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Prévia do material em texto

Cuidados para o Desenvolvimento da Criança (CDC) 
Manual de orientação às famílias 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário: 
Programa Criança Feliz 
 
 
 
 
 
Tradução realizada pela equipe técnica do Instituto Alfa e Beto com autorização da UNICEF. 
Tradução do original Care for Child Development 
2012 
 
Autores: Patrice Engle e Jane E. Lucas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 4 
Objetivos do Curso. .................................................................... 4 
Métodos e Materiais do Curso ................................................... 5 
QUEM É O CUIDADOR? ................................................................... 7 
CUIDANDO DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA .......................... 8 
O que significa cuidar do desenvolvimento da criança? ................ 9 
Discussão: Cuidados para o desenvolvimento da criança ......... 13 
RECOMENDAÇÕES COM RELAÇÃO AOS CUIDADOS PARA O 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 14 
Recém-nascido, do nascimento à 1ª semana. .................... 16 
Da 1ª semana 6 meses de idade......................................... 17 
Dos 6 aos 9 meses de idade. .............................................. 19 
Dos 9 aos 12 meses de idade. ............................................ 20 
Dos 12 meses aos 2 anos de idade ..................................... 22 
Dos 2 anos de idade em diante. ......................................... 24 
Discussão: Usando a ficha de orientação ................................. 26 
Exercício com vídeo: Atividades lúdicas e de 
comunicação recomendadas .................................................. 27 
Exercício: Construindo brinquedos .......................................... 28 
ORIENTE A FAMÍLIA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA . 30 
Cumprimente o cuidador e a criança. ........................................ 30 
Exercício: Identifique o cuidador e a criança. ......................... 32 
3 
OBSERVE, PERGUNTE E ESCUTE: 
IDENTIFIQUE AS PRÁTICAS DE CUIDADO 34 
Para todas as crianças ................................................................ 35 
Por grupo de idade ..................................................................... 37 
ELOGIE E ORIENTE 
MELHORE A FORMA DE CUIDAR 39 
Elogie o cuidador. ...................................................................... 41 
Oriente o cuidador .................................................................... 42 
Exercício de Role Play (Interpretação de Papéis): 
Oriente o cuidador ..................................... 44 
AJUDE A RESOLVER PROBLEMAS 46 
Box: Para a criança com 6 meses de idade e para crianças 
mais velhas que possam estar com dificuldades de 
aprendizado ...................................................................... 49 
Exercício de Role Play: Ajude a resolver problemas ..................53 
FAÇA O ACOMPANHAMENTO DO CUIDADOR E DA CRIANÇA 54 
Exercício em vídeo: Identifique e ajude a resolver problemas
 .......................................................................................... 55 
 
 
4 
INTRODUÇÃO 
 
O presente Manual foi elaborado pela UNICEF em parceria com a Organização Mundial de 
Saúde, e consiste numa proposta para capacitação de multiplicadores que atuam junto a pais e 
cuidadores de crianças de zero a seis anos de idade. O manual foi desenvolvido por Patrice 
Engle e Jane E. Lucas e já foi traduzido e implementado em inúmeros países. Existem avaliações 
rigorosas que demonstram a eficácia do uso das estratégias aqui apresentadas, ou seja, os 
multiplicadores que empregam essas recomendações de forma adequada levam os pais a 
adotarem as estratégias recomendadas que, por sua vez, afetam o desenvolvimento das 
crianças. A versão atual apresenta algumas adaptações já realizadas face ao contexto de 
implementação do Programa Criança Feliz. Essas adaptações foram realizadas com autorização 
da Dra. Jane Lucas no contexto da realização da certificação, pela mesma, da equipe de 
capacitadores do referido Instituto e do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário 
realizada em Brasília em dezembro de 2016. 
 
O Manual apresenta o conteúdo e as atividades que são desenvolvidas durante o processo de 
capacitação. A metodologia da proposta pode ser resumida por palavras- chave, que estão 
intimamente relacionadas: estimular, estabelecer vínculo, comunicar e brincar. Cabe aos pais 
estimular as crianças, a estimulação se dá na forma de comunicação e brincadeiras. A 
estimulação adequada às diferentesidades facilita o fortalecimento de vínculos de afeto, que, 
por sua vez, cria uma intimidade, confiança e segurança que ajuda a criança a progredir no seu 
desenvolvimento. 
 
O visitador não atua como um profissional que lida com a criança: ele é um agente que ajuda os 
pais – pela conversa e pela demonstração – a interagir de forma cada vez mais adequada com 
seus filhos, bem como a avaliar o impacto dessa interação, de maneira a se comunicar e brincar 
de maneira cada vez mais eficaz. 
 
O Manual inclui este volume e as fichas que serão usadas durante a capacitação. Esse material 
respeita a abordagem preconizada pela UNICEF/OMS, e que será adotada rigorosamente em 
todas as capacitações promovidas no âmbito do Programa Criança Feliz. 
 
As fichas de observação e outros materiais foram adaptados pela equipe responsável pela 
preparação desta versão pelo MDSA, sob a supervisão da Dra. Jane Lucas, para atender as 
peculiaridades da implementação do Programa no Brasil, 
 
Para que o programa possa ser devidamente acompanhado e avaliado o MDSA requer de todos 
os capacitadores e visitadores o compromisso de seguir rigorosamente a metodologia 
apresentada neste Manual. 
 
Objetivos do Curso 
 
Ao completar este curso sobre os Cuidados para o Desenvolvimento da Criança, você será capaz de: 
• Identificar a interação entre a criança e um familiar ou 
outra pessoa - o cuidador - que seja o responsável direto 
pela criança. 
 
• Orientar a família sobre atividades que fortalecem o 
relacionamento entre a criança e o seu cuidador. 
 
• Orientar a família sobre brincadeiras e atividades 
comunicativas que estimulam o crescimento e 
desenvolvimento saudável da criança. 
5 
 
À medida que for aprendendo essas tarefas, você será capaz de observar mais atentamente 
os cuidadores e suas crianças. Você será capaz de observar mais atentamente os 
cuidadores em suas interações com seus filhos e orientar as famílias a usar boas técnicas de 
comunicação com seus filhos. 
 
Métodos e Materiais do Curso 
Neste curso, você vai ler sobre orientações à família ou aqualquer outra pessoa que tome conta de 
alguma criança e vai observar e praticar essas orientações. 
O curso inclui os seguintes materiais: 
 
• Manual do participante (você o está lendo). 
Ele inclui o conteúdo, as discussões e os exercícios do curso. 
 
• Fichas de Orientação: Conversar e Brincar / 
Orientações à Família 
As fichas de orientação apresentam 
atividades a serem feitas com as crianças 
que podem melhorar o seu 
desenvolvimento. 
Com o auxílio das fichas de orientação, você 
poderá dar conselhos sobre novas 
brincadeiras e atividades comunicativas para 
os cuidadores, à medida que a criança for 
crescendo. Não é necessário memorizar as 
recomendações. Você poderá consultar as 
fichas quando for orientar um cuidador. 
 
 
 
 
 
• Ficha de Verificação do Visitador 
A Ficha de Verificação do Visitador serve como 
um guia para avaliar o bem-estar da criança. Ela 
ajuda a família a resolver problemas, ao mesmo 
tempo em que os cuidadores aprendem como 
brincar e se comunicarcom a criança. 
 
 
 
 
 
*Nota: O Programa Criança Feliz irá disponibilizar um conjunto de sugestões de atividades, por faixa etária, para uso 
pelos visitadores. 
 
6 
Outros materiais 
O multiplicador utilizará vídeos e outros materiais para introduzir e revisar as atividades de orientação. 
 
Terá varias oportunidades para praticar o que está aprendendo em discussões, exercícios, 
brincadeiras e jogos na sala de aula e também em atividades de treinamento com cuidadores e suas 
crianças. 
 
Usando a ficha de verificação e as fichas de orientação, você orientará cuidadores em casa, clínicas e 
outros lugares: 
 
• Observe, pergunte e escute: veja como os cuidadores e suas crianças interagem, e como os 
cuidadores brincam e se comunicam com as suas crianças. 
 
• Elogie: incentive os cuidadores e fortaleça sua confiança para que eles continuem a fazer atividades 
específicas com suas crianças e continuem se esforçando. 
 
• Aconselhe: dê sugestões que possam melhorar a interação dos cuidadores com suas crianças, se 
necessário. 
 
• Resolva problemas: identifique quaisquer dificuldades que os cuidadores possam ter e ajude-os a 
resolver problemas. 
 
• Verifique a compreensão: descubra o que os cuidadores compreendem e lembram para que você 
tenha certeza de que eles serão capazes de cuidar melhor das crianças. 
 
7 
QUEM É O CUIDADOR? 
O cuidador é a pessoa mais importante na vida da criança. O cuidador 
alimenta e protege a criança, proporciona afeto, se comunica e atende às 
necessidades da criança. Se a criança está doente, o cuidador é 
normalmente a pessoa que leva a criança ao médico. 
 
Quem são os cuidadores na sua comunidade? Muitas vezes o cuidador 
é a própria mãe da criança. A mãe é a principal e mais importante 
cuidadora de uma criança que está em fase de amamentação. 
 
O provedor de cuidados primários também 
pode ser o pai ou outro familiar. Quando o pai 
e a mãe estão ambos doentes ou ausentes, o 
cuidador pode ser um parente ou vizinho. 
 
Em algumas comunidades, as crianças têm 
vários cuidadores. Uma avó, uma tia, 
umairmã maisvelha e uma vizinha podem 
compartilhar cuidado da criança. Uma creche 
também pode ter vários cuidadores mque 
tomam conta das crianças algumas horas por 
dia. Neste treinamento, a família é 
considerada a cuidadora primária da criança. 
 
 
amigável você 
 
 
 
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Foto J Lucas 
8 
CUIDANDO DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
As crianças vão se tornando mais capazes à medida que vão crescendo. 
Elas aprendem a falar, andar e correr. Aprendem a pensar e resolver 
problemas. 
 
Esse aprendizado ajuda as crianças a ter bom desempenho na escola e, 
quando adultas, a contribuir para as suas famílias e comunidades. Essas 
mudanças são exemplos de desenvolvimento da criança. 
 
As recomendações sobre os Cuidados para o Desenvolvimento da Criança 
são adequadas para todas as crianças. 
 
As recomendações dão ideias para brincadeiras e atividades comunicativas 
que ajudam as crianças a aprender. Comer, vestir-se e outras tarefas 
diárias são oportunidades para adultos brincarem e se comunicarem com 
suas crianças. 
 
As recomendações também ajudam as crianças a crescer. Por esta razão, 
as recomendações são especialmente importantes para recém-nascidos e 
crianças desnutridas. Estudos mostram que atenção extra dada através de 
brincadeiras e comunicação, além da atenção dada durante a alimentação, 
estimula o crescimento de bebês abaixo do peso e de crianças 
desnutridas. 
 
Bebês abaixo do peso e crianças desnutridas 
também têm dificuldade de aprender. Elas podem 
ser tímidas, facilmente irritáveis, difíceis de 
alimentar e menos propensas a brincar e se 
comunicar. 
 
Como essas crianças são menos ativas, elas têm 
menos capacidade de atrair a atenção dos adultos 
que tomam conta delas. O resultado é que com o 
passar do tempo mães e outros cuidadores se 
tornam menos dispostos a alimentar, brincar ou se 
comunicar frequentemente com elas. 
 
Crianças desnutridas, doentes e com deficiências têm necessidades 
especiais. Suas famílias também precisam de ajuda para entender 
como suas crianças comunicam fome, desconforto e necessidades. 
9 
As recomendações para brincadeiras e comunicação também podem ajudar 
os cuidadores. Por exemplo, depois do parto, algumas mães acham difícil se 
envolver ativamente no cuidado dos seus bebês recém- nascidos. Elas 
podem aparentar estarem doentes ou sobrecarregadas com suas 
responsabilidades. Ou podem parecer tristes e cansadas. Perdem o 
interesse por outras pessoas e não participam de atividades familiares. 
 
Dar atenção aos seus bebês, brincar com eles e ver como os bebês 
respondem à atenção ajuda esses cuidadores a serem mais ativos e felizes. 
As brincadeiras e atividades comunicativas recomendadas ajudam os 
cuidadores a se sentirem uma parte importante na vida das suas crianças. As 
atividades ajudam a criança e o cuidador. 
 
Todas as crianças serão mais saudáveis com a atenção extra dada durante as 
brincadeiras e atividades comunicativas e elas serão mais capazes de 
aprender. Suas famílias ficarão felizes ao ver as crianças crescerem e 
aprenderem novas habilidades. 
 
 
O que significa cuidar do desenvolvimento da criança? 
Cada criança é única ao nascer e as diferenças entre elas afetam o modo 
como elas aprendem. Como elas são tratadas no início das suas vidas 
também afeta o seu aprendizado. As experiências vividas com suas famílias e 
outros cuidadores nos primeiros anos de vida afetam enormemente o tipo 
de adulto que as crianças se tornarão. 
 
As famílias proporcionam cuidados especiais para o desenvolvimento de 
suas crianças ao lhes dar amor, atenção e muitas oportunidades para 
aprender. Ao brincar e se comunicar com seus filhos, as famílias os ajudam a 
crescerem e se tornarem mais saudáveis e fortes. As crianças aprendem a 
comunicar suas necessidades, resolver problemas e ajudar os outros. Desde 
cedo, as crianças aprendem habilidades importantes que vão prepará-las 
para a vida. 
 
• Muito do que as crianças aprendem, elas aprendem quando são 
muito jovens. 
 
O cérebro se desenvolve mais rapidamente antes do nascimento e durante 
os dois primeiros anos de vida. Uma boa nutrição e saúde são 
especialmente importantes durante este período. O leite materno tem um 
papel especial no desenvolvimento do cérebro. O leite materno também 
melhora a imunidade de crianças pequenas, o que as torna mais fortes e 
mais capazes de explorar e aprender. 
10 
 
 
As crianças podem ver e ouvir ao nascer. Desde cedo, além de uma boa 
alimentação, as crianças precisam de oportunidades para usar os seus olhos e 
ouvidos. Para que seus cérebros se desenvolvam, as crianças precisam se mexer, 
ter coisas para tocar e explorar e brincar com os outros. Crianças também 
precisam de amor e afeto. Todas essas experiências ajudam o cérebro a se 
desenvolver. 
 
 
 
 
 
Ao nascer, crianças podem ver e ouvir. 
 
O que um bebê mais gosta de observar é o rosto 
da mãe. O bebê vê a face da mãe e adora 
responder aos seus sorrisos e sons. 
 
A mãe deve começar a falar com a sua criança 
assim que ela nascer - e até 
antes disso também. 
 
 
 
 
 
• Crianças precisam de um ambiente seguro para aprender. 
Crianças estão sempre explorando coisas novas e aprendendo habilidades novas. 
Elas precisam de um ambiente limpo, seguro e protegido para não sofrerem 
lesões ou acidentes enquanto estão brincando e aprendendo. 
 
Crianças também devem ser protegidas da violência e da raiva direcionadas a elas 
e em torno delas. Adultos precisam proteger as crianças de danos físicos e da 
crítica excessiva, para que elascriem confiança para explorar e aprender. 
 
Quando as crianças são novas, elas tendem 
a explorar o seu ambiente com a boca, 
colocando coisas dentro dela. Com suas 
bocas e também com suas mãos, as 
crianças aprendem o que é macio e o que é 
duro, quente e frio, seco e úmido, áspero e 
liso. 
 
As famílias têm de se assegurar de que 
qualquer coisa que as crianças coloquem na 
boca seja grande o suficiente para evitar 
que elas engasguem. Os pais também não 
devem deixar as crianças colocarem objetos 
longos, finos ou pontiagudos na boca. 
Foto J Sinrod 
11 
 
 
Qualquer objeto que a criança utilize em suas brincadeiras deve estar limpo. 
Colocar a criança em cima de um lençol ou colchão limpo ajuda a manter os 
objetos limpos. 
 
Quando uma criança quer brincar com algo que não seja seguro ou limpo, o 
cuidador deve de maneira gentil dizer "não". Enquanto a criança está 
aprendendo o que pode e o que não pode, é útil trocar o objeto por algo que 
seja seguro e limpo. A atenção da criança pode ser facilmente redirecionada 
para outras atividades. 
 
 
• Crianças precisam de amor e atenção constantes de pelo menos uma pessoa. 
Para se sentirem seguras, as crianças precisam ter um relacionamento especial 
com pelo menos uma pessoa capaz de proporcionar a elas amor e atenção. A 
sensação de que elas fazem parte de uma família ajudará na convivência com 
outras pessoas. Também lhes proporcionará a confiança de que elas precisam 
para aprender. 
 
Crianças instintivamente desejam se comunicar com outra pessoa assim que 
nascem. Elas se sentem especialmente próximas dos cuidadores que as 
alimentam, se comunicam e lhes dão amor e afeto. 
 
Durante a amamentação, o bebê e a mãe se sentem muito próximos um do 
outro. Eles se comunicam através de reações a qualquer movimento, som e até 
o cheiro do outro. Essa reatividade especial é parecida com uma dança. O bebê 
se torna "parte" da pessoa que lhe dá colo, a ama e lhe dá segurança. Essa 
conexão dura a vida inteira. 
 
Algumas vezes a mãe e o bebê têm dificuldade para criar essa conexão especial. 
Você pode ajudar as mães e outros cuidadores a compreender o que os seus 
bebês estão tentando fazer, quando eles começam a se comunicar, e ajudar o 
cuidador a reagir adequadamente. Você pode ajudar cuidadores a aprender o 
que podem fazer para estimular o esforço de brincar e se comunicar que as 
crianças fazem. 
12 
 
Os adultos podem encorajar suas crianças ao reagir às suas palavras, 
ações e interesses com sons, gestos, toques gentis e palavras. Podem 
ajudar as crianças a se desenvolverem e se tornarem adultos saudáveis ao 
observar e conversar a respeito das tentativas das crianças de fazer coisas 
novas, fazer sons e falar, mesmo se as crianças ainda não forem capazes 
de conversar. 
 
• Crianças aprendem brincando e tentando coisas novas e 
também observando e copiando o que os outros fazem. 
Crianças são curiosas. Elas querem descobrir como podem mudar e 
afetar as pessoas e as coisas em volta dela já nos primeiros meses de 
vida. 
Brincar é o "trabalho" das crianças. Brincar proporciona muitas 
oportunidades para pensar e resolver problemas. Crianças são os primeiros 
cientistas. 
 
Crianças podem aprender brincando com panelas e 
frigideiras, copos e colheres e outros itens caseiros 
limpos. Elas aprendem batendo, soltando, colocando 
coisas e tirando coisas de caixas. Elas aprendem 
empilhando coisas e vendo coisas caírem e testando o 
som de diferentes objetos batendo uns nos outros. 
 
As crianças aprendem muito fazendo coisas sozinhas. 
Aprender a usar um utensílio sem derramar nada, por 
exemplo, ajuda a desenvolver habilidades físicas. 
 
Crianças também aprendem imitando o que os outros fazem. Por exemplo, 
se uma mãe quer que a criança coma uma comida diferente, ela precisa 
comer a comida ela mesma à vista da criança. 
 
13 
Discussão: 
Cuidados para o desenvolvimento da criança 
 
Decida se as frases abaixo são verdadeiras ou falsas. O 
multiplicador pode liderar a discussão em grupo utilizando 
uma ficha para ler em voz alta os enunciados. 
 
 
1. A mãe é mais eficaz quando se sente confiante em suas 
habilidades para cuidar de sua criança. 
Verdadeiro Falso 
2. O cérebro se desenvolve mais rápido quando a criança começa 
a ir para escola do que em qualquer outra idade. 
Verdadeiro Falso 
3. Crianças pequenas aprendem mais experimentando as coisas e 
imitando as outras pessoas do que quando alguém lhes diz o que 
fazer. 
Verdadeiro Falso 
4. Um pai deve conversar com seu filho, mesmo antes 
dele aprender a falar. 
Verdadeiro Falso 
5. Antes de aprender a falar, o único jeito que a criança 
tem de se comunicar é chorando. 
Verdadeiro Falso 
6. Um bebê consegue ouvir ao nascer. Verdadeiro Falso 
7. Um bebê não consegue enxergar ao nascer. Verdadeiro Falso 
8. A criança deve ser repreendida quando coloca alguma coisa na 
boca. 
Verdadeiro Falso 
9. A criança derruba coisas só para incomodar sua mãe ou seu 
pai. 
Verdadeiro Falso 
10. Uma criança começa a brincar quando ela tem idade 
suficiente para brincar com outras crianças. 
Verdadeiro Falso 
11. Crianças podem aprender brincando com panelas, potes, 
copos e colheres. 
Verdadeiro Falso 
12. Converse com a criança, mas não durante a 
amamentação. Isso irá distraí-la e dificultará a 
amamentação. 
Verdadeiro Falso 
14 
RECOMENDAÇÕES COM RELAÇÃO AOS CUIDADOS PARA O 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
A Ficha de Orientação “Conversar e Brincar” recomenda brincadeiras e 
atividades comunicativas para encorajar e estimular o desenvolvimento 
físico, social, emocional e intelectual da criança. 
 
Alguns exemplos das novas habilidades que a criança está desenvolvendo 
são: 
 
• Físicas (ou motoras) - aprender a alcançar e pegar um objeto e a ficar em 
pé e andar. 
• Cognitivas - aprender a pensar e resolver problemas, comparar tamanhos e 
formas e reconhecer pessoas e coisas. 
• Sociais - aprender a comunicar o que ela precisa e usar palavras para 
falar com outra pessoa. 
• Emocionais - aprender a se acalmar quando estiver nervosa, ser paciente 
quando estiver aprendendo uma nova habilidade, ser feliz e fazer os 
outros se sentirem felizes. 
 
Discuta com o multiplicador: 
Um cuidador ajuda uma criança a empilhar copos de tamanhos diferentes.
 Quais são algumas das habilidades que a criança está aprendendo? 
 Habilidades físicas (ou motoras) 
 Habilidades cognitivas 
 Habilidades sociais 
 Habilidades emocionais 
Algumas abordagens sobre como promover o desenvolvimento da criança 
focam no que a criança faz ou deve conseguir fazer numa idade específica. 
 
As recomendações na ficha de orientação, no entanto, focam no cuidado 
dado à criança. Elas sugerem brincadeiras e atividades comunicativas que 
ajudam as famílias a estimularem o desenvolvimento das habilidades da 
criança. Em diferentes idades, a criança precisa de oportunidades para 
aprender novas habilidades. As recomendações para brincadeiras e 
comunicação mudam e se tornam mais complexas à medida que a criança 
vai ficando mais velha. (Veja os seus grupos de idade na Ficha de Orientação 
“Conversar e Brincar”). 
 
As atividades também ajudam a família a aprender como cuidar da criança. 
Através de brincadeiras e comunicação com a criança desde o nascimento, o 
cuidador aprende a perceber quando a criança precisa de alguma coisa e a 
responder apropriadamente às tentativas da criança de se comunicar. 
 
As habilidades básicas de cuidado ‐ sensibilidade e responsividade - ajudam a 
mãe, pai e outros cuidadores a proporcionar um melhor cuidado para a 
criança. Elas contribuem para a sobrevivência da criança e também para um 
crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
15 
Um cuidador sensível percebe esabe quando a criança está tentando 
comunicar, por exemplo, fome, dor e desconforto, interesse em alguma coisa 
ou afeto. Um cuidador responsivo age imediatamente e apropriadamente ao 
que a criança está tentando comunicar. 
 
Essas habilidades básicas são necessárias para reconhecer sinais de 
desconforto, perceber que a criança está com fome e alimentá-la. Essas 
habilidades ajudam o cuidador a estar ciente de quando a criança está em 
perigo e a agir rapidamente para protegê-la. As habilidades ajudam o cuidador 
a sentir quando a criança está enfrentando problemas e a oferecer o afeto 
necessário. As habilidades ajudam os cuidadores a reconhecer quando a 
criança está doente e precisa de atenção médica. 
As brincadeiras e atividades comunicativas ajudam o 
cuidador a reagir à criança com base em suas necessidades 
de sobrevivência e no que ela tem interesse em aprender. 
 
Cada visitador, precisa compreender todas as 
recomendações sobre os cuidados para crianças recém-
nascidas até os cinco anos de idade. Mas você não 
precisa memorizá-las. Você pode consultar a Ficha de 
Orientação “Conversar e Brincar” quando se encontrar 
com os cuidadores. 
 
Você não precisará explicar todas as recomendações aos 
cuidadores. Você precisa selecionar quais recomendações 
são apropriadas para a idade da criança e para os 
problemas que você identificar. 
 
• Selecione atividades recomendadas e apropriadas para a idade da 
criança. 
 
Existem recomendações para brincadeiras e comunicação para crianças nos 
seis grupos de idade. Se a criança estiver quase no final de uma determinada 
faixa etáriavocê pode discutir recomendações para o próximo grupo. Por 
exemplo, uma criança que tem quase 12 meses pode aprender atividades 
recomendadas para crianças entre 12 meses e 2 anos. 
 
• Selecione atividades recomendadas e apropriadas de acordo com a 
habilidade da criança. 
Se uma criança for capaz de realizar uma atividade recomendada para sua 
idade, então mostre para ela uma atividade do próximo grupo de idade. 
 
• Selecione atividades recomendadas e apropriadas para os problemas 
com o cuidado que você identificar. 
 
Por exemplo, um cuidador pode não saber exatamente como lidar com as ações 
de uma criança. Recomende uma atividade que ajude o cuidador a prestar 
atenção no que a criança faz e como ele reage a ela. Um jogo em que você imita 
o que a criança faz pode ajudar o cuidador a aprender a prestar atenção e 
reagir mais prontamente ao que a criança está fazendo. 
 
Veja a seguir a discussão sobre as recomendações de brincadeiras e 
comunicação para cada grupo de idade. 
16 
Recém-nascido, do nascimento até a 1ª semana 
 
Brinque: Bebês saudáveis podem ver, ouvir e sentir cheiros logo 
após o nascimento. Eles já nascem sabendo reconhecer as suas 
mães. Pouco tempo depois, já começam a sorrir quando pessoas 
sorriem para eles. O reconhecimento do rosto é particularmente 
importante. 
 
Nessa idade, os bebês aprendem vendo, escutando, sentindo e se 
mexendo. A face da criança não deve ficar com a visão coberta por 
muito tempo, pois crianças precisam ver para que a visão delas se 
desenvolva. 
 
Enrolar o recém-nascido em um cobertor é comum em alguns 
lugares. Recém-nascidos não devem ser enrolados em roupas 
apertadas por longos períodos, pois eles precisam se mexer e tocar 
pessoas e coisas. 
Encoraje a mãe e o pai a segurar os seus filhos. Eles podem acariciar 
gentilmente a sua pele. Ao acalmar uma criança nervosa, eles 
também ensinam a criança a se acalmar sozinha. 
 
Comunique-se: Encoraje as famílias a falar com as crianças a partir 
do nascimento - ou até antes. Quando uma mãe olha nos olhos e 
sorri quando a criança sorri para ela, a criança aprende a se 
comunicar. E a mãe começa a ver que a sua criança é capaz de 
responder a ela. Encoraje o pai a se comunicar com o recém-
nascido. 
 
Crianças comunicam as suas necessidades. Elas aprendem a esperar 
que alguém esteja prestando atenção em seus movimentos, sons e 
choro. Amamentar quando o bebê pedir fortalece essa interação e 
aumenta a confiança. 
 
As crianças demonstram que querem mamar ficando inquietas, 
chupando a sua mão ou movendo a cabeça em direção ao seio. A 
mãe pode aprender a reconhecer quando uma criança está com 
fome antes que ela começar a chorar. 
 
 
 
Ao olhar nos olhos do 
recém-nascido, o pai se 
comunica com a criança. 
 
Ele gosta de fazer parte da 
vida da criança desde 
o início. 
 
Recém-nascido, do 
nascimento até 
uma semana 
 
O bebê aprende desde o 
nascimento. 
 
 
• BRINQUE: 
Proporcione meios para 
que seu bebê veja, ouça, 
movimente braços e 
pernas livremente e 
toque você. Acaricie e 
conforte o bebê 
suavemente. É bom o 
contato pele com pele. 
 
 
• COMUNIQUE-SE: 
Olhe nos olhos do 
seu bebê e fale com 
ele. A amamentação 
é um bom momento 
para isso. Até um 
bebê recém nascido 
consegue ver o seu 
rosto e ouvir sua voz. 
17 
Da 1ª semana até 6 meses de idade 
 
Brinque: Crianças dessa idade gostam de agarrar dedos e outros 
objetos. Elas olham para suas mãos e pés como se os estivessem 
descobrindo pela primeira vez. Elas colocam coisas na boca porque 
a boca é uma parte sensível do corpo. A boca ajuda a aprender o 
que é quente e frio, macio e duro, através do paladar e do toque. 
 
 Ajude uma criança a segurar um objeto. Por exemplo, peça à 
pessoa responsável pelo cuidador que mostre uma xícara colorida 
para uma criança, de uma distância que ela não possa alcançar. 
Quando a criança avistar a xícara, peça para ela mexer a xícara 
lentamente de um lado para o outro e de cima para baixo na 
frente da criança. Aproxime a xícara da criança. Encoraje a criança 
a alcançar a xícara e segurar a sua asa. 
Objetos domésticos, 
coloridos, limpos e 
seguros, como uma 
colher de pau ou 
tigela de plástico, 
podem ser dados para 
a criança alcançar e 
tocar. Um
 sim
ples brinquedo 
caseiro, como um 
chocalho, pode atrair 
a atenção de uma 
criança por causa do 
som que faz. 
 
Comunique-se: Crianças gostam de fazer novos sons, como chiados 
e risadas. Elas reagem à voz de outra pessoa com sons e imitam os 
sons que escutam. Elas começam a aprender como conversar com 
outra pessoa antes de saberem falar palavras. 
 
Todos os membros da família podem sorrir, rir e conversar com a 
criança. Elas podem falar suavemente e imitar os sons das crianças. 
Imitar os sons e movimentos das crianças ajuda o cuidador da 
criança a prestar atenção nela. Elas aprendem a compreender o 
que a criança está comunicando e a responder aos interesses e 
necessidades da criança. 
 
 
Estas são habilidades importantes - estar atento aos sinais da criança e 
reagir apropriadamente a eles. Essas habilidades ajudam os membros da 
família a perceberem quando a criança está com fome, doente, infeliz ou 
correndo o risco de se machucar. Eles são mais capazes de satisfazer as 
necessidades da criança. 
 
1ª semana a 6 meses 
 
• 
• BRINQUE: 
Ofereça meios para que 
seu bebê veja, ouça, 
movimente braços e 
pernas livremente e toque 
você. Aos poucos, 
movimente lentamente, 
objetos coloridos para 
que o bebê possa pegá-
los. 
 
• Exemplos de brinquedos: 
chocalho, brinquedos 
com corda de puxar. 
 
 
 
 
• COMUNIQUE-SE: 
Sorria e ria com seu bebê. 
Fale com ele. Inicie uma 
conversa, imitando os 
sons e gestos do bebê. 
18 
 
Para a criança, essa prática de comunicação ajuda a prepará-la para 
conversar no futuro. A família também gosta das reações que ela gera na 
criança e as suas tentativas de se comunicar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copiar os sons e gestos da criança 
pode ser o começo de um frutífero 
jogo de comunicação.É útil a mãe olhar atentamente 
para a criança, prestar atenção aos 
seus movimentos e sons e 
acompanhar a iniciativa da criança 
ou reagir a ela. 
 
Mesmo antes de aprender a 
falar, a criança se diverte 
comunicando-se através dos seus 
sons e movimentos. 
 
 
 
 
Fotos WHO CAH 
19 
Dos 6 aos 9 meses de idade 
 
 
Brinque: Crianças gostam de fazer barulho batendo um 
objeto contra o outro. Elas podem passar coisas de uma 
mão para a outra e para outros membros da família, 
deixando os objetos caírem para ver onde eles caem, que 
som eles fazem e se alguém os pega do chão. 
 
Isso pode ser frustrante para mães e pais ocupados. 
Cuidadores podem ser mais pacientes se você ajudá-los a 
compreender que a criança usa essas brincadeiras para 
aprender. "O.F (nome da criança) está sendo um 
pequeno cientista. Ela está fazendo experiências, 
descobrindo como objetos caem, como fazer barulho, 
como a força do seu braço joga o objeto na mesa." 
 
Comunique-se: Antes mesmo de pronunciarem palavras, as crianças 
aprendem baseadas no que os membros da família dizem para elas e 
conseguem entender bastante. Elas percebem quando as pessoas estão 
expressando raiva e podem se aborrecer. 
 
Crianças imitam os sons e ações dos irmãos e 
irmãs mais velhos e adultos. Crianças gostam que 
outras pessoas reajam aos sons que elas estão 
fazendo e também que outras pessoas mostrem 
interesse pelas coisas novas que elas vêem. 
 
Uma criança pode reconhecer o seu nome antes 
de ser capaz de dizê-lo. Escutar o nome ajuda a 
compreender que ela é uma pessoa especial na 
família. Quando ela escutar o próprio nome, vai 
tentar tocar a pessoa que o disse suavemente. 
 
6 a 9 meses 
 
 BRINQUE: 
 Dê ao bebê objetos 
domésticos limpos e 
seguros, que ele possa 
manipular, bater e deixar 
cair. Por exemplo: potes 
com tampas, vasilhas e 
colheres. 
 
 
 
 
 COMUNIQUE-SE: 
Responda aos sons e 
interesses do bebê. 
Chame o bebê pelo 
nome e observe como 
ele responde. 
20 
Dos 9 aos 12 meses de idade 
 
Brinque: A brincadeira continua sendo algo que a criança usa 
para explorar e aprender sobre si mesma, sobre as pessoas em 
volta dela e sobre o mundo. Quando uma criança descobre os 
dedos do pé, ela os acha tão interessantes de tocar quanto tocar 
num brinquedo. Quando uma caixa desaparece debaixo de um 
pano, para onde ela vai? Ela ainda está aí? É possível achá-la? 
 
Uma criança também gosta de brincar de esconde-esconde. 
Quando o pai desaparece atrás de uma árvore, ela ri e o pai 
reaparece. Ela gosta de se esconder debaixo de um lençol e ri 
quando o seu pai a "acha". 
 
Comunique-se: Apesar de a criança não conseguir falar, ela 
mostra que consegue entender o que os membros da família 
dizem. Ela escuta o nome das coisas e se deleita 
ao perceber que sabe quem são. Ela começa a conectar a 
palavra pássaro ao pássaro na árvore e a palavra nariz ao seu 
nariz. 
 
 
 
"Onde está o seu nariz?" 
Nora ainda não consegue falar - mas consegue mostrar onde 
está o seu nariz. Ela também está aprendendo os nomes das 
pessoas e das coisas. 
 
 
Fotos OMS CAH 
9 a 12 meses 
 
 
• BRINQUE: 
Esconda o brinquedo 
preferido do bebê 
debaixo de um pano ou 
de uma caixa e observe 
se ele consegue 
encontrá-lo. Brinque 
também de “cadê - 
achou”. 
 
 
 
• COMUNIQUE-SE: 
Diga ao seu bebê o 
nome das coisas e das 
pessoas. Mostre a ele 
como dizer as coisas 
com as mãos, como 
"tchau tchau", por 
exemplo. Brinquedo 
recomendado: bonecos. 
21 
Todos os membros da família podem se divertir compartilhando coisas 
novas com as crianças. Eles podem brincar juntos de jogos simples com as 
mãos, como "tchau, tchau" e bater palmas ao ritmo da música. 
 
Uma criança pode ficar com medo se perder de vista um cuidador familiar. 
O adulto a faz sentir-se segura, responde quando ela chora ou está com 
fome e a acalma com a sua presença ou o som da sua voz. Encoraje o 
cuidador a avisar à criança quando for sair e assegurar que voltará em 
breve. O cuidador pode deixar um objeto seguro e confortável com a 
criança - algo que a criança associe ao cuidador e que reforce a ideia de que 
ele voltará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Tchau, tchau" 
 
 
Foto J Lucas 
22 
Dos 12 meses aos 2 anos de idade 
 
Brinque: Se as crianças dessa idade forem saudáveis e 
bem-nutridas, elas se tornam mais ativas. Elas se 
movimentam bastante e querem explorar. 
 
Elas gostam de brincar com coisas simples que encontram 
pela casa ou na natureza e não precisam de brinquedos 
comprados em lojas. Elas gostam de colocar coisas em latas 
e caixas para depois tirá-las. Crianças gostam de empilhar 
coisas até elas caírem. As famílias podem usar itens 
domésticos seguros quando brincam com as crianças. 
 
As crianças precisam de encorajamento quando tentam 
andar, tentam novas brincadeiras e tentam aprender novas 
habilidades. 
 
As famílias podem encorajar as crianças a aprender ao 
observá-las e dizer o que elas estão fazendo: "Você está 
enchendo as caixas”. Os adultos devem brincar com as 
crianças e oferecer ajuda: "Vamos fazer isso juntos. Aqui 
estão mais pedras para você colocar na sua caixa". 
 
Quando as crianças aprendem um jogo ou uma habilidade 
nova, elas os repetem várias vezes. Essas descobertas as 
tornam mais felizes e mais confiantes. Elas ficam 
particularmente felizes quando percebem que as 
brincadeiras divertem os adultos também. Encoraje os 
membros da família a observar e elogiar as suas crianças 
quando elas estiverem aprendendo algo novo. 
 
 
 
 
 
 
Paulo aprendeu um novo jogo com a avó. 
Ele coloca pregadores de roupas em 
garrafas, depois os tira e recoloca dentro 
várias vezes seguidas. 
 
 
 
 
Foto OMS CAH 
12 meses aos 2 anos 
 
 
• BRINQUE: 
Dê a criança coisas que 
ela possa montar, 
empilhar, guardar em 
recipientes e depois tirar. 
Exemplos de brinquedos: 
objetos de juntar, montar 
e empilhar, caixinhas, 
pedaços de pano. 
 
 
 
• COMUNIQUE-SE: 
Faça perguntas simples 
à criança. Responda às 
tentativas do seu filho de 
falar. Mostre e fale sobre 
a natureza, figuras e 
objetos. 
23 
Comunique-se: Nessa idade, as crianças aprendem a entender palavras e 
começam a falar. Pais e mães devem aproveitar todas as oportunidades 
para conversar com seus filhos, quando eles os estiverem alimentando ou 
dando banho e quando estiverem trabalhando perto da criança. 
 
As crianças começam a entender o que os outros dizem e podem seguir 
comandos simples. Elas podem dizer algumas palavras, como "água" e 
"bola". Os membros da família devem tentar entender as palavras da 
criança e verificar se conseguem entender o que a criança está dizendo. 
"Você quer água?", "Você quer brincar com a bola?" 
 
As famílias podem jogar jogos de palavras simples e perguntar coisas 
simples: "Onde está o seu dedão?" ou "Onde está o pássaro?" Juntos eles 
podem olhar para alguns desenhos e conversar sobre o que estão vendo. 
 
Os adultos devem usar um tom de voz gentil para acalmar uma criança 
machucada e elogiar os seus esforços. 
 
 
 
 
 
 
A criança gosta de brincar com 
brinquedos caseiros e aprende 
pegando, balançando, batendo e 
empilhando esses objetos. 
24 
Dos 2 anos de idade em diante 
 
Brinque: Crianças com dois anos de idade podem 
aprender a dar nome a objetos e a contar. 
 
Um cuidador pode ajudar a criança a contar 
perguntando "quantos" e contando os objetos juntos. 
As crianças tendem a errar no começo, mas elas 
aprendem repetindo o jogo várias vezes. 
 
Nessa idade, elas ainda gostam de brincar com 
brinquedos caseiros esimples. Elas não precisam de 
brinquedos fabricados. Elas podem aprender a 
desenhar com giz numa pedra ou com um graveto na 
areia. Quebra-cabeças podem ser feitos cortando fotos 
de revistas ou cortando desenhos em pedaços 
grandes. 
 
 
 
 
Crianças podem aprender a combinar cores, 
formas e tamanhos com objetos simples, 
como tampas de garrafas. Elas podem 
comparar e separar círculos e outras formas 
cortadas de papel colorido. 
 
 
 
 
 
 
 
Comunique-se: Com dois anos de idade, as crianças podem escutar e 
compreender. Perguntar coisas simples e escutar a sua resposta encoraja as 
crianças a falar: "O que é isso?", "Onde está o seu irmão?", "Que bola é a 
maior?", "Você gosta do copo vermelho?" 
 
Olhar para um livro de figuras e ler histórias para crianças ajuda a prepará- 
las para a leitura. Histórias, canções e jogos também ajudam as crianças a 
aperfeiçoar a fala. 
 
2 anos ou mais 
• 
• BRINQUE: 
Ajude seu filho a contar, 
dar nomes e comparar as 
coisas. Faça brinquedos 
simples para ele. 
Exemplos de brinquedos: 
Objetos de diferentes 
cores e formas para 
serem agrupados, giz e 
quadro-negro para 
desenhar. 
 
 
• Comunique-se: 
Incentive seu filho a falar 
e responda as suas 
perguntas. Ensine 
histórias, músicas e 
jogos. Converse sobre 
ilustrações ou livros. 
Exemplo de brinquedo: 
livro com figuras. 
25 
Responder às perguntas de uma criança lhe dá coragem para explorar o 
mundo. Os membros da família devem tentar - pacientemente - responder às 
várias perguntas que as crianças fazem. 
 
Crianças que estão aprendendo a falar cometem muitos erros. Corrigi-las, no 
entanto, pode desencorajá-las a falar. Elas aprendem a falar corretamente 
imitando - escutando outros que falam corretamente. 
 
A partir dos 2 anos as crianças jásão capazes de entender o que é certo e o 
que é errado. Histórias, canções e jogos tradicionais ensinam as crianças 
como se comportar. As crianças também imitam os seus irmãos e irmãs mais 
velhos e outros familiares quando estão aprendendo o que é certo e errado. 
 
Crianças aprendem melhor quando veem e quando se lhes diz o que é certo 
primeiro. Elas devem ser corrigidas gentilmente para que não se sintam 
envergonhadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com a ajuda de seu pai, 
João monta um quebra- 
cabeça caseiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante a atividade, encoraje os cuidadores a ajudar suas crianças a aprenderem. Alguns bons 
conselhos para o cuidador, relevantes para crianças de qualquer idade: 
 Dê afeto à criança e demonstre o seu amor. 
 Preste atenção aos interesses da criança e atenda-os. 
 Elogie a criança por tentar aprender novas habilidades. 
Foto J Lucas 
26 
Discussão: 
Usando a Ficha de Orientação “Concervar e Brincar” 
 
 
Esse exercício vai ajudá-lo a usar a Ficha de Orientação “Conversar e Brincar” 
para identificar uma atividade comunicativa e brincadeira apropriadas à 
criança. 
 
O multiplicador designará uma criança diferente para cada participante. 
Use as recomendações em sua ficha de orientação para sugerir uma 
brincadeira e uma atividade comunicativa para o cuidador fazer com a 
criança. 
 
 
 
1. Um recém-nascido com 1 dia de vida. 
 
2. Um bebê de 4 meses. 
 
3. Um bebê de 5 meses. 
 
4. Um bebê de 6 meses. 
 
5. Um bebê de 13 meses. 
 
6. Uma criança de 28 meses. 
 
7. Um bebê de 10 meses que ainda não fala. 
 
8. Uma criança de 3 anos que não consegue enxergar. 
 
9. Um bebê de 8 meses que derruba todos os seus brinquedos. 
 
10. Uma criança de 4 anos que sabe contar. 
27 
Exercício com vídeo: Atividades lúdicas e de 
comunicação recomendadas. 
 
 
Nesse exercício, você irá rever as recomendações para o cuidado do 
desenvolvimento da criança. 
 
Durante o vídeo, anote no quadro abaixo as brincadeiras e atividades 
comunicativas que você identificar. Depois do vídeo, esteja preparado para 
discutir qual idade é mais adequada para cada atividade. 
 
1. Que exemplos de brincadeiras você viu? Para que idade? (Consulte as 
recomendações na Ficha de Orientação “Conversar e Brincar”) 
 
 
Brincadeiras 
Recomendadas para 
que idade? 
 
 
 
 
 
2. Que exemplos de atividades comunicativas você identificou? Para que 
idade? (Consulte as recomendações na Ficha de Orientação “Conversar 
e Brincar”.) 
 
 
 
Atividades comunicativas 
 
Recomendadas para 
que idade? 
 
 
 
 
 
3. Discussão: Que "brinquedos" você viu? 
28 
 
Exercício: Construindo brinquedos 
 
Demonstração 
O multiplicador vai mostrar alguns brinquedos caseiros e outros objetos com os 
quais as crianças podem brincar. Para cada item, considere: 
 
1. O quão atraente ele é (cor, tamanho e som) para uma criança? 
 
2. A criança pode segurá-lo com facilidade? 
 
3. Como o tamanho, e o fato de ser afiado ou não, comestível, ou não 
afetam a sua segurança? Consulte as idades apropriadas na Ficha de 
Orientação “Conversar e Brincar”. 
 
4. Crianças de que idades vão gostar mais do brinquedo? 
 
Brinquedos podem ser interessantes para crianças de diferentes idades. 
Uma criança mais nova pode gostar de levar pedras numa garrafa plástica. 
Uma criança mais velha pode usar as mesmas pedras para contar enquanto 
ela as solta numa garrafa plástica. 
 
5. O que a criança pode aprender usando o brinquedo? Leve em conta as 
habilidades físicas, sociais, emocionais e intelectuais que o brinquedo pode 
ajudar a desenvolver. 
 
6. Como o uso do brinquedo afeta a interação entre o cuidador e a criança? 
 
 
Exercício 
Use os materiais da mesa para construir brinquedos apropriados para crianças 
de diferentes idades. Abaixo estão alguns exemplos de brinquedos simples 
feitos de itens caseiros. 
 
 
 
Tiras de plástico dentro de uma 
garrafa de plástico (para pegar 
e segurar e balançar) 
Carretéis e outros objetos num 
barbante (para pegar, segurar e 
balançar) 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copos coloridos 
(para pegar e 
segurar, bater e 
soltar, empilhar) 
 
Tigela e colher de 
pau (para bater e 
fazer barulho) 
 
 
 
 
Jarra de plástico e pedras 
(para colocar as pedras dentro da 
jarra e tirá-las, contar) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Livro com desenhos ou fotos de 
revistas (para segurar, discutir) 
Figura pintada ou colada em 
papelão 
(para resolver o quebra-cabeça) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boneco com uma cara costurada ou pintada 
(para aprender sobre o olho e nariz, para contar 
histórias, segurar) 
30 
ORIENTE A FAMÍLIA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
Agora estamos prontos para usar essas recomendações de brincadeiras e 
comunicação para orientar um cuidador. Nós também vamos aprender a 
observar os cuidadores com suas crianças para identificar problemas em sua 
interação. A Ficha de Verificação do Visitador vai nos guiar enquanto orientamos 
a família. 
 
Cumprimente o cuidador e a criança 
 
Você vai observar cuidadores em casa, numa clínica ou em outros lugares. 
Cumprimente o cuidador. Convide o cuidador a sentar-se com a criança em 
algum lugar confortável enquanto você faz algumas perguntas. Sente-se perto 
deles, fale calmamente e olhe diretamente para o cuidador e para a criança. 
Comunique-se claramente e amigavelmente durante o encontro. 
 
Faça perguntas para coletar informações a respeito da criança e do cuidador. 
Escute atentamente as respostas do cuidador. As respostas vão ajudar você a 
orientar o cuidadorsobre como estimular o desenvolvimento da criança. 
 
As suas orientações devem lidar primariamente com as necessidades das 
crianças. Para identificá-las, observe como o cuidador e a criança 
interagem. Faça perguntas ao cuidador sobre os cuidados da criança. 
 
A Ficha de Verificação do Visitador serve como um guia à medida que você 
domina essa informação e orienta a família. Ela ajuda a compreender como a 
criança está sendo cuidada. Ela ajuda você a dar conselhos apropriados, 
baseados na idade e necessidades especificas da criança. 
 
Para começar, veja o cabeçalho no alto da lista. O que você sabe sobre a 
criança no exemplo abaixo? 
 
 
Discuta com o multiplicador: 
 
Quando o visitador se encontrou com a criança e o 
cuidador? 
Qual é o nome do visitador? 
Qual é o nome da 
criança? Qual é a idade 
da criança? Qual é o 
sexo da criança? Qual é 
o nome do cuidador? 
Qual é a relação do cuidador com a 
criança? Onde eles moram? 
31 
 
 
 
Essa Ficha de Verificação do Visitador é para seu uso. Ela ajuda o 
visitador a identificar e lembrar quem é a criança e quais as suas 
necessidades. Inclua apenas a informação sobre o cuidador e o 
endereço para que você possa localizar a criança. (Se a Ficha de 
Verificação do Visitador for usada como um banco de dados, ela pode 
ser adaptada para satisfazer a requisitos adicionais.) 
32 
Exercício: Identifique o cuidador e a criança 
 
 
Criança 1. Marcelo 
Complete o cabeçalho no topo da lista com informações 
sobre a criança que você está visitando hoje. Anote a data 
de hoje e o seu nome como a pessoa que está orientando 
o cuidador. 
 
O nome da criança é Marcelo Rodrigues. Marcelo é um 
menino de dois anos de idade. A tia de Marcelo, Maria 
Pereira toma conta dele e você está se reunindo com eles 
em casa. Eles são os seus vizinhos na rua Joaquim Antunes, 
35. 
 
 
 
 
33 
Criança 2 
O multiplicador vai pedir a um dos participantes que dê informação sobre a 
criança visitada ou sobre uma criança que ele conheça. Complete o 
cabeçalho da ficha abaixo com essas informações. 
 
 
 
 
34 
OBSERVE, PERGUNTE E ESCUTE: 
IDENTIFIQUE AS PRÁTICAS DE CUIDADO 
 
A seção da Ficha de Verificação do Visitador contém perguntas cujo 
objetivo é descobrir como o cuidador e a criança interagem e como 
o cuidador estimula o desenvolvimento da criança através de brincadeiras e 
atividades comunicativas. 
 
As observações estão organizadas por grupos de faixa etária. 
 
• Para crianças de todas as idades 
• Para crianças de até 6 meses 
• Para crianças de 6 a 12 meses 
• Para crianças de 12 a 18 meses 
• Para crianças de 18 a 24 meses 
• Para crianças de 24 a 36 meses 
• Para crianças de 30 a36 meses 
 
Escute atentamente as respostas do cuidador. Você pode consultar as Ficha 
de Orientação “Conversar e Brincar” com as recomendações para a idade da 
criança, enquanto você escuta. Se uma resposta não for clara, faça outra 
pergunta. 
 
 
 
Anote a resposta no espaço em branco. Escreva algo breve, por exemplo: 
 
 
 Como o cuidador mostra que ele está atento aos movimentos da 
criança? Olha para a criança, se aproxima, puxa a criança para mais 
perto. 
 
 Como o cuidador acalma a criança? Coloca a 
criança no ombro e acaricia as costas dela. 
35 
 
 
Para todas as crianças 
 
Primeiro, olhe para a criança e para o cuidador. Você pode começar a 
observar assim que os avistar. 
 
• Como o cuidador mostra que está atento(a) aos movimentos da 
criança? 
 
Muitos cuidadores não estão conscientes de que reagem à criança, ao seu 
humor e movimentos. Mas, quando a criança se mexe, o cuidador sente esse 
movimento. O cuidador pode olhar para uma criança que se afasta para se 
certificar de que a criança está bem. 
Se uma criança se irrita, um carinho gentil nas suas costas pode 
acalmá-la. Você frequentemente pode ver essa forte ligação, esse 
vínculo entre o cuidador e a criança. Ela normalmente se 
desenvolve quando a criança é muito jovem, já nos primeiros dias 
de vida. 
 
Algumas vezes, no entanto, você não verá esse vínculo. Várias 
razões podem ser a causa disso. A mãe pode estar doente. Ela pode 
ter sido separada da criança no nascimento, um momento 
importante para o estabelecimento dessa conexão. Pais que não 
tiveram uma chance de brincar e cuidar dos seus bebês podem ter 
dificuldade para estabelecer esse vínculo afetivo. 
 
• Observe: Como o cuidador acalma a criança? 
Uma criança expressa o seu desconforto ficando irritadiça, chorando e se 
remexendo. Observe se a criança acompanha os movimentos e sons da mãe 
ou cuidador. Observe também como o cuidador reage quando a criança 
tenta tocá-lo ou buscar o seu afeto. 
 
O cuidador acalma a criança conversando docemente com ela. Uma criança 
que machuca o joelho quer saber se sua mãe também está sentindo dor. O 
cuidador pode se aproximar da criança para acalmá-la e protegê-la. 
 
Uma criança que tem medo de pessoas, lugares e sons novos pode precisar 
ser abraçada até sentir que a sua mãe ou seu pai se sentem seguros 
também. A criança aprende a se acalmar vendo a reação que ela causa nos 
outros. Um barulho alto ou ameaçador pode chateá-la. Uma voz tranquila 
ajuda a acalmá-la. 
 
• Observe: Como o cuidador corrige a criança? 
 
Quando crianças exploram o mundo e tentam coisas novas, elas cometem 
erros. Elas pegam um objeto quebrável ou sujo. Elas se aproximam demais 
de algo perigoso como o fogo ou a rua. Elas tentam pegar coisas que não 
devem. Elas também caem e se machucam ou se assustam. 
36 
 
 
 
Quando uma criança é nova, ela se distrai facilmente. Um cuidador pode 
trocar um objeto seguro em lugar de um que ela não deveria tocar. A criança 
pode se distrair com objetos interessantes para brincar num lugar seguro. 
Logo ela aprenderá a entender melhor o porquê das coisas que ela deve e 
não deve fazer. Não é necessário passar um sermão ou punir a criança. Em 
vez disso, o cuidador pode ajudá-la a aprender com o que ela pode brincar e 
onde. 
 
Discuta com o multiplicador as anotações feitas 
por ele na lista: 
 
Criança 1: Dois anos e 6 meses de idade. 
 
O que o visitador observou na interação entre o 
cuidador e a criança? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como essas interações afetam a saúde da 
criança? Por quê? 
 
Como essas interações afetam o aprendizado 
da criança? Por quê? 
 
Criança 2. Três anos e 1 mês de idade. 
 
O que o visitador observou na interação entre o 
cuidador e a criança? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Por grupo de idade 
 
 
• Pergunte e escute: Como você brinca com a criança? 
 
Pode ser difícil para um cuidador entender essa pergunta. Alguns acham que a 
criança é nova demais para brincar. Ou que crianças só brincam com outras 
crianças. Perguntas sobre brincadeiras precisam ser feitas com palavras que o 
cuidador possa entender. 
 
 
• Pergunte e escute: Como você conversa com a criança? 
 
Pode ser difícil para um cuidador entender o que você quer dizer quando diz 
"conversar" com uma criança. Alguns acham que a criança é nova demais para 
saber conversar, especialmente se ela não sabe falar. Se você notar que o 
cuidador está murmurando ou falando gentilmente para acalmar a criança, diga a 
ele que ele está conversando com a criança. 
 
 
• Pergunte e escute: Como você faz a criança sorrir? 
 
Muitos cuidadores fazem caretas e sons para as crianças rirem, logo após 
o nascimento. Eles reparam que as crianças reagem a movimentos largos, 
caretas e sons repetitivos. A resposta das crianças encoraja os cuidadores a 
descobrir novos meios de fazer suas crianças sorrirem. 
 
Outros cuidadores podem não saber como encorajar carinhosamente a criançaa 
sorrir. Eles podem tentar forçar um sorriso, até mesmo pressionar as bochechas 
da criança para formar um sorriso. Um cuidador que não tenta fazer a sua 
criança sorrir provavelmente terá dificuldade em responder facilmente, 
naturalmente e com prazer às tentativas da criança de se comunicar. 
 
É útil mostrar para o cuidador uma atividade que seja apropriada para a idade da 
criança. Veja se a criança gosta e se ela sorri naturalmente motivada pelo prazer 
de brincar com o cuidador. 
 
• Pergunte e escute: Como você acha que a sua criança está aprendendo? 
 
Muitos cuidadores podem pensar que seu filho tem dificuldade de aprender. 
Eles podem achar que sua criança está aprendendo mais devagar do que as 
outras crianças da família e da comunidade. Eles podem sentir um alívio quando 
alguém pergunta a respeito e está disposto a ajudar. Se existem serviços que 
ajudam crianças com dificuldades de aprendizado, encaminhe a criança a um 
centro onde ela possa ser avaliada e onde a família possa receber ajuda. 
 
 
 
 
38 
Discuta com o multiplicador as anotações que o 
visitador escreveu na lista: 
 
Criança 1. Dois meses de idade 
O que o visitador aprendeu sobre a interação entre o 
cuidador e a criança. 
 
 
Como essas interações afetam a saúde da criança? 
Por quê? 
 
Como essas interações afetam o aprendizado da 
criança? Por quê? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Criança 2. Dois anos e 6 meses de idade 
O que o visitador aprendeu sobre a interação 
entre o cuidador e a criança? 
 
Como essas interações afetam a saúde da 
criança? Por quê? 
 
Como essas interações afetam o aprendizado 
da criança? Por quê? 
39 
ELOGIE E ORIENTE: 
MELHORE A FORMA DE CUIDAR 
 
Com a informação que coletar do cuidador, você vai poder fazer elogios 
específicos para estimular a família a brincar e se comunicar com a criança e 
fortalecer suas habilidades básicas de cuidado. Você também poderá 
identificar potenciais problemas. Com as recomendações na Ficha de 
Orientação “Conversar e Brincar”, poderá focar suas orientações em como 
melhorar os cuidados com a criança. 
 
Elogie o cuidador 
 
A maior parte das famílias tenta fazer o melhor possível para seus filhos. 
Elogios reconhecem o esforço. Elogiar o esforço de brincar e se comunicar 
com as crianças a partir do nascimento encoraja as famílias a continuarem a 
fazer o que é melhor para a criança. Elogios também geram confiança. A 
confiança ajuda a família a aprender novas atividades para tentar com sua 
criança. 
 
A Ficha de Verificação do Visitador identifica alguns comportamentos que 
devem ser elogiados. Você pode elogiar o cuidador quando ele estiver 
abraçando, falando e brincando com a sua criança. 
 
Elogios mostram para o cuidador que você está reconhecendo o seu esforço. 
Elogios também mostram como a criança aprecia o esforço do cuidador. 
 
Por exemplo, quando os cuidadores olham para as crianças e falam com elas 
de forma suave, ajude-os a notar a reação positiva das crianças. Diga, por 
exemplo: "Repare como o seu bebê reage quando ele escuta o seu nome. Ele 
olha para você. Ele reconhece e ama a sua voz." 
 
Discuta com o multiplicador: 
 
A mãe massageia o seu recém-nascido com carinho. Ela estica os braços e 
pernas do seu bebê e depois os reposiciona na posição original. 
 
Como você elogiaria a mãe? 
40 
Oriente o cuidador 
 
Quando orienta a família, você tem uma oportunidade de fortalecer as 
habilidades das pessoas que cuidam das crianças. 
 
Elas podem não saber por que a sua criança não reage a elas do jeito que 
gostariam. Podem não saber que se deve conversar com uma criança, 
mesmo antes de ela aprender a falar. Às vezes as famílias acham que 
brincadeiras são apenas para crianças. Quando a criança crescer ela vai 
brincar com seus irmãos e irmãs mais velhos. Elas não sabem que adultos 
que brincam com suas crianças estão ajudando-as a aprender. As famílias 
não sabem que tipo de brincadeiras é o mais apropriado para a criança. 
 
A Ficha de Verificação do Visitador identifica alguns problemas comuns e o 
que você pode sugerir para ajudar as famílias a cuidar das suas crianças. Você 
vai guiar o cuidador e a criança quando praticarem brincadeiras e atividades 
comunicativas com você: 
 
• Ajudar um cuidador a reagir à criança. 
 
Você pode observar que um cuidador não se sente confortável com a 
criança e não sabe como acalmá-la. Você não vê 
uma conexão profunda entre o que a criança faz 
e como o cuidador reage. 
 
 
Essa conexão é a base de um cuidado sensível e 
receptivo. Onde o cuidado for deficiente, você 
pode ajudar o cuidador a aprender a olhar com 
mais atenção ao que a criança estiver fazendo e 
reagir diretamente. Peça ao cuidador para: 
 
 
 
1. Olhar para a face da criança até ela olhar de volta para ele. 
 
2. Ficar atento a todos os movimentos e sons da criança. 
 
3. Imitar os movimentos e sons da criança. 
41 
 
 
A maioria das crianças também começa a imitar o cuidador. 
Uma vez é o suficiente. Encoraje o cuidador e a criança a 
brincarem dessa brincadeira de comunicação todo dia. 
Ajude o cuidador a ver como a criança se diverte com isso. 
Repare como o cuidador fica satisfeito com a atenção que a 
criança está lhe dando. 
 
 
 
 
• Para ajudar um cuidador a falar menos severamente com a 
criança. 
 
Às vezes as crianças irritam os adultos quando elas tentam fazer coisas 
novas. Os adultos podem achar que elas deveriam se comportar melhor do 
que são capazes. Eles podem achar que a criança está quebrando as regras 
que o adulto estabelece de propósito. 
 
Por exemplo, um pai pode achar que seu filho está sendo malcriado quando 
deixa as coisas caírem repetidamente. Ele dá uma bronca na criança e até 
pode punir fisicamente. 
 
Você pode ajudar o pai a ver o que a criança pode estar pensando de uma 
maneira mais positiva: "Veja o que eu posso fazer. Eu posso fazer isso cair e 
isso faz um barulho. Quanto mais força eu coloco, mais longe isso vai. Eu 
sou forte. Quando eu deixo isso cair perto do papai, eu estou pedindo para 
ele brincar comigo e nós rimos e nos divertimos juntos. Ele me ama muito." 
 
 
• Introduzir uma nova brincadeira ou atividade comunicativa. 
 
Em geral, introduza uma brincadeira ou atividade comunicativa da Ficha de 
Orientação “Conversar e Brincar” seguindo os seguintes passos. 
 
1. Faça a criança prestar atenção em você. 
 
Antes de você começar, ajude o cuidador a atrair a atenção da criança. Ela 
pode olhar diretamente nos olhos da criança, sorrir e fazer sons até a 
criança começar a reagir. Ela também pode mexer uma caixa ou outro 
objeto na frente da criança até ela começar a tentar pegá-la. 
É importante que o visitador 
não faça as atividades 
diretamente com a criança. A 
interação com você vai 
interferir no estabelecimento 
da conexão entre a criança e o 
seu cuidador. 
 
Em vez disso, ensine o 
cuidador através da atividade 
com a criança. 
42 
2. Reaja à iniciativa da criança. 
 
Ajude o adulto a seguir a iniciativa da criança. Ele pode imitar os sons da 
criança ou reagir quando ela movimenta as suas mãos ou pernas. A criança 
muitas vezes repete a atividade para que o cuidador reaja novamente. Isso 
faz com que ela tente mais frequentemente fazer sons e movimentos e 
aumenta a satisfação do cuidador. Ambos são importantes para ajudar a 
criança a aprender. 
 
3. Introduza uma brincadeira ou atividade comunicativa recomendada na 
Ficha de Orientação “Conversar e Brincar”. 
 
Quando o cuidador e a criança estiverem interagindo é um momento 
propício para introduzir uma nova atividade. 
 
Por exemplo, dê pedras (grandes o suficiente 
para que a criança não possaengoli-las) e uma 
jarra de plástico para o cuidador que toma conta 
do seu neto de 14 meses. Peça para ele ensinar 
ao seu neto como colocar as pedras dentro da 
jarra. Ajude-o a começar, se necessário. Destaque 
qualquer tentativa de sucesso e ajude- o a 
descobrir maneiras de mostrar para o seu neto 
que ele está satisfeito. 
 
Além disso, ajude-o a ver como o seu neto parece 
gostar de brincar com ele. Em geral, a criança vai 
querer repetir essa atividade depois de aprendê-
la. 
 
Note que é importante que você, como visitador, não faça essa atividade 
diretamente com a criança. Em vez disso, ajude - ou aconselhe - o cuidador 
a fazer a atividade com a criança. 
 
4. Em seguida, diga quais são as recomendações para brincadeiras ou 
comunicação com a criança. 
 
Recomende ao cuidador para continuar com essa atividade em casa para 
ajudar a criança a aprender: "Dê coisas para a criança colocar dentro de 
recipientes, tirá-los e empilhá-los. Isso vai ajudá-la a criança a aprender 
habilidades novas. Também vai ajudá-la a crescer e ficar pronta para a 
escola." 
 
Se a criança estiver numa transição de faixa etária - ou se já for capaz de 
realizar todas as atividades correspondentes à sua faixa etária - você pode 
introduzir recomendações que servem para a faixa etária seguinte. 
43 
5. Verifique a compreensão. 
 
Antes de o cuidador ir embora com a criança, certifique-se de que você viu 
os dois fazendo as brincadeiras e atividades comunicativas recomendadas. 
Isso vai lhe dar a garantia de que o cuidador é capaz de fazer a atividade. 
Encoraje o cuidador a continuar as atividades em casa. 
 
Também pergunte ao cuidador como ele vai fazer a atividade em casa. Por 
exemplo, "O que você tem em casa que pode usar para ensinar a sua criança 
a empilhar coisas?", "O que você gostaria que a sua criança aprendesse a 
chamar pelo nome?", "Qual seria uma boa hora para você ler para a sua 
criança?". 
 
Finalmente, explique ao cuidador a importância de estimular o 
desenvolvimento da criança. Uma das seguintes opções pode ser importante 
e fazer sentido para a família da criança: 
 
• Brincadeiras e comunicação, além da boa nutrição, elas vão ajudar a sua 
criança a crescer com saúde e a aprender. Essas atividades são 
especialmente importantes nos primeiros anos de vida. 
 
• Brincadeiras e atividades comunicativas ajudam o cérebro a crescer e 
fazem as crianças ficarem mais inteligentes e felizes. 
 
• Cuidar bem do desenvolvimento da sua criança vai ajudá-la a se preparar 
para a escola e no futuro contribuir para a família e para a comunidade. 
 
• Brincar e comunicar-se com a sua criança vai ajudar a construir uma 
relação entre vocês por toda a vida. 
 
 
 
 
 
Auxilie o cuidador a compreender o 
quão importante é ajudar a sua 
criança aprender. 
 
Fortaleça a confiança do cuidador 
para que ele possa cuidar da 
criança em casa ajudando-a a 
praticar, brincar e se comunicar 
com a criança. 
Foto OMS J Mohr 
44 
Exercício de Role Play (interpretação de 
papéis): Oriente o cuidador 
 
 
Divida os participantes em grupos de quatro participantes cada. Os 
participantes devem encontrar um espaço e quatro cadeiras para fazer a 
dinâmica de grupo. 
 
Decida quem em cada grupo desempenhará o papel de cuidador (mãe ou 
pai), a criança, o visitador e o observador. Os papéis serão: 
 
Cuidador (mãe ou pai): 
Você tem uma criança de 3 anos de idade. Você quer que a sua criança seja 
inteligente e capaz de fazer muitas coisas. Você está muito interessado no 
que o visitador diz sobre como ajudar a sua criança. 
 
Criança 
Você deve agir como se fosse uma criança de 3 anos de idade. Você é um 
pouco tímido. Mas não faca bobagens (nós queremos que o visitador 
consiga praticar sem interrupções). Você gosta da atenção do seu pai e da 
sua mãe. 
 
Visitador: 
Cumprimente o cuidador e a criança. Selecione uma brincadeira ou 
atividade comunicativa apropriada para a idade da criança. 
 
1. Ajude o cuidador a atrair a atenção da criança. 
2. Ajude o cuidador a reagir à criança. 
3. Introduza uma brincadeira ou atividade comunicativa recomendada pela 
Ficha de Orientação “Conversar e Brincar” de acordo com a idade da 
criança. Ajude o cuidador a praticar a atividade com a criança. 
4. Diga ao cuidador quais são as recomendações para brincadeiras ou 
atividades comunicativas com a criança. Identifique os benefícios para a 
criança e para a família. 
5. Certifique-se de que o cuidador compreendeu o que lhe foi dito. Por 
exemplo, que itens ele pode usar para brincar com a sua criança em 
casa? Como ele pode usá-los? 
 
Observador: 
Observe a discussão entre o visitador e o cuidador. No fim do exercício, dê 
a sua opinião. 
 
1. Quão carinhoso foi o visitador? 
2. A atividade recomendada pelo visitador era apropriada para a idade da 
criança? 
3. O visitador apresentou a atividade ao cuidador de forma adequada? 
45 
 
 
4. O visitador fez a atividade com a criança ou ajudou o cuidador a fazer a 
atividade? 
5. O visitador elogiou o cuidador de forma adequada? O elogio foi 
específico? 
6. Como o visitador ajudou o cuidador a perceber como a criança 
reagiu? 
 
Quando você terminar, troque de papéis, variando a faixa etária da 
criança. 
 
Continue a mudar de papel até que cada participante tenha 
desempenhado todos os papéis. 
46 
AJUDE A RESOLVER PROBLEMAS 
 
Depois de você apresentar ao cuidador as brincadeiras e atividades 
comunicativas, você poderia perguntar: "Quais dificuldades você poderia ter 
ao tentar essas atividades em casa com a criança?". Em seguida, você pode 
ajudar o cuidador a identificar soluções que sejam apropriadas para a família. 
 
Consulte a Ficha de Orientação “Conversar e Brincar”. Essa ficha lista os 
problemas mais comuns enfrentados pelas famílias no cuidado com suas 
crianças. 
 
 
Se a mãe não pode amamentar, sugira para ela: 
 
• Segurar a criança perto do peito quando ela estiver sendo alimentada, 
olhar, conversar ou cantar para ela. 
 
 
Se a mãe não pode amamentar, ajude-a a compreender a 
importância de reagir quando a criança mostra que está 
com fome. Mostre-lhe que deve segurar a criança no colo 
durante a alimentação. Para que a criança se sinta segura, 
é importante alimentá-la de maneira carinhosa, com a 
criança perto do corpo e olhando nos seus olhos. 
 
 
 
Se um cuidador não sabe o que a criança faz para brincar ou se comunicar: 
 
• Lembre ao cuidador que as crianças brincam e se comunicam desde que 
nascem. 
• Demonstre como a criança reage às atividades e ao esforço do cuidador. 
 
Para estimular o aprendizado, os cuidadores precisam reconhecer e 
compreender a importância que a brincadeira e comunicação têm para o 
aprendizado. 
 
Se uma criança olha ou sorri para o cuidador, repita para ele que é assim 
que a sua criança se comunica. Se a criança faz algum som ou gesto, 
estimule o cuidador a imitá-la. A criança em geral vai repetir com alegria. 
Ajude o cuidador a adivinhar o que a criança está tentando comunicar. 
"Meu papai me escutou!", "Eu posso fazer o meu papai rir" ou "Papai fez 
uma careta engraçada para mim". 
47 
Finalmente, selecione outra atividade apropriada para a idade da 
criança encontrada nas Recomendações sobre os Cuidados para o 
Desenvolvimento da Criança. Ajude o cuidador a tentar outra atividade 
com a criança e veja como a criança responde. 
 
Se o cuidador se sente muito ocupado ou estressado para brincar com a 
criança. 
 
• Escute-o e converse sobre discutir os sentimentos dele. 
• Ajude-o a identificar uma pessoa com quem ele possa compartilhar 
seus sentimentos e receber ajuda com a criança. 
• Fortaleça a sua confiança, demonstrando que ele é capaz de fazeruma 
atividade simples. Elogie e encoraje o cuidador a praticar a atividade com a 
criança. 
• Direcione o cuidador a um serviço de assistência social, se 
necessário e se disponível. 
 
 
Se um cuidador disser que ele não tem tempo para brincar e se comunicar 
com a criança. 
 
• Encoraje o cuidador a combinar brincadeiras e atividades comunicativas 
junto com outras atividades (por exemplo, alimentação, banho e 
vestir). 
• Peça para outros familiares ajudarem com o cuidado com a criança ou 
com as tarefas dos pais. 
 
Os cuidadores podem sentir que não têm tempo para alimentar, brincar ou 
se comunicar ativamente com suas crianças. Pergunte ao cuidador o que 
ele acha que poderia fazer para arranjar mais tempo. Se ele precisa de mais 
tempo, discuta algumas das ideias apresentadas a seguir. 
 
 
o Brincadeiras e atividades 
comunicativas podem ser feitas 
durante as tarefas caseiras ou 
enquanto o cuidador estiver cuidando 
da criança. Ele pode conversar, cantar 
e brincar enquanto dá banho, 
alimenta, veste a criança ou limpa a 
casa. 
48 
o Identifique outros familiares que podem ajudá-lo a fazer 
um pouco do trabalho para que ele tenha mais tempo 
com a criança. 
 
o Identifique outros, incluindo os familiares e irmãos e 
irmãs mais velhos, que podem ter tempo para brincar e 
conversar com a criança. 
 
Se o cuidador não tem brinquedos para sua criança, sugira que ele; 
 
• Use qualquer objeto caseiro que seja limpo e seguro. 
• Faça brinquedos simples. 
• Brinque com a criança. A criança aprende brincando com o cuidador e 
outras pessoas. 
 
Crianças não precisam de brinquedos comprados. Muitas vezes as crianças 
encontram brinquedos na casa ou fora dela. Ajude o cuidador a identificar 
objetos seguros em casa. 
 
Por exemplo, pergunte para o cuidador de uma criança de 7 meses de idade: 
"O que você tem em casa que a sua criança pode segurar, bater e deixar 
cair?" . Para uma criança de 12 meses a 2 anos, pergunte "Que tipos de 
recipientes vazios você tem em casa que a sua criança pode usar para 
colocar coisas dentro?". Ou pergunte ao cuidador o que a criança usa para 
brincar atualmente. Certifique-se de que ele compreende o que são objetos 
seguros para a criança brincar. 
 
As famílias também podem fazer brinquedos simples e baratos. Um pedaço 
de madeira com rodas pintadas vira um carro. Uma criança pode separar 
círculos de papelão de acordo com a cor. Uma figura pode ser colada num 
papelão, cortada em três pedaços e assim virar um quebra- cabeça simples. 
Crianças também podem brincar com objetos naturais como vagens e/ou 
conchas que estejam limpas e que não sejam pontiagudas. 
 
As crianças também precisam de pessoas para brincar. Elas aprendem 
brincando com os pais, irmãos, irmãs e amigos. Identifique formas que 
outros podem usar para conversar com a criança e fazer brincadeiras de 
contar, nomear e outras recomendadas para a faixa etária da criança. 
 
Se uma criança não está respondendo ou parece "lenta": 
 
• Encoraje a família a brincar mais e fazer mais atividades comunicativas 
com a criança. 
• Verifique se a criança é capaz de ver e ouvir. 
• Encaminhe a criança com dificuldades de visão e audição para um 
serviço de assistência, se disponível. 
49 
• Encoraje a mãe e outros familiares a brincar e se comunicar com a 
criança através do toque e movimento. 
 
Muitas crianças aprendem a andar, dizer algumas palavras e se alimentar no 
fim do segundo ano. Crianças, no entanto, são muito diferentes uma das 
outras em termos de timidez, energia e rapidez no aprendizado. Uma 
criança que não é bem-nutrida, por exemplo, pode aprender habilidades 
novas mais devagar. 
 
Às vezes é útil perguntar para o cuidador: "Como você acha que a sua 
criança está aprendendo?". Ou "Você tem alguma preocupação a respeito 
de como a sua criança está crescendo ou aprendendo?". Um parente pode 
ficar preocupado com a possibilidade de sua criança ser mais lenta que as 
outras. 
 
 
 
Você pode ajudar o cuidador a 
proporcionar a atenção especial de 
que criança precisa. Demonstre como 
ele pode mostrar mais claramente as 
suas reações às tentativas de 
comunicação da criança. Se a criança 
faz um som ou sorri, faça o cuidador 
repetir o som ou sorrir de novo para 
ver se a criança reage. Pergunte que 
objetos a criança usa para brincar e 
ajude a mãe a identificar outros 
objetos caseiros seguros e limpos 
que ela possa usar. 
 
O cuidador precisa passar mais 
tempo e ter mais paciência para 
alimentar uma criança que esteja se 
desenvolvendo mais devagar. Ela 
precisa dar mais atenção à criança 
através de brincadeiras e 
comunicação. Se for dada atenção 
especial, a maioria das crianças pode 
aprender, mesmo que devagar. 
 
Uma criança que demora em 
aprender, no entanto, pode ter 
dificuldades de ver e ouvir. Se você 
acha que isso é uma possibilidade e a 
criança tem 6 meses ou mais, faca as 
perguntas do quadro ao lado, ao 
cuidador. 
Para a criança com 6 meses de idade e para crianças 
mais velhas que possam estar com dificuldades de 
aprendizado 
 
Faça ao cuidador na sequência, todas as perguntas abaixo: 
 
Audição 
 A sua criança vira a cabeça para ver alguém atrás dela 
quando esta pessoa fala? 
 A sua criança reage a sons fortes ou altos? 
 A sua criança faz muitos sons diferentes (“tatá”, “dada”, 
“baba”)? 
 
Visão 
 A sua criança olha nos seus olhos? 
 A s u a criança segue um objeto em movimento com a 
cabeça e os olhos? 
 A sua criança reconhece pessoas conhecidas (mãe, pai, 
irmão, irmã)? 
 A sua criança é capaz de pegar um objeto? 
 
Se o cuidador não souber a resposta, peça para ele tentar 
descobrir. Por exemplo, ele pode fazer um barulho atrás da 
cabeça da criança. Ele pode observar se a cabeça e os olhos 
da criança acompanham um lápis em movimento. O 
cuidador deve avaliar a audição e a visão da criança quando 
ela estiver calma e saudável. 
 
Se o cuidador responder "não" a uma das perguntas, a 
criança pode estar com dificuldades de audição ou de visão. 
Se houver serviços de assistência disponíveis na sua área, 
encaminhe a criança para uma avaliação mais completa. 
50 
Se existem serviços educacionais especiais para a criança, encaminhe-a a 
para avaliação e cuidado. 
 
Sendo a criança encaminhada ou não, encoraje a família a brincar e se 
comunicar com a criança. Crianças podem aprender de vários jeitos: toque, 
paladar, cheiro e movimentos corporais. Discuta quem na família ou 
comunidade pode ajudar a criança. 
 
Se a mãe ou o pai têm de deixar a criança com outra pessoa por algum 
tempo: 
 
• Identifique pelo menos uma pessoa que possa tomar conta da criança 
regularmente e lhe dar amor e atenção. 
• Faça a criança se acostumar com a pessoa nova gradualmente. 
• Encoraje a mãe e o pai a passar tempo com a criança quando possível. 
 
A criança também pode ter perdido um dos pais por causa de doença ou 
outro motivo. Com bons cuidados, a criança pode se recuperar dessa perda. 
As crianças passam por uma fase de tristeza se perdem ou veem raramente 
suas mães e pais. No entanto, com o tempo elas aprendem a amar outras 
pessoas e a maioria consegue se recuperar. Ajude a identificar uma pessoa 
especial que possa dar amor e atenção extra o mais breve possível após 
uma perda. 
 
Caso você suspeite que a criança está sendo tratada com severidade: 
 
Recomende maneiras melhores de lidar com a criança: 
• Encoraje a família a sempre buscar oportunidades para elogiar o bom 
comportamento da criança. 
• Respeite os sentimentos da criança. Tente entender por que a criança 
está triste ou com raiva. 
• Dê opções quanto ao que fazer para a criança ao invés de dizer "não". 
 
Crianças cometem erros quandoexploram e tentam coisas novas. Pode 
parecer que elas não estão se comportando ou estão tentando irritar os 
adultos em torno dela. Os cuidadores talvez acreditem que uma punição 
seja a melhor maneira para elas aprenderem o que é certo e o que é errado. 
Eles podem tratar as suas crianças com severidade. 
 
O momento da brincadeira entre um cuidador e a criança é bom para 
demonstrar maneiras melhores de se lidar com a criança. Encoraje o 
cuidador a ver e elogiar os esforços da criança. Ajude-o a interpretar o que a 
criança pode estar vendo, pensando ou tentando fazer. Se a criança ficar 
irritada, ajude o cuidador a descobrir o que a está levando a perder a 
paciência. Se a criança pega algo que não é seu ou se comporta mal, ajude o 
cuidador a encontrar outro objeto apropriado com o qual ela possa brincar. 
Ajude a distrair a criança com outra atividade. 
51 
Quando você terminar a orientação, complete a Ficha de Verificação do 
Visitador. Marque os itens para indicar o conselho que você deu e os 
problemas que você discutiu com cuidador. 
 
Discuta com o multiplicador: 
O que você sabe sobre o Carlos e o seu cuidador, Dona Ana? 
Veja o cabeçalho da ficha. 
O que a Dona Ana fez que foi elogiado pelo visitador? 
Que conselho o visitador deu à Dona Ana? 
Consulte a Ficha de Orientação “Conversar e Brincar”. 
Que atividades o visitador recomendou que a D. Ana faça 
com Carlos? Por quê? 
52 
 
 
53 
Exercício de Role Play 
(interpretação de papéis): Ajude a resolver problemas 
 
Divida o grupo em três grupos com três participantes cada. Organize um 
espaço com três cadeiras para fazer o jogo. Decida quem do grupo será o 
visitador, o cuidador (mãe ou pai) e o observador. Dê uma boneca ou outro 
objeto (toalha dobrada) para ser a criança do cuidador. 
 
Os papéis são: 
 
Visitador: 
Cumprimente o cuidador e a criança. Pergunte ao cuidador se ele ou ela tem 
algum problema em brincar e se comunicar com a sua criança em casa. Ajude o 
cuidador a resolver qualquer problema que ele ou ela possa ter. 
 
Cuidador (mãe ou pai): 
O visitador recomendou atividades para você e para sua criança. No 
entanto, vai ser difícil você seguir as recomendações por causa de um dos 
motivos abaixo. Selecione um dos problemas para discutir com o visitador. 
1. Eu não tenho tempo. Eu tenho que andar muito - uma hora para ir e 
uma hora para voltar - para pegar água de manhã. Quando volto, tenho 
muitas tarefas para fazer em casa. 
2. Nós não temos nenhum brinquedo em casa. Precisamos usar copos, 
pratos e outros objetos domésticos. 
3. Verificar se não gosta de brincar. Ela só joga as coisas dela no chão e 
isso é muito irritante. 
4. Verificar se é bem lento. Ele não parece estar aprendendo como as 
outras crianças. 
 
Observador: 
Observe a discussão entre o visitador e o cuidador. No fim do exercício, dê 
a sua opinião: 
 
1. O quão carinhoso foi o visitador? 
2. O visitador foi capaz de demonstrar empatia ao escutar o problema do 
cuidador? O que mais o visitador poderia ter feito? 
3. O visitador conseguiu ajudar o cuidador a encontrar uma solução? A 
solução ajudou a família? 
 
Troque de papel três vezes, para que cada participante faça cada papel uma 
vez. O cuidador deve selecionar um problema diferente da lista de quatro 
problemas. 
54 
FAÇA O ACOMPANHAMENTO DO CUIDADOR E DA CRIANÇA 
Você pode ajudar os cuidadores a tentarem atividades novas se você pedir 
para vê-los de novo. Saber que vocês vão se encontrar de novo ajuda os 
cuidadores a começarem atividades novas imediatamente. Quando eles 
voltarem, vão orgulhosamente mostrar para você o que aprenderam a fazer e 
como as crianças gostam de fazer as atividades com eles. 
 
Peça para o cuidador trazer a criança uma semana depois para um 
acompanhamento, se você julgar que eles precisam de um apoio adicional. A 
visita de acompanhamento é muito importante para os cuidadores que estão 
começando a aprender a interagir bem com as suas crianças. 
 
No fim da lista, circule o dia da visita de acompanhamento para servir de 
lembrete. (Veja a lista modelo de Carlos Santos, página 51.) 
 
Durante a visita de acompanhamento, peça para o cuidador lhe mostrar o 
que ele tem feito com a sua criança em casa. Elogie os seus esforços. Dê 
conselhos sobre atividades adicionais para encorajar o seu interesse. 
 
Finalmente, ajude o cuidador a observar como a criança gosta de fazer as 
atividades com ele ou ela. 
55 
Exercício em Vídeo: 
Identifique e ajude a resolver problemas 
 
Esse vídeo mostra uma mãe e a sua criança. Juntos os membros do grupo 
vão completar a Ficha de Verificação do Visitador – Orientações à Família 
sobre os Cuidados para o Desenvolvimento da Criança para o cuidador e a 
criança, depois do vídeo. 
 
Para discutir depois do vídeo: 
 
1. Que elogios você pode fazer à mãe? 
 
2. Que conselho você lhe daria? Selecione uma brincadeira e atividade 
comunicativa para o cuidador fazer com a criança 
 
3. Como você pode ajudar a mãe a resolver problemas que ela tem com a 
sua criança? 
 
4. Quando você marcaria a visita de acompanhamento com o cuidador e a 
criança? 
 
5. O que você busca numa visita de acompanhamento? 
 
 
 
Para discussão adicional: O cuidador e a criança têm dificuldade em criar 
uma conexão. 
 
1. O que você reparou na interação entre o cuidador e a criança? 
 
2. Como a criança reage aos movimentos do cuidador? 
 
3. Como a mãe reage aos movimentos da criança? 
 
4. Que dificuldades isso pode criar para a sobrevivência da criança? 
 
5. Que dificuldades isso pode criar para a assistência ao aprendizado da 
criança? 
 
6. Como as brincadeiras e atividades recomendadas podem ajudar a 
criança? 
 
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