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FASES DA TRAGÉDIA: - Peripécia ou Reviravolta: momento em que a estória se desenvolve de maneira linear e por causa de um fato específico essa estória muda de rumo e surpreende a plateia. Inclusive o personagem principal é surpreendido por causa disso. Algo que mude a direção que a estória estava tomando. Essa estória tem de ser verossímil, não pode ser alguma coisa que não se acredite que aconteceria. O conceito de verossimilhança para Aristóteles é algo que, dentro daquele contexto, possivelmente aconteceria, não necessariamente. “É um absurdo, mas faz sentido dentro daquele contexto”. MATEI O REI E CASEI COM A RAINHA / ERA MINHA MÃE - Reconhecimento: é quando o personagem principal que conduz a estória reconhece ou descobre algo que ele não sabia, é o momento do desvelamento. Ele estava cego para alguma coisa, então essa coisa acontece e algo revelado. O mais sublime do reconhecimento, para Aristóteles, é quando o próprio personagem, sem que ninguém o conte, sem que um evento que faça com ele descubra, pela sua própria razão/raciocínio, ele vai juntando os fatos e é aquele momento do “Nossa, é isso que está acontecendo e eu não estava vendo até agora”. Nesse momento, se for por causa do raciocínio, e não de um artifício mais fácil como uma lembrança ou uma marca, a plateia se conecta muito mais fácil, pois vai juntando as peças ao mesmo tempo em que o personagem está descobrindo as coisas. PERSONAGEM: PLATEIA: - Momento Patético (catástrofe): momento em que, por causa de tudo o que aconteceu, por ultrapassar os limites, o personagem precisa enfrentar uma punição: uma morte, uma doença, um grande sofrimento, algo que faça com que a vida dele se transforme por completo e que cause horror na plateia, que cause uma grande catarse. PERSONAGEM INDO FAZER A MERDA PLATEIA REVOLTADA COM A BURRICE DO PERSONAGEM PLATEIA HORRORIZADA E COM PENA CATARSE HERÓI TRÁGICO: - Meio termo entre o vício e a virtude, que não seja tão mal nem tão bom a ponto de a estória parecer absurda, porque se ele é muito bom e sofre todo esse percurso, todas essas ações que fazem com que ele enfrente situações-limite, a plateia não acreditaria naquela estória “Nossa, ele é muito bom, ele não merece sofrer isso”. E ele também não pode ser muito mau, senão a tragédia não cumpriria a sua função de dar à plateia o elemento catártico. Se há um personagem muito mau a ponto da plateia não se identificar com ele e vê-lo sofrendo durante toda a peça e isso não cause piedade, não vai haver uma purificação interna, mas eu vou acompanhar a função de alguém que merecia “tem que se fuder mesmo esse merda”. Tem que ser TALQUEI - Tem que cometer um grande erro, mas por ignorância, aí é que ele se aproxima do público. O personagem não sabe que está cometendo um erro tão grave e com consequências tão grandes. Ele começa a peça num estágio razoavelmente de felicidade e imediatamente cai no infortúnio. Ele deve ser punido pelo seu crime, mas a ponto de se tornar alguém memorável depois da punição. PERSONAGEM NÃO VÊ A BURRICE QUE TÁ FAZENDO PÚBLICO PERSONAGEM: estou muito arrependido ok?! - Autoconhecimento: todos os eventos que aconteceram e que o cercam devem gerar no herói um autoconhecimento, fazendo com que ele comece a peça sem saber quem ele é e no final da fábula complexa, ele entenda quem ele é, a sua história, a sua origem, o seu papel no mundo. CARÁTER DO PERSONAGEM (AÇÕES QUE ELE FAZ) - Boa ação, a plateia tem que olhar e dizer “ele está buscando fazer o bem”. Não é um bem universal, não é uma bondade quase que livre de interesses, mas em algum aspecto deve-se reconhecer que a atitude dele é boa. TÁ TUDO BEM SIM - A ação não pode destoar da época e da cultura dele. A plateia deve olhar para a ação e pensar “nesse contexto, eu também poderia fazer a mesma coisa que ele”. Deve ser verossímil. É ADEQUADO? ISSO PODERIA ACONTECER COMIGO? É VEROSSÍMIL? - Aquela ação deveria ser adequada ao tipo do personagem, a personalidade dele, quando você olha e pensa “ele naquela situação faria aquilo?”. Algo que se espera que ele faça. PERSONAGEM PÚBLICO - As ações do personagem devem ser constantes e coerentes. Ele não pode fazer uma coisa, depois desistir dessa ação e começar outra. Ele deve empreender um processo de ações que seja coerente com a sua personalidade e com o caminho (ettos) que ele está seguindo no desenvolvimento da sua estória. Assim, ele escolhe alguma coisa e permanece naquela escolha. Não pode ser alguém indeciso. Deve haver uma coerência nas atitudes do personagem.
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