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Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar

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Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar
https://salasetepsi.wordpress.com/2018/03/27/psicologia_da_saude_x_psicologia_hospitalar/
Para começar: Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar são conceitos diferentes. E se pararmos para pensar, a justificativa está no próprio termo: enquanto SAÚDE se refere a um conceito complexo relativo às funções orgânicas, físicas e mentais (OMS, 2003); o HOSPITAL diz respeito a uma instituição concreta onde se tratam doentes, internados ou não.
Sendo assim, a palavra saúde nos leva a refletir sobre as práticas profissionais visando a intervenção em diversos níveis desde os de promoção, prevenção o até os de alta complexidade. E quando pensamos em hospital, a ideia da doença instalada, nos limita a atuação nos níveis só sendo possível a intervenção secundária e terciária para prevenir seus efeitos adversos, sejam eles físicos, emocionais ou sociais.
https://salasetepsi.wordpress.com/2018/04/03/a-atuacao-do-psicologo-hospitalar/
A atuação do psicólogo hospitalar
Quando a Psicologia entrou no hospital através da prática de Mathilde Néder, não existiam modelos os quais ela poderia seguir. Com a ampliação, surgiram diversas questões sobre como se fazer. Estas perguntas nortearam o desenvolvimento da prática e hoje já contamos com diversos livros, artigos e cursos de formação. Iniciamos esse seminário com a seguinte frase: afinal, o que pode um psicólogo no hospital?
Este artigo faz parte de uma trilogia de informações que iniciou esclarecendo a diferença entre Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar e o que é a Psicologia Hospitalar. Se você chegou aqui e ainda não leu esses posts, não perca tempo! 
A atuação do psicólogo hospitalar dá inicio a partir do surgimento de uma demanda. Esse pedido pode vir da equipe médica ou da equipe de assistência (enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, serviço social) ou do próprio paciente.
E o que isto significa? Que se houve uma solicitação, temos um sujeito a ser avaliado e outro a ser respondido. Desta forma, a prática inicial é a de realizar uma avaliação do caso, da demanda e, atuar nestas duas dimensões.
Por mais simples que pareça, tal análise pretende atender uma série de questões complexas: Quem fez o pedido? Qual é a dificuldade apresentada? Quem é este paciente? Qual sua patologia? Quem são seus familiares? Quem é a equipe que o atende? O que o paciente diz sobre seu adoecer? Qual seu grau de entendimento do quadro clínico? Como ele se relaciona com a hospitalização/equipe/tratamento? E sua família?
Percebam que muitas vezes um simples pedido como: “paciente choroso”, muito comum nas internações, exige uma escuta e investigação ampla para poder responder à solicitação feita pela equipe.
O paciente hospitalizado não é o mesmo paciente da clínica. (E este é um tema que desdobraremos em breve), mas de uma forma simples, ele não é um paciente que procurou por psicoterapia.
Isto significa que atuar em psicologia hospitalar é colocar-se ao lado de um leito, com um paciente adoecido e oferecer uma escuta e acolhimento, que muitas vezes não foi solicitado por ele. Ao mesmo tempo em que pretende-se colher uma série de informações que auxiliarão no entendimento da dinâmica deste paciente para que seja realizada a intervenção psicológica.
Hoje temos psicólogos hospitalares nas mais diversas áreas dentro do hospital. São elas: Enfermarias Adulto e Infantil; UTI Adulto, Pediátrica e Neonatal; Pronto Socorro e em ambulatórios. Além disto, muitos hospitais constituem suas equipes de especialidade e ali o psicólogo também é inserido para atuar, por exemplo, na Cardiologia, Clínica Geral, Oncologia, Ortopedia, Ginecologia e Obstetrícia, Neurologia, Psiquiatria e etc…
Cada tipo de especialidade exige que o profissional se aprofunde no entendimento das patologias, sintomas, fatores de risco para problemas psíquicos e cognitivos e também sobre a forma que ocorre tal adoecimento. E, em cada área é necessário um olhar crítico sobre as necessidades do tipo de paciente e tipo de serviço prestado, afinal a dinâmica de um pronto socorro é diferenciada de uma enfermaria, certo?
A importância do entendimento do caso é enorme, pois a intervenção do psicólogo se caracteriza tanto pela escuta e acolhimento do paciente quanto na intervenção com a equipe. Muitas vezes estes profissionais, por meio da avaliação e proximidade, resgatam aspectos importantes para o manejo clínico do caso. Para que você entenda, iremos ilustrar um caso:
Paciente de 83 anos, sexo masculino, interna na UTI em estado grave após um AVC (acidente vascular cerebral). Permanece em estado comatoso, com diversos dispositivos e evolui com piora. Dado momento, sua função renal fica crítica e a equipe precisa decidir se serão realizadas mais medidas invasivas para um caso em que o prognóstico é fechado.
O psicólogo é chamado para avaliar a família e em seu contato percebe que os familiares demonstram sinais de luto antecipatório e desejo de que o sofrimento do paciente não seja prolongado se as medidas não puderem ofertar cura. Desta forma, coube ao psicólogo compartilhar com a equipe as preocupações e desejo da família.
Devido piora dos parâmetros, foi possível para a equipe tratar com a família à respeito de medidas de conforto para o paciente. Opta-se por seguir protocolo de cuidados paliativos proporcional e, por consequência do quadro clínico, tal paciente evoluiu para óbito.
Este é um exemplo simples de uma atuação psicológica no hospital: escuta da família, acolhimento de seu sofrimento e discussão de caso com a equipe. Neste mesmo exemplo, o psicólogo poderia atuar junto ao médico e enfermagem na comunicação de más notícias e no acolhimento pós óbito. Além disto, o psicólogo muitas vezes fica à disposição de acolher a equipe em situações de dificuldades emocionais relacionadas ao atendimento do paciente e família. Outra atuação comum são os grupos terapêuticos para pacientes e para familiares nas mais diversas temáticas: acolhimento, orientação em saúde, apoio para patologias específicas (câncer, fibromialgia, transtornos), luto…

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