proveitoso curso.
Ederson Prestes Santos Lima
Denilson Roberto Schena
Aula 1 - A América e o encontro com os 
europeus - características e resultados
e-Tec Brasil15Aula 1 - A América e o encontro com os europeus - características e resultados
Nessa aula você vai saber como foi o processo da descoberta da 
América; conhecerá como foi o encontro entre os índios e os 
europeus, as características e os resultados desse encontro. Ao 
concluirmos esta aula, você saberá analisar os fatores que levaram 
os europeus a desenvolverem as grandes navegações, identificará 
as características e resultados do processo do encontro entre índios 
e europeus, e refletirá sobre a relação passado e presente a partir 
da mestiçagem étnica e cultural na América Latina.
Você mora em continente chamado América que se divide em três: América 
do Sul, América Central e América do Norte. 
Mas não foi sempre assim. Em 1492, há mais de 500 anos quando os 
espanhóis chegaram ao novo continente que passaria a ser chamado de 
América, estima-se que já habitavam nessas terras diversas nações por volta 
de 50 milhões de habitantes de diversas nações. Achou grande o número de 
habitantes nas Américas? Lembre-se que só no Brasil de hoje já somos mais 
de 185 milhões (censo 2010). 
A população que os europeus encontraram era bastante diferente dos seus 
costumes e modos de vida. Alguns grupos humanos encontrados eram 
nômades, não utilizavam metais e viviam principalmente explorando os 
recursos naturais. Outros povos que viviam na América já apresentavam 
estágios diferentes do uso de tecnologias, como os maias, os astecas e os 
incas. 
Os europeus descobriram pessoas de todos os tipos físicos em cada um dos 
novos continentes explorados, vivendo de variadas maneiras e em diferentes 
estágios técnicos. Na América, todos os habitantes, que foram chamados 
pelos europeus de índios, tinham pele avermelhada e cabelos lisos, andavam 
nus ou com pouca roupa, acreditavam em vários deuses. Nenhum deles 
conhecia ferro, pólvora, vidro, arado, animais de carga ou uso da roda. 
Esses povos foram denominados de pré-colombianos e para eles a chegada 
dos europeus teve um resultado assustador: além de levar a morte de 
milhares de pessoas, a destruição de suas sociedades, os europeus acabaram 
interferindo diretamente na história e na relação deles com a natureza. Dos 
povos sobreviventes ao massacre promovido pelos invasores, muitos foram 
Os espanhóis são um povo prove-
niente de um outro continente, o 
Europeu. E de um país chamado 
atualmente de Espanha, que jun-
to com Portugal, foi responsável 
pelas grandes navegações na 
época.
Grupos humanos são nômades, 
pois vivem em constante mudan-
ça; às vezes se fixam temporaria-
mente em um determinado local. 
Assista ao filme 1492 A con-
quista do paraíso de Ridley 
Scott, 1992.
Sinopse: O filme relata a viagem 
do navegador Cristóvão Colom-
bo. Com o objetivo de encontrar 
as Índias acabou chegando do 
outro lado do Oceano Atlântico, 
e se deparando com a América. 
Observe as cenas que mostram as 
dificuldades pelas quais passou a 
expedição comandada por Co-
lombo, bem como os motins da 
tripulação, até o choque cultural 
entre europeus e índios nativos. 
Uma interessante produção ci-
nematográfica sobre a expansão 
marítimo-comercial europeia.
Históriae-Tec Brasil 16
obrigados a trabalhar em regime de trabalho forçado para atender aos 
interesses econômicos dos europeus.
Nos séculos XV (anos 1401 a 1500) e XVI (anos 1501 a 1600) os europeus, 
inicialmente portugueses e espanhóis, se lançaram ao mar em embarcações 
denominadas de caravelas. Eles descobriram, visitaram e conquistaram, 
usando a força e a violência, os outros quatro continentes do globo - África, 
Ásia, América e Oceania - conheceram vários povos. 
No final do século XV, enquanto Portugal desenvolvia a rota marítima rumo 
às Índias navegando em direção a leste, a Espanha, maior concorrente dos 
portugueses nos mares, procurava outra rota alternativa nos mares. Os 
espanhóis baseados em conhecimentos científicos da época defendiam ser 
a Terra menor do que se imaginava, assim navegaram em direção a oeste 
para chegar à Ásia. Resultado dessa viagem: os espanhóis encontraram um 
novo continente. 
A expansão marítima e comercial dos espanhóis só começou mesmo de 
forma efetiva em 1492 numa expedição comandada por Cristóvão Colombo 
que tomou posse, em nome dos reis espanhóis, as terras situadas na região 
central da América.
O objetivo da expedição de Colombo era atingir o Oriente navegando 
em direção ao Ocidente. Navegando conforme seu plano inicial, Colombo 
encontrou a atual ilha de São Domingos, na região da América Central. 
Inicialmente imaginou ter chegado de fato as Índias, e por esse motivo 
denominou de índios os habitantes do lugar.
Os descobrimentos marítimos do século XVI, resultados de transformações 
em toda a Europa, deram origem a grandes mudanças no próprio continente 
europeu e nas várias regiões por estes encontradas. Apenas para dar alguns 
exemplos: na América, os europeus conheceram pela primeira vez o tabaco 
(base do atual cigarro), cacau (hummmm!!!! Um chocolatinho até que 
ia bem, não ia??), batata-inglesa (que de inglesa só tem o nome, pois é 
originária do continente americano), a mandioca, macaxeira ou aipim que 
é originário do Brasil.
Com o objetivo de garantir as conquistas e delas tirar o melhor proveito, 
os europeus precisaram enfrentar as diferenças existentes entre eles e os 
povos encontrados. De uma forma geral os europeus não compreendiam 
e não respeitavam os diferentes tipos físicos, línguas, costumes e religiões 
que encontraram nas novas terras, mas foram obrigados a reconhecer sua 
existência e conviver com eles.
Oriente é a região do planeta 
Terra que em termos culturais 
pouca influênciarecebeu da so-
ciedade europeia. Podemos citar 
como exemplo a China, o Japão, 
a Índia e boa parte da África. A 
partir dessa ideia estamos afir-
mando que o Ocidente é a parte 
do planeta que está diretamente 
ligada á cultura europeia.
e-Tec Brasil17Aula 1 - A América e o encontro com os europeus - características e resultados
Por um lado esse encontro e convivência entre europeus e índios representaram 
uma das experiências mais fascinantes e ao mesmo tempo mais dolorosas de 
todos os tempos. Para os europeus, essa experiência representou dominação, 
saques, destruição, escravização, violência, exploração e matança de milhares 
de pessoas e de civilizações nos outros continentes; significou enriquecer 
graças ao empobrecimento e à humilhação dos outros. Por outro lado para os 
povos conquistados, os descobrimentos e a conquista europeia significaram 
uma grande mudança em suas vidas. Eles conheceram homens diferentes 
que se impuseram pela força, por novos costumes, valores e crenças. A partir 
daí foram obrigados a trabalhar até a morte para enriquecer senhores e 
governos que tudo queriam sem dar nenhum benefício em troca. Foram 
obrigados a entregar todas as riquezas que possuíam como o ouro e outros 
recursos naturais.
Os povos que aqui na América viviam foram forçados a reorganizar suas 
formas de viver, seus valores e comportamentos diante da vida. Essas 
mudanças acabaram muitas vezes em um processo conhecido como 
aculturação.
Os grandes descobrimentos marítimos e suas consequências foram 
responsáveis pela transformação da vida de todos os europeus e dos povos 
por eles encontrados. Umas das mais fortes influências trazidas pelos 
europeus foi o cristianismo, que hoje é a maior religião praticada nas 3 
Américas (sul, central e norte).
1.1 Os índios
Você é índio? Você já conversou com algum índio? Conhece uma tribo 
indígena? 
Já!!! Ótimo, provavelmente você deve ter percebido que os índios possuem 
uma forma toda própria de viver, de se alimentar, de criar seus filhos. 
Mas se você nunca conheceu, nem falou com um índio (a não ser é claro pela 
televisão) não se preocupe. Provavelmente você é ou tem um descendente 
distante de alguma tribo brasileira. 
Será? Será que você é um índio e não sabia? Muito provavelmente sim, pois 
muito raramente um brasileiro não tem em seu próprio sangue, a herança 
dos primeiros habitantes do Brasil: os índios. 
Portanto estudar, conhecer e respeitar os índios brasileiros é 
respeitar sua própria história.
Aculturação significa se adap-
tar a uma cultura diferente, 
submissão de alguém ou de um 
grupo de pessoas a uma outra 
cultura.
Históriae-Tec Brasil 18
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram uma população 
de índios com características culturais e linguísticas muito parecidas entre 
si. Esses índios podem ser diferenciados em dois grandes grupos: os tupi-
guaranis e os tapuias. Os tupi-guaranis estavam presentes em quase toda 
a costa do Brasil, do Ceará até a o extremo sul. Os tupis também eram 
conhecidos como tupinambás ocupavam a faixa litorânea do norte até 
Cananéia (sul do atual Estado de São Paulo); os guaranis localizavam-se na 
bacia Paraná-Paraguai e no trecho do litoral entre Cananéia e o extremo sul 
do Brasil. Em determinados pontos do litoral encontravam-se outros grupos 
como os goitacazes, aimorés e tremembés. Esses grupos eram chamados 
tapuias.
Os índios praticavam a caça, a pesca, a coleta de frutas e agricultura, e 
a medida que a capacidade de produção da terra se esgotava, migravam 
para outras áreas. Quando praticavam a agricultura, derrubavam árvores e 
faziam as queimadas, técnica esta que mais tarde veio a ser utilizada pelos 
colonizadores. Os índios plantavam feijão, milho, abóbora e mandioca. A 
economia era de subsistência e direcionada ao consumo próprio. Havia 
pouca troca de alimentos entre as aldeias. 
A chegada dos europeus foi uma catástrofe para os índios. Por outro lado, 
os índios resistiram aos colonizadores principalmente quando se tentou 
escravizá-los. Essa resistência ocorreu através de um isolamento, alcançando 
regiões distantes, porém cada vez mais pobres, de qualquer forma foi possível 
preservar uma herança biológica, social e cultural. Os índios sofreram a 
violência cultural, foram vítimas de epidemias e morte. Do contato com o 
homem europeu deu origem a uma população mestiça que até os dias de 
hoje é possível perceber na sociedade brasileira. De milhões de índios que 
ocupavam o território brasileiro na época da conquista, atualmente existem 
de 300 a 350 mil.
Atividade de aprendizagem
1. Complete a cruzadinha.
a) Povos que constantemente mudam seu local de morada.
b) Capitão da 1ª esquadra europeia que chegou ao continente america-
no.
c) Nome dado ao processo no qual um grupo social impõe sua cultura a 
outro povo.
d) Importante país na expansão marítima europeia.
Economia de subsistência: 
Sistema econômico baseado 
em atividades rudimentares que 
existem com o único objetivo da 
autossuficiência, produzindo ape-
nas o necessário para o consumo 
imediato, ou seja, quando a pro-
dução não se destina para venda.
e-Tec Brasil19
2. Faça uma pesquisa sobre os índios procurando conhecer um pouco mais 
sobre a atual condição das comunidades indígenas no Brasil. Quais são 
as contribuições da cultura indígena que podem ser encontradas atual-
mente na sociedade brasileira?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
3. Quais foram os principais motivos que levaram os europeus a desenvol-
ver a expansão marítima?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Resumo
Nessa aula você estudou:
•	 Como foi o processo de expansão marítima dos países ibéricos: Portugal 
e Espanha
•	 Os grandes descobrimentos e as suas consequências para a Europa e 
para os demais povos nos diferentes continentes
•	 As possíveis razões da conquista europeia na América.
respostas da cruzadinha: a) nômades; b) colombo; c) aculturação; d) portugal.
Aula 1 - A América e o encontro com os europeus - características e resultados
Aula 2 - O sistema colonial na 
América Luso-Espanhola
e-Tec Brasil21Aula 2 - O sistema colonial na América Luso-Espanhola
Nessa aula você vai estudar em que contexto histórico se deu a 
montagem do sistema de exploração na América portuguesa e 
espanhola. Os objetivos dessa aula são tanto para caracterizar 
esse sistema que marcou a primeira fase da história das colônias 
na América Latina, quanto para comparar as características da 
colonização portuguesa e espanhola identificando semelhanças e 
diferenças entre esses dois modelos de colonização.
De acordo com o historiador Fernando Novais o sistema colonial foi o 
conjunto das relações econômicas e culturais entre as metrópoles e suas 
respectivas colônias. Em seguida ao período da conquista, tendo subjugados 
os nativos, os europeus, nesse caso, portugueses e espanhóis, deram início 
a montagem de uma estrutura de exploração na América Luso-Espanhola e 
assim conseguiram levar para a Europa grande parte das riquezas do nosso 
continente, como ouro e prata, por exemplo. 
Existiram diferenças e semelhanças em alguns aspectos na forma da 
colonização de portugueses e espanhóis. A dominação dos reis espanhóis 
estabelece-se a partir da extração mineral (ouro e prata), e também 
por uma agricultura de subsistência e de um comércio que permitiu a 
chegada dos minerais à Espanha e dos produtoseuropeus à América colonial. 
A dominação dos reis de Portugal, após um período de extrativismo, passou 
a basear-se na produção da cana de açúcar e na importação de escravos 
negros da África. 
Atenção!!!
Ao longo do processo, desde a etapa dos metais à provisão de alimentos, 
cada região se identificou com o que produzia, e produzia o que dela se 
esperava na Europa: cada produto, carregado nos porões dos navios que 
sulcavam o oceano, converteu-se numa vocação e num destino. (...) Os 
mercados do mundo colonial cresceram como meros apêndices do mercado 
interno do capitalismo que emergia.
(...) A economia colonial estava regida pelos mercadores, os donos das minas 
e os grandes proprietários de terras, que repartiam entre si o usufruto da 
mão de obra indígena e negra, sob o olhar ciumento e onipotente da Coroa 
Históriae-Tec Brasil 22
e seu principal sócio, a Igreja. O poder estava concentrado em poucas mãos, 
que enviavam à Europa metais e alimentos, e da Europa recebiam os artigos 
de luxo, a cujo desfrute consagravam suas fortunas crescentes. As classes 
dominantes não tinham o menor interesse em diversificar as economias 
internas, nem de elevar os níveis técnicos e culturais da população: era outra 
sua função, dentro da engrenagem internacional para a qual atuavam; e 
a imensa miséria popular, tão lucrativa do ponto de vista dos interesses 
reinantes, impedia o desenvolvimento de um mercado interno de consumo. 
GALEANO, E. As veias abertas da América Latina. 24 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 42.
Foram, em verdade, o excedente agrícola, as habilidades e a mão de obra 
indígena que asseguraram o sucesso da empresa mineira espanhola. A 
introdução da economia de mineração (utilizando tecnologia primitiva) 
desempenhou o papel de lâmina de corte do capitalismo europeu ocidental. 
O sucesso da empresa literalmente dizimou a população indígena e destruiu 
as estruturas agrárias anteriores à conquista. A estância, unidade produtora 
voltada para a pecuária, surgiu das ruínas dessas culturas dizimadas pelos 
espanhóis.
STEIN, S.; STEIN, B. A herança colonial na América Latina: ensaios de dependência econômica. Rio de Janeiro: Paz e 
Terra, 1976, pp. 29-35.
Diferenças entre as colonizações espanhola e portuguesa
Como é sabido, o que assegurou o sucesso do povoamento e da ocupação 
econômica do Brasil pelos portugueses foi a instalação da agroindústria 
açucareira. Mais bem-sucedidos do que os portugueses nas tentativas de 
exploração de riquezas minerais, os espanhóis logo encontraram riquíssimas 
minas de prata no México (território asteca) e no Peru-Bolívia (território inca).
Houve, portanto, uma diferença quanto à base econômica de ocupação da 
América: agrícola, no caso da portuguesa, e mineira, no caso da espanhola. 
Além disso, houve a diferença também quanto à origem da mão de obra 
empregada nas ocupações portuguesa e espanhola: africanos e indígenas, 
respectivamente. Porém, em ambos os casos adotou-se a política mercantilista 
como orientação geral, o que à ocupação econômica da América a forma de 
sistema colonial. No entanto, o processo da constituição desse sistema e o 
seu resultado final não foram os mesmos para Portugal e Espanha.
(...)
Na Idade Moderna, devido às restrições mercantilistas, a liberdade econômica 
não era condição para o funcionamento do mercado. A economia baseava-
e-Tec Brasil23
se num sistema de privilégios: o rei vendia direito de exclusividade tanto em 
relação ao comércio quanto à produção.
Esse sistema marcou presença na América e foi determinante na estruturação 
econômica do continente. O povoamento americano só ganhou forma de 
colonização em consequência da ação combinada entre rei e burguesia 
mercantil. O resultado foi a implantação de um sistema de produção 
voltado para o mercado externo, com base no tráfico negreiro, no exclusivo 
metropolitano e nas diversas modalidades de trabalho compulsório (cuatequil, 
mita, escravidão). Ou seja, na Idade Moderna foi montado um gigantesco 
sistema de produção modelado pela política mercantilista com a função de 
transferir o maior volume possível de riqueza da América para a Europa. O 
que foi feito com grande êxito, durante trezentos anos, à custa do sacrifício 
e extermínio de índios e negros.
KOSHIBA, L; PEREIRA, D. M. F. História geral e do Brasil: trabalho, cultura e poder. 1 ed. São Paulo: Atual, 2004. p.115.
Atividade de aprendizagem
1. Compare as colonizações portuguesa e espanhola na América, mostran-
do as diferenças e semelhanças entre as duas colonizações. 
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Resumo
Nessa aula você estudou: 
•	 A ideia de acúmulo de metais preciosos e o intervencionismo estatal 
foram características básicas da política mercantilista que orientou a 
montagem do sistema colonial
•	 O “exclusivo” metropolitano teve a mais rigorosa aplicação na América 
Espanhola.
Assista ao filme A Missão, de 
Roland Joffe, 1986. Nesse filme 
observe atentamente a forma de 
dominação que os religiosos rea-
lizaram junto aos indígenas
Aula 2 - O sistema colonial na América Luso-Espanhola
Aula 3 - O Brasil colônia (1500 à 1822)
e-Tec Brasil25Aula 3 - O Brasil colônia (1500 à 1822)
Nesta aula você vai estudar sobre o primeiro período da história 
do Brasil. Serão abordados os aspectos político-administrativos, 
econômicos e sociais do período colonial brasileiro. Ao final 
desta aula você deverá compreender e refletir sobre as principais 
características e as bases da colonização portuguesa na América.
O período colonial (1500-1822) corresponde à primeira fase da História do 
Brasil que se inicia com a chegada dos portugueses em 1500, passando por 
1808, ano da chegada da família real e da corte portuguesa ao Brasil e que 
termina em 1822, ano que foi proclamada a independência do Brasil em 
relação a Portugal. Foi durante esse período que Portugal impôs uma forma 
de ocupação e exploração denominada de “sistema colonial”, que nós já 
estudamos na aula passada, lembram?
Nos primeiros trinta anos do século XVI (1501-1600) o Brasil não chamou 
muito a atenção dos portugueses. Esse desinteresse, você mesmo deve 
imaginar o motivo. Isso mesmo!!! Os portugueses não encontraram nem 
ouro nem prata no Brasil e continuaram a se interessar pelo lucrativo 
comércio com o Oriente. Essa situação só foi modificada quando outros 
países europeus, ao desenvolverem seu processo de expansão, passaram a 
demonstrar interesse nas terras brasileiras.
A primeira expedição de reconhecimento do território brasileiro ocorreu 
em 1501 com o objetivo de reconhecer as possíveis riquezas da nova terra. 
À medida que novos pontos geográficos eram identificados, iam sendo 
nomeados com o nome do santo do dia: cabo de São Roque, cabo de Santo 
Agostinho. Rio São Francisco, baía de Todos os Santos. A expedição foi a 
responsável pela identificação de grandes quantidades de pau-brasil na 
Mata Atlântica. “(...) nessa costa não vimos coisa de proveito, exceto uma 
infinidade de árvores de pau-brasil (...)” escreveu Américo Vespúcio a um 
magistrado de Florença. Essa madeira era utilizada como matéria prima nas 
manufaturas da França, da Itália e de Londres, logo poderia ser explorada 
comercialmente pelos portugueses. 
No início os portugueses não valorizaram o pau-brasil, os mercadores 
de outros países europeus, como franceses e espanhóis, passaram a se 
interessar por esse produto. Entre os anos 1500a 1535, a principal atividade 
Históriae-Tec Brasil 26
econômica foi a extração do pau-brasil, que era obtido mediante troca com 
os índios. O pau-brasil foi o primeiro monopólio estatal do Brasil. Só a 
metrópole portuguesa podia explorá-lo ou transferir a exploração a terceiros. 
Como foi o caso em 1502, em que sua exploração foi arrendada a um 
grupo de comerciantes liderados pelo cristão novo Fernando de Noronha. 
Portugueses e franceses utilizaram inicialmente a mão de obra indígena na 
exploração do pau-brasil.
A partir de 1530, Portugal deu início a colonização efetiva do Brasil. Nesse 
sentido, a expedição de Martim Afonso de Souza ficou responsável pela 
ocupação das terras brasileiras. O objetivo dessa expedição era expulsar os 
franceses da costa do pau-brasil e desenvolver a exploração e reconhecimento 
do território. Além disso, pretendia-se tomar posse dos lugares que viessem 
a descobrir, organizar núcleos de povoamento e doar terras para aqueles 
que quisessem se estabelecer.
Em 1534, D. João III determinou a criação das capitanias hereditárias. 
O Brasil foi dividido em quinze territórios sendo estes entregues aos 
capitães-donatários. Eram eles representantes da pequena nobreza, os 
burocratas e os comerciantes que de alguma forma tinham ligações com 
a Coroa Portuguesa. Entre eles não figurava nenhum representante da 
grande nobreza, pois os negócios na Índia eram mais lucrativos; não era 
interessante investir no novo e praticamente desconhecido território. As 
capitanias hereditárias representaram uma tentativa de colonização tendo 
como objetivo integrar a colônia à economia mercantil europeia.
Das quinze capitanias somente duas prosperaram: a de São Vicente e a 
de Pernambuco. Essa prosperidade se deve a combinação da atividade 
açucareira e um relacionamento menos agressivo com as tribos indígenas.
Em 1549, D. João III decidiu criar o governo-geral no Brasil. Este iria 
representar a organização administrativa da colônia. Os objetivos eram de 
garantir a posse territorial da nova terra, colonizá-la e organizar as rendas da 
Coroa. A cidade de Salvador passou a ser a capital do Brasil até 1763.
O Brasil viria a ser uma colônia cujo objetivo seria o de fornecer ao comércio 
europeu gêneros alimentícios ou minérios de grande importância no 
mercado. 
Três aspectos caracterizaram o Brasil no período colonial: 
1º a empresa comercial com base na monocultura voltada para o mercado 
externo;
2º o regime da grande propriedade (latifúndio);
3º o trabalho escravo.
Monopólio estatal é o nome 
dado a um determinado tipo 
de atividade econômica que so-
mente o governo tem o direito 
de realizar. Um exemplo é o tra-
balho dos Correios - Empresa do 
governo federal responsável pela 
distribuição de correspondência e 
encomendas no Brasil.
Cristão-novo era o termo dado 
ao judeu convertido ao catolicis-
mo sob determinação da Coroa 
Portuguesa aos judeus que vi-
viam no país.
e-Tec Brasil27
3.1 A sociedade colonial
A sociedade brasileira, bem no começo da colonização, era formada a partir 
de alguns critérios como a pureza de sangue. Não eram considerados puros 
de sangue os cristãos-novos (judeus convertidos ao catolicismo), os negros, 
mestiços e os índios. De uma forma bem geral, a sociedade era formada por 
2 grande grupos: escravos de um lado e homens livres de outro (nesse caso 
entravam brancos, mulatos, religiosos, artesãos e camponeses). Perceba, 
meu caro estudante, que dificilmente havia alguém classificado como classe 
média, como temos hoje em dia. 
Na região mineira (atual Minas Gerais) e em outros centros urbanos, 
como Salvador e Rio de Janeiro, formou-se uma burocracia administrativa, 
de letrados e pessoas que se dedicavam às chamadas profissões liberais, 
por exemplo, a advocacia. Na região mineira, a sociedade apresentava 
características mais urbanas, possuindo um caráter mais democratizante, 
considerando a existência de setores médios como tropeiros, comerciantes, 
representantes do clero, funcionários da Coroa, profissionais liberais, artistas 
e artesãos. Foi nessa região que surgiram importantíssimas cidades: Ouro 
Preto, Mariana, São João Del-Rey, Congonhas do Campo, entre outras que 
atualmente se constituem em rico tesouro cultural do Brasil.
Você já foi a algumas dessas cidades? Vale a pena! Conhecê-las é 
como viajar no tempo... viajar na História e entrar num túnel do 
tempo do Brasil colonial. Que tal? 
Ser senhor de engenho era uma posição social de destaque, enquanto o 
comércio era considerado uma profissão menos digna. Os artesãos também 
eram depreciados, pois o trabalho, sobretudo o manual, era visto como 
uma atividade inferior. As classes dominantes eram formadas por grandes 
traficantes, grandes proprietários rurais e grandes comerciantes. 
Além do critério da pureza de sangue existia também outra forma de divisão 
social que era baseada na religião. Os súditos da Coroa que moravam no 
Brasil eram os católicos, mas havia também aqueles que eram considerados 
mais ou menos católicos. Estes eram, por exemplo, os cristãos-novos, judeus 
convertidos ao cristianismo por imposição da Coroa Portuguesa em 1497.
Outra forma de divisão social era entre homens e mulheres. A ideia de 
família na Colônia estava vinculada ao modelo patriarcal, tendo o homem 
como chefe de família, característica da classe dominante principalmente 
da região Nordeste.
Classe média é aquele grupo 
de pessoas de um determinado 
país que ganham salário ou ren-
da, intermediária entre ricos e 
pobres, ou seja, não são pobres, 
mas também não tem padrão de 
consumo dos mais ricos do país.
O modelo patriarcal de família 
é aquela em que o homem é o 
“cabeça” da família. Aquele que 
nutre econômica e fisicamente 
o lar. Claro que atualmente, em 
pleno século XXI existem famílias 
comandadas por mulheres, ou 
famílias em que homem e mu-
lher dividem por igual às respon-
sabilidades do lar. Qual é o seu 
modelo?
Aula 3 - O Brasil colônia (1500 à 1822)
Históriae-Tec Brasil 28
A maior parte da população colonial viveu no campo. As poucas cidades que 
se desenvolviam dependiam do campo. Nas cidades moravam mecânicos, 
mercadores, oficiais de justiça e de outras áreas da administração pública. 
3.2 Vida econômica no Brasil colonial
O período colonial brasileiro não foi feito apenas de açúcar e pau-brasil. Ou 
será que foi? Que você acha?
É claro que não! Muitos produtos foram produzidos nos primeiros anos de 
colonização portuguesa no Brasil: fumo, algodão, cachaça, ervas do sertão, 
entre outras. Vamos conhecer um pouco mais das riquezas que as terras 
brasileiras produziram.
A empresa açucareira foi a principal responsável pela ativação 
socioeconômica do Nordeste. Fatores climáticos, geográficos, políticos e 
econômicos explicam o destaque do açúcar naquela região. A produção 
de gêneros alimentícios, principalmente a mandioca e a criação de gado 
estavam vinculadas também à economia do açúcar.
A aguardente era um subproduto do engenho açucareiro. O fumo foi o 
segundo maior produto de exportação. A criação de gado começou próximo 
dos engenhos e mais tarde essa atividade voltou-se mais para o interior da 
colônia. A pecuária foi responsável pela interiorização do território brasileiro. 
As drogas do sertão eram os produtos extraídos da floresta amazônica 
e representaram importante fator para a exploração e ocupação daquela 
região. O algodão, cultivado no Maranhão, também teve um relativo 
crescimento no final do século XVIII.
A mineração se deu na região que compreende atualmente os estados de 
Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, onde ocorreu a extração do ouro e dos 
diamantes. Essa região que era inexplorada até fins do século XVII passou 
a receber uma multidão depessoas vindas da Europa e também de outras 
regiões da colônia, principalmente de paulistas.
Atividade de aprendizagem
1. Complete a cruzadinha:
a) Atividade econômica muito forte em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás 
na fase de colonização do Brasil.
b) Região brasileira onde o açúcar foi um produto importantíssimo no Brasil 
colonial.
c) Judeu convertido ao cristianismo era chamado.
Assista o documentário sobre o 
Brasil Colônia produzido pela 
TV Escola narrado pelo histo-
riador Bóris Fausto. Ao assistir 
o documentário perceba de que 
maneira a história brasileira foi 
sendo moldada pela forma de ex-
ploração da terra e das riquezas 
que os portugueses encontram 
por aqui.
e-Tec Brasil29
d) Modelo de organização familiar em que o homem é o chefe.
respostas da cruzadinha: a) mineração; b) nordeste; c) cristão-novo; d) patriarcal.
2. Atualmente quais são as atividades econômicas existentes em sua re-
gião? Elas são as mesmas atividades do período da colonização?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
3. Na região onde você mora existem áreas de preservação ambiental? 
Como é a relação entre meio ambiente e a questão econômica?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Resumo
Nessa aula você viu que:
•	 O período colonial representa a primeira fase da História do Brasil
•	 A partir de 1530, a Coroa Portuguesa passou a ocupar efetivamente 
a colônia a partir do desenvolvimento de atividades econômicas de 
interesse do mercado externo.
•	 A organização político-administrativa, econômica, social e cultural no 
Brasil colônia era determinada por Portugal.
Aula 3 - O Brasil colônia (1500 à 1822)
Aula 4 - A escravidão indígena e 
africana no Brasil colonial
e-Tec Brasil31Aula 4 - A escravidão indígena e africana no Brasil colonial
Nessa aula você vai estudar sobre o tema da escravidão no Brasil 
colonial. Índios e negros foram escravizados no Brasil colonial. Os 
objetivos dessa aula são analisar os fundamentos da escravidão 
indígena e africana e identificar o papel que o trabalho escravo, 
inicialmente indígena e posteriormente africano, exerceu no 
sistema colonial.
Em 1757, teve fim no Brasil colonial a escravização do índio. O trabalho 
escravo do negro foi abolido em 1888 com a Lei Áurea assinada pela Princesa 
Isabel. Assim, durante mais de 120 anos o Brasil, oficialmente, não possui 
nenhum regime de trabalho escravo. Vamos conhecer um pouco mais da 
história da escravidão indígena e negra no Brasil. Mas antes de estudarmos 
a escravidão no passado cabe uma pergunta: ainda é possível encontrar no 
Brasil - nos dias atuais - situações semelhantes ao regime de trabalho escravo 
encontrados no passado? O texto “Meninos são libertados de trabalho 
análogo à escravidão” foi publicado em 7 de setembro de 2010. Vamos 
ler?
Ao realizar a leitura perceba os seguintes pontos:
•	 local onde o trabalho escravo foi flagrado;
•	 que tipo de atividade os trabalhadores realizavam;
•	 qual ação foi realizada pelo Estado (governo);
•	 havia crianças no local?
Meninos são libertados de trabalho análogo à escravidão
Fiscalização encontrou 19 trabalhadores em condições análogas à escravidão 
na extração vegetal de erva-mate na cidade de Palmas (PR). Três meninos 
estavam entre as vítimas. Eles tinham respectivamente apenas 12, 13 e 15 
anos de idade.
A situação foi descoberta pelo grupo móvel de fiscalização - com participação 
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do 
Trabalho do Paraná (MPT-PR) e da Polícia Federal (PF) - em operação realizada 
no começo de agosto deste ano numa fazenda no município de Palmas (PR). 
Análogo: semelhante a certo 
aspecto, comparável.
Históriae-Tec Brasil 32
Os trabalhadores estavam alojados em barracos de lona e sem camas. Dormiam 
em colchões dispostos diretamente sobre o chão de terra batida. Junto com 
esses empregados submetidos ao trabalho escravo contemporâneo, três 
famílias dividiam as oito barracas instaladas improvisadamente no meio da 
mata.
Não havia instalações sanitárias adequadas e a água utilizada pelos 
empregados era retirada da mesma fonte  onde os cavalos da fazenda 
matavam a sede.
Como recebiam por produção, a jornada de trabalho era de domingo a 
domingo, sem o descanso exigido por lei. Nenhum deles tinha registro na 
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Eles tinham de permanecer 
à disposição do empregador mesmo quando não trabalhavam nos dias de 
chuva e ficavam sem remuneração.
Os libertados também não recebiam equipamentos de proteção individual 
(EPIs). Até mesmo os adolescentes trabalhavam sem luvas. As ferramentas 
também tinham de ser providenciadas pelos próprios trabalhadores.
A auditoria fiscal do trabalho que coordenou a operação, conta que o grupo 
mais antigo de empregados estava trabalhando na fazenda em condições 
de flagrante degradância desde dezembro de 2009. Outros, porém, tinham 
chegado ao local em julho deste ano. Todos eram de Palmas (PR) e Clevelândia 
(PR) e voltavam para casa a cada 15 ou 20 dias, quando recebiam seus 
“salários”.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/meninos-sao-libertados-de-trabalho-analogo-a-escravidao 
(texto adaptado) 
Acesso em 13 /12/2010
Em Brasília, integrantes do MST promoveram ato público em frente ao 
Congresso nacional pedindo aprovação da PEC do Trabalho Escravo. (José 
Cruz / ABr)
Figura 4.1 - Ato público do MST
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
e-Tec Brasil33
Para refletir!
Escravidão Indígena
Como o início da colonização do Brasil, os portugueses tinham a necessidade 
de empreender um modelo de exploração econômica das terras que fosse 
capaz de gerar lucro em pouco tempo. Para tanto, precisariam de uma 
ampla mão de obra capaz de produzir riquezas em grande quantidade e, 
dessa forma, garantir margens de lucro cada vez maiores para os cofres 
da Coroa Portuguesa. Contudo, quem poderia dispor de sua força de 
trabalho para tão ambicioso projeto?
Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já 
estabelecido com os índios na atividade de extração do pau-brasil. Os 
índios realizavam essa extração por meio de um trabalho esporádico 
recompensado pelos produtos trazidos pelos lusitanos na prática do 
escambo. Em contrapartida, o trabalho nas grandes propriedades exigia 
uma rotina de trabalho longa e disciplinada que ia contra os hábitos 
cotidianos de boa parte dos indígenas.
Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais 
epidemias contraídas no contato com o homem branco e ruptura com 
a economia de subsistência dos indígenas impedia a viabilidade desse 
tipo de escravidão. Ao mesmo tempo, devemos levar em conta que o 
controle sobre os índios escravizados era bem mais difícil tendo em vista 
o conhecimento que tinham do território. Dessa forma, a vigilância se 
tornava algo bastante complicado.
Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica e social, 
a escravidão indígena também foi extensamente combatida pela Igreja no 
ambiente colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, os religiosos que 
aportavam em terras brasileiras se envolveram em uma série de disputas 
para defender os indígenas dos colonos portugueses, que os queriam 
transformar em escravos.
Apesar de sua influênciae autoridade, muitos padres foram explicitamente 
afrontados pela ganância de colonos que saíam pelo território em busca 
de índios. Na maioria das vezes, a escravidão indígena servia como 
alternativa à falta e o alto custo de um africano. Preferencialmente, os 
colonos atacavam as populações indígenas ligadas às missões jesuíticas, 
pois estes já se mostravam habituados à rotina e aos valores da cultura 
ocidental.
Aula 4 - A escravidão indígena e africana no Brasil colonial
Históriae-Tec Brasil 34
Mediante a forte pressão dos religiosos, Portugal proibiu a captura de 
índios por meio de uma Carta Régia emitida no ano de 1570. Segundo 
esse documento, os índios só poderiam ser presos e escravizados em 
situação de guerra justa. Ou seja, somente os índios que se voltassem 
contra os colonizadores estariam sujeitos à condição de escravos. Por 
meio dessa medida, os colonizadores conseguiram manter a escravidão 
indígena durante todo o período colonial.
A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, momento 
em que o marquês de Pombal estabeleceu um conjunto de transformações 
na administração colonial. Em 1757, proibiu a escravidão indígena e 
transformou algumas aldeias em vilas submetidas ao poderio da Coroa.
Fonte: http://www.brasilescola.com/historiab/escravidao-indigena.htm 
(Texto Adaptado)
Acesso em 13/12/2010
Do descobrimento até por volta de 1532 não houve nenhum tipo de 
escravidão no Brasil. Portugueses e franceses conseguiam obter o pau-brasil, 
dentre outros produtos naturais, através da prática do escambo, ou seja, 
por meio de troca com os indígenas. A escravidão indígena teve início com o 
desenvolvimento da lavoura açucareira. A partir da segunda metade (1551-
1600) do século XVI, os portugueses começaram a substituir o indígena 
pelos escravos africanos. A troca se deu porque a captura dos índios só 
gerava lucros para os colonos fixados no Brasil, já a escravidão negra viria 
a ser um comércio altamente lucrativo para os europeus, gerando ainda 
fortunas e trocas entre o continente europeu, africano e americano. Além 
disso, a Coroa e os padres jesuítas se colocaram contrários à escravidão dos 
índios e ao mesmo tempo defensores do tráfico negreiro. 
4.1 Quais são as razões que poderiam 
explicar o surgimento da escravidão de 
negros africanos no Novo Mundo?
O historiador Ciro Flamarion Cardoso, citando o sociólogo Otávio Ianni, 
apresenta algumas dessas possíveis respostas. A primeira delas é que o 
regime de trabalho fundado na utilização do trabalhador livre, assalariado, 
não pôde constituir-se, pois as disponibilidades de vastas superfícies de terras 
impossibilitariam a retenção do indivíduo na “empresa”. Em segundo lugar, 
nem a Metrópole e nem mesmo a Colônia dispunham de trabalhadores 
livres em número suficiente para atender às atividades produtivas que se 
inauguravam ou se expandiam nas diversas regiões da Colônia, pois “o 
trabalho assalariado não é possível sendo escassos os trabalhadores, em 
atividades de baixo nível técnico”. E por último, à escassez de trabalhadores 
e-Tec Brasil35
livres contrapunha-se a uma oferta elástica de escravo. “Os aborígenes e 
os africanos constituíram estoques inesgotáveis de força de trabalho para 
exigências de toda a Colônia”, conta Ciro F. Cardoso.
A partir do século XVII (ano 1601 a 1700), a mão de obra escrava africana 
passou a ser utilizada de forma geral, em diversos setores, para além da 
monocultura de exportação. Segundo o historiador Luiz Geraldo Silva, no 
litoral Norte de Pernambuco, antes de 1630, já havia, em Olinda, um número 
ponderável de escravos exclusivamente empregados na pesca marítima e 
litorânea.
Atenção!!!
A escravidão de africanos na América consumiu cerca de 15 milhões ou 
mais de homens e mulheres arrancados de suas terras. O tráfico de escravos 
através do Atlântico foi um dos grandes empreendimentos comerciais e 
culturais que marcaram a formação do mundo moderno e a criação de um 
sistema econômico mundial. A participação do Brasil nessa trágica aventura 
foi enorme. Para o Brasil, estima-se que vieram perto de 40% dos escravos 
africanos. Aqui, não obstante o uso intensivo da mão de obra cativa indígena, 
foram os africanos e seus descendentes que constituíram a força de trabalho 
principal durante os mais de trezentos anos de escravidão. E a escravidão 
penetrou cada um dos aspectos da vida brasileira. Além de movimentarem 
engenhos, fazendas, minas, cidades, plantações, fábricas, cozinhas, salões, 
os escravos da África e seus descendentes imprimiram marcas próprias 
sobre vários outros aspectos da cultura material e espiritual deste país, sua 
agricultura, culinária, religião, língua, música, artes, arquitetura... A lista é 
longa e já estamos cansados de ouvi-la. 
REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 
1996, p. 9. 
Atividade de aprendizagem
1. Você tem conhecimento sobre a existência de trabalho semelhante à es-
cravidão no seu estado, na região onde você mora? Em caso positivo, 
como essa informação chega ao conhecimento da população?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Aula 4 - A escravidão indígena e africana no Brasil colonial
Históriae-Tec Brasil 36
Resumo
Nessa aula você tomou conhecimento que:
•	 Ainda existe a prática da exploração da mão de obra em situações 
semelhantes ao trabalho escravo
•	 As formas de escravidão que existiram no Brasil: a indígena e a negra 
africana
•	 As diferentes atividades econômicas desenvolvidas pelos escravos.
Aula 5 - A vinda da família real 
portuguesa para o Brasil (1808)
e-Tec Brasil37Aula 5 - A vinda da família real portuguesa para o Brasil (1808)
Nessa aula você vai estudar sobre a vinda da família real portuguesa 
para o Brasil. Os objetivos dessa aula são identificar os motivos que 
levaram a Corte portuguesa a se transferir para o Brasil em 1808 
e destacar as consequências da transferência dessa corte para o 
Brasil.
No início do século XIX (ano 1801 a 1900) o contexto colonial ligava-se 
com as questões externas. Na Europa, devido ao Bloqueio Continental, 
Napoleão Bonaparte determinou a ocupação de Portugal que resistia em 
aderir às imposições francesas devido à sua dependência à economia 
inglesa. Este fato originou a fuga da família real portuguesa para o Brasil, 
sua principal colônia, com o apoio do governo inglês.
Saída pelo mar
O exército de Napoleão às portas da fronteira portuguesa. Espreitando o 
porto da capital de Portugal: Lisboa, navios ingleses prontos para atacar. 
Do outro lado do oceano, a enorme e rica colônia brasileira exposta a 
uma possível invasão. Pressionado por duas potências rivais, a escolha de 
Portugal era das mais difíceis. Qual fosse a decisão, o castigo do inimigo era 
certo. Pois naquele fim de 1807, o que se viu foi uma fuga. Uma fuga em 
massa de nobres que se apinharam no porto em busca de lugares nas naus 
que rumariam para o Brasil. Historiadores do século XX demonstram que 
a transferência da Corte não foi nada improvisada. Cogitada em diversas 
outras ocasiões, a mudança deve ser entendida de acordo com a política 
externa lusitana do período. O reino optava pela neutralidade nos conflitos 
diplomáticos para evitar choques maiores com as duas principais potências 
políticas e militares da época: França e Inglaterra. A primeira desfrutava de 
poderio terrestre, enquanto a segundagozava de supremacia marítima. 
Muitas vezes, entretanto, era impossível manter a neutralidade - daí a 
necessidade de eleger uma aliança mais sólida.
Havia aqueles que defendiam a opção pela França, a aproximação com o 
regime napoleônico, o que se tornou insustentável em 1807, quando se 
intensificaram as ameaças inglesas e francesas. A coligação com a Inglaterra é 
explicada basicamente pelo temor de um ataque às colônias (principalmente 
o Brasil), diante do forte poderio naval britânico. O primeiro-ministro inglês 
O Bloqueio Continental foi o 
ato determinado por Napoleão 
Bonaparte para que nenhum país 
europeu aliado à França realizas-
se comércio com o reino da Ingla-
terra. O objetivo era derrotar a In-
glaterra pela economia, visto que, 
Bonaparte não tinha conseguido 
derrotá-la pela força das armas.
O Brasil em 1808
Ao chegar ao Brasil, a corte en-
controu uma colônia atrasada e 
ignorante. Às vésperas da chega-
da da corte ao Rio de Janeiro, o 
Brasil era um amontoado de regi-
ões com pouco contato, isoladas 
umas das outras, sem comércio 
nem qualquer outra forma de re-
lacionamento. O mapa do Brasil 
de 1808 já era muito semelhante 
ao atual.
(...)
A maioria da população ainda se 
concentrava no litoral. Com um 
imenso território virgem, escas-
samente povoado, o Brasil tinha 
pouco mais de três milhões de 
habitantes (...). De cada três bra-
sileiros, um era escravo. A popu-
lação indígena era estimada em 
800 000 pessoas. Era uma popu-
lação analfabeta, pobre e carente 
de tudo.
Fonte: http://www.lauren-
tinogomes.com.br/livro.
php?id=2024
Acesso em 14/12/2010
Históriae-Tec Brasil 38
defendia abertamente, em hipótese de uma aliança luso-francesa, a invasão 
do Brasil.
De qualquer forma, estava claro que, na iminência de um ataque, a mudança 
seria a melhor opção para preservar o trono português, independentemente 
de que lado se fizesse a aliança. Mas era hora de decidir. O conflito na 
Europa se agravava, e o debate político em Portugal buscava uma definição: 
afinal, a quem se aliar? À França ou à Inglaterra? Em julho de 1807, 
Napoleão Bonaparte (1769-1821), imperador da França, insistiu que o 
governo português prendesse e seqüestrasse os bens dos súditos britânicos, 
fornecesse dinheiro para sustentação da guerra. E deu como prazo-limite 
1º de setembro. A Inglaterra, por sua vez, estacionou navios na frente de 
Lisboa, sufocando o comércio e ameaçando uma intervenção militar.
Longe de ter sido uma fuga impensada, a transferência da sede do governo 
português para seus domínios americanos possibilitou a permanência do 
trono de Portugal nas mãos da Casa de Bragança. Do outro lado do Atlântico, 
inaugurou um novo momento na história do Brasil: 
A chegada da família real ao Brasil. 
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1344 
Texto adaptado Acesso em 13/12/2010
A presença da Corte portuguesa no Brasil vai de 1808 a 1820 e trouxe muitas 
transformações na vida da sociedade brasileira:
•	 a abertura dos Portos; 
•	 a fundação do Banco do Brasil 
•	 a criação da Casa da Moeda; 
•	 a instituição das escolas superiores; 
•	 a criação do Jardim Botânico e de institutos científicos; 
•	 a liberação da imprensa; 
•	 a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. 
Essas modificações representaram um dos primeiros passos do processo de 
independência, considerando o fim do Pacto Colonial que unia metrópole 
(Portugal) e colônia (Brasil). 
Para saber mais sobre a transfe-
rência da família real portuguesa 
para o Brasil, leia a obra 1808 de 
Laurentino Gomes, Ed. Planeta 
do Brasil, 2008 
e-Tec Brasil39
Figura 5.1: Paço Real, atual Paço Imperial, na Praça XV, na cidade do Rio de 
Janeiro, aquarela de Debret, 1834.
Fonte: Revista de História, ano 1/nº11, set. 2004 p. 15.
Quando chegou ao Rio, D. João instalou-se na Casa dos Governadores (atual 
Paço Imperial, na Praça XV), mas ela logo se mostrou acanhada demais para 
abrigar a família real, a corte e seu séquito de empregados. À beira do cais, no 
centro da cidade, o local vivia cercado de curiosos, era ruidoso, malcheiroso e 
lamacento, acolhendo os detritos que escorriam das montanhas quando das 
fortes chuvas. Logo D. João mudou-se para um palácio em São Cristóvão, 
cinco quilômetros a oeste do centro, presenteado por Elias Antônio Lopes, 
um rico português, negociante de escravos. 
Nossa História. A construção do Brasil: fatos, pessoas e ideias que formaram a nação. 2006. p. 52. 
A partir da vinda da corte portuguesa para o Brasil fica bem evidente a 
presença inglesa no Brasil. A Abertura dos Portos (1808) e a assinatura dos 
Tratados de 1810 favorecem diretamente a Inglaterra que passa a controlar 
o mercado brasileiro.
De acordo com João Paulo Pimenta, o pleno significado da abertura dos 
portos do Brasil ao comércio internacional deve ser buscado em meio a 
um grande processo de redefinições estruturais que atingia todo o mundo 
ocidental desde meados do século XVIII (ano 1701 a 1800). Parte integrante 
desse movimento, defende Pimenta, a América portuguesa observa, a partir 
de 1808, o início da liquidação de algumas de suas estruturas coloniais que 
resultará, em 1822, na Independência do Brasil. 
Atividade de aprendizagem
1. Qual foi a consequência do Bloqueio Continental, imposto por Napoleão 
Bonaparte a Portugal?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2. Escreva (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa. 
(___) A chegada da família real portuguesa ao Brasil ocorreu em 1908;
(___) O Bloqueio Continental imposto pelo Czar Ivan, o terrível obrigou a 
família real de Portugal a viajar para o Brasil.
Veja o filme Carlota Joaquina - 
princesa do Brazil (escrito com 
“z”, pois é assim que nosso país 
é conhecido internacionalmente), 
de Carla Camurati, 1994.
Sinopse: Um retrato da vida de 
Carlota Joaquina, a espanho-
la que conheceu o príncipe de 
Portugal com apenas dez anos 
e se decepcionou com o futuro 
marido. Sempre mostrou dispo-
sição para seus amantes e pelo 
poder; e se sentiu muito contra-
riada quando a corte portuguesa 
veio para o Brasil, tendo uma 
grande sensação de alívio quan-
do foi embora novamente para 
Portugal. Perceba nesse filme as 
roupas utilizadas pelos atores, o 
clima de choque entre a cultura 
portuguesa e os costumes do Rio 
de Janeiro.
A vinda da família real ao Brasil 
mudou tudo. A abertura dos por-
tos (1808), o Alvará de 1º de abril 
de 1808, que revogou o de 1785, 
permitindo as manufaturas, e a 
elevação do Brasil à categoria de 
Reino Unido (1815) extinguiram 
o regime colonial para todos os 
efeitos.
Entretanto, tais medidas não sig-
nificaram a eliminação de todos 
os problemas. Para o nordeste, 
por exemplo, a situação havia 
mudado muito pouco com a vin-
da da Corte, pois ser administra-
do a partir de Lisboa ou do Rio 
de Janeiro tinha o mesmo efeito. 
Em ambos os casos, a população 
era obrigada a arrecadar pesados 
impostos que eram enviados para 
o sustento da corte, da burocra-
cia e das tropas. Em 1817, em 
resposta a essa situação, eclodiu 
um movimento separatista em 
Pernambuco - a Revolução de 
1817 -, no qual desempenharam 
importante papel tanto o regio-
nalismo quanto as influências re-
volucionárias de origem francesa.
Fonte: KOSHIBA, L.; PEREIRA, D. 
M. F. História geral e Brasil: 
trabalho, cultura, poder. 1 ed. São 
Paulo: Atual, 2004. p. 274. 
Aula 5 - A vinda da família real portuguesa para o Brasil (1808)
Históriae-Tec Brasil 40
(___) A fundação do Banco do Brasil foi uma das primeiras medidas da Corteportuguesa ao chegar ao Brasil.
(___) A vinda da família real ajudou o Brasil no processo de independência.
(___) A chegada da corte fez com que o Brasil deixasse de ser colônia e 
passasse a ser considerado como Reino Unido à Portugal.
Resumo
Nessa aula você estudou:
•	 Fugindo do exército de Napoleão Bonaparte que ameaçava a invasão de 
Portugal a família real juntamente com a corte portuguesa veio para o 
Brasil em 1808.
•	 A presença da corte portuguesa provocou uma série de mudanças de 
ordem política, econômica, social e cultural no Brasil.
•	 Em 1821, Dom João VI é pressionado a voltar para Portugal e esse mesmo 
ano marca o início da regência do príncipe Dom Pedro.
Aula 6 - A crise do sistema colonial
e-Tec Brasil41Aula 6 - A crise do sistema colonial
Nessa aula você deverá perceber como aconteceu a crise do 
sistema colonial e identificar alguns acontecimentos históricos que 
exemplificam como se deu a decadência do sistema. Os objetivos 
dessa aula são analisar as influências externas que a elite da Colônia 
sofreu e concluir que as rebeliões ocorridas na colônia indicavam 
a emergência de um processo de ruptura com a metrópole, cujo 
desfecho seria a independência.
A partir da metade do século XVII (ano 1601 a 1700) começaram a surgir 
os chamados “movimentos nativistas” que ocorreram como uma reação 
contrária às imposições dos sistemas coloniais. Esses movimentos tinham 
um caráter local, não chegaram a representar um movimento em âmbito 
colonial, nem tampouco ocorreram tendo em vista a independência e 
tiveram muitas vezes motivação econômica. 
Mas perceba que são os primeiros movimentos que desafiaram a Coroa 
Portuguesa e deram início a algum tipo de mobilização dessa população que 
estava se fixando no Brasil.
Quadro 6.1 - Principais características dos Movimentos Nativistas
MOVIMENTOS NATIVISTAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Aclamação de Amador Bueno
(São Paulo / 1641)
Tinha como objetivo a instalação de um reino em São Paulo
Revolta de Beckman
(Maranhão / 1684)
Escassez de mão de obra para a lavoura açucareira
Altos juros cobrados pela Companhia de Comércio do Maranhão
Guerra dos Emboabas
(Minas Gerais / 1708-1709)
Disputa pela posse das minas entre bandeirantes paulistas e forasteiros 
vindos de Portugal ou de outras regiões da colônia
Guerra dos Mascates
(Pernambuco / 1710-1714)
Disputa entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes de Recife
Revolta de Felipe dos Santos
(Minas Gerais / 1720)
Revolta contra a criação das Casas de Fundição e a cobrança de altos 
tributos
Fonte: Elaborado pelos autores
Nas últimas décadas do século XVIII (ano 1701 a 1800) ocorreram 
transformações significativas no mundo ocidental. O Antigo Regime, 
ou seja, a forma de governar caracterizado pelas monarquias absolutistas 
existentes na Europa desde o século XVI (ano 1501 a 1600) entrou em crise. 
Para a burguesia industrial o sistema colonial era visto como uma herança da 
estrutura medieval e uma barreira para o desenvolvimento do capitalismo. 
Burguesia é o termo que repre-
senta um determinado grupo de 
pessoas que tem como atividade 
principal o comércio, a indústria 
ou mesmo financeiras.
Pensamento ilustrado é aque-
le ligado ao movimento Iluminis-
ta que defendia, de uma forma 
geral, que as pessoas eram iguais 
entre si e tinham, portanto os 
mesmos direitos. Este movimento 
foi fortemente atacado pelos reis 
autoritários que não aceitavam a 
condição de “iguais” com pesso-
as do povo.
Liberalismo é uma forma de 
pensar e de agir. Possui duas 
características muitos importan-
tes: a política e a econômica. Na 
política, o liberalismo prega que 
todos devem ter os mesmos di-
reitos e os mesmos deveres. Na 
economia, o liberalismo defende 
que o governo não deve interferir 
nas áreas econômicas deixando 
espaço para os empresários.
Históriae-Tec Brasil 42
As ideias defendidas pela burguesia, o pensamento ilustrado e o 
liberalismo, começaram se expandir por todo o mundo ocidental.
O Iluminismo passou a fazer muitas críticas ao pacto colonial. O pensamento 
iluminista e o liberalismo defendiam a necessidade de uma nova estrutura 
nas colônias para se adequar às novas exigências da economia mundial.
Já a partir do século XVIII (ano 1701 a 1800) nas áreas coloniais da América 
ocorreram os chamados “movimentos de independência” que são exemplos 
de como se deu a crise do sistema colonial. O processo de industrialização 
iniciado na Inglaterra no século XVIII (ano 1701 a 1800) acabou por 
desestruturar o sistema colonial, desenvolvido a partir do capital mercantil. 
Existiram fatores internos e externos que explicam o rompimento das áreas 
coloniais com as suas respectivas metrópoles (Exemplo: Brasil foi uma área 
colonial e Portugal foi uma metrópole). Do ponto de vista interno o que 
ocorre é o desdobramento da colonização uma vez que as colônias se 
desenvolvem de alguma forma mesmo a partir da própria exploração que ser 
realiza sobre elas. Nas colônias formam-se as chamadas elites que passam 
a possuir poder sobre a sociedade colonial, por outro lado esta mesma elite 
se subordina aos interesses e às elites da metrópole. O desenvolvimento da 
colônia ocorre mesmo com a opressão cada vez maior da metrópole.
Esses movimentos anteriores à independência tiveram influência do 
pensamento iluminista, da independência dos Estados Unidos (1776). De 
uma forma geral esses movimentos criticavam os altos tributos impostos 
pelo pacto colonial, eram contrários ao intervencionismo do mercantilismo 
metropolitano e se colocaram contrários à política metalista de Portugal.
Duas grandes revoltas aconteceram no Brasil e que contestaram o poder de 
Portugal sobre o Brasil:
•	 Inconfidência Mineira - 1789
•	 Conjuração Baiana - 1798
Tabela 6.1 - Revoltas coloniais
REVOLTAS CAUSAS OBJETIVOS DESFECHO
Inconfidência 
Mineira (1789)
Movimento de caráter elitista rea-
giu à cobrança de altos impostos 
pela Coroa junto aos colonos
Fundar uma capital em São 
João Del Rei, criar universidades 
e indústrias.
Não obteve êxito. Os líderes 
foram presos e exilados. 
Tiradentes foi enforcado e seu 
corpo foi esquartejado.
Conjuração 
Baiana 
(1798)
Fome, miséria, empobrecimento da 
população e discriminação contra 
os negros.
Proclamar uma República tendo 
Salvador como capital e abolir 
totalmente a escravidão
Não obteve êxito. Os rebeldes 
de origem humilde foram pre-
sos, exilados e enforcados.
Fonte:Elaborada pelos autores
Intervencionismo vem do 
verbo “intervir” e é usado para 
marcar a presença do governo na 
economia do país.
Política metalista foi uma prá-
tica econômica muito utilizada 
por Portugal e Espanha, na qual 
seus governantes acreditavam 
que quanto mais ouro e prata 
dentro de um país, mais rico esse 
país seria. É claro que isso hoje é 
totalmente superado.
e-Tec Brasil43
Figura 6.1: Tiradentes, óleo, Décio Villares.
Museu Mariano Procópio
Fonte: CARVALHO, 1990.
Em 1817, ocorreu em Pernambuco uma nova tentativa de emancipação do 
Brasil em relação a Portugal, chamada de Revolução Pernambucana de 1817. 
Esses pernambucanos são revolucionários há muito tempo, não acham?
Em 1821 D. João VI é obrigado a jurar respeito à Constituição portuguesa e 
acaba por voltar definitivamente a Portugal. No Brasil, quem fica governando 
é seu filho D. Pedro, como príncipe-regente. Portugal encontrava-se 
em grande crise econômica e as Cortes tentam assim recolonizar o Brasil, 
assegurando mercado consumidor para os produtos portugueses. As classes 
dominantes no Brasil se colocam contrárias à decisão de Portugal e articulam-
se em torno de D. Pedro que “proclama” a independência do Brasil no dia 
7 de setembro de 1822. Portugal só viria a reconhecera independência do 
Brasil em 1825.
Atenção!!!
A análise da extração social dos revolucionários indica, claramente, que em 
Minas a inquietação está lastreada pela propriedade (de lavras, terras de 
lavoura, de gado e de escravos): a revolução é intentada por homens de 
posse. “Homens de possibilidades”, diria Tiradentes. Por esse motivo é que 
a Revolução das colônias inglesas, orientada pela classe dos proprietários, 
funcionou como estimulante e modelo. A afinidade não se dá por acaso. 
O conceito de “independência” surge mais límpido nas Minas: a situação 
colonial pesa para esses homens proprietários. O modelo é tomado em outra 
área colonial. Por aí é que se entende a grande divulgação de histórias das 
colônias inglesas entre os mineiros: simplesmente porque o problema é mais 
colonial que social.
Assista ao filme Os inconfiden-
tes, de Joaquim Pedro de Andra-
de, 1972.
Sinopse: Procure perceber como 
o diretor do filme passou uma 
outra visão sobre os mitos da his-
tória oficial. Joaquim Pedro colo-
cou trechos de obras poéticas na 
forma de diálogos.
Aula 6 - A crise do sistema colonial
Históriae-Tec Brasil 44
Já na Bahia, em 1798, a inquietação é orientada por elementos de “baixa 
esfera”, pequenos artesãos, ex-proprietários de lavoura de cana, militares de 
baixo escalão. A Revolução é intentada contra a “opulência”. O problema 
é mais social que colonial. O modelo será buscado na história da França, 
em área não-colonial. Por esse motivo é que se verifica em Salvador maior 
frequência de conceitos como o de “riqueza”, “miséria”, “opulência” que 
o de “independência”. De alguma forma o problema social anestesiou as 
consciências revolucionárias baianas, fazendo-as esquecerem-se da situação 
colonial, na medida em que era valorizado um modelo metropolitano 
europeu, qual era o francês. A Revolução, em Salvador, foi intentada por 
camadas não proprietárias, e só nesse sentido foi mais profundo o movimento 
baiano que o de Minas.
MOTA, C. G. A ideia de revolução no Brasil (1789-1801). Petrópolis: Vozes, 1979, pp. 88-90.
Atividade de aprendizagem
1. Analise como se deu a crise do sistema colonial.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2. Elabore uma narrativa histórica de 5 a 10 linhas sobre os temas que con-
siderou mais interessantes nessa aula.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
e-Tec Brasil45
Resumo
Nessa aula você estudou:
•	 A Coroa Portuguesa proibiu a produção industrial na colônia (1785).
•	 A maioria das rebeliões coloniais no Brasil chegou a ocorrer antes mesmo 
da independência dos Estados Unidos (1776) e da Revolução Francesa 
(1789).
•	 As limitações impostas pelo mercantilismo e a escravidão foram os dois 
principais fatores de rebeliões na colônia.
•	 Quanto mais se intensificavam a opressão e a exploração coloniais, os 
movimentos de rebelião tendiam a se radicalizar de forma de violência.
•	 O governo de Dom João VI enfrentou os movimentos rebeldes e em 
1821 foi obrigado retornar a Portugal.
•	 Como forma de reagir à tentativa de recolonização por parte das Cortes 
de Lisboa, foi proclamada a independência do Brasil em 1822.
Aula 6 - A crise do sistema colonial
Aula 7 - A independência das 
colônias Ibero-americanas
e-Tec Brasil47Aula 7 - A independência das colônias ibero-americanas
Nessa aula você estudará sobre o processo de independência das 
colônias ibero-americanas. Serão abordados fatos que marcaram 
uma etapa decisiva na história dos países da América Latina de 
origem espanhola. Os objetivos dessa aula são compreender 
as razões que favoreceram a independência desses países e 
caracterizar o quadro político, econômico e social posteriormente 
à independência em relação à Espanha.
Entre o final do século XVIII (ano 1701 a 1800) e início do século XIX (ano 
1801 a 1900), o absolutismo e o mercantilismo começaram a entrar em 
crise e decadência em grande parte da Europa ocidental. Eram sinais de que 
um novo tempo estava por nascer no qual a indústria, o livre comércio e a 
luta pela igualdade de direitos passaram a caracterizar essa nova fase da 
história.
No final do século XVIII (ano 1701 a 1800) ocorreram acontecimentos que 
refletiram na América espanhola e também na América portuguesa. Vejamos 
alguns deles:
•	 em 1776, as colônias inglesas, denominadas de Treze Colônias, 
declararam a independência em relação à Inglaterra originando assim os 
Estados Unidos da América;
•	 Em 1807 a Inglaterra aboliu a escravidão; 
•	 em 1791 os escravos de São Domingos promoveram várias revoltas que 
conduziram à independência do Haiti. Essa rebelião correspondia com os 
acontecimentos da Revolução Francesa nas colônias americanas. 
•	 entre 1794 a 1802 a escravidão foi extinta em todas as colônias francesas.
Os colonos espanhóis começaram o processo de independência no início 
do século XIX (1801-1900). O grande território até então controlado pela 
Espanha, era formado por quatro grandes vice-reinos e ainda algumas 
capitanias gerais, que posteriormente viriam a se dividir em vários países, 
que hoje são nossos vizinhos. A elite desse território era formada por pessoas 
nascidas na Espanha - os peninsulares ou cabildos - e pelos descendentes 
de espanhóis - os criollos - que eram grandes proprietários de terras e de 
escravos. Essas elites locais perceberam que a Espanha estava enfraquecida 
Absolutismo: é uma teoria polí-
tica que defende que uma pessoa 
(em geral, um monarca) deve ob-
ter um poder absoluto, isto é, in-
dependente de outro órgão, seja 
ele judicial, legislativo, religioso 
ou eleitoral.
Mercantilismo: é o nome dado 
a um conjunto de práticas econô-
micas desenvolvido na Europa na 
Idade Moderna, entre o século 
XV (anos 1401 a 1500) e o fi-
nal do século XVIII (anos 1701 a 
1800).
Históriae-Tec Brasil 48
por causa do conflito com Napoleão Bonaparte e dos ideais revolucionários 
franceses e viram a possibilidade de cortar de forma definitiva os laços que 
uniam as colônias na América com a metrópole espanhola. 
Qual a forma que você imagina que eles utilizaram para isso?
Exatamente. Eles (os cabildos e criollos) lideraram as revoltas de independência. 
E ficaram conhecidos como LIBERTADORES DA AMÉRICA.
O maior campeonato de futebol do continente americano é uma homenagem 
a esses homens que obtiveram a independência desses países da Espanha. 
Homens como Simon Bolívar e San Martin.
Atenção!!!
Observe com atenção os mapas a seguir:

Continue navegando