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1/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia 1. (Fuvest 2020) As tentativas holandesas de conquista dos territórios portugueses na América tinham por objetivo central a) a apropriação do complexo açucareiro escravista do Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses. b) a formação de núcleos de povoamento para absorverem a crescente população protestante dos Países Baixos. c) a exploração das minas de ouro recém‐ descobertas no interior, somente acessíveis pelo controle de portos no Atlântico. d) a ocupação de áreas até então pouco exploradas pelos portugueses, como o Maranhão e o Vale Amazônico. e) a criação de uma base para a ocupação definitiva das áreas de mineração da América espanhola. 2. (Mackenzie 2019) “A grande lavoura açucareira na colônia brasileira iniciou-se com o uso extensivo da mão de obra indígena (...) Do ponto de vista dos portugueses, no período de escravidão indígena, o sistema de relações de trabalho era algo que fora pormenorizadamente elaborado. Tal período foi também aquele em que o contato entre os europeus e o gentio começou a criar categorias e definições sociais e raciais que caracterizaram continuamente a experiência colonial.” (Schwartz, Stuart B. Segredos Internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 2005, p. 57) Sobre o trabalho escravo durante o período colonial é correto afirmar que a) o uso da mão de obra indígena estendeu-se durante todo o período colonial. No primeiro momento, durante a extração do pau-brasil, os portugueses utilizavam o escambo. No segundo momento, a partir da produção canavieira, foi organizada a escravidão dos povos indígenas. b) desde o primeiro contato com os portugueses, os indígenas foram submetidos ao trabalho escravo. Seja na extração do pau-brasil seja na grande lavoura canavieira, o sistema escravista baseado na mão de obra nativa predominou diante de outras formas de trabalho. c) a partir da necessidade de mão de obra para a produção canavieira, os povos indígenas foram submetidos à escravidão. Porém, a partir da chegada dos primeiros grupos de africanos, a escravidão indígena foi paulatinamente abandonada até chegar ao fim em meados do século XVII. d) a escravidão indígena foi implantada durante o chamado Período Pré-colonial e tinha como objetivo usar o máximo de mão de obra para a extração do pau-brasil. Com a implantação da grande lavoura e a chegada dos africanos, a escravidão indígena perdeu força e foi abandonada no século XVIII. e) após utilizar o trabalho indígena com o escambo, os portugueses recorrem à sua escravização. Isso se deve à necessidade portuguesa de mão de obra para a grande lavoura e à indisposição indígena para o trabalho aos moldes europeus. No século XVII, é substituída definitivamente pela escravidão africana. 3. (Uel 2019) O Norte do Paraná só foi integrado à economia nacional nos anos 1930 por meio das ações da Companhia de Terras Norte do Paraná. As populações indígenas que habitavam a região, especificamente a caingangue, pouco tiveram de suas histórias preservadas ou registradas. Sobre a ocupação que antecedeu os caingangue e que pode ser chamada de experiência guaranítica (Séc. XVIXVII), atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) A Gobernación del Assunción ligava-se à região do Reino do Paraguai sob controle espanhol, mas de interesse geopolítico para Portugal. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 1 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 2/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia ( ) Às margens dos rios Paranapanema, Tibagi, Ivaí e Piquiri foram fundadas reduções jesuíticas para o aldeamento dos índios. ( ) A destruição das reduções jesuíticas nessa região deveu-se ao expansionismo paulista que, por meio de bandeiras, fazia a pregação dos indígenas. ( ) A região passou ao domínio português a partir do Tratado de Madri, assinado em 1750, que aboliu o Tratado de Tordesilhas. ( ) A estrada do Peabiru tornou-se um meio estratégico de defesa da população guarani no conflito contra os bandeirantes. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, F, V, F. b) V, V, V, F, F. c) F, V, V, V, F. d) F, F, V, F, V. e) F, F, V, V, V. 4. (Uece 2019) Segundo nos informa Darcy Ribeiro (1995, p.194), em fins do século XVI, a colônia possuía 3 cidades, a maior delas, Salvador, então sede do Governo Geral, contava com aproximadamente 15 mil habitantes; no final do século XVII, salvador tinha em torno de 30 mil habitantes e Recife tinha 20 mil. Ao final do século XVIII, enquanto cidades centenárias como Salvador e Recife tinham por volta de 40 mil e 25 mil habitantes, respectivamente, a jovem cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, elevada à categoria de Vila somente em 1711, já possuía cerca de 30 mil habitantes. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 194. O fenômeno demográfico do rápido crescimento populacional de Vila rica (Ouro Preto) no século XVIII é atribuído a) ao processo de interiorização da colonização portuguesa no Brasil a partir da expansão da atividade pecuarista, por meio das correntes do sertão de dentro, oriunda da Bahia, e do sertão de fora originária de Pernambuco. b) à grande migração de colonos e de pessoas oriundas de Portugal para a região que hoje é Minas Gerais, em função das descobertas de jazidas de ouro e pedras preciosas, o que fez surgirem vários centros urbanos na área. c) ao estímulo ao desenvolvimento da colônia, promovido por Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, secretário de Estado do Reino, sob o reinado de D. José I, que incentivou a indústria e a educação no Brasil. d) à ocupação de vastos espaços do território da colônia por colonos espanhóis das regiões do Potosi e do Rio da Prata, quando ocorreu a União Ibérica (1580-1640), época em que reis hispânicos governaram o reino de Portugal. 5. (Mackenzie 2019) “O resto empório das douradas Minas Por mim o falará: quando mais finas Se derramam as lágrimas no imposto Clama o desgosto de um país decadente. ” (Cláudio Manoel da Costa) O intelectual e advogado, autor da poesia acima, foi um dos integrantes da mais importante revolta colonial brasileira, conhecida como Inconfidência Mineira. Sobre esse movimento podemos afirmar que a) era de natureza nativista e influenciado pelos discursos iluministas. Buscava a proclamação da república, que teria Ouro Preto como capital, também o perdão de todas as dívidas para com a Fazenda Real. b) manifestava-se contra os rigores da política fiscal metropolitana sobre a Capitania das Minas, exercida através da Casa de Contratação, e inspirava-se nos ideais revolucionários franceses. c) visava à independência econômica e à política da Colônia. O levante foi deflagrado quando se Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 2 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 3/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia exigiu o pagamento dos impostos atrasados pelas Casas de Fundição em todo o país. d) era de caráter nacionalista, visando à independência da Colônia e ao rompimento dos lanços com a metrópole, com o livre direito de implantação de manufaturas nas capitanias e ao comércio exterior. e) foi ideologicamente influenciado pelos princípios iluministas, divulgados em Minas por uma elite intelectual e acolhidos pela população local, devido àcrise econômica. 6. (Mackenzie 2018) “(...) Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascoal, e à terra – a Terra de Vera Cruz.” CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta. In: Freitas a el -rei D. Manuel”.In FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1986. V. II, p. 99-100. O texto acima é parte da carta do escrivão, Pero Vaz de Caminha, tripulante a bordo da armada de Pedro Álvarez Cabral, ao rei português D. Manuel, narrando o descobrimento do Brasil. Essa expedição marítima pode ser entendida no contexto socioeconômico da época, como uma a) tentativa de obtenção de novas terras, no continente europeu, para ceder aos nobres portugueses, empobrecidos pelo declínio do feudalismo, verificado durante todo o século XIV. b) consolidação do poder da Igreja junto às Monarquias ibéricas, interessada tanto em reprimir o avanço mulçumano no Mediterrâneo, quanto em cristianizar os indígenas do Novo Continente. c) busca por ouro e prata no litoral americano, para suprir a escassez de metais preciosos na Europa, o que prejudicava a continuidade do comércio com o Oriente. d) conquista do litoral brasileiro e sua ocupação, garantindo que a coroa portuguesa tomasse posse dos territórios a ela concedidos, pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. e) tomada oficial das terras garantidas a Portugal, pelo acordo de Tordesilhas, e o controle exclusivo português da rota atlântica, dando- lhes acesso ao lucrativo comércio de especiarias. 7. (Uece 2018) O governo de Felipe I à frente do reino português (1581-1598) marcou o início da União Ibérica, período em que os dois reinos ibéricos foram governados pelo mesmo soberano, após a guerra de sucessão portuguesa. Este mesmo monarca, chamado Felipe II, na Espanha, originou a dinastia filipina. Em relação ao Brasil, a chegada do rei espanhol ao trono português teve como consequência a) a elevação do Brasil a vice-reino, tal qual os demais vice-reinos que a coroa espanhola possuía na América. b) a ocupação do litoral brasileiro da região Sudeste, no Rio de Janeiro e em São Paulo, por espanhóis. c) a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido à Portugal e à Espanha, o que apressou a independência da colônia. d) a ocupação do litoral nordeste do Brasil pelos holandeses, que pretendiam retomar o comércio do açúcar. 8. (Enem 2018) A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica. VAINFAS. R Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa. Tempo, n. 27, 2009. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 3 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 4/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa seiscentista foi o resultado do(a) a) fraqueza bélica dos protestantes batavos. b) comércio transatlântico da África ocidental. c) auxílio financeiro dos negociantes flamengos. d) diplomacia internacional dos Estados ibéricos. e) interesse econômico dos senhores de engenho. 9. (Uece 2018) No Ceará, durante os séculos XVII e XVIII, formou-se o que o historiador cearense Capistrano de Abreu denominaria como “Civilização do Couro”. Este aspecto característico da colonização cearense está ligado a) ao fato de existir, nas terras cearenses, uma farta manada de gado bufalino natural da região, o que proporcionou, aos nativos locais e aos europeus colonizadores, as condições ideais para explorarem aquela riqueza. b) ao desenvolvimento, após a decadência da produção algodoeira, de uma grande atividade de pecuária de corte e leiteira que, ainda hoje, é uma das maiores do Brasil e sustenta a economia cearense. c) ao processo colonizatório cearense que ocorreu a partir da ocupação pela pecuária, na capitania, através da frente de ocupação do sertão-de-fora, conduzida por pernambucanos, e da frente de ocupação do sertão-de-dentro, controlada principalmente por baianos. d) ao modelo original de ocupação através da pecuária bovina que, saindo do Ceará, ajudou na ocupação do interior nordestino e na colonização dos serrados do centro-oeste, dos pampas do sul do país e do pantanal mato- grossense. 10. (Uece 2018) A História do Brasil colonial apresenta o movimento de entradas, bandeiras e monções como um importante fator para o processo de ocupação das áreas do interior da colônia, uma vez que a ocupação originada da atividade canavieira se limitava, naqueles tempos, aos espaços próximos ao litoral. Atente ao que se diz a seguir sobre essas expedições, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso. ( ) Enquanto as bandeiras eram financiadas exclusivamente pela coroa portuguesa, as entradas eram expedições fluviais privadas que usavam os rios nordestinos. ( ) Os bandeirantes foram importantes personagens na destruição dos quilombos, pois uma das modalidades de bandeirantismo foi a do sertanismo de contrato. ( ) As monções, expedições fluviais que adentravam ao interior da colônia, foram muito importantes na colonização dessa região, partindo do rio Tietê que nasce em São Paulo. ( ) As bandeiras, expedições oficiais de apresamento de indígenas, não tiveram importância na prospecção de metais preciosos como o ouro, que se deu somente através das entradas. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) F, F, V, V. b) F, V, V, F. c) V, F, F, V. d) V, V, F, F. 11. (Uece 2018) Ocorridos entre os meados do século XVII até as primeiras décadas do século XVIII, os movimentos nativistas apresentam-se como os primeiros sinais de uma crise do sistema colonial. Sobre esses movimentos, é correto afirmar que a) tinham como principal objetivo a separação política entre colônia e metrópole, com a autonomia administrativa e a formação de novas nações livres nas regiões onde ocorriam. b) em Minas Gerais, com a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Felipe dos Santos, no Maranhão, Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 4 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 5/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia com a Revolta dos Beckman, e em Pernambuco, com a Insurreição Pernambucana e a Guerra dos Mascates, aparecem as divergências entre os interesses dos colonos e os da metrópole. c) ocorreram somente em locais que vivenciavam crises econômicas, como o Rio Grande do Sul (Farroupilha 1835-1845) e Pernambuco (Revolução Pernambucana de 1817). d) somente a Confederação do Equador, ocorrida no nordeste brasileiro, pode ser tomada como um legítimo movimento nativista, uma vez que não pretendia a separação política em relação a Portugal, mas, somente, maior autonomia administrativa. 12. (Uece 2018) Atente para os excertos apresentados a seguir. “(...) No Brasil atual, ainda se acredita que os amuletos estão associados a cultos afro- brasileiros, o que nem sempre é verdadeiro. Um caso clássico é o da figa. Vinculada a um passado escravista e, por isso, a uma origem africana, é um amuleto antiquíssimo, provavelmente da Europa mediterrânica, e que não teve só a função quehoje se conhece, de trazer sorte e proteger o usuário:(...) E mesmo vindo do Mediterrâneo, foi perfeitamente incorporado aos amuletos afro-brasileiros, evidenciando assim uma mistura de culturas”. PAIVA, Eduardo França. Pequenos objetos, grandes encantos. In: Revista Nossa História. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, ano 1, nº 10, agosto 2004. p.58-59 “(...) A abundância diversificada e o recrudescimento do devocionário privado no Brasil antigo explicam-se, antes de mais nada, pela multiplicidade dos estoques culturais presentes desde os primórdios da conquista e ocupação do novo mundo, onde centenas de etnias indígenas e africanas prestavam culto a panteões os mais diversos. Por se tratar de crenças e rituais condenados pelos donos do poder espiritual, tiveram de ocultar-se no recôndito das matas ou no secreto das casas”. MOTT, Luiz. Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela e o calundu. in: História da vida privada no Brasil: Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras,1997, p.220. A partir dos excertos acima, é correto afirmar que a) não houve uma miscigenação cultural no Brasil, tão forte foi a predominância da cultura europeia e do catolicismo na construção da cultura brasileira. b) o sincretismo religioso é uma marca da cultura brasileira, pois os cultos brasileiros adotaram, desde a colonização, matrizes europeias, africanas e indígenas. c) apesar de diversas etnias indígenas e africanas terem participado da formação cultural brasileira, resta apenas a religiosidade cristã católica europeia em nossa cultura. d) todo o conjunto de crendices e amuletos que ainda hoje são utilizados na crença dos brasileiros é originário só dos cultos afro- brasileiros e foi incorporado à fé cristã. 13. (Uece 2018) Atente para o seguinte excerto: “(...) trocar manufaturas baratas por negros na costa ocidental da África; permutar os negros por matérias-primas nas colônias americanas: por fim, vender as matérias primas na Europa a altos preços, ou seja, a dinheiro contado. Comércio de resultados fantásticos em que o lucro nunca ficava por menos de 300% e podia em certos casos render até 600%”. FREITAS, Décio. O escravismo brasileiro. 2.ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. p.24. Esse sistema de comércio que foi fundamental para a colonização brasileira por Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 5 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 6/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia custear a Coroa portuguesa através da sua taxação é conhecido como sistema a) de comércio liberal. b) de comércio triangular. c) de comércio quadrangular. d) internacional de comércio livre. 14. (Enem PPL 2018) Os próprios senhores de engenho eram uns gulosos de doce e de comidas adocicadas. Houve engenho que ficou com o nome de “Guloso”. E Manuel Tomé de Jesus, no seu Engenho de Noruega, antigo dos Bois, vivia a encomendar doces às doceiras de Santo Antão; vivia a receber presentes de doces de seus compadres. Os bolos feitos em casa pelas negras não chegavam para o gasto. O velho capitão-mor era mesmo que menino por alfenim e cocada. E como estava sempre hospedando frades e padres no seu casarão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa uma opulência de doces finos. FREYRE, G. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985 (adaptado). O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste oitocentista que está evidenciada em: a) Produção familiar de bens para festejar as datas religiosas. b) Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio das elites. c) Circulação regional de produtos para garantir as trocas metropolitanas. d) Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade. e) Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir a tradição portuguesa. 15. (Uece 2018) Leia atentamente o seguinte excerto: “O papel de herói da Inconfidência Mineira cabe ainda a Tiradentes porque ele foi o inconfidente que recebeu a pena maior: a morte na forca, uma vez que o próprio réu, durante a devassa, assumiu para si toda a culpa. Sabe-se, no entanto, que sua morte se deve também em grande parte à acusação dos demais inconfidentes, bem como a sua condição social: pertencente à camada média da sociedade mineira, sem importantes ligações de família, sem ilustração nem boas maneiras”. Cândida Vilares Gancho & Vera Vilhena de Toledo. Inconfidência Mineira. São Paulo, Editora Ática, Série Princípios,1991. p.45. Sobre a Inconfidência Mineira, ocorrida em Vila Rica no período da mineração aurífera, é correto afirmar que a) representou o exemplo de revolta popular contra a dominação colonial portuguesa no Brasil, uma vez que, oriunda das camadas mais humildes de Minas Gerais, inclusive escravos, chegou a contagiar indivíduos pertencentes às mais altas posições sociais. b) foi uma representação dos interesses de grupos da elite local, intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, em livrarem-se do controle e dos impostos cobrados pela coroa portuguesa na região, mas não havia consenso em relação à libertação dos escravos. c) marcou o início do processo de independência do Brasil, baseado na luta armada do povo contra as forças leais a Portugal, e em defesa dos ideais liberais e republicanos, como o fim da escravidão, direito ao voto universal masculino e governo presidencialista. d) apesar de bem sucedida, com a proclamação da independência de Minas Gerais, teve pouco impacto na história do Brasil, uma vez que seus objetivos extremamente populares não foram bem aceitos pelas elites econômicas de outras regiões da colônia. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões), considere o texto abaixo. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 6 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 7/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia Tiradentes era alguém com todas as características e ressentimentos de um revolucionário. Além do mais, ele se apresentava para o martírio ao proclamar sua responsabilidade exclusiva pela inconfidência. Era óbvia a sedução que o enforcamento do alferes representava para o governo português: pouca gente levaria a sério um movimento chefiado por um simples Tiradentes (e as autoridades lusas, depois de outubro de 1790, invariavelmente se referiam ao alferes por seu apelido de Tiradentes). MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa. A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750- 1808. São Paulo: Paz e Terra, 1995, p. 216. 16. (Puccamp 2018) Pode-se afirmar que, a partir da metade do século XVIII, a a) expansão do movimento de autonomia da colônia debilitou os fundamentos do Antigo Regime europeu, estimulou o surgimento do nacionalismo e produziu desdobramentos de cunho político em todo território americano. b) tentativa portuguesa de impedir o desenvolvimento de relações comerciais diretas entre a colônia e os países europeus levou a Inglaterra a auxiliar os inconfidentes mineiros nos movimentos pela libertação da colônia. c) cominação colonial começou a apresentar sintomas de esgotamento, e entrou em fase de reformas que não conseguiram resolver a crise, gerada pela emergência do capitalismo industrial. d) intensa participação popular nos movimentos de libertação colonial, inspirados pelos ideais do despotismo esclarecido, promoveu uma violenta repressão, aos líderes dos revoltosos, pelos exércitos enviados pela metrópole portuguesa. e) elite colonial, que até então pôde enriquecere participar do desenvolvimento colonial, teve seus interesses obstaculizados pelos resultados da guerra portuguesa na região platina e exigia ressarcimento do ônus da guerra. 17. (Uece 2017) Atente ao seguinte enunciado: “Em seu governo, Maurício de Nassau incentivou a produção de açúcar, que havia decaído durante a conquista, com a concessão de financiamentos; também estimulou a agricultura de subsistência, sobretudo da mandioca, para que não faltassem alimentos aos mais pobres. Homem culto e amante das artes, seu governo foi um período de tolerância religiosa entre católicos e protestantes. Seu retorno à Europa e sua substituição por um ‘triunvirato’ – que alterou suas práticas administrativas – fez surgir reações e insurreições por parte dos senhores de engenho”. O enunciado se refere ao período histórico marcado a) pela implantação do Governo-Geral, em 1548, como forma de resolver o fracasso administrativo das Capitanias Hereditárias e garantir a posse e a pacificação da Colônia. b) pelo domínio francês no Maranhão, no qual o governo do Conde Nassau trouxe grandes avanços à cultura canavieira daquela região e o desenvolvimento da cidade de São Luís. c) pelo domínio francês no Rio de Janeiro, que teve na figura de Maurício de Nassau seu grande nome, responsável por desenvolver a economia e a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. d) pelo domínio holandês no Nordeste do Brasil, que se estendeu desde a Bahia até o Maranhão e que teve na administração de Nassau seu período de maior desenvolvimento. 18. (Pucrj 2017) Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 7 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 8/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia As pinturas acima foram produzidas no século XVII por Albert Eckhout, um dos estudiosos que esteve no nordeste brasileiro na corte de Maurício de Nassau, durante a ocupação holandesa. Elas são representações de algumas mulheres encontradas na colônia: a mulher tapuia, a mulher tupi, a mameluca e a mulher negra, respectivamente. A partir de tais referências, assinale a alternativa INCORRETA. a) O contraste entre a mulher tupi e a mulher tapuia sugere que o colonizador mantinha diferentes formas de se relacionar com os indígenas. b) O contraste entre as vegetações são representações fidedignas dos lugares onde essas mulheres eram encontradas. c) O contraste entre vestimentas das mulheres tupi e mameluca sugere que o colonizador identificava diferenças culturais entre elas. d) A presença de crianças na representação das mulheres tupi e negra alude à maternidade e poderia ser lida como a possibilidade de reprodução da mão de obra. e) As imagens são representações da experiência dos holandeses e de suas intenções colonizadoras. 19. (Uece 2017) A colonização do Brasil, assim como a de outras regiões da América, proporcionou a produção de diversas crônicas nas quais os europeus deixaram seus relatos sobre as novas culturas que encontravam. O trecho a seguir é do cronista e religioso francês Claude d’Abbeville e trata da visão que teve dos índios tupinambás, como padre capuchinho francês, na época da ocupação do Maranhão entre 1612 e 1615. “Em verdade imaginava eu que iria encontrar verdadeiros animais ferozes, homens selvagens e rudes. Enganei-me, porém, totalmente. Nos sentidos naturais, tanto internos como externos, jamais achei ninguém – indivíduo ou nação – que os superasse. [...] São extremamente discretos, muito compreensivos a tudo que se lhes deseja explicar, capazes de conhecer com rapidez tudo o que lhes ensinam. [...] São tão serenos e calmos que escutam atentamente tudo o que lhes dizem, sem jamais interromper os discursos. [...] falam às vezes, durante duas ou três horas em seguida, sem se cansar, revelando-se hábeis em tirar as necessárias deduções dos argumentos que se lhes apresentam. São muito lógicos e só se deixam levar pela razão e jamais sem conhecimento de causa”. Claude d’Abbeville. História da Missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/ Edusp, 1975. p. 243. Com base no trecho e no que se sabe sobre o contato entre portugueses e nativos na colonização do Brasil, assinale com V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir. ( ) O fragmento de texto mostra que sempre houve distorção sobre a real condição dos nativos brasileiros, tidos, enfim, como estúpidos, incapazes e preguiçosos. ( ) O autor faz parte de um grupo de europeus que viram nos nativos brasileiros a imagem do homem puro e sem vícios, o “bom selvagem”, assim como os apresentou Rousseau. ( ) Todos os cronistas coloniais passaram à Europa e para a posteridade esta mesma imagem dos nativos americanos, o que proporcionou um modelo de convivência pacífico e baseado no respeito à cultura indígena. ( ) A percepção dos cronistas europeus sobre os nativos brasileiros baseou-se na sua origem, formação, valores e expectativas; desta forma, todos viram os nativos brasileiros com bons olhos, como o padre capuchinho Claude d’Abbeville. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 8 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 9/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia A sequência correta, de cima para baixo, é: a) V, V, F, V. b) F, V, F, F. c) V, F, V, V. d) F, F, V, F. 20. (Pucrj 2017) “Pernambucanos [...] o povo está contente, já não há distinção entre brasileiros e europeus, todos se conhecem irmãos, descendentes da mesma origem, habitantes do mesmo país, professos na mesma religião. Um governo provisório iluminado, escolhido entre todas as ordens do Estado, preside a vossa felicidade; confiai no seu zelo e no seu patriotismo. Vós vereis consolidar-se a vossa fortuna, vós sereis livres do peso de enormes tributos que gravam sobre vós; o vosso, e nosso país subirá ao ponto de grandeza que há muito o espera, e vós colhereis o fruto dos trabalhos e do zelo dos vossos cidadãos. [...] A pátria é a nossa mãe comum; vós sois seus filhos, sois descendentes dos valorosos lusos, sois portugueses, sois americanos, sois brasileiros, sois pernambucanos”. Proclamação do Governo Provisório Revolucionário de Pernambuco. 9 mar. 1817. A partir da leitura do documento e dos seus conhecimentos sobre o assunto, marque a alternativa INCORRETA a respeito das propostas dos revolucionários pernambucanos de 1817. a) Expressavam a insatisfação com o aumento e a criação de novos tributos (impostos) para o sustento da Corte sediada no Rio de Janeiro. b) Inspiravam-se nos ideais liberais e republicanos que se disseminavam a partir dos exemplos da Revolução de Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa. c) Propunham a igualdade de direitos políticos e civis, a tolerância religiosa e a abolição da escravidão. d) Buscavam fortalecer os vínculos com as capitanias vizinhas, como Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, com a intenção de constituírem uma República independente do restante da América portuguesa. e) Buscavam construir uma nova pátria fundada em uma identidade comum entre “portugueses” e “brasileiros”, “europeus” e “americanos” que aderissem ao movimento. 21. (Pucrs 2017) Sobre a Independência do Brasil, afirma-se: I. Implicou uma ruptura de laços políticos e econômicos com Portugal, já que no Brasil seria adotado um regime político constitucional, e Portugal manteria o sistema absolutista. II. Podeser considerada uma decorrência da vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, na medida em que esse acontecimento implicou um processo crescente, e difícil de ser revertido, de autonomização político-econômico da colônia. III. Está associada a uma profunda mudança estrutural interna, por colocar em cheque a base econômico-social que sustentou a exploração econômica do Brasil durante o regime colonial. IV. Sofreu resistência dentro do próprio País, tendo em vista que determinadas Províncias, como o Grão-Pará e o Maranhão, tinham mais vínculos com Lisboa do que com o Rio de Janeiro. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e III. b) II e IV. c) I, II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “O Descobrimento da América, no quadro da expansão marítima europeia, deu lugar à unificação microbiana do mundo. No troca-troca de vírus, bactérias e bacilos com a Europa, África e Ásia, os nativos da América levaram a pior. Dentre as doenças que maior mortandade causaram nos ameríndios estão as 'bexigas', isto é, a varíola, a varicela e a rubéola (vindas da Europa), a febre amarela (da África) e os tipos mais letais de Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 9 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 10/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia malária (da Europa mediterrânica e da África). Já a América estava infectada pela hepatite, certos tipos de tuberculose, encefalite e pólio. Mas o melhor 'troco' patogênico que os ameríndios deram nos europeus foi a sífilis venérea, verdadeira vingança que os vencidos da América injetaram no sangue dos conquistadores. Traços do trauma provocado por essas doenças parecem ter-se cristalizado na mitologia indígena. Quatro entidades maléficas se destacavam na religião tupi no final do Quinhentos: Taguaigba ('Fantasma ruim'), Macacheira ou Mocácher ('O que faz a gente se perder'), Anhanga ('O que encesta a gente') e Curupira ('O coberto de pústulas'). É razoável supor que o curupira tenha surgido no imaginário tupi após o choque microbiano das primeiras décadas da descoberta.” Luiz Felipe de Alencastro. “Índios perderam a guerra Bacteriológica”. Folha de S. Paulo, 12.10.1991, p. 7. Adaptado. 22. (Pucsp 2017) O texto sugere que o surgimento do Curupira, no imaginário tupi do final do século XVI, pode ser explicado como uma a) tentativa de descobrir formas de cura para doenças até então desconhecidas pela população nativa. b) narrativa voltada a assustar as crianças, que associavam as doenças aos conquistadores vindos da Europa. c) disposição de analisar e compreender, de forma lógica e racional, a relação entre vencidos e conquistadores. d) representação simbólica da mortandade provocada pelas doenças pustulentas trazidas pelos conquistadores. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. As colônias que se formaram na América portuguesa tiveram, desde o século XVI, o caráter de sociedades escravistas. Com o passar do tempo, consolidaram-se em todas elas algumas práticas relacionadas à escravidão que ajudaram a cimentar a unidade e a própria identidade dos colonos luso-brasileiros. Dentre essas práticas, ressalta-se a combinação entre um avultado tráfico negreiro gerido a partir dos portos brasileiros e altas taxas de alforria. BERBEL, Márcia; MARQUESE, Rafael e PARRON, Tâmis. Escravidão e política. Brasil e Cuba, c. 1790-1850. São Paulo: Hucitec/Fapesp. 2010. p. 178-179. 23. (Puccamp 2017) Os holandeses, durante o governo de Maurício de Nassau, lançaram mão de algumas estratégias ao se relacionarem com os colonos luso-brasileiros durante o período em que dominaram parte do Nordeste brasileiro, no século XVII. Dentre essas estratégias, incluem-se a) a busca do controle do tráfico negreiro a partir de um entreposto na África do Sul, a expropriação dos engenhos de açúcar mais produtivos e a difusão do calvinismo aos colonos luso-brasileiros. b) o estímulo à imigração holandesa para o nordeste brasileiro, a limpeza étnica da porção urbana da região ocupada e a expansão da cultura canavieira para o Suriname. c) o controle das rotas comerciais no Atlântico, a implantação do trabalho livre em sua área de influência, e a formação de uma colônia judaica na região do Maranhão. d) o estabelecimento de redes de comércio com os produtores de uma vasta região da costa nordestina, certa tolerância religiosa e a manutenção das relações escravistas. e) a formação de um exército antilusitano de alforriados em Recife, o estabelecimento de alianças com os espanhóis e a concessão de créditos aos colonos protestantes. 24. (Puccamp 2017) Segundo o texto e seus conhecimentos sobre a história da escravidão na Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 10 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 11/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia América Portuguesa, a sociedade escravista que nela se constituiu apresentava a a) convivência entre a presença de um grande número de alforriados e o denso volume de escravos gerido internamente, constituindo-se como elemento importante na construção da identidade dos colonos. b) dissociação entre tráfico negreiro, controlado pelos portugueses reinóis, e alforria propiciada pelos colonos locais, gerando uma pluralidade de identidades na sociedade escravista. c) tensão entre práticas de alforria engendradas pelos colonos e medidas de estímulo ao tráfico negreiro empregadas pela Coroa portuguesa, como expressão de projetos diferentes de sociedade escravista. d) interação patriarcal entre colonos luso- brasileiros e escravos, devido à adoção de práticas de alforria, apesar da unidade e resistência vigentes entre os africanos escravizados e da opressão exercida pela Coroa portuguesa. e) contradição entre práticas escravistas estimuladas pelos traficantes portugueses que geriam os portos brasileiros e as propostas abolicionistas apregoadas pelo colonos luso- brasileiros que defendiam a alforria. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. Luiz Gama (1830-1882) foi um dos raros intelectuais negros brasileiros do século XIX, o único autodidata e também o único a ter sofrido a escravidão antes de integrar a república das Letras, universo reservado aos brancos. Em São Paulo, em 1859, lançou a primeira edição de seu único livro – Primeiras trovas burlescas de Getulino –, uma coletânea de poemas satíricos e líricos até bem pouco rara. Pela primeira vez na literatura brasileira, um negro ousara denunciar os paradoxos políticos, éticos e morais da sociedade imperial. (...) Jamais frequentou escolas, pois, como afirmara, “a inteligência repele os diplomas, como Deus repele a escravidão”. Luiz Gama converteu-se no incansável e douto “advogado dos escravos”. O poeta então se eclipsa, cedendo lugar ao abolicionista e militante republicano. FERREIRA, Lígia Fonseca. “Luiz Gama por Luiz Gama: carta a Lúcio de Mendonça”. Revista Teresa de Literatura Brasileira (8/9). São Paulo: Editora 34/Universidade de São Paulo, 2008, p. 301. 25. (Puccamp 2017) Em relação à proposição “Deus repele a escravidão”, sabe-se que os jesuítas a) defenderam enfaticamente que essa forma de trabalho fosse abolida na América hispânica uma vez que consideravam que todos eram iguais perante Deus, sendo, por essa razão, expulsos, primeiro pela Coroa Portuguesa e, em seguida, pela Coroa Espanhola, após décadas de trabalho missionário.b) apresentaram, gradativamente, postura cada vez mais complacente em relação aos indígenas, argumentando que estes não deveriam ser submetidos ao regime da agricultura nos moldes ocidentais, uma vez que, diferentemente dos negros, eram frágeis fisicamente e detinham suas próprias técnicas de subsistência, como o extrativismo e a coivara. c) dividiram-se em dois grupos com opiniões divergentes, sendo um defensor do trabalho compulsório aos indígenas e africanos, contanto que combinado à catequese e a um tratamento humanista desses cativos, e outro favorável ao estabelecimento de missões que atraíssem espontaneamente índios e negros que ali poderiam trabalhar em comunidade e estudar. d) discutiram efusivamente essa questão, desafiando as orientações superiores em nome da piedade cristã aos índios e negros, até o momento em que o trabalho compulsório se mostrou indispensável para sua fixação e sobrevivência nas colônias, etapas que venceram com êxito, a ponto de se Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 11 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 12/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia transformarem em uma ameaça político- econômica à dominação das coroas hispânicas. e) consideravam a escravidão um mal necessário para a colonização do novo mundo, sendo especialmente admissível no caso da população africana, que já adotara essa prática em suas próprias terras e se mostrava arredia à adoção do cristianismo, bem como nos casos de indígenas hostis, aos quais cabia a aplicação dos princípios da “guerra justa”. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. Os enciclopedistas constituíram uma pequena elite de letrados e de técnicos, ligados à vida material como elementos de ponta do progresso econômico e também estreitamente vinculados ao aparato estatal, o qual se esforçaram por tornar melhor e mais racional. (...) Por toda a parte na Europa das Luzes, encontramos esta pretensão e esta vontade [dos filósofos] de pôr-se à testa e na direção da sociedade. VENTURI, Franco. Utopia e reforma no Iluminismo. Bauru: Edusc, 2003, p. 44, 239-240. 26. (Puccamp 2017) Um grande número de jovens da elite colonial brasileira frequentou a Faculdade de Direito de Coimbra, em Portugal. Essa elite, influenciada pelos ideais da pequena elite a que o texto de Franco Venturini se refere, contribuiu para a a) Revolta de Beckman em 1684. b) Guerra dos Mascates em 1710. c) Revolta de Felipe dos Santos em 1720. d) Insurreição Guaranítica em 1750. e) Inconfidência Mineira em 1789. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. Mais do que resultante de acasos e similares, como aconteceu a muitos países, o Brasil é produto de uma obra. Em sua primeira parte, feita à medida e semelhança do colonizador. Depois, conduzida pela classe dominante dele herdeira, no melhor e sobretudo no pior da herança. O sistema aí nascente projetou-se na história como um processo sem interrupção, sem sequer solavancos. Escravocrata por tanto tempo, fez a abolição mais conveniente à classe dominante, não aos ex-escravizados. A República trouxe recusas superficiais ao Império, ficando a expansão republicana do poder e dos direitos reduzida, no máximo, a farsas, a começar do método fraudador das "eleições a bico de pena". FREITAS, Jânio de. Folha de S. Paulo, 30/04/2017. 27. (Puccamp 2017) Sobre a obra colonizadora, a que o texto de Jânio de Freitas se refere, é correto afirmar que a a) opção pela implantação da economia açucareira, com base na grande propriedade rural e no trabalho escravo, articula-se com o mecanismo de dominação colonial e com a política mercantilista. b) colonização se estabelece dentro dos padrões de povoamento e expansão religiosa, resultou da expansão marítima dos países da Europa e se constituiu numa sociedade de europeus sem miscigenação. c) exploração econômica da colônia, com base na produção de açúcar, pretendeu impor a reserva de mercado metropolitano por meio de um sistema de livre comércio que atingia todas as riquezas coloniais. d) escolha pela produção açucareira na colônia objetivava demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos na América, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial e marítima. e) existência, na colônia recém descoberta, de uma estrutura produtiva já instalada pela população nativa foi capaz de viabilizar uma efetiva Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 12 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 13/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia exploração econômica segundo os padrões da política mercantilista. 28. (Fuvest 2016) Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir. Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954. O trecho acima foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias. b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América. c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas. d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América. e) a manifestação de um conflito entre a recém- criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa. 29. (Pucrj 2016) Leia abaixo o fragmento do testamento de Lourenço de Siqueira, um senhor de escravos e de terras paulista, na América portuguesa, redigido, no seu leito de morte, por um jesuíta, em 1633. “Declaro que eu tenho algumas peças do gentio do Brasil as quais por lei de Sua Majestade são forras e livres e eu por tais as deixo e declaro, e lhes peço perdão de alguma força ou injustiça que lhes haja feito, e de lhes não ter pago seu serviço como era obrigado e lhes peço por amor de Deus e pelo que lhes tenho queiram todos juntos ficar e servir a minha mulher, a qual lhes pagará seu serviço na maneira que se costuma na terra nem poderá transferir bens nem vender pessoa alguma destas que digo, e peço às justiças de Sua Majestade que façam para descargo de minha consciência guardar esta última vontade e disposição.” Sobre tal documento é INCORRETO afirmar que a) o uso da expressão ‘peças do gentio’ e do termo ‘forras’ são indícios de existência de escravidão indígena. b) a Companhia de Jesus e outras ordens religiosas não foram as únicas responsáveis por administrar os indígenas na América portuguesa. c) as referências à transferência de bens e a vendas no testamento não atingem indígenas forros e livres.d) o trabalho compulsório assumiu diversas formas na colonização portuguesa na América. e) a sociedade colonial dispunha, como visto no testamento, de mecanismos para driblar a legislação que defendia a liberdade dos indígenas. 30. (Enem 2016) TEXTO I Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 13 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 14/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia TEXTO II Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica. OLIVEIRA; A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado). Posteriormente ressignificados no interior de certas irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica para a) reduzir o poder das confrarias. b) cristianizar a população afro-brasileira. c) espoliar recursos materiais dos cativos. d) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico. e) atender a demanda popular por padroeiros locais. 31. (Pucrs 2016) Considere o texto e as afirmativas que seguem. Depois de três séculos de exploração de uma das mais ricas áreas coloniais americanas, Portugal chega ao final do século XVIII como uma das metrópoles mais atrasadas da Europa. A propósito disso, o historiador Fernando Novais afirma: “o fato de a metrópole não se desenvolver paralelamente (à colônia) é que criou condições para os transladamentos dos tesouros. Em outras palavras: os estímulos da exploração colonial portuguesa iam sendo acumulados por outras potências”. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial, Fernando Novais. 1986, p. 236. I. A incapacidade de Portugal de aproveitar as riquezas que retirava do Brasil para o seu próprio desenvolvimento deveu-se ao fato de a Coroa Lusitana nunca ter conseguido constituir um estado forte e centralizado na Metrópole. II. Dentre os motivos que explicam essa situação, está a formação socioeconômica portuguesa, que privilegiava as atividades tradicionais voltadas ao cultivo da terra e à produção de vinho em detrimento do investimento em manufaturas. III. Um dos fatores que contribuiu para que Portugal continuasse um país eminentemente agrícola, não desenvolvendo um setor de manufaturas, foi o Tratado de Methuen, assinado com a Inglaterra, em 1703. IV. Dentre os problemas enfrentados pela Coroa Portuguesa estava a sua incapacidade de controlar tanto o contrabando de bens manufaturados para a sua colônia americana, quanto a fabricação desses bens no Brasil, cuja produção foi liberada pelo Marquês de Pombal quando Primeiro Ministro do rei D. José I. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 14 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 15/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) II e III. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 32. (Mackenzie 2016) Em 1 de abril de 1808, durante a regência de D. João, o alvará de 1785 foi revogado, o que permitiu a liberação e o estabelecimento de indústrias e manufaturas no Brasil. Apesar disso, na prática, essa providência não alcançou seus objetivos de capacitar o país para desenvolver suas indústrias, porque a) os acordos de parceria estabelecidos entre o Brasil e a Inglaterra, para o incremento técnico das manufaturas nacionais, foram cancelados por falta de interesse da elite agrária do nosso país. b) D. João, apesar de ter permitido a instalação de manufaturas no país, defendia a superioridade dos produtos industrializados europeus perante os similares nacionais. c) faltava ainda, a adoção de uma política de proteção alfandegária nacional, diante da concorrência das mercadorias britânicas, além do nosso mercado consumidor interno não ser muito amplo. d) novos acordos comerciais foram assinados com potências europeias, o que ampliou os privilégios dos comerciantes estrangeiros no nosso país, em detrimento dos interesses nacionais. e) apesar de a Inglaterra ter honrado os acordos comerciais e entregado máquinas e equipamentos industriais, a nossa mão de obra escrava não tinha especialização necessária para o trabalho na indústria. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) quest(ões) a seguir, considere o texto abaixo. Também no Brasil o século XVIII é momento da maior importância, fase de transição e preparação para a Independência. Demarcada, povoada, defendida, dilatada a terra, o século vai lhe dar prosperidade econômica, organização política e administrativa, ambiente para a vida cultural, terreno fecundo para a semente da liberdade. (...) A literatura produzida nos fins do século XVIII reflete, de modo geral, esse espírito, podendo- se apontar a obra de Tomás Antônio Gonzaga como a sua expressão máxima. (COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: EDLE, 1972, 7. Ed. p. 127 e p. 138) 33. (Puccamp 2016) O conhecimento histórico permite afirmar que a construção do convento, retratado na foto, coincidiu com um período de prosperidade em Portugal, proporcionado principalmente a) pelo maior desenvolvimento da América portuguesa: a exploração do ouro em Minas Gerais dinamizou as atividades econômicas na colônia. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 15 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 16/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia b) pela pesada carga tributária imposta sobre a população portuguesa e pela riqueza acumulada pelo Estado com o tráfico de escravos africanos. c) pela transferência da Corte portuguesa para o Brasil, que contribuiu para que o comércio externo da colônia fosse feito sem intermediação inglesa. d) pelo desenvolvimento da nova agroindústria de exportação na colônia portuguesa na América: cultura cafeeira no Vale do rio Paraíba. e) pela participação da Igreja católica no processo de colonização, que favoreceu a exploração econômica da colônia pelo Estado metropolitano. 34. (Pucrs 2015) Considere as afirmações abaixo sobre as razões que levaram os portugueses a adotar o açúcar como produto agrícola básico de exportação do Brasil Colonial (1530-1822). I. As condições geográficas do Brasil eram favoráveis ao desenvolvimento da lavoura canavieira, devido ao clima tropical quente e úmido e ao solo relativamente fértil no litoral. II. O açúcar era um produto de grande aceitação no mercado europeu e poderia proporcionar grandes lucros à metrópole portuguesa, tendo em vista a potencialidade que sua nova colônia apresentava para a lavoura canavieira. III. Apesar de já comercializar açúcar na Europa, Portugal ainda não tinha experiência na sua produção, decidindo, assim, iniciar essa nova atividade econômica nas terras há pouco descobertas na América. IV. Portugal desejava rivalizar com os holandeses, que eram inimigos da Coroa Lusitana e dominavam o refino e o comércio do açúcar na Europa; posteriormente, os holandeses, inclusive, invadiriam as zonas produtoras brasileiras de açúcar. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, II e III. e) II,III e IV. 35. (Mackenzie 2015) “Meu avô foi buscar prata, mas a prata virou índios. Meu avô foi buscar índio, mas o índio virou ouro. Meu avô foi buscar ouro, mas o ouro virou terra. Meu avô foi buscar terras e a terra virou fronteira. Meu avô, ainda intrigado, foi modelar a fronteira: E o Brasil tomou a forma de harpa.” (Martim Cererê - Cassiano Ricardo) O autor, no seu poema Metamorfoses se refere às várias transformações verificadas no território brasileiro. Tais “metamorfoses” presentes acima se referem a) à importância do indígena brasileiro na composição étnica e cultural do povo brasileiro. b) às dimensões continentais adquiridas pela nação brasileira e sua semelhança com um instrumento musical. c) ao processo histórico de penetração e ocupação do território nacional e a delimitação das nossas fronteiras. d) à conquista do território nacional, realizada pelos nossos indígenas, graças à navegação dos nossos rios. e) à enorme diversidade de ecossistemas e paisagens naturais presentes no nosso vasto território. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 16 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 17/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia 36. (Pucrs 2015) Associe as revoltas coloniais (coluna A) às suas características essenciais (coluna B). Coluna A 1. Revolta dos Beckman 2. Guerra dos Emboabas 3. Guerra dos Mascates 4. Revolta de Vila Rica 5. Inconfidência Mineira Coluna B ( ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e 1710, o movimento caracterizou-se pela oposição entre os comerciantes de Recife contra os senhores de engenho de Olinda, tendo como base a tentativa dos mercadores recifenses em conseguir maior autonomia política e cobrar as dívidas dos produtores de açúcar olindenses. ( ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revolta teve como base o descontentamento com a proibição da escravidão indígena, decretada pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia de Jesus, medida que prejudicou a extração das “drogas do sertão” pelos colonos europeus. ( ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a liderança de Filipe dos Santos, o levante teve como causa a oposição ao sistema de taxação da Coroa Portuguesa, que resolveu estabelecer 4 Casas de Fundição na região mineradora, como forma de cobrar o quinto (imposto de vinte por cento) sobre o ouro. ( ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708, o conflito opôs os paulistas (bandeirantes), primeiros aventureiros a descobrir e ocupar a zona da mineração, contra os “forasteiros”, os seja, os grupos que chegaram depois na região, originários do reino ou de outras capitanias. A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é a) 3 – 1 – 4 – 2 b) 1 – 2 – 3 – 5 c) 3 – 4 – 1 – 2 d) 2 – 3 – 4 – 5 e) 3 – 4 – 5 – 2 37. (Fuvest 2015) A colonização, apesar de toda violência e disrupção, não excluiu processos de reconstrução e recriação cultural conduzidos pelos povos indígenas. É um erro comum crer que a história da conquista representa, para os índios, uma sucessão linear de perdas em vidas, terras e distintividade cultural. A cultura xinguana – que aparecerá para a nação brasileira nos anos 1940 como símbolo de uma tradição estática, original e intocada – é, ao inverso, o resultado de uma história de contatos e mudanças, que tem início no século X d.C. e continua até hoje. FAUSTO Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. Com base no trecho acima, é correto afirmar que a) o processo colonizador europeu não foi violento como se costuma afirmar, já que ele preservou e até mesmo valorizou várias culturas indígenas. b) várias culturas indígenas resistiram e sobreviveram, mesmo com alterações, ao processo colonizador europeu, como a xinguana. c) a cultura indígena, extinta graças ao processo colonizador europeu, foi recriada de modo mitológico no Brasil dos anos 1940. d) a cultura xinguana, ao contrário de outras culturas indígenas, não foi afetada pelo processo colonizador europeu. e) não há relação direta entre, de um lado, o processo colonizador europeu e, de outro, a mortalidade indígena e a perda de sua identidade cultural. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o trecho abaixo. Ele servirá de base para resolução da(s) questão(ões). Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 17 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 18/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia O termo independência adquiriu ressonância no vocabulário político especialmente a partir da deflagração da Revolução de 1820, na cidade do Porto. Foi bastante utilizado em manifestos revolucionários para sublinhar a possibilidade de a “nação portuguesa” e os “portugueses de ambos os mundos” regenerarem os tradicionais princípios monárquicos do reino, estabelecidos no século XVII com a ascensão de D. João IV de Bragança. A proposta fundamental era a de construir a “independência nacional”, articulando a monarquia a uma Constituição que estabelecesse limites ao poder real e garantisse direitos e liberdades civis, e políticas aos cidadãos do império. Pretendia-se por essa via, entre outras exigências, contestar o absolutismo representado por D. João VI e o “despotismo” exercido por ministros, por conselheiros e pela corte radicada no Rio de Janeiro desde 1808. (OLIVEIRA, Cecília H.S. Repercussões da revolução: delineamento do império do Brasil, 1808/1831. In.: GRINBERG, Keila, SALLES, Ricardo (orgs.). O Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p.p. 18-19) 38. (Pucmg 2015) O trecho indica a utilização do termo independência como uma mobilização que contestava o absolutismo de D. João VI, garantisse direitos e liberdades civis, e políticas aos cidadãos. Considerando-se o contexto histórico, é CORRETO afirmar: a) A independência era elaborada como uma conquista de uma autonomia que se concretizaria legalmente por meio de uma constituição não implicando, como requisito, o rompimento dos vínculos com Portugal. b) Os movimentos brasileiros pela independência se caracterizaram pela revolução, já que exigiram luta política e militar na consolidação de uma abolição da monarquia e sua substituição pela república. c) O termo independência faz uma associação com liberdade e, como tal, é genuinamente brasileiro, não mantendo vínculo ou recebendo nenhuma influência dos conceitos ou movimentos europeus. d) Como princípio, independência significa emancipação, ou seja, caminhar com as próprias pernas inaugurando um modelo novo de gestão da nação brasileira, alterando inclusive a sede do governo. 39. (Uece 2014) “Em 1590, a colônia brasileira já contava com 150 engenhos espalhados pelas capitanias de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. As duas primeiras, no entanto, correspondiam a 80% do total.” LOPEZ, Adriana. “Açúcar: esse doce objeto de desejo”. Revista História Viva: Temas Brasileiros. São Paulo: Duetto Editorial, 2007. p. 20-23. Dentre os incentivos fiscais e privilégios oferecidos pela Coroa aos produtores de cana, encontrava(m)-se a) a isenção de impostos para engenhos recém- construídos e os benefícios tributários sobre o açúcar. b) a isenção vitalícia de impostos, ou seja, enquanto o proprietário de engenho fosse vivo, não pagaria nenhum tipo de imposto. c) a redução de pagamento de taxas na importação de mão de obra africana apenas para as capitanias do Nordeste, em virtude de sua alta produtividade. d) a gratuidade da mão de obra para os engenhos recém-construídos em toda a Colônia.40. (Pucrs 2014) A primeira metade do século XVII se caracterizou, na história da colonização portuguesa na América, pelas invasões holandesas no nordeste do Brasil. Sobre esse processo, é INCORRETO afirmar que a) um dos motivos dessas invasões foi a proibição, estabelecida pela Espanha, de que a Holanda comercializasse o açúcar brasileiro na Europa, visto que, devido à União Ibérica (1580-1640), Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 18 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 19/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia Portugal estava sob o domínio da coroa espanhola, rival dos holandeses. b) as invasões foram ocasionadas pelo fato de a Holanda – principal parceira comercial do açúcar brasileiro na Europa antes da União Ibérica – pretender manter o fluxo desse produto, de cuja comercialização dependia parte de sua economia, para o mercado europeu. c) a Holanda, que era uma aliada da Espanha por ambas pertencerem ao Império da família Habsbourg, invadiu o Brasil como parte da luta espanhola contra Portugal pelo controle da navegação no Oceano Atlântico, objeto de acirrada disputa entre as duas coroas ibéricas. d) o período áureo dessa ocupação foi marcado pela administração de Nassau (1637-1644), quando os holandeses estenderam o seu domínio para o norte do Brasil – atingindo a Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Maranhão – e a produção de açúcar foi reorganizada. e) a administração do “Brasil Holandês” ficou a cargo de uma empresa privada, a Companhia das Índias Ocidentais (WIC); além do negócio do açúcar, esta companhia exercia o monopólio do tráfico negreiro e tinha o direto de praticar a atividade de corso no Atlântico, o que lhe permitia boas fontes de lucro. 41. (Uece 2014) A peculiaridade da pecuária sertaneja no Brasil do século XVIII esteve ligada principalmente às relações de trabalho nela estabelecidas. Acerca dessas relações, é correto afirmar-se que a) predominava o trabalho escravo em larga escala, semelhante ao sistema aplicado nos grandes engenhos de açúcar. b) havia predominância do trabalho de negros libertos, mestiços livres, brancos pobres e, em pequena escala, escravos africanos. c) a mão de obra negra e escrava na pecuária era maioria em relação a outros trabalhadores, mas diferenciava-se pelo fato de o trabalho ser mais brando. d) nas fazendas de gado, o percentual de livres e escravos era em torno de cinquenta por cento para cada categoria, uma vez que era um trabalho que exigia um grande número de trabalhadores. 42. (Enem PPL 2014) Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, ponderou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, porque, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudos e todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para que esses mudos falem e esses surdos ouçam. VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES. J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado). No decorrer da colonização portuguesa na América, as tentativas de resolução do problema apontado pelo padre Antônio Vieira resultaram na a) ampliação da violência nas guerras intertribais. b) desistência da evangelização dos povos nativos. c) indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de línguas americanas. d) pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso. e) sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese. 43. (Mackenzie 2014) Leia o relato de Tollenare, um viajante europeu que esteve em Recife em fins de 1816. “Entre eles (os escravos) veem-se homens cuja fisionomia é ainda altiva ou feroz: dir-se-ia que, mordendo o freio a tremer, cogitam os meios de se libertarem, mas isto não passa, talvez, de uma ilusão, porquanto não se percebe precaução alguma tomada contra as tentativas que possam Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 19 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 20/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia fazer; todos não têm este aspecto inquietador. Vi negros muito calmos e muito submissos [...]”. Citado em: Jaime Rodrigues. O infame comércio. Campinas: Editora da UNICAMP, 2000, p.51 Após a análise do trecho, assinale a alternativa correta. a) O medo de uma possível revolta de escravos está explícito no trecho, por isso a preocupação, das autoridades, em reprimir os escravos “ferozes” e os “inquietos”. b) É demonstrada a preocupação, por parte dos europeus, com o comércio de escravos realizado em Recife, daí as medidas tomadas a favor da extinção da escravidão no ano referido. c) O viajante, impressionado com os maus-tratos sofridos pelos escravos, relata sua preocupação com as relações entre senhores e escravos, defendendo o fim do tráfico. d) Sob uma perspectiva geral, o trecho não guarda relação com as impressões causadas, entre os europeus, do comércio escravo no Brasil. Relatos como esses são raros de encontrar. e) A dicotomia “feroz” e “submissos” parte de uma ótica senhorial da escravidão. O primeiro é, antes de tudo, revoltado ou inquieto porque não aceita sua condição. 44. (Enem 2014) A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808. NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem a) incentivado o clamor popular por liberdade. b) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana. c) motivado as revoltas escravas contra a elite colonial. d) obtido o apoio do grupo constitucionalista português. e) provocado os movimentos separatistas das províncias. 45. (Pucrs 2014) Considere as afirmações abaixo sobre a crise do Antigo Sistema Colonial e a Independência do Brasil (1822). I. O movimento intelectual chamado de Iluminismo teve grande influência na crise do Antigo Sistema Colonial, pois, além de criticar as bases do Antigo Regime, como o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza, condenava também o sistema colonial e o monopólio comercial. II. Os conflitos na Europa decorrentes da expansão do império napoleônico estiveram na base desse processo, na medida em que Napoleão, tentando bloquear o acesso da Inglaterra ao mercado colonial ibérico, invadiu Espanha e Portugal, precipitando, assim, o processo de independência da América. III. A vinda da corte portuguesa para o Brasil é considerada como um fator que retardou o processo de independência brasileiro, pois a presença do monarca lusitano na América estreitou ainda mais os laços entre Brasil e Portugal, tornando o primeiro ainda mais dependente do segundo. IV. A Independência do Brasil foi marcada por um forte conflito entre o novo país e a sua antiga metrópole europeia, devido à rejeição das elites político-econômicas da antiga colônia portuguesa ao modelo agroexportador implantado pela coroa lusitana, baseado na grande propriedadeda terra e na mão de obra escrava. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 20 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 21/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. 46. (Pucrs 2013) A União Ibérica (1580-1640) provocou o acirramento de conflitos europeus, alguns dos quais foram transferidos para os territórios coloniais de Portugal e Espanha. A situação que NÃO tem relação com os conflitos do contexto da União Ibérica é: a) Os portugueses fundam a cidade de Rio Grande e a Colônia de Sacramento, utilizando-se da temporária nulidade dos limites territoriais estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. b) Os espanhóis não reconhecem a independência dos territórios holandeses que formaram as Províncias Unidas dos Países Baixos, sob a liderança da Casa de Orange. c) Os holandeses criam as Companhias de Comércio (Oriente e Ocidente), que lhes possibilitam recursos para as invasões no nordeste brasileiro e na costa africana. d) Os ingleses, que apoiavam a independência das Províncias Unidas dos Países Baixos, aliam-se aos franceses para invadir o Recife em 1595. e) Os franceses ocupam cidades brasileiras no Sudeste, como Santos e Rio de Janeiro, e em estados do Nordeste, como Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte. 47. (Enem PPL 2013) A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da Colônia para o Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. A presença da Corte implicava uma alteração do acanhado cenário urbano da Colônia, mas a marca do absolutismo acompanharia a alteração. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995 (fragmento). As transformações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro em decorrência da presença da Corte estavam limitadas à superfície das estruturas sociais porque a) a pujança do desenvolvimento comercial e industrial retirava da agricultura de exportação a posição de atividade econômica central na Colônia. b) a expansão das atividades econômicas e o desenvolvimento de novos hábitos conviviam com a exploração do trabalho escravo. c) a emergência das práticas liberais, com a abertura dos portos, impedia uma renovação política em prol da formação de uma sociedade menos desigual. d) a integração das elites políticas regionais, sob a liderança do Rio de Janeiro, ensejava a formação de um projeto político separatista de cunho republicano. e) a dinamização da economia urbana retardava o letramento de mulatos e imigrantes, importante para as necessidades do trabalho na cidade. 48. (Pucrj 2012) “Eu, El-Rei, faço saber aos que este meu regimento virem, que sendo informado das muitas desordens que há no sertão do pau-brasil, e na conservação dele, de que se tem seguido haver hoje muita falta, cada vez será o dano maior se não se atalhar e der nisso a ordem conveniente (...): mando que nenhuma pessoa possa cortar, nem mandar cortar o dito pau-brasil, por si ou seus escravos, sem expressa licença do provedor-mor da minha Fazenda (...); e quem o contrário fizer incorrerá em pena de morte e confiscação de toda a sua fazenda.” Felipe III, Regimento do pau-brasil, 1605. No contexto da colonização das terras do Brasil, o regimento do rei Felipe III apresenta medidas associadas: a) à afirmação do poder da Coroa espanhola, em detrimento dos comerciantes e colonos portugueses. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 21 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 22/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia b) ao caráter monopolista da extração do pau- brasil, pois era necessária autorização expressa da Coroa para atividade extrativista. c) às preocupações da Coroa na preservação da Mata Atlântica, que estava sendo devastada pelos colonos. d) à importância do pau-brasil no comércio colonial como principal produto de exportação da América Portuguesa, em inícios do século XVII. e) à afirmação da política absolutista dos reinos europeus cerceadora de todas as iniciativas dos colonos nas Américas. 49. (Mackenzie 2012) A charge refere-se a) à organização do Governo Geral, em 1549, dividindo o território brasileiro em extensos lotes de terras, entregues, por sua vez, a nobres portugueses responsáveis pelo início efetivo da colonização do Brasil. b) às dificuldades encontradas pelo coroa portuguesa no início da colonização do Brasil, uma vez que, em virtude, dentre outros, do fracasso das Capitanias Hereditárias, a colônia sofria constantes ataques de piratas europeus. c) ao fracasso do Governo Geral, em virtude da corrupção existente na corte portuguesa, transferida para o Brasil, responsável pela concessão de privilégios aos piratas franceses no comércio do pau-brasil. d) ao Governo Geral, responsável pela efetivação da colonização brasileira, por meio de incentivos aos bandeirantes paulistas, para que ultrapassassem os limites de Tordesilhas e expulsassem os piratas franceses fixados no litoral. e) às dificuldades encontradas pela coroa portuguesa na efetiva organização da exploração da colônia, uma vez que a abundância de metais preciosos ali despertou, nos piratas europeus, o interesse pelas terras lusas na América. 50. (Enem PPL 2012) Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos arrendados em terras do mesmo engenho; e quanto os senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis e verdadeiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga obrigação, ou por preço que para isso receberam. ANTONIL, J. A. Cultura e opulência no Brasil [1711]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987 (adaptado). Segundo o texto, a produção açucareira no Brasil colonial era a) baseada no arrendamento de terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais. b) caracterizada pelo funcionamento da economia de livre mercado em relação à compra e venda de cana. c) dependente de insumos importados da Europa nas frotas que chegavam aos portos em busca do açúcar. d) marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana. e) sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas. 51. (Mackenzie 2012) A primeira arte a surgir no Brasil pós-descobrimento foi a arquitetura, sendo os fortes militares e as Igrejas os tipos mais comuns de edificações. Se os primeiros visavam salvaguardar as populações litorâneas e combater Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 22 de 38 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 23/38 Lista de Exercícios : História | Brasil Colônia a pirataria estrangeira, as construções religiosas, edificadas durante muito tempo pedra por pedra enviada de Portugal, e apenas montadas no Brasil por arquitetos locais, cumpriam dois importantes papéis. Nos séculos XVI e XVII, além da preocupação das autoridades portuguesas em ensinar o modelo civilizatório europeu aos indígenas, a construção de igrejas, seguindo o modelo metropolitano, servia a) à preocupação de acompanhar de perto a veracidade e a sinceridade do processo de conversão dos cristãos novos, residentes no Brasil, muitos deles ainda seguidores secretos do judaísmo. b) à manutenção da memória dos europeus emigrados para que, no espaço físico dessas igrejas, não se esquecessem de sua própria cultura, já que muitos
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