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Crimes em Espécie - Slide 2

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UNINASSAU
BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: CRIMES EM ESPÉCIE - BLOCO: III
Prof.: Joaquim Neto
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
gente criando o futuro
Uma instituição do grupo
Grupo Ser Educacional 
Faculdade Maurício de Nassau | Faculdade Joaquim Nabuco | FABAC – Faculdade Baiana de Ciências | Escola Técnica Joaquim Nabuco 
BJ Colégio e Curso | BJ Bureau Jurídico | BJ Feiras e Congressos | Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau | Instituto Ser Educacional
PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	1. Considerações Iniciais
 	1.1 Conceito
	É a destruição deliberada da própria vida.
	- Somente a vida alheia é penalmente protegida;
	- O suicídio é ilícito, embora não seja criminoso. O CP (art. 146, § 3º, II) diz que não caracteriza constrangimento ilegal a coação exercida para impedir suicídio.
	- A ação do suicida deve ser voluntária.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
	1.2. Objetividade jurídica
	Protege-se a vida humana, bem indispensável.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	1.3. Objeto material
	 É o ser humano que suporta a conduta criminosa, isto é, aquele que contra quem se dirige o induzimento, a instigação ou o auxílio ao suicídio.
	1.4. Sujeitos
	a) Sujeito ativo
	É crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa.
	b) Sujeito passivo
	Qualquer pessoa que possua um mínimo de capacidade de resistência e de discernimento quanto à conduta criminosa.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	1.5. Tipo Objetivo
	São três formas de praticar o crime.
	- A participação pode ser moral, nos núcleos induzir ou instigar alguém ao suicídio, ou material na conduta de auxiliar outrem a suicidar-se.
	a) Induzir – significa criar a ideia inexistente. Incutir na mente alheia a ideia do suicídio.
	b) Instigar – Reforçar uma ideia já existente. É estimular a ideia suicida que já habitava a mente da vítima.
	OBS: Na participação MORAL exige-se seriedade na conduta do agente para a configuração do delito.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	 c) Auxiliar – Prestar alguma forma de auxílio material.
	OBS: 1 - O auxílio deve constituir-se em atividade acessória, secundária.
		 2 - O agente não pode interferir nos atos executórios relacionados à morte da vítima, sob pena de responder por homicídio.
		 3 – O auxílio deve ser eficaz, isto é, precisa contribuir efetivamente para o suicídio. 
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	 c) Auxiliar – Prestar alguma forma de auxílio material.
	1.6. Tipo Subjetivo
	Somente punido a título de DOLO, expressado pela consciente vontade de instigar, induzir ou favorecer alguém a se suicidar.
	Prevalece que não há forma culposa do crime, no sentido de que a conduta negligente de outrem é fato atípico.
	Há esse crime quando uma donzela seduzida se suicida? (discussão)
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	1.7. Consumação e Tentativa
	A doutrina clássica entende que o crime se consuma com o induzimento, instigação ou auxílio, entretanto a punição do crime consumado condicionada à superveniência da morte ou lesão grave da vítima.
	A doutrina moderna entende que o resultado morte ou lesão corporal grave trata do próprio resultado naturalístico exigido pelo delito.
	Cezar Roberto Bitencourt entende que, quando, no suicídio frustrado, há o resultado lesão corporal grave, trata-se de uma tentativa diferenciada, uma tentativa qualificada. 
	A doutrina majoritária, entende que não é possível a tentativa nesse crime.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	1.8. Causas de aumento de pena
	 Parágrafo único - A pena é duplicada:
       	I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
        	II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
	a) Motivo egoístico
	b) Vítima menor
	Como o Código Penal não especificou qual a menoridade, a doutrina fixou que se trata de 18 anos incompletos, porém que goze de certo grau de discernimento.
	- Há doutrina que entende ser a pessoa entre 14 e 18 anos.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	c) Vítima que, por qualquer causa, tem diminuída a capacidade de resistência
	- A menor resistência pode ser provocada por enfermidade física ou mental, bem como por efeitos do álcool ou de drogas.
	- A lei se refere a DIMINUIÇÃO da capacidade, pois, em caso de supressão total implicará em homicídio.
	- O agente deve ter conhecimento da diminuição da capacidade da vítima, para afastar a responsabilidade penal objetiva.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	2. Casos práticos
	2.1. Roleta russa 
	Participantes que testam a sorte diante de uma arma com apenas um projétil, puxando cada qual o gatilho contra sua cabeça, até que um coloque fim à própria vida.
	- O sobrevivente responde pelo crime em estudo (art. 122), pois induziu,instigou ou mesmo auxiliou o perdedor a se matar.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	 2.2. Duelo americano
	Duas pessoas diante de duas armas, sendo apenas uma carregada, combinam tirar a sorte sobre qual delas deva suicidar-se. 
	- O sobrevivente responde pelo crime em estudo (art. 122), pois induziu, instigou ou mesmo auxiliou o perdedor a se matar.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
	 2.3. Pacto de morte
	Duas pessoas combinam a eliminação de suas vidas conjuntamente.
	Hipóteses de que haja sobrevivente.
	1) Se o sobrevivente praticou ato de execução – responderá por homicídio (art. 121);
	2) Se o sobrevivente somente auxiliou o outro a suicida-se – responderá por participação em suicídio (art. 122);
	3) Se ambos praticam atos de execução e sobreviveram – responderão os dois por tentativa de homicídio;
	4) Se ambos se auxiliam mutuamente e sobrevivem – responderão por participação em suicídio;
	5) Se apena um praticou atos de execução e ambos sobreviveram – esse responderá por tentativa de homicídio e o outro por participação em suicídio, caso o executor tenha sofrido lesão corporal de natureza grave.	
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	 3. Testemunhas de Jeová
	a) Pessoa maior e capaz que necessita de transfusão de sangue e se nega a receber o tratamento, deve ser encarado como tentativa de suicídio. O médico deve intervir, pois está na condição de garantidor.
	b) Os pais que não deixam o filho menor sofrer intervenção médica responderão por homicídio, pois são garantidores naturais.
	- Aqui, a doutrina entende que não pode prosperar a tese da inexigibilidade de conduta diversa.
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
Distinções, na prestação do serviço público de saúde, para atender às convicções religiosas ferem o direito à igualdade na repartição dos encargos públicos. Daí que a liberdade de religião garantida a todos pela Constituição da República não assegura o direito à pessoa humana de exigir do Estado prestação diferenciada no serviço público para atender às regras e as praticas da fé que professa. Negado seguimento ao recurso. (Apelação Cível Nº 70061159398, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em 29/08/2014)
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
APELAÇÃO CÍVEL. TRANSFUSÃO DE SANGUE. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. RECUSA DE TRATAMENTO. INTERESSE EM AGIR.
Carece de interesse processual o hospital ao ajuizar demanda no intuito de obter provimento jurisdicional que determine à paciente que se submeta à transfusão de sangue. Não há necessidade de intervenção judicial, pois o profissional de saúde tem o dever de, havendo iminente perigo de vida, empreender todas as diligências necessárias ao tratamento da paciente, independentemente do consentimento dela ou de seus familiares. Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº 70020868162, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, Julgado em 22/08/2007)
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
No juízo de ponderação, o peso dos bens jurídicos, de um lado, a vida e o superior interesse do adolescente, que ainda não teria discernimento suficiente (ao menos em termos legais) para deliberar sobre os rumos de seu tratamento médico, sobrepairam sobre, de outro lado, a convicção religiosa dos pais, que teriam se manifestado contrariamente à transfusão de sangue. Nesse panorama, tem-se como inócua a negativa de concordância para a providência terapêutica, agigantando-se, ademais, a omissão do hospital, que, entendendo que seria imperiosa a intervenção, deveria, independentemente de qualquer posição dos pais, ter avançado pelo tratamento que entendiam ser o imprescindível para evitar a morte. 
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PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
Portanto, não há falar em tipicidade da conduta dos pais que, tendo levado sua filha para o hospital, mostrando que com ela se preocupavam, por convicção religiosa, não ofereceram consentimento para transfusão de sangue - pois, tal manifestação era indiferente para os médicos, que, nesse cenário, tinham o dever de salvar a vida. Contudo, os médicos do hospital, crendo que se tratava de medida indispensável para se evitar a morte, não poderiam privar a adolescente de qualquer procedimento, mas, antes, a eles cumpria avançar no cumprimento de seu dever profissional. (STJ, HC Nº 268.459-SP) 
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