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Roteiro da aula sobre Suprarenal (Silverthorn, Costanzo e Berne) 
 
1. Localização da Adrenal, zonas da camada cortical (três: glomerulosa, reticular e 
fasciculada) 
 
1.1 Zonas glomerulosa (Mineralocorticóide - aldosterona), fasciculada 
(glicocorticoide – cortisol) e reticulada (androgênios). 
 
O córtex supra-renal produz esteróides, um grupo de hormônios produzidos a partir 
do colesterol, com semelhanças químicas com este composto, embora com funções 
diferentes. 
• A zona glomerulosa elabora mineralocorticóides, hormônios que intervêm no 
metabolismo do sódio e do potássio, minerais muito importantes no equilíbrio dos 
líquidos no organismo. O principal mineralocorticóide é a aldosterona, um 
hormônio que atua sobre os rins, estimulando a reabsorção de sódio, de modo que 
este não seja eliminado com a urina, o que origina uma maior retenção de líquidos 
no organismo. 
• A zona fasciculada produz glucocorticóides, um grupo de hormônios cuja função 
principal consiste em regular o metabolismo dos nutrientes energéticos, ou seja, os 
lípideos, glícideos e proteínas. O glucocorticóide mais importante é o cortisol. 
• A zona reticulada elabora androgénios, hormônios que estimulam o 
desenvolvimento das características sexuais masculinas e o crescimento do tecido 
muscular. Nas mulheres, estes hormônios apenas são produzidos pelas glândulas 
suprarrenais. Por outro lado, nos homens, os androgénios são elaborados pelos 
testículos. Esta diferença na produção de androgénios é determinante para a 
diferenciação das características sexuais masculinas e femininas. Entre os 
androgénios fabricados pelo córtex suprarrenal, o mais importante é a 
deidroepiandrosterona ou DHEA. 
2. Transporte dos hormônios (variável, dependendo do tipo do hormônio) 
Transportadores: albumina, transcortina ou globulina fixadora de cortisol. 
3. Síntese de hormônios da adrenal 
A biossíntese de hormônios esteroides é dependente de colesterol, precursor desses 
hormônios. Sendo que o colesterol é adquirido na dieta, mas também é produzido pelo 
organismo através de reações que ocorrem no RE e na mitocôndria e que envolvem o 
agrupamento de AcetilCoA derivado daoxidação do piruvato e de ácidos graxos na 
mitocôndria. O colesterol é clivado na mitocôndria para formar Δ5-pregnenolona (a 
clivagem da cadeia lateral se vale do conjunto enzimático SCC, o qual tem sua 
concentração aumentada pelo ACTH). Pregnenolona é então convertida em 
progesterona através da ação de duas enzimas: 3β-ol desidrogenase e Δ4,5-isomerase. 
Para se chegar aos hormônios corticosteroides são necessárias outras enzimas 
especificas para cada hormônio. Para se obter aldosterona são necessárias 21-
hidroxilase do reticulo endoplasmático (RE) e 11β-hidroxilase e 18-hidroxilase 
mitocondriais. Já para a síntese de cortisol nas células da zona fasciculada da glândula 
suprarrenal se requer: 17-hidroxilase e 21-hidroxilase do reticulo e 11β-hidroxilase 
mitocondrial. Sendo importante ressaltar que as enzimas hidroxilases do RE são 
enzimas citocromos P450 (CYP). Após a síntese os hormônios esteroides se difundem 
através da membrana plasmática atingindo a circulação, onde se ligarão a proteínas 
transportadoras. 
Os hormônios esteroides tem metabolismo lento por se ligarem a proteínas presentes no 
plasma sanguíneo; o cortisol, por exemplo, se liga a transcortina sérica. Eles são 
metabolizados principalmente no fígado onde as reações levam tais compostos a terem 
sua atividade metabólica reduzida e sua solubilidade em água aumentada facilitando a 
excreção. São diversos os fatores que alteram o metabolismo dos esteroides no fígado. 
Ele é aumentado em pacientes com hipertireoidismo e diminuído em pacientes com 
hipotireoidismo (mau funcionamento da tireoide que está correlacionado a disfunção 
das adrenais, devido aos efeitos dos hormônios tireoideanos sobre as célular do cortex 
adrenal). 
Mas isso não ocorre a esmo, a produção é regulada por participante de uma cascata e 
por sinais. O sistema de cascata hormonal amplifica sinais específicos, pois a medida 
que os processos vão se correlacionando as quantidades de hormônios crescem em 
níveis sucessivos, também devido a tendência de a meia-vida dos hormônios crescer 
conforme se avança na cascata, assim o hormônio fica mais tempo na corrente 
sanguínea. Esse processo de sinalização se inicia no cérebro e tem seu fim nas células 
alvo. 
Observe um exemplo de cascata. Um estimulo ambiental resulta em um sinal para a 
estrutura hipocampal do sistema límbico e sinaliza liberação de um hormônio liberador 
hipotalâmico, hormônio liberador de corticotropina (CRH). Ao atingir a pituitária 
anterior e se ligar a membrana de células corticotrópicas ele gera uma resposta que leva 
a liberação de hormônio adrenocorticotropico (ACTH). O ACTH circula e então se liga 
a células do córtex adrenal, a glândula alvo. Após isso há a síntese de cortisol, hormônio 
que exercerá diversas atividades no organismo, mas que também irá retroalimentar 
negativamente a glândula pituitária e o hipotálamo. Sendo que dentro dessa cascata os 
tempos de meia-vida são crescentes na ordem: CRH, ACTH, cortisol. 
Além dos fatores já citados a produção de hormônios esteroides também é regulada pela 
concentração de cAMP (relacionado a mobilização de colesterol para a mitocôndria) e 
pela proteína StAR (proteína regulatória esteroidogênica aguda) que facilita a 
translocação de colesterol da membrana mitocondrial externa para a interna. Há ainda 
regulação pela concentração de Ca
2+
, cujo aumento da concentração leva a ativação de 
enzimas colesterol desmolase e assim estimula a produção de aldosterona. 
 
4. Secreção de cortisol 
Ao longo do dia, ocorrem diversas variações no que diz respeito à secreção do cortisol, 
tendo um pico pouco antes do despertar. Os seus níveis também estão elevados em 
certas situações de estresse como cirurgias, queimaduras, infecções, hipoglicemia e 
exercício físico extenuante. Esse hormônio possui uma ação importantíssima no 
metabolismo dos macronutrientes, mantendo a produção de glicose a partir da proteína 
(gliconeogênese), além de realizar a lipólise e cetogênese, que é fundamental durante 
um período de jejum, a exemplo do sono. Também exerce funções em locais como: 
músculo, rim, osso, tecido conectivo, desenvolvimento do feto e no sistema imune. 
Em relação aos seus efeitos no músculo, o cortisol ajuda na manutenção da 
contratilidade, além de estimular a proteólise. No tecido ósseo, tal hormônio reduz a 
formação da matriz óssea e aumenta a sua reabsorção, sendo esse mecanismo acentuado 
através da inibição da absorção de cálcio no intestino. Além disso, inibe a síntese de 
colágeno no organismo, deixando a pele mais fina assim como a parede dos capilares, o 
que favorece uma ruptura e hemorragia intracutânea. 
No sistema renal, aumenta a taxa de filtração glomerular, elevando assim a diluição da 
urina e depuração de água livre. Dessa forma, possui um papel crucial em situações que 
há sobrecarga de água. 
Já no que se diz respeito ao desenvolvimento do feto, o cortisol auxilia na formação do 
sistema nervoso central, da retina, da pele, dos pulmões e do trato gastrointestinal. Esse 
último é de suma importância após o nascimento para que não se tenha nenhuma reação 
adversa ao leite materno. Por fim, o cortisol é um potente anti-inflamatório e limita a 
resposta inflamatória. Essa ação é crucial para que não haja uma destruição de estruturas 
e funções normais, a exemplo do que acontece nas doenças auto-imunes. 
 
5. Efeitos do cortisol sobre diferentes tecidos e resposta ao estresse. 
 
 Efeito Permissivo ao glucagon e adrenalina – glicogenólise 
 Memória, aprendizadoe humor 
 Gliconeogênese 
 Catabolismo muscular esquelético e cardíaco 
 Lipólise, balanço do cálcio reduzido 
 Depressão do sistema Imune 
 Redução da massa óssea e crescimento linear 
 Aumenta a taxa de filtração glomerular, inibe o ADH 
 eritropoetina 
 
6. Efeito do cortisol sobre o metabolismo 
1) Mobilização de reservas energéticas 
O cortisol apresenta ação oposta à da insulina e similar à do glucagon (com a importante 
diferença de que este age em receptores da membrana celular, enquanto o cortisol 
interfere na transcrição, dentro do núcleo celular). Ele afeta três tecidos relacionados 
com o suprimento de energia para o corpo: 
- Fígado: a gliconeogênese é estimulada, graças ao aumento na quantidade de enzimas 
da via e na atividade dessas enzimas, e à maior disponibilidade de substratos, vindos de 
outros tecidos, como os citados a seguir. Tudo isso é mediado pelo cortisol. 
- Músculos: neles, o cortisol induz a degradação de proteínas, além de frear a síntese 
proteica. Dessa forma, há uma maior disponibilização de aminoácidos para a 
gliconeogênese (ocorrendo no fígado). Além disso, o hormônio provoca a diminuição 
no consumo de glicose pelos músculos, a fim de combater a hipoglicemia (como o 
glucagon), e economizar glicose para o uso do cérebro (que aumenta sua demanda em 
condições de stress); para isso, também gera uma queda na sensibilidade dos miócitos à 
insulina. 
- Tecido Adiposo: nele, o cortisol induz a lipólise, aumentando a disponibilidade tanto 
de glicerol (para a gliconeogênese) quanto de ácidos graxos livres (para oxidação e 
obtenção de energia). Também há a queda no consumo de glicose e na sensibilidade dos 
adipócitos à insulina, a fim de preservar os níveis glicêmicos. 
2) Ação imunossupressora e anti-inflamatória 
Processos inflamatórios muito prolongados acarretam certos prejuízos ao 
microambiente envolvido. Um exemplo notável é o fato de que as hidrolases 
lisossomais, liberadas durante o fenômeno da fagocitose, acabam afetando células 
próximas que estavam intactas. Outro exemplo marcante refere-se à vasodilatação no 
local inflamado, a qual acaba provocando um extravasamento de líquido, o que engrossa 
o sangue e prejudica seu fluxo normal. 
Por isso, é necessário haver um controle da intensidade da inflamação. Outra função do 
cortisol é justamente realizar esse controle. Nas regiões de inflamação, é observado que 
a concentração de cortisol livre é maior do que no resto do corpo. 
O cortisol atua de várias maneiras, com o objetivo de reprimir o sistema imune: 
- Inibe a ação de “mensageiros da inflamação”, como a IL-1, uma interleucina 
produzida pelos macrófagos; 
- Diminui a atividade dos linfócitos B, diminuindo a produção de anticorpos; 
- Provoca uma queda na quantidade de linfócitos e eosinófilos circulantes, seja levando-
os à apoptose, seja induzindo um “sequestro” dessas células (por órgãos como o baço). 
Isso, inclusive, ocasiona um decréscimo no volume dos linfonodos e do timo. 
- Estabiliza a membrana dos lisossomos, dificultando a liberação de enzimas que 
atuariam na defesa do organismo contra corpos estranhos; 
- Dificulta a vasodilatação na região afetada, a qual permitiria um extravasamento de 
células de defesa e líquido (o causador dos inchaços característicos de inflamações). 
Devido a todas essas ações, que causam a supressão do sistema imune, os 
glicocorticoides são usados como fármacos para combater doenças autoimunes (como 
lúpus, vitiligo, hepatite autoimune...), que são causadas pelo combate do sistema de 
defesa ao próprio organismo. 
3) Ação conjunta com a adrenalina 
Em situações de stress, o hipotálamo é estimulado a liberar CRH, que induz a produção 
de ACTH por parte da hipófise. O ACTH, então, estimula a síntese de cortisol. Este 
aumenta a sensibilidade das células-alvo à adrenalina (que também passa a 
concentrações maiores em condições de stress). O próprio cortisol também age (mas 
prioritariamente a longo prazo) em mecanismos que preparam o corpo para lidar com 
tais situações. 
 
7. Controle da secreção do cortisol: alça de feedback. 
O cortisol é estimulado pelo ACTH, secretado pela adenohipófise. O ACTH, por sua 
vez, é controlado pelo CRH produzido nos núcleos paraventriculares do hipotálamo e 
secretado no sistema porta-hipofisário. O ACTH ativa a produção de esteróides pelas 
células do córtex suprarrenal através de um receptor de membrana específico acoplado à 
uma proteína G. A subunidade alfa da proteína G ativa a adenil-ciclase, responsável por 
converter ATP em AMPc. O AMPc atua como segundo mensageiro, responsável pela 
cascata de sinalização até a formação dos hormônios do córtex supra renal. A etapa 
mais importante de todas as etapas estimuladas pelo ACTH é a síntese de cortisol 
através da ativação da enzima desmolase, enzima essa responsável pela conversão 
inicial do colesterol em pregnenolona. Essa conversão inicial é a etapa que limita a 
velocidade para todos os hormônios do córtex suprarrenal, explicando assim, a razão 
pela qual o ACTH é normalmente necessário para a síntese de qualquer hormônio do 
córtex suprarrenal. A estimulação prolongada do córtex suprarrenal pelo ACTH não só 
aumenta a atividade secretora, como também provoca hipertrofia e proliferação dessas 
células, sobretudo na zona fasciculada e na zona reticular, onde são secretados o cortisol 
e os androgênios. O ACTH exerce pouco, ou nenhum efeito sobre a zona glomerulosa, 
dessa forma não tendo influência sobre a produção de mineralocorticóides. 
O estresse fisiológico exerce efeitos sobre a secreção de ACTH. Estímulos estressantes 
causados pela dor (trauma ou intervenção cirúrgica) são inicialmente transmitidos por 
meio do tronco cerebral até a área perifornical do hipotálamo e daí, até o núcleo 
paraventricular do hipotálamo e, em seguida, à eminência média, onde o CRH é 
secretado no sistema porta hipofisário. Em alguns minutos, é visto um aumento 
considerável de cortisol sérico. 
O estresse psicológico também pode ocasionar aumento igualmente rápido da secreção 
de ACTH. Acredita-se que tal efeito decorra da maior atividade do sistema límbico, em 
particular na região da amígdala e do hipocampo, que transmitem os sinais para o 
hipotálamo medial posterior. 
Com relação ao ritmo circadiano, durante o dia existem cerca de 10 pulsos de secreção 
hipofisária de ACTH (com consequentes pulsos de cortisol), sendo o pico das 6 às 8h da 
manhã. As velocidades de secreção do CRH, ACTH e cortisol estão todas elevadas pela 
manhã, e baixas à noite. Mudanças nos hábitos de sono levam a alteração do ciclo 
circadiano, com consequente mudança do horário de pico do cortisol. 
Por último, o cortisol exerce efeitos diretos por feedback negativo sobre o hipotálamo, 
diminuindo a formação de CRH, e sobre a adeno-hipófise, diminuindo a síntese de 
ACTH. Esses mecanismos de feedback ajudam a regular a concentração plasmática de 
cortisol, mantendo em níveis normais as concentrações séricas de CHR, ACTH e 
cortisol. 
 
8. Hipercortisolimo: efeito no corpo do indivíduo (síndrome de Cushing) 
A causa mais frequente é a hiperplasia suprarrenal bilateral subsequente à produção 
excessiva de ACTH (Sindrome de Cushing). 
Os sinais clínicos resultantes da produção excessiva de glicocorticóides são a obesidade, 
com distribuição predominantemente facial, cervical e troncular; osteoporose; 
fragilidade capilar, com equimoses fáceis; pele fina (excessiva visualização dos leitos 
capilares subcutâneos) por perda de tecido conjuntivo; aumento do catabolismo 
proteico, com atrofia, fragilidade muscular, dificuldades de cicatrização e atrasos de 
crescimento (nos mais jovens); anomalias no metabolismo glicídico(podendo chegar ao 
extremo da diabetes); depressão imunitária; insónia, etc. 
A produção excessiva de androgênios suprarrenais pode detectar-se, no sexo feminino, 
por sinais de virilização: irregularidade de ciclos menstruais ou amenorreia, regressão 
do desenvolvimento mamário, hirsutismo, acne, voz de tom mais grave, hipertrofia 
clitoridiana, líbido acentuada e aumento da massa muscular. 
Pode verificar-se hiperfunção suprarrenal por “ativação” aparente do eixo hipotálamo-
hipofisário-suprarrenal ou por mutações na proteína Gs como sucede na síndrome de 
McCune-Albright. 
O excesso de mineralocorticóides traduz-se em hipertensão, hipervolémia, hipocalémia, 
alcalose metabólica e hipernatremia ligeira; os níveis de renina plasmática estarão 
suprimidos se a produção de aldosterona for autônoma (Síndrome de Conn). Podem 
igualmente surgir manifestações de hiperaldosteronismo por deficiência da 11-b-
hidroxi-esteróide desidrogenase tipo A, que converte a cortisona em cortisol e faz com 
que esta active os receptores MR reproduzindo o efeito do excesso de aldosterona. 
 
9. Aldosterona: funções 
O principal estímulo para a secreção de ADH não é a hipovolemia (é também um 
estímulo, mas não é o mais potente). A hipovolemia é um potente estimulador do 
sistema renina-angiotensina-aldosterona: baixa de perfusão renal – liberação de renina – 
pouco sódio na mácula densa – estímulo à produção de renina, angiotensina e 
aldosterona, que tende a estimular no túbulo contornado distal à reabsorção de cloreto 
de sódio e água. A aldosterona estimula a reabsorção de cloreto de sódio e água, um 
volume líquido isosmótico. Portanto, o impacto dessa ação é óbvio sobre a volemia, 
mas não modifica a osmolaridade do organismo. Já o ADH permite a reabsorção 
de água livre, pois abre canais no ducto coletor, que permitem a osmose. 
A força que determina a osmose é a força osmótica, de um lado mais diluído para um 
lado mais concentrado. O lado mais diluído é o interior do canalículo e o mais 
concentrado é o interstício da medula. O ADH abre canais que permite a passagem de 
água do interior dos canalículos em direção ao interstício. A força física para a 
passagem de água é a hipertonicidade da medula renal. Portanto, o principal estímulo 
para secretar ADH é a hiperosmolaridade. 
Os osmorreceptores do hipotálamo aumentam a secreção de ADH em hipertonicidade. 
A volemia modifica a sensibilidade do sistema de secreção de ADH à osmolaridade, 
mas o estímulo para a sua secreção é a tonicidade do organismo. Existe uma relação 
direta entre osmolaridade e taxa de secreção de ADH: quanto maior a osmolaridade, 
maior a taxa de secreção de ADH, mas a inclinação da curva é dada pela volemia. Se o 
plasma encontra-se hipertônico, por perda de água livre, como no suor, há estímulo de 
ADH. Se há hipovolemia, a inclinação da curva aumenta, ou seja, para cada aumento de 
unidade de osmolaridade, há mais estímulo para secreção de ADH. O mecanismo de 
estímulo continua sendo a hiperosmolaridade, mas a sensibilidade desse mecanismo é 
dada pela volemia. 
Isso é dado pelos chamados receptores de baixa pressão, localizados nos átrios e veias 
cavas. São receptores de estiramento, que possuem terminações nervosas livres, na 
camada média das veias e átrios, e percebem o grau de estiramento: quando há 
hipervolemia, há estímulo das fibras e há aumento dos potenciais de ação em direção ao 
hipotálamo, fazendo inibição da secreção de ADH, ou seja, há diminuição da 
sensibilidade do hipotálamo. Em hipovolemia, há menos estiramentos das fibras e 
menos sinais inibitórios, logo há maior secreção de ADH para o aumento da tonicidade 
plasmática. O efeito básico na reabsorção de água livre é dado pelo ADH, aumentando a 
abertura das aquaporinas, particularmente no tubo coletor e parte final do túbulo 
contornado distal, enquanto que o sistema renina-angiotensina-aldosterona tem função 
mais direta com a volemia, em contraste com o ADH, que tem função mais direta no 
controle da tonicidade. 
 
10. Regulação da secreção da aldosterona. Excesso e falência da zona glomerulosa: 
síndrome de Addison. 
A doença de Addison – falência completa do córtex suprarrenal,é letal. Normalmente 
progride lentamente, culminando com insuficiência de todos os corticóides suprarrenais, 
mas também há casos de falência abrupta, por exemplo, após a remoção cirúrgica das 
suprarrenais. 
Pela falta de glicocorticóides desenvolvem-se múltiplos sintomas/sinais: anorexia, mal-
estar, astenia e letargia, fraqueza muscular, náuseas e vómitos, dor abdominal, perda 
ponderal, febre, intolerância a agentes ou situações estressoras, hipoglicemias em jejum, 
alterações na fórmula leucocitária plasmática. 
Pela falta de androgênios suprarrenais há anemia e, nas mulheres, perda da pilosidade 
púbica e axilar. 
A escassa produção de corticóides, por “feedback”, reforça a síntese de ACTH e de 
todos os derivados do transcrito POMC (incluindo o MSH), resultando numa 
estimulação da atividade dos melanócitos e na hiperpigmentação cutânea típica destes 
doentes. 
A deficiência de aldosterona associa-se a poliúria (por natriurese e diurese osmótica), 
desidratação, hipotensão, hipercalemia e acidose metabólica. Os níveis plasmáticos de 
renina e angiotensina elevam-se. 
Em alguns casos, a insuficiência suprarrenal deve-se a um déficit de ACTH (alteração 
hipotalâmico-pituitária); nesta circunstância, os níveis plasmáticos de aldosterona e 
potássio estão normais e não há hiperpigmentação, dada a ausência de co-peptídeos do 
ACTH. 
A terapêutica num caso de insuficiência aguda da suprarrenal (crise Addisoniana) passa 
pela administração de cortisol endovenoso e de soro fisiológico; numa terapêutica de 
manutenção, para além de glicocorticóides, é necessária a substituição com 
mineralocorticóides sintéticos. 
Embora a causa mais frequente de hipofunção suprarrenal seja primária – destruição do 
córtex suprarrenal por tuberculose, meningococcémia ou por fenómenos auto-imunes, 
pode igualmente ter lugar por déficit de enzimas da linha esteroidogénica, que, em 
geral, se associa a anomalias da síntese das hormonas sexuais. Podem também 
assinalar-se mutações dos receptores de glicocorticóides (N3C1) ou de 
mineralocorticóides (NR3C2) que se associam ao pseudohipoaldosteronismo. 
A insuficiência suprarrenal pode ser secundária – panhipopituitarismo, por falência 
eletiva da produção de ACTH (como sucede nos casos de mutação da convertase que 
cliva a POMC e a converte em ACTH) ou por mutação do receptor do ACTH (MC2R) 
 
Referências: 
https://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=266 
https://corticoides.wordpress.com/2012/06/09/sintese-e-regulacao-dos-hormonios-
esteroides-um-pouco-sobre-o-metabolismo-dos-hormonios-esteroides/ 
http://sncsalvador.com.br/fisiologia-do-cortisol/ 
http://corticoidesebioquimica.blogspot.com.br/2013/02/efeitos-do-cortisol-no-
organismo.html 
https://corticoidesunb12016.wordpress.com/2016/06/21/regulacao-do-cortisol/ 
http://www.uff.br/WebQuest/downloads/Suprarrenal.htm 
http://www.uff.br/fisio6/aulas/aula_13/topico_04.htm

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