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CRIMES EM ESPÉCIE - VA1

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VA1 - CRIMES EM ESPÉCIE – 4º PERÍODO
Alunos: Helena Mayra, Margarete de Oliveira, Roberta Cristina e Ryan Hadrian.
Não se pode tratar o genocídio como um crime comum, pois trata-se de delito específico, um crime contra a humanidade, a Lei 2.889/56 nos traz esta definição: “quem com a intenção de destruir no todo ou em parte grupo nacional étnico, racial ou religioso”. 
Anteriormente à lei acima citada, em 1948, foi adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas a Convenção para prevenção e a repressão do crime de genocídio, neste momento, a Convenção assevera que: “o genocídio é um crime contra o Direito Internacional contrário ao espírito e aos fins das Nações Unidas, e que o mundo civilizado condena e reconhece, que em todos os períodos da história, o genocídio causou grandes perdas à humanidade”, a convenção, passou a tratar de forma contundente através do Estado a erradicação e efetiva punição de quem pratica, apoia e participa deste verdadeiro terror humanitário. Em citação: “Convencidas de que, para libertar a humanidade de flagelo tão odioso, a cooperação internacional é necessária; ...”
O escândalo e repercussão popular é muito expressivo, afetando a comunidade internacional, com a Convenção para Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, foi tentado frear este tipo de crime, pelo grande número de delitos conhecidos como genocídio, este tema, nos remete diretamente ao Holocausto que abalou o mundo por sua crueldade, horror, covardia e incontáveis vidas ceifadas de forma inexplicável que nos abalam até hoje.
Lembrando que o primeiro julgamento que houve na história foi o de Nuremberg, onde os líderes da Alemanha Nazista foram sentenciados, lamentavelmente, os crimes contra a humanidade, podem ser cometidos na guerra ou na paz.
No Brasil, o massacre de Haximu, tomou repercussão internacional, ocorreu na fronteira de Brasil e Venezuela na cidade de Roraima, em 1993, a comunidade Yanomami vivia nesta localidade erma com bastante tranquilidade.
Com a construção da ferrovia que passava pelas terras indígenas, iniciou-se a exploração ilegal de ouro na região que na época, era bastante comum e os garimpeiros ofereciam presentes aos índios como moeda de troca.
Os garimpeiros ao se sentirem ameaçados pelas cobranças dos indígenas pelas promessas não cumpridas, convidaram 6 índios para uma caçada, matando 4 deles durante a caminhada, por vingança, os indígenas mataram 2 garimpeiros, aqui há uma explosão da tensão, inicia-se o planejamento do ataque para dizimar a aldeia indígena.
Foi então em 23/07/1993 que os garimpeiros ceifaram a vida de mais 12 indígenas, a golpes de facão e tiros, foram mortos, um homem adulto, duas idosas, uma mulher, três adolescentes, quatro crianças e um bebê, parte da tribo, encontrava-se ausente para participar de uma festa típica dos Yanomamis, desta forma, somente parte do grupo foi dizimado, contrariando a intenção do grupo.
O crime só se tornou público, quando uma freira que se encontrava em missão naquela região, escreveu um bilhete, que logo estampou as páginas dos jornais brasileiros, europeus e americanos.
O julgamento estendeu-se por diversos anos, iniciou-se em 19/12/1996, onde houve entendimento pelo MPF - Ministério Público Federal, que se tratava de genocídio, pois, aqui se tratava da tentativa de extermínio da etnia, posteriormente, houve recurso pelo TRF – Tribunal Regional Federal, anulou a decisão alegando que o entendimento, determinando que os acusados fossem a júri popular, em contrário a decisão, o MP - Ministério Público recorreu ao STF – Supremo Tribunal Federal, que em 12/09/2000 decidiu ratificar o entendimento inicial tomado pelo MPF - Ministério Público Federal, mantendo decisão do juiz.
Devido à gravidade do crime descrito acima cabe julgamento a justiça federal, pois é um crime que exige conhecimento e competência para ser julgado. Não podemos direcionar o julgamento do referido delito criminal ao tribunal do júri devida sua composição serem de pessoas leigas, sem formação necessária para julgar um crime tão sério.
Como se sabe a competência Constitucional para julgamento de crimes dolosos contra a vida o STF – Supremo Tribunal Federal, julgar o Recurso Extraordinário 351,487 do Estado de Roraima sublinhe que havendo concurso formal genocídio doloso compete ao Tribunal dos crimes de homicídio quando cometido artigo 5º XXXVIII artigo 78, I código penal do Tribunal do júri da justiça federal. 
Ainda hoje, a repercussão negativa obviamente é uma preocupação, é um crime que atenta contra grupos considerados diferenciados pela etnia, raça ou religião, o Massacre de Haximu, só foi descoberto, após o bilhete redigido pela freira, fora isso, os indígenas sofrem abusos que sequer chegam a ser descobertos, pois, encontram-se em sua maioria em locais afastados, favorecendo assim a impunidade.
Genocídio trata-se de crime que tutela a existência grupos étnicos, raciais e religiosos, e por isso tem caráter coletivo este crime em si não atrai competência do Tribunal do júri.
Tendo em vista os estudos, bem como sua especificidade da prática do crime de genocídio e sua repercussão, entendemos que a competência para julgar este evento não pode ficar a cargo do tribunal do júri que é composto por indivíduos comuns, sem qualificação e conhecimentos específicos para um crime hediondo desta natureza.
O massacre de Haximu, foi o primeiro crime caracterizado no Brasil como genocídio, um crime contra a humanidade, onde a etnia foi palco da visão de uma possível impunidade, um crime premeditado onde por antecipação e reflexão, foi planejado o delito, a premeditação não é prevista como agravante, nem como causa de aumento de pena, tampouco é uma qualificadora, mas pode sim, ser levado em consideração, agravando assim a pena base.
Assim sendo, a competência para julgamento, deve se concentrar pela Justiça Federal, onde agentes preparados, com conhecimento específico, poderão julgar de forma imparcial, um crime tão específico, outro ponto a ser admitido, é que na jurisprudência do STF, o genocídio praticado contra os povos indígenas, devem ser julgados pelo Juízo singular e não pelo popular, entendo, que um tribunal do júri, os participantes seriam motivados pela emoção e não pela racionalidade que esta crime demanda.

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