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Contabilidade-Agropecuaria-Completo

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235
Analu Neves de Mendonça
CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA
CONTABILIDADE
AGROPECUÁRIA
235
Contabilidade 
agropecuária
Analu Neves de Mendonça
Contabilidade 
agropecuária
Aracaju, 2016
Copyright © Sociedade de Educação Tiradentes
Redação:
Núcleo de Educação a Distância - Nead
Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia
Prédio da Reitoria - Sala 40
CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE
Tel.: (79) 3218-2186
Site: www.ead.unit.br
Impressão:
Gráfica Gutemberg
Telefone: (79) 3218-2154
E-mail: grafica@unit.br
Site: www.unit.br
Banco de Imagens:
Shutterstock
Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor 
Amélia Maria Cerqueira Uchôa 
Vice-Reitora
Jouberto Uchôa de Mendonça Júnior
Superintendente Geral
André Tavares Andrade
Superintendente Administrativo e Financeiro
Ihanmarck Damasceno dos Santos
Superintendente de Relações 
Institucionais e Mercado
Eduardo Peixoto Rocha
Superintendente Acadêmico
Jucimara Roesler
Diretora de Educação a Distância
Flávia dos Santos Menezes
Gerente de Operações
Jane Luci Ornelas Freire
Gerente de Educação a Distância
Lucas Cerqueira do Vale
Gerente de Tecnologias Educacionais
Alexandre Meneses Chagas
Supervisor
Caroline Gomes Oliveira
Designer
Marcio Carvalho da Silva
Corretor
Andira Maltas dos Santos
Claudivan da Silva Santana
Edivan Santos Guimarães
Diagramadores
Matheus Oliveira dos Santos 
Shirley Jacy Santos Gomes
Ilustradores
Ana Lúcia Golob Machado
Antonielle Menezes Souza
Lígia de Goes Costa
Assessoras Pedagógicas
 Mendonça, Analu Neves de 
M539c Contabilidade agropecuária. / Analu Neves de Mendonça. – Aracaju: UNIT, 2015.
 
 168 p. il.; 23 cm 
 
 Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7833-217-4
 
 1. Contabilidade agropecuária. 2. Contabilização de operações agrícolas. 3. Custos
 agropecuária. 4. Aspectos tributários na pecuária. I. Universidade Tiradentes. 
 II. Educação a Distância. III. Título. 
 CDU: 657:636
Ficha Catalográfica: Rosangela Soares de Jesus CRB5/1701
Apresentação
Prezado(a) estudante,
Sabemos que a contabilidade vem adquirindo uma maior im-
portância nas empresas devido a, além da obrigatoriedade, seu real 
valor gerencial nas tomadas de decisões empresariais.
Iniciaremos agora o nosso estudo sobre a contabilidade agro-
pecuária, que irá trabalhar as aplicações dos princípios contábeis e 
de toda norma regulamentada atualmente adequada à realidade das 
empresas que trabalham com plantações de culturas e com criações 
de animais. Esse material foi escrito e organizado de forma que irá 
facilitar sua absorção de conceitos e aplicação.
Esperamos que você consiga compreender todo o conteúdo 
apresentado e que consiga aplicar em situações reais todos os con-
ceitos trabalhados. Mesmo sabendo que se trata de uma empresa de 
atividade muito específica, diversos conceitos são comuns entre as 
empresas rurais e os demais tipos de empresas que exploram todas 
as atividades previstas no código civil. Os conhecimentos aprendidos 
até esse momento irão te auxiliar na nossa disciplina.
Sumário
09 Parte1:Contabilidade Agropecuária
11
Tema 1:
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária
13 1.1 Atividade rural e suas evoluções
21 1.2 Forma Jurídica de Exploração da Atividade Rural
28 1.3 Fluxo Contábil na Atividade Agropecuária
38 1.4 Ativos Biológicos
47 Tema 2:Contabilização de Operações Agrícolas
49 2.1 Plano de Contas das Empresas Agropecuárias
58 2.2 Depreciação, Exaustão, Perdas Extraordinárias e 
Aumento da Vida Útil
67 2.3 Imposto de Renda na Agropecuária
76 2.4 Escrituração de Operações Típicas da Atividade Agrícola
Parte2:
Atividade Pecuária e 
Demonstrações Contábeis
89
Tema 3:
Pecuária 91
3.1 Explorações do Gado 93
3.2 Variação Patrimonial Líquida e 
Método de Custo X Método a Valor de Mercado
100
3.3 Contabilizações pelo Método de Custo 109
3.4 Contabilizações pelo Método de Avaliação de Mercado 118
Tema 4:
Custos e Aspectos Tributários na Agropecuária 131
4.1 Custos na Agropecuária 133
4.2 Cálculos do Custo do Bezerro 140
4.3 Reproduções, Seleção e Índices de 
Desempenho do Rebanho
148
4.4 Demonstrações Contábeis 155
Referência 165
Parte 1
Contabilidade 
Agropecuária
tema1
Princípios 
introdutórios 
da Contabilidade 
Agropecuária
Sabemos que a contabilidade é uma ciência 
aplicada em todas as empresas para tornar 
possível uma gestão eficiente e eficaz, reali-
zando seu propósito econômico e de funciona-
mento. Sendo assim, a existência de todos os 
relatórios e demonstrações contábeis, geradas 
a partir dos fatos ocorridos em determinado 
período, são essenciais na tomada de decisões 
e verificação de resultados aferidos, o que tor-
na o contador peça primordial para a adminis-
tração empresarial.
E, assim como em qualquer área, as empresas 
agropecuárias também precisam das informa-
ções geradas pelo profissional contábil. Não 
somente para levantamento de dados econô-
micos e financeiros, como para atendimento da 
legislação vigente e realização de obrigações 
acessórias, conforme suas peculiaridades exi-
gem.
1.1 
ATIVIDADE RURAL E SUAS EVOLUÇÕES
Desde os primórdios das civilizações que o ser humano precisa 
passar por adaptações para tornar possível a sua sobrevivência. Para 
isso, inicialmente, ele usava a caça de animais e colheita de frutos e 
plantas para se alimentar, de forma não organizada e programada. Po-
rém, devido às alterações climatológicas ocorridas com o passar dos 
anos, foi possível iniciar a atividade agropecuária iniciando assim as 
primeiras civilizações. Com isso, podemos observar como pontos po-
sitivos, a evolução científica do homem, sendo capaz de organizar as 
plantações, colheitas, estocagem para futura comercialização.
Sendo assim, a atividade rural pode ser considerada uma das 
atividades mais antigas da história humana, e como qualquer outro 
ramo, necessita de planejamento, controle e tomada de decisões ga-
nhando espaço na rotina e ambição dos empresários. Segundo Marion 
(2014, p. 2):
Empresas rurais são aquelas que exploram a capaci-
dade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da 
criação dos animais e da transformação de determina-
dos produtos agrícolas.
Podemos então dizer que as empresas rurais utilizam meios na-
turais de produção, a terra é seu principal meio de manutenção da sua 
atividade. É a partir dela que a empresa consegue tornar possível a 
sua finalidade. As empresas rurais possuem três possíveis campos de 
atividades diferentes: agrícola, zootécnica e agroindustrial, as quais 
cada uma possui uma produção distinta. A atividade agrícola se utiliza 
da produção vegetal, já a atividade zootécnica, a produção animal e a 
atividade agroindustrial, é representada pelas indústrias rurais.
14 Contabilidade Agropecuária
A atividade agrícola possui ainda outra divisão em grupos que 
são as culturas hortícolas e forrageiras, e arboricultura. As culturas 
hortícola e forrageira são compostas por: Cerais; hortaliças, tubércu-
los, fibras, floriculturas, entre outras. Já a arboricultura é composta 
por florestamentos, vinhedos, pomares, entre outros.
Vimos então, que a depender de cada tipo de plantação, a cultura 
fará parte de determinado grupo, porém, todos utilizando o mesmo meio 
de produção, que se trata da plantação de determinado tipo de cultura di-
retamente na terra para produção de uma ou mais espécies de produtos.
Já a atividade zootécnica se trata da criação e reprodução de 
animais de somente um ou diversos tipos. Para exemplificar a criação 
de determinados animais podemos citar:
 D Pecuária (criação de gado);
 D Apicultura (criação de abelhas);
 D Piscicultura (criação de peixes);
 D Ranicultura(criação de rãs);
 D Entre diversas outras criações.
É válido ressaltar, que no Brasil, as atividades agrícolas e pecu-
árias possuem grande relevância no mercado econômico dos últimos 
tempos, pois é um país bastante rico em culturas agrícolas, além de 
possuir um dos maiores gados bovinos do mundo.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 15 
Mas, inicialmente, vamos entender o significado do termo 
“gado”, pois, diferente do que muitos conhecem, gado é todo conjunto 
de animais que normalmente são mantidos e cuidados em pastos e 
podem ter a finalidade de trabalho na lavoura, de serem domésticos 
ou até para fins comerciais.
Já a atividade agroindustrial contempla a utilização dos produ-
tos gerados a partir da agricultura e pecuária para gerar uma trans-
formação no mesmo e fornecer uma nova utilização. Consiste no 
melhoramento realizado nos produtos agrícolas, como por exemplo, 
o tratamento realizado no arroz, café, mandioca. Pode realizar tam-
bém uma modificação nos produtos pecuários, como a produção de 
laticínios e mel. E pode inclusive transformar os produtos agrícolas, 
citamos como exemplo a utilização a soja pra criação do óleo, a trans-
formação da uva em vinho. Com isso, podemos destacar que o me-
lhoramento de determinado produto não modifica a sua finalidade. O 
café ainda será café após realizar os processos de moagem. Porém, a 
transformação consiste na alteração do produto final. O leite produ-
zido pelas vacas será transformado em queijos, manteiga. A soja em 
seu estado natural será mudada para se criar o óleo de cozinha.
O conceito de contabilidade como uma ciência social que estuda 
o patrimônio das sociedades é utilizado para todos os capo possíveis 
de aplicação contábil. Dessa forma, quando utilizamos os seus princí-
pios para todas as empresas, estamos falando de Contabilidade Geral. 
Porém, existem particularidades que serão aplicadas em somente al-
guns ramos empresariais, de acordo com a sua atividade fim.
Dessa forma, se a atividade da empresa em questão for reven-
da de mercadorias (comércio), o ramo contábil que será utilizado será 
da Contabilidade Comercial. Caso a empresa compre matéria prima 
para transformação em um produto (indústria), o ramo contábil será 
Contabilidade Industrial. Trazendo esse conceito para a realidade da 
nossa disciplina teremos a Contabilidade Rural, que será aplicada em 
16 Contabilidade Agropecuária
empresas rurais, a Contabilidade Zootécnica, aplicada às empresas 
com atividade zootécnica, e, consequentemente, Contabilidade Agrí-
cola, aplicável às sociedades com atividade agrícola.
Ano Agrícola 
Como já sabemos e estamos acostumados a aplicar, o exercício 
social é utilizado para apuração dos resultados econômicos e financei-
ros de uma determinada empresa. Por determinação legal, o exercício 
social será coincidente com o no civil, ou seja, período compreendido 
entre primeiro de janeiro e 31 de dezembro.
Com a apuração do resultado a empresa poderá descobrir se 
atingiu um lucro ou prejuízo no exercício e tomar as devidas provi-
dências, sejam elas para corrigir atos que resultaram em valores ne-
gativos, ou até para majorar índices positivos.
Mas como definir a apuração de resultado em uma empresa 
agropecuária que possui épocas de plantação, colheita, criação, en-
gorda e venda em períodos distintos do ano civil? Com tantos valores 
atingidos em épocas sazonais, foi criado o mecanismo do ano agrícola 
para levantamento de dados administrativos.
Na atividade agrícola, não seria de grande serventia aguardar até 
o final do exercício para levantamento de resultado. Afinal, a plantação, 
colheita e venda ocorrem em períodos distintos deste. Após a colheita 
dos produtos, geralmente, é onde se atinge o lucro, pois somente nesse 
momento a empresa agrícola possui estoque. Uma empresa comercial, 
por exemplo, poderá realizar vendas durante todo o prazo do ano, já que 
sua atividade não reflete em uma produção da mercadoria, e sim so-
mente na sua compra e revenda, não dependendo de mudanças climá-
ticas, respostas do solo ou até de fenômenos naturais.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 17 
Na agricultura iremos considerar como término do ano agrícola 
a colheita dos produtos e a sua comercialização, quase sempre. Se-
gundo Marion (2014, p. 4):
Ano agrícola é o período em que se planta, colhe e, 
normalmente, comercializa a safra agrícola. Algumas 
empresas, em vez de comercializarem o produto, des-
de que possível, armazenam a safra para obter melhor 
preço.
Nesse último caso citado por Marion, o fim do ano agrícola não 
será somente após sua comercialização, e sim, ao término da colheita.
O melhor momento para verificar se uma cultura está trazendo 
resultados positivos ou negativos para uma empresa, é após a venda 
dos produtos colhidos, pois teremos os valores referentes aos gas-
tos obtidos para realização da cultura, além do montante de receita 
aferida ao realizar sua venda, podendo verificar um ganho ou perda 
com determinado plantio. No exercício social, seria aguardado até 31 
de dezembro para verificação dos resultados atingidos.
Os resultados obtidos pelo ano agrícola farão parte de um banco 
de dados que servirão para tomada de decisões gerenciais, que orien-
tarão a escolha sobre a continuação de plantio de uma cultura, ou até a 
alteração para outro tipo de plantações. Sendo assim, deixamos claro 
aqui que a finalidade gerencial do ano agrícola será peça fundamental 
para determinação dos próximos passos.
18 Contabilidade Agropecuária
Marion (2014, p. 5) reforça o que foi dito ao escrever:
Evidentemente, a apuração de resultado, quando reali-
zada logo após a colheita e a comercialização, contribui 
de forma mais adequada na avaliação do desempenho 
da safra agrícola; não há por que esperar meses para se 
conhecer o resultado que é tão importante para a toma-
da de decisões, sobre tudo a respeito do que fazer no 
novo ano agrícola.
Quando ocorrer a colheita e venda de determinada cultura, de-
verá ser considerado como fim do ano agrícola o final do mês corrente 
ou o mês posterior. Mas como iremos determinar o final do ano agrí-
cola quando a empresa cultivar diversos tipos de produtos agrícolas? 
Imagine uma empresa que planta milho, mandioca e amendoim, todos 
com prazos de colheitas distintos. Como o contador deverá agir nessa 
situação?
Para melhor avaliação do resultado econômico da atividade, é 
recomendado que o contador tenha por determinação de ano agrícola, 
o produto mais importante, economicamente falando. Considere uma 
empresa agrícola que planta laranjas, mas que como possuía terreno 
ocioso, resolve investir na plantação de soja. Nesse caso, percebe-se 
que a atividade preponderante é a plantação de laranjas, devendo seu 
resultado econômico ser superior ao das demais plantações secun-
dárias. Poderá ser feito um levantamento de resultados das culturas 
temporárias, porém não serão números consistentes devido à sua co-
lheita e venda ainda não terem ocorrido.
Na pecuária deverá ser utilizada a metodologia ano agrícola 
para levantamento de dados gerenciais assim como na agricultura, 
porém, a sua apuração terá algumas particularidades, não devendo 
ser considerado somente o exercício social.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 19 
Após o desmame ou nascimento dos bezerros, deverá ser re-
alizada a apuração do resultado obtido. Muitas empresas pecuárias 
procuram concentrar o nascimento dos bezerros em uma época do 
ano, facilitando a apuração e organização de pastos. Essa organiza-
ção de reprodução também irá auxiliar na redução de prejuízos por 
possíveis alterações climáticas ocorridas anualmente, como secas ou 
até mesmo o inverno impiedoso. Esse planejamento de reprodução 
poderá ser realizadoa partir de inseminações artificiais ou até épocas 
para monta, em que as fêmeas e machos serão reunidos em momen-
tos específicos. 
Para facilitar o entendimento, vamos associar os bezerros nas-
cidos, aos frutos gerados pela produção agrícola. Ao ocorrer os nas-
cimentos dos bezerros, o contador deverá apurar o resultado atingi-
do assim como ocorre com a colheita dos frutos agrícolas. Caso não 
ocorra organização para nascimento dos bezerros, se torna mais difícil 
estabelecer uma data para apuração dos resultados, mas nada impede 
que o produtor solicite essa informação sempre em algum período do 
exercício social.
Algumas empresas optam por trabalhar com a produção do re-
sultado a partir da venda das reses ao frigorífico, o que é uma opção 
válida, assim como a passada anteriormente.
A partir da publicação da Lei nº 7.450/85, em seu artigo 16, a 
apuração do Imposto de Renda deverá ser realizada a partir do resul-
tado alcançado entre o período de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 
cada ano.
Como podemos perceber o período acima difere do ano agrícola 
supracitado, o que torna mais trabalhosa a atuação do contador. Nada 
impede, e é até recomendado, que sejam apurados resultados ao fim 
do ano agrícola ou pecuário, além da apuração ocorrida ao fim do ano 
civil. No primeiro caso, serão gerados dados para gestão, já no segun-
20 Contabilidade Agropecuária
do será para atender uma exigência da legislação. Para dar continui-
dade nos nossos estudos, falaremos dos tipos de exploração da ati-
vidade agrícola que serão abordados no nosso próximo conteúdo. A 
continuidade desses assuntos é fundamental para seu conhecimento.
LEITURA COMPLEMENTAR 
 D SANTOS, G. José et al. Administração de Custos na Agropecu-
ária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Para conhecer melhor os conceitos da agropecuária, leia o capítulo 2 
(p. 13 – 23). Neste livro é descrito muitos aspectos introdutórios além 
de orientar o contador sobre as possíveis técnicas de apuração de 
custos na agropecuária.
 D MARION, J. Carlos. Contabilidade Rural. 14. ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
Para complementar seus conhecimentos, é necessário que seja lida 
parte do capítulo 1 do livro acima (p. 2 – 6). Com esse livro é possível 
compreender e adquirir habilidades necessárias para iniciar seus es-
tudos sobre contabilidade rural, com uma linguagem bastante acadê-
mica e de fácil compreensão.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 21 
PARA REFLETIR 
A partir do que estudamos até o momento, é solicitado que seja feita 
uma análise sobre a necessidade ou opção da elaboração de resulta-
dos econômicos antes do término do exercício social (ano agrícola) 
para levantamento de dados econômicos e qual a sua relevância nos 
procedimentos de gestão.
1.2 
FORMA JURÍDICA DE EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL
Existem duas formas possíveis de exploração da atividade da 
agropecuária, que são as pessoas físicas ou jurídicas. Ambas pos-
suem personalidades próprias, podem exercer atividades econômicas 
em busca de lucro e possuir seu patrimônio.
A atividade rural exercida por pessoa física é caracterizada por 
ter como principal personalidade, a pessoa comum, qualquer ser hu-
mano que tem sua criação a partir do nascimento e sua exclusão pela 
morte.
Já se tratando de pessoa jurídica, precisamos evidenciar con-
ceitos como sociedade, entidade, finalidade, entre outros. A sociedade 
tem como principal característica a união de duas ou mais pessoas, 
denominadas sócios, para criação de outra, distinta destas que a cria-
ram. A pessoa jurídica diferencia-se das pessoas físicas que a criaram, 
inclusive no âmbito patrimonial, afinal os bens da pessoa jurídica não 
22 Contabilidade Agropecuária
se confundem com os bens dos seus sócios. Essa norma de separação 
patrimonial é a entidade, um dos princípios contábeis. Além disso, as 
pessoas jurídicas poderão possuir fins lucrativos ou não. No primeiro 
caso, a atividade é realizada com a intenção de venda para atingir lu-
cro e expansão da atividade econômica. No segundo caso, a atividade 
é realizada sem a intenção de lucros, geralmente seus ganhos são uti-
lizados para benefícios da comunidade em geral ou participantes da 
sociedade.
Como a atividade exercida por pessoa física exige uma criação 
menos burocrática, além de maiores benefícios fiscais, muitas empre-
sas rurais possuem como forma jurídica essa opção. Porém, nos de-
batemos com a possível falta de conhecimento por parte do produtor 
rural; muitos exercem suas funções sem nem possuir conhecimentos 
acerca das possibilidades de formas jurídicas da sua atividade.
As pessoas físicas poderão ser dimensionadas em três por-
tes, assim como as jurídicas: pequenos, médios e grandes portes. As 
pessoas físicas que exercem a atividade rural e que forem de porte 
pequeno ou médio, não estão obrigadas a contabilização de todos os 
seus fatos para apuração de saldos e geração de demonstrações e li-
vros. A única exigência será a utilização de um livro-caixa que irá ser 
alimentado com movimentações financeiras ocorridas no exercício.
Porém, se o produtor rural for considerado de grande porte, ele 
deverá realizar todos os procedimentos contábeis, pois serão simila-
res às pessoas jurídicas. Esses procedimentos citados tratam-se de 
contabilização de fatos ocorridos obedecendo ao método das partidas 
dobradas e exigindo a presença, acompanhamento e assinatura de um 
profissional contábil devidamente registrado.
Dessa forma, se a pessoa física for exploradora de atividade agrí-
cola de grande porte, ou seja, com Receita Bruta Anual superior a R$ 
90.000.000,00, deverá contabilizar todas as operações com débitos e 
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 23 
créditos devidos, além das demonstrações devidas pelas empresas 
pessoas jurídicas e todas as obrigações acessórias.
A atividade empresarial obedecerá ao código civil da mesma 
forma que as demais empresas. Assim se o produtor iniciar sua ativi-
dade rural realizando um registro dos seus atos constitutivos no devi-
do órgão regulamentador será considerado empresário rural, Assegu-
rado pela legislação uma redução na burocracia do seu registro inicial.
A exploração também poderá ocorrer através de uma socieda-
de, situação a qual ocorrerá a união de duas ou mais pessoas com in-
teresses em comum para início das atividades, celebrando entre eles 
um contrato de compromissos e formas de partilha dos resultados 
obtidos.
O empresário rural poderá exercer sua atividade utilizando as 
formas de Autônomo, quando não possuir registro na junta comercial; 
de Empresário Individual, caso seja realizada a inscrição na junto co-
mercial do seu estado; e de Sociedade Empresária, quando sua inscri-
ção na junta é realizada fazendo a opção por um determinado tipo de 
sociedade, sendo ela limitada, anônima, em comandita, entre outras. 
Para dar início na atividade de qualquer empresa, é necessário 
um investimento inicial. Em empresas gerais, a promessa de entrega 
de valores pelos sócios às empresas é denominada “Capital Social”, o 
qual inicialmente se considera subscrito. Isso Significa que os valores 
prometidos pelos sócios ainda não foram repassados para a institui-
ção, caracterizado pelo termo “a integralizar”. À medida que a entrega 
de valores é realizada, o capital que somente é subscrito, passa a ser 
também integralizado.
A integralização poderá ser realizada em dinheiro, ou qualquer 
bem que nele se possa mensurar. Nas empresas rurais, os investi-
mentos podem ser divididos em dois tipos: o capital fundiário e o de 
24 Contabilidade Agropecuária
exercício. O capital fundiário é todo bem fixado a terra, podendo ser 
exemplificado pelas terras, edificações, culturas permanentes, pastos, 
entre demais ativos similares.
Já o capital de exercício é todo bem que seráutilizado dire-
tamente no trabalho, e não é vinculado a terra, como por exemplo, 
os tratores, animais de trabalho, equipamentos, entre outros bens 
similares. 
Considerando os dois conceitos trabalhados acima, podemos 
distinguir as duas possibilidades de personalidades diferentes quan-
do associamos o capital fundiário e de exercício.
Quando o produtor participa de uma sociedade contribuindo 
somente com o capital fundiário, podemos chamá-lo de proprietá-
rio da terra. Porém, se o produtor participa somente com o capital de 
exercício, explorando a atividade agropecuária e sem possuir a terra, 
o denominamos de empresário. Denominação comum também para 
aqueles que possuem os dois tipos de capitais.
Continuando com os conceitos básicos da agropecuária, dare-
mos continuidade iniciando as diferentes formas de associações na 
atividade agropecuária. Dentre elas falaremos das cinco associações 
possíveis. A primeira a ser comentada será o Investidor na atividade 
agropecuária com posse da terra, que se trata do produtor rural que, 
não só possui os capitais fundiários, como também adquire o capital 
de exercício para exploração da atividade em sua terra.
Posteriormente, a associação da Parceria, que ocorre quando so-
mente uma pessoa é proprietária dos capitais fundiários e de exercí-
cio, e se associa a outras pessoas formando uma parceria. Essas outras 
pessoas que serão associadas explorarão a terra para produzir lucros. A 
divisão dos lucros ocorrerá conforme contrato definido entre ambos. 
Nessa modalidade de associação existem dois tipos de sócios, o 
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 25 
capitalista, que possui os dois capitais, além de gerenciar a atividade; 
e o de trabalho, que irá utilizar os capitais para executar seu trabalho.
Outro tipo de associação é o Arrendamento, que ocorre quando 
o dono dos capitais os aluga para terceiros em troca de uma remune-
ração definida anteriormente em contrato, em que também será fixa-
do o prazo que durará esse arrendamento. Nessa modalidade existirá 
a figura de dois contratantes, o arrendador, possuidor dos capitais que 
os alugará por tempo determinado e o arrendatário, que irá usufruir 
dos capitais em troca de dinheiro.
A quarta modalidade é o comodato, situação semelhante ao 
arrendamento, na qual o possuidor repassa seus capitais por tempo 
determinado, porém, no comodato não existe a remuneração a ser 
recebida. É o empréstimo gratuito. Compreendendo nessa situação o 
proprietário dos capitais e o comodatário, aquele que os utilizará.
A quinta modalidade de associação é o condomínio, situação 
em que existe mais de um proprietário para os capitais, em que todos 
os utilizam e partilham dos resultados e riscos ocorridos na mesma 
proporção de sua posse.
Outro conceito fundamental para darmos início no estuda da 
contabilidade agropecuária é o de Ativo Biológico. Para isso, é ne-
cessário que saibamos que foi instituído pelo Comitê de Pronuncia-
mentos Contábeis um pronunciamento técnico (CPC 29) aprovado dia 
07/08/2009, que foi criado para regulamentar o tratamento contábil 
a ser dado para os ativos biológicos e os produtos agrícolas das em-
presas agropecuárias.
No item 3 do Pronunciamento Técnico nº 29/2009, emitido 
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, encontramos o seguinte 
texto:
26 Contabilidade Agropecuária
Este Pronunciamento deve ser aplicado para a produ-
ção agrícola, assim considerada aquela obtida no mo-
mento e no ponto de colheita dos produtos advindos 
dos ativos biológicos da entidade. Após esse momento, 
o CPC 16 – Estoques, ou outro Pronunciamento Téc-
nico mais adequado, deve ser aplicado. Portanto, este 
Pronunciamento não trata do processamento dos pro-
dutos agrícolas após a colheita, como, por exemplo, o 
processamento de uvas para a transformação em vinho 
por vinícola, mesmo que ela tenha cultivado e colhido 
a uva. Tais itens são excluídos deste Pronunciamento, 
mesmo que seu processamento, após a colheita, possa 
ser extensão lógica e natural da atividade agrícola, e os 
eventos possam ter similaridades. 
Interpretando o item do CPC, terá tratamento contábil diferen-
ciado quando for tratado de ativo biológico e de produtos agríco-
las. É considerado ativo biológico toda planta ou animal que pos-
suir vida, podendo sofrer alteração biológica, quando se inicia um 
processo de produção, reprodução, crescimento ou degeneração de 
ativos biológicos.
Já os produtos agrícolas, são os resultados obtidos a partir dos 
ativos biológicos, originados, por exemplo, da colheita realizada em 
culturas.
Estabelecendo uma ordem lógica na produção agropecuária, 
podemos citar exemplos também expostos no CPC 29 as operações 
que envolvem os Carneiros (ativo biológico), posteriormente obtemos 
a lã (produto agrícola), e o fio ou tapete (produtos resultantes do pro-
cessamento realizado após a colheita).
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 27 
Mas como mensurar o valor de uma plantação de milho ou de 
laranja? Primeiramente os ativos biológicos deverão ser reconheci-
dos pelos seus valores justos reduzindo os custos possíveis de venda. 
Considera-se valor justo o valor negociável de um ativo, ou seja, seu 
provável valor de venda no mercado, quando este não possuir valor 
seguro de mensuração, deverá ser utilizado o método de custo. Am-
bos os métodos serão trabalhados posteriormente em outros conteú-
dos para aprofundar seus conhecimentos e orientar a aplicação des-
ses métodos.
LEITURA COMPLEMENTAR 
 D COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC-29: 
Ativo Biológico e Produto Agrícola. Brasília: 2009. Disponível 
em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/324_
CPC_29_rev%2003.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2015. 
Para compreender melhor conceitos iniciais da nossa disciplina, é re-
comendada a leitura dos itens 1 a 9 do CPC acima para conhecimento 
de aspectos norteadores do nosso curso, tomando por base o pronun-
ciamento técnico vigente.
 D MARION, J. Carlos. Contabilidade Rural. 14. ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
Para aprofundar seus conhecimentos, é pedida a leitura de parte do 
capítulo 1 do livro acima (p. 7 – 12). O que tornará possível uma com-
preensão complementar dos termos trabalhados até o momento já 
que o material possui uma linguagem de fácil compreensão.
28 Contabilidade Agropecuária
PARA REFLETIR 
A partir de agora você já está apto a reproduzir diversos conceitos bá-
sicos da exploração da atividade agropecuária. Para isso, solicitamos 
que seja feito um levantamento de outros ativos biológicos, além dos 
seus produtos agrícolas originais, e complementar com os produtos 
resultantes do processamento após a colheita. (Utilizar o exemplo ci-
tado acima: Carneiro > Lã > Fio, tapete).
1.3 
FLUXO CONTÁBIL NA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
Vamos iniciar o aprendizado sobre os procedimentos de apura-
ção de ativo biológico pelo custo. Para isso, começamos descrevendo 
o termo Culturas Temporárias, que nada mais é que o tipo de plan-
tação onde é necessário fazer um novo plantio após a colheita, pois 
possuem um tempo de vida curto. 
Podemos citar como exemplo o milho, o feijão, o arroz, entre ou-
tros. Dessa forma, quando a empresa ou o produtor opta por plantar 
milho, está ciente que quando a plantação estiver apta à colheita, a 
mesma será realizada e a planta considerada morta, precisando que 
seja realizada uma nova plantação para cada nova colheita. Essas cul-
turas também podem ser conhecidas como anuais.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 29 
Como possuem durabilidade inferior a um exercício social, se-
rão contabilizados pelo contador em conta específica alocada no Ati-
vo Circulante. E assim, todo valor gasto para plantação e manutenção 
dessa cultura será alocado nesta contaque possuirá nome específico 
de Cultura Temporária em Formação.
Criando um paralelo, podemos tomar como parâmetro uma in-
dústria que compra suas matérias primas, as altera ou as junta para 
produção de um novo produto. Utilizando o seu plano de contas, po-
demos caracterizar a cultura temporária em formação com a conta in-
dustrial Produtos em Elaboração.
Além disso, na contabilidade agrícola, cada cultura terá sua con-
ta específica como nos exemplos abaixo:
 D Cultura temporária em formação – Milho;
 D Cultura temporária em formação – Soja;
 D Cultura temporária em formação – Trigo.
Dessa forma, todos os custos como fertilizantes, sementes, mão 
de obra de trabalhadores agrícolas, mudas, energia elétrica, deprecia-
ção de bens utilizados na produção, entre demais gastos diretamente 
relacionados com a cultura, serão debitados nessas contas.
Se a empresa possuir mais de uma cultura, todos os gastos deve-
rão ser rateados e contabilizados em sua conta específica. Como exem-
plo podemos citar a folha de pagamento dos funcionários, considerando 
uma folha total no valor de R$ 10.000,00 e que os funcionários utiliza-
ram 30% das horas na plantação do milho, 40% das horas na plantação 
da soja e os outros 30% na plantação do trigo, o rateio deverá ser feito:
30 Contabilidade Agropecuária
 D R$ 3.000,00 para a plantação do milho;
 D R$ 4.000,00 para a plantação da soja;
 D R$ 3.000,00 para a plantação do trigo.
Vale ressaltar que custo não será igualmente caracterizado com 
a receita, cada um tem sua finalidade e deverá ser contabilizado de 
forma específica. O custo é todo gasto que tem ligação direta ou in-
direta com a cultura. Já as despesas são os gastos que não podem 
ser relacionados diretamente com a cultura. Dessa forma, não serão 
contabilizados nas contas das culturas, devendo ser apropriados dire-
tamente nas despesas, como por exemplo, a folha de pagamento dos 
funcionários da administração, as despesas com vendas, as taxas e 
juros bancários, entre demais gastos.
Além dos custos para a formação da cultura, também irão com-
por a conta contábil das culturas temporárias os gastos realizados 
com as colheitas, já que os mesmos são considerados como custo. Po-
rém, após a colheita ter sido concluída, essa conta deverá ser elimina-
da para transporte de valor total para a conta Produtos Agrícolas, que 
também deverá ser especificada com o nome da cultura (milho, trigo).
A conta de produtos agrícolas também irá compor o ativo circu-
lante, sendo similar a um estoque de mercadorias. Nessa conta serão 
contabilizados posteriormente todos os gastos necessários ao acaba-
mento do produto agrícola, como os beneficiamentos realizados, as-
sim como gastos para manutenção desse produto no estoque, como 
congelamento, entre outros.
Assim como os demais estoques, toda vez que um produto 
agrícola for vendido, deverá ocorrer a baixa do seu custo e seu sal-
do transferido para a conta Custo dos Produtos Vendidos, também 
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 31 
sendo separado dos demais tipos de produtos, sendo uma conta de 
resultado e que reduzirá o resultado do exercício, sendo encontrado 
o lucro bruto.
Em alguns casos, mesmo após o produto estar pronto para re-
venda, o produtor opta por armazenar o produto aguardando uma al-
teração no mercado e uma valorização do seu produto. Sendo assim, 
todos os gastos tidos com esse armazenamento posterior ao produto 
acabado, serão contabilizados nas contas de despesas, mais especifi-
camente na conta Despesas com Vendas.
Abaixo segue a contabilização dos fatos ocorridos na elabora-
ção das culturas temporárias, mais especificamente, consideraremos 
a plantação de milho.
a) Contabilização de gastos para formação das culturas (semen-
tes, fertilizantes, adubos, custos de colheita):
D – Cultura temporária – milho R$ XXX;
C – Fornecedores / Estoque de sementes / Estoque de fertili-
zantes R$ XXX.
b) Posteriormente ocorre a colheita dessa cultura:
D – Produtos agrícolas – milho R$ XXX;
C – Cultura temporária – milho R$ XXX.
Momento em que a cultura temporária é zerada.
32 Contabilidade Agropecuária
c) Gastos com beneficiamento dos produtos:
D – Produtos agrícolas – milho R$ XXX;
C – Fornecedores / Caixa / Banco R$ XXX.
d) Venda dos produtos:
D – Caixa/Banco R$ XXX;
C – Receita – Milho R$ XXX.
D – Custo dos produtos vendidos (CPV) – milho R$ XXX;
C – Produtos Agrícolas – Milho R$ XXX.
e) Demais despesas ocorridas (Folha de pagamento da admi-
nistração, despesas com vendas, despesas financeiras):
D – Despesas administrativas / com vendas / financeiras R$ XXX;
C – Caixa / Banco / Fornecedor.
Agora falaremos das culturas permanentes. Apesar de a no-
menclatura “permanente” não ser mais utilizada desde a alteração ad-
vinda da Lei nº 11.941/09, sendo substituída por ativo não circulante, 
as culturas continuaram com a utilização do nome permanente.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 33 
Serão contabilizados como cultura permanente todos os ativos 
biológicos que forem vinculados a terra e que produzam mais de uma 
colheita sem o necessário replantio. Podemos dar exemplo de cultu-
ras permanentes a plantação de laranja, café, cana de açúcar, entre 
demais culturas similares.
Como sua duração é superior ao exercício financeiro, sua conta 
contábil será registrada no ativo não circulante, na subconta imobili-
zado. E, da mesma forma que as culturas temporárias, seus custos se-
rão contabilizados nessas contas. Custos como adubos, mão de obra, 
terceirização de serviços, sementes, depreciação dos bens utilizados, 
entre demais gastos utilizados para a produção da cultura.
Todas essas contabilizações irão ocorrer na conta Cultura Per-
manente em Formação, desde que a cultura ainda esteja na formação 
dos pés. Exemplificando melhor, todo o tratamento inicial da terra, 
plantação das sementes ou mudas e cuidado com as plantas antes da 
brotação dos frutos, serão considerados como em formação.
Da mesma forma que citados anteriormente, as contas das 
culturas deverão ser subdivididas de acordo com o nome da cultura, 
como os exemplos abaixo:
 D Cultura permanente em formação – Café;
 D Cultura permanente em formação – Laranja .
Dando continuidade ao processo produtivo, após a cultura estar 
madura e apta a produzir frutos, o saldo acumulado nessa conta deve-
rá ser transferido para a Cultura Permanente Formada, também com a 
devida denominação da cultura.
34 Contabilidade Agropecuária
Após essa consideração, todo custo realizado para a cultura de-
verá ser contabilizada no ativo circulante, na conta Colheita em Anda-
mento, podendo ser comparada com um estoque em formação, iden-
tificando também a colheita.
Podemos separar então a cultura permanente em três estágios 
distintos:
1. Início da plantação, valores investidos para formação da 
cultura, contabilizada no imobilizado (preparo do solo, adu-
bo, irrigação, poda);
2. Cultura considerada pronta, e transferida para a cultura per-
manente formada;
3. Custos com a plantação serão alocados nos frutos.
Também serão alocadas na conta de colheita em andamento 
a depreciação ou exaustão da cultura permanente formada, que se-
rão calculadas a partir da vida útil da plantação. Uma vez que o valor 
que formou essa conta será o motivo das colheitas que ocorrerão nos 
exercícios seguintes.
A depreciação ou exaustão dos pés da plantação deverá ocorrer so-
mente após a colheita estar formada, pois, antes disso, ela ainda está se 
constituindo e não representa perda na sua capacidade de produção futura.
Porém, se caso algum valor for gasto para aumentar a vida útil 
da cultura, ou para aumentar a produtividade da plantação, o valor de-
verá ser contabilizado na conta do imobilizado, não devendo interferir 
na contada colheita em andamento, pois o benefício servirá também 
para os próximos anos.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 35 
Quando os produtos estiverem maduros e a colheita ser inicia-
da, o saldo da conta será transferido para a conta Produtos Agrícolas, 
também devendo ser diferenciada pelos tipos de produtos colhidos 
(café, laranja, entre outros).
 E a partir daí então, será tratada como qualquer estoque de 
mercadoria para revenda. A sua baixa de valores ocorrerá através da 
conta Custo dos Produtos Vendidos, separada também por produtos, 
reduzindo a receita do exercício.
Além do que foi comentado acima, existem outras situações 
que irão ocasionar uma alteração nos saldos existentes. Um exem-
plo desse fato é quando ocorrem geadas, incêndios, secas, entre ou-
tros desastres naturais que ocasionam em perda da plantação para 
o produtor. Quando isso ocorrer, os valores perdidos, parcial ou in-
tegralmente, deverão ser escriturados diretamente no resultado, re-
duzindo o lucro, a título de perdas extraordinárias nas despesas não 
operacionais.
E caso um agricultor opte por buscar empréstimos na rede ban-
cária da sua cidade, onde serão contabilizadas as suas despesas fi-
nanceiras?
Mesmo que o empréstimo tenha sido realizado para determina-
da plantação, os juros deverão ser contabilizados diretamente na des-
pesa, e não deverão compor o custo da mercadoria. Afinal, a intenção 
da utilização do método de custo significa exatamente saber quanto 
custou para a produção de determinada cultura, e para isso, os valo-
res não deverão ser afetados por despesas financeiras não ligadas à 
produção.
No caso da empresa optar pela apuração de valores pelo méto-
do de custo, deverá divulgar juntamente com as demonstrações con-
tábeis a descrição das culturas, motivos que eliminaram a utilização 
36 Contabilidade Agropecuária
do método de valor justo, método de depreciação escolhido, a taxa 
de depreciação adotada e o valor total da cultura assim como sua 
depreciação.
Vale ressaltar que todos os documentos acima citados irão 
complementar as demonstrações contábeis geradas e ajudarão a es-
clarecer possíveis dúvidas geradas nos usuários da contabilidade ru-
ral, que poderão ser: empresários, investidores, fornecedores, entes 
tributantes, fiscalizadores, instituições de crédito e bancárias, entre 
outros. 
Dando continuidade ao nosso aprendizado, iniciaremos nas 
próximas páginas mais um conteúdo, no qual iremos aprender sobre 
os ativos biológicos, suas características, seus efeitos no patrimônio, 
sua funcionalidade para a empresa, entre demais aspectos que darão 
continuidade ao nosso aprendizado.
LEITURA COMPLEMENTAR 
 D MARION, J. Carlos. Contabilidade Rural. 14. ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
Deverá ser realizada a leitura para complementar seu aprendizado, da 
parte do capítulo 1 do livro acima (p. 16 – 27). Isso possibilitará a você 
agregar mais conhecimento, além de fornecer mais contextos para 
aplicação das informações já compreendidas e transmitidas até esse 
momento.
 D COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC-29: 
Ativo Biológico e Produto Agrícola. Brasília: 2009. Disponível 
em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/324_
CPC_29_rev%2003.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2015. 
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 37 
Para compreender melhor conceitos sobre apuração pelo método de 
custo, é recomendada a leitura dos itens 30 a 33 do CPC acima para 
verificação de aspectos legais sobre apuração pelo método de custo, 
tomando por base o pronunciamento técnico vigente.
PARA REFLETIR 
Se coloque na posição do contador da empresa agropecuária “San-
ta Maria Ltda.” Elabore um e-mail com um texto dissertativo que de-
monstre ao seu cliente a importância de controlar todos os gastos 
obtidos no exercício, assim como sua destinação para as culturas. Sa-
be-se que a empresa Santa Maria Ltda. possui plantação de Laranja 
(permanente) e Mandioca (temporária).
 
38 Contabilidade Agropecuária
1.4 
ATIVOS BIOLÓGICOS
Devido à atualização da legislação da contabilidade, fato mar-
cado pela implantação das IFRS (International Financial Reporting 
Standards), alguns procedimentos contábeis foram alterados.
Tal atualização se fez necessária com a justificativa de tornar 
a contabilidade brasileira similar à contabilidade de diversos outros 
países. Afinal, em um mundo globalizado, é comum investidores apli-
carem seu capital em empresas de países diferentes dos seus.
Com a contabilidade rural não foi diferente, o método de custo, 
anteriormente o único utilizado, foi substituído pelo método de va-
lor justo. Colocando em outras palavras, o valor justo é o numerário 
avaliado pelo preço de mercado de determinado bem, já que com o 
decorrer do tempo, os valores de bens sofrem variações.
Em se tratando de ativos biológicos, essas alterações de valores 
são ainda mais frequentes, afinal, como todo ser vivo, o tempo é capaz 
de alterar seu crescimento, produtividade, tamanho, entre demais as-
pectos. Uma cultura ou animal com o passar do tempo passa por um 
processo de amadurecimento, que reflete em seu crescimento físico 
além de aumentar ou reduzir sua capacidade de produção. Essas mo-
dificações resultam em acréscimos de valores que precisam ser con-
tabilizados para mensuração correta do patrimônio rural.
Ao utilizar o método pelo valor justo, a empresa deverá escri-
turar periodicamente suas variações de valor. Devido à inflação, ge-
ralmente a mudança de valores é positiva, ou seja, ocorre um acrésci-
mo no fato quantitativo do bem. E com isso, essas variações deverão 
ser contabilizadas diretamente no resultado do exercício da empresa. 
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 39 
Caso obtenha um aumento de valor do bem, a empresa irá escriturar 
uma receita no exercício, caso contrário, ou seja, o ativo biológico ob-
tenha um decréscimo de valor, irá escriturar como uma despesa no 
exercício. Além disso, as possíveis despesas com vendas irão corrigir 
os ajustes a valor justo.
Mas como determinar o valor de mercado de determinado bem?
Marion (2014) elenca os métodos utilizados:
a) Valor justo: pode ser uma cotação feita no mercado;
b) Não havendo valor de mercado de um produto re-
comenda-se fazer uma análise de transações recentes 
ocorridas e assim determinar o valor do bem;
c) Não sendo possíveis as alternativas a e b, pode-se 
utilizar uma base de um produto similar;
d) No caso de produção em andamento (no caso de cul-
tura permanente), utiliza-se o método do fluxo de caixa 
descontado, ou seja, estabelece-se o preço final (data 
esperada para o desenvolvimento), trazendo-se a valor 
presente.
A principal diferença entre os dois métodos apresentados (cus-
to e valor justo) é que pelo primeiro, o resultado do exercício somente 
é afetado com a venda da produção agrícola ou do rebanho. Já no valor 
justo, as variações de valores de ativos e os custos gastos no exercício 
irão afetar o resultado do exercício no momento em que ocorrerem, 
independente de sua venda.
40 Contabilidade Agropecuária
Seguindo a ordem apresentada até o momento, iremos de-
monstrar como apurar os valores justos nas suas devidas culturas. 
Primeiramente será demonstrada a contabilização desta operação e a 
sua afetação no resultado, posteriormente serão feitas análises sobre 
a adequação contábil as IFRS.
Iniciaremos então a demonstração da contabilização da cultura 
temporária pelo método de valor justo. Consideremos uma plantação 
de soja com custos de sementes, mão de obra, adubos, entre demais 
custos no valor total de R$ 2.000,00:
D – Ativo biológico – Soja – R$ 2.000,00;
C – Caixa – R$ 2.000,00.
Atingindo um crescimento significativoda cultura e consideran-
do o valor de mercado, apurando o número de sacas aproximado de 
colheita e multiplicando pelo seu valor atual no mercado, descobre-se 
que o valor justo de sua cultura é de R$ 2.900,00, e que a empresa 
terá que arcar com um custo de venda que, em média, representa 10% 
do preço negociado.
Para contabilizar esse fato, deverá ser utilizada uma conta do 
ativo denominada de “Valor justo”, além de outra conta do resultado 
que irá representar a receita. Vale ressaltar que a conta do ativo será 
alimentada com a diferença entre o valor de mercado e o custo da cul-
tura, ou seja, a valorização alcançada.
D – Ativo biológico – Soja – Valor justo (Ativo circulante) – R$ 900,00;
C – Ajuste a valor justo – Soja (Conta de resultado) – R$ 900,00.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 41 
Os custos de venda, como dito anteriormente, deverão corrigir 
os saldos dessas contas (R$ 2.900,00 * 10% = R$ 290,00):
D – Ajuste a valor justo – Soja – R$ 290,00;
C – Ativo biológico – Soja – Valor justo – R$ 290,00.
Porém, como foi dito, a cultura estava ainda em crescimento, e ain-
da são necessários custos com sua manutenção e cultura. Esses custos 
também irão reduzir o ajuste a valor justo, afinal, se o custo da cultura au-
menta a diferença para o valor de mercado reduz. Portanto vamos imagi-
nar que a empresa obteve um custo de colheita de R$ 50,00.
D – Ativo biológico – Soja – R$ 50,00;
C – Caixa – R$ 50,00;
D – Ajuste a valor justo – R$ 50,00;
C – Ativo biológico – Soja – Valor justo – R$ 50,00.
Para lançamento da colheita realizada deverá ser feito o seguin-
te lançamento:
D – Estoque de produtos agrícolas – R$ 2.050,00;
C – Ativo biológico – Soja – R$ 2.050,00.
42 Contabilidade Agropecuária
D – Estoque de produtos agrícolas – R$ 560,00;
C – Ativo biológico – Soja – Valor justo – R$ 560,00.
Considerando que a venda tenha ocorrido pelo valor já previsto 
de mercado, o lançamento contábil deverá afetar as contas de receita 
com as vendas, a forma de recebimento (avista ou a prazo), o custo 
dos produtos agrícolas que será a contrapartida da baixa realizada no 
estoque, o ajuste a valor justo e as despesas com vendas ocorridas.
Observando todos esses aspectos, os lançamentos contábeis 
realizados serão:
D – Caixa – R$ 2.900,00
C – Receita com vendas – R$ 2.900,00
D – Custo dos produtos agrícolas vendidos – R$ 2.610,00
C – Estoque de produtos agrícolas – R$ 2.610,00
D – Ajuste a valor justo – R$ 560,00
C – Custo dos produtos agrícolas vendidos – R$ 560,00
D – Despesas com vendas – R$ 290,00
C – Caixa – R$ 290,00
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 43 
Realizando a apuração do resultado, onde será necessário o en-
cerramento de todas as contas contábeis, e elaborando a demonstra-
ção do resultado do exercício podemos observar a seguinte situação:
Receita bruta – R$ 2.900,00
Custo dos prod. Vend. – (R$ 2.050,00)
Lucro Bruto = R$ 850,00
Despesa com vendas – (R$ 290,00)
Lucro do exercício = R$ 560,00
Caso você não tenha observado, o resultado atingido foi igual ao 
saldo da conta “Ajuste a valor justo” antes do seu encerramento.
Como podemos observar o método de valor justo afeta o resul-
tado do exercício sempre que existe um ajuste ao valor de mercado, 
porém, o valor de custo só afetaria o resultado do exercício quando a 
venda ocorresse.
Na apuração pelo valor de custo, se não ocorrer venda durante o 
exercício social, a empresa não terá seu resultado afetado pela cultura 
escolhida, sendo composto somente pelas demais despesas e receitas 
que não possuem vinculação com a atividade fim.
Nesse caso acima citado, o balanço patrimonial deverá encerrar 
com a conta dos produtos agrícolas com seu saldo total de colheita, 
evidenciando a ausência de vendas. 
44 Contabilidade Agropecuária
Vimos nesse conteúdo que as diferentes modalidades de apuração 
de valores das culturas irão modificar os resultados das empresas além 
de alterar os saldos das demonstrações contábeis. O que denota uma fun-
damental orientação e recomendação do profissional contábil para que o 
empresário não realize opções que resultem em valores não desejados.
Conhecendo os aspectos iniciais apresentados nesse conteúdo, 
conseguimos iniciar as contabilizações que o fluxo contábil exige. Para 
isso, serão apresentados novos conceitos e formas de contabilizações 
nos temas que seguem. Para dar continuidade ao seu aprendizado é 
necessário que exista a compreensão dos termos e conceitos expli-
cados nesse conteúdo para que prossigamos nas próximas páginas.
LEITURA COMPLEMENTAR 
 D MARION, J. Carlos. Contabilidade Rural. 14. ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
Para aprofundar os conteúdos ministrados no capitulo de ativos bio-
lógicos, é solicitada a leitura da obra acima nas páginas 34-37. É im-
portante informar que a leitura da obra citada irá reforçar seus conhe-
cimentos em uma linguagem de fácil compreensão.
 D SANTOS, G. José et al. Administração de Custos na Agropecu-
ária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Para reconhecer as diferenças entre os termos de custos e despesas, 
recomenda-se a leitura das páginas 24-26. A linguagem clara e ob-
jetiva do livro irá te auxiliar nas definições de termos utilizados até o 
momento.
Tema 1
Princípios introdutórios da 
Contabilidade Agropecuária 45 
PARA REFLETIR 
Para comprovar e trabalhar os procedimentos aprendidos até o mo-
mento é solicitado que seja feita uma comparação entre as duas for-
mas de culturas, pelo valor de custo e pelo valor de mercado, além 
de realizar uma análise contábil e administrativa sobre as diferenças 
encontradas no resultado utilizando os diferentes métodos.
Para isso, recomenda-se que a análise seja realizada considerando 
custos iguais para os dois métodos e o mesmo produto que será gera-
do pela cultura. Por exemplo, uma cultura de milho com custos totais 
de R$ 5.000,00, mas com valor de mercado de R$ 6.500,00.
RESUMO 
Para facilitar seu conhecimento, apresentamos no primeiro conteúdo 
os conceitos iniciais para iniciar a abordagem da contabilidade rural. 
Conhecemos aspectos sobre as diferentes possíveis atividades agro-
pecuárias além de definições sobre ano agrícola e exercício social e 
qual a relevância da sua utilização.
A partir desse conhecimento, é possível compreender as formas de 
explorações agrícolas como demonstradas no conteúdo posterior. 
Para isso foram apresentados aspectos sobre as pessoas que poderão 
utilizar essas atividades como forma de obtenção de lucro, separando 
as pessoas físicas e jurídicas.
Apesar de todos os conceitos apresentados, ainda se faz necessário 
seu aprendizado acerca das culturas temporárias e permanentes, di-
46 Contabilidade Agropecuária
ferenciando as formas de contabilização e da sua alocação no balanço 
patrimonial elaborado pelo contador da empresa.
Por fim estudamos os ativos biológicos e suas características. Desco-
brimos que eles são alguns dos objetos de estudos atribuídos ao con-
tador e que são os produtos produzidos pelas empresas que exploram 
a atividade agrícola.
Nesse cenário o papel do contador se faz muito importante para que 
o sucesso da empresa seja atingido. Sem o profissional devidamente 
habilitado para o cargo, a empresa não possuirá informações neces-
sárias para a tomada de decisões.
tema2
Contabilização 
de Operações 
Agrícolas
Após conhecer toda a importância da aplica-
ção da ciência contábil na atividade agrope-
cuária, é chegada a hora de aprofundar seu 
conhecimento na contabilização e apuração 
das empresas agrícolas. Para isso dividimos o 
conteúdo desse tema de uma forma que gere 
um aprendizado mais seguro e efetivo.
Assim então, definiremos e trabalharemos 
conteúdos como plano de contas, escrituração, 
depreciação e exaustão,entre demais concei-
tos ainda não vistos até o momento e que são 
essenciais para a continuação da nossa disci-
plina e elevação do seu conhecimento contábil 
agrícola. Informaremos sobre a necessidade 
de uma dedicação por parte do aluno para que 
seja atingido o objetivo proposto.
2.1 
PLANO DE CONTAS DAS EMPRESAS AGROPECUÁRIAS
Como você já sabe, o plano de contas é o documento onde são 
listadas todas as contas contábeis que determinada empresa utiliza 
para realizar seus lançamentos. Todas as empresas necessitam de um 
plano de contas organizado e atualizado, separado de forma a agru-
par contas facilitando a leitura das demonstrações contábeis além de 
orientar uma ordem lógica de contabilização.
Com as empresas agrícolas não será diferente, afinal elas tam-
bém necessitam de uma contabilidade organizada e de um entendi-
mento facilitado para os seus usuários. Nesse conteúdo abordaremos 
exatamente essa divergência entre os planos de contas de demais 
empresas e as empresas que exploram a atividade agrícola.
Então nesse conteúdo analisaremos contas que não são observa-
das em outras empresas, mas somente nas agrícolas, como por exem-
plo: estoques, imobilizado, receitas, despesas, custos, entre outras.
Para iniciar nossos estudos, vamos iniciar criando um paralelo 
entre empresas industriais e empresas agrícolas. Nas indústrias po-
demos verificar contas como: Estoques de matérias-primas, de pro-
dutos em elaboração, de produtos acabados, além de contas de resul-
tado como receita com industrialização, custo dos produtos vendidos, 
entre demais contas.
O termo de insumos utilizados na indústria é similar ao de uma 
empresa agrícola. Na indústria são considerados como insumos as 
matérias-primas que participarão do processo industrial. Podemos 
citar como demonstração de insumos as linhas, tecidos, botões e re-
talhos que são utilizados na produção de roupas.
50 Contabilidade Agropecuária
Nas indústrias agrícolas os insumos também serão necessários 
à criação do produto final. E nesse caso serão considerados insumos 
todas as sementes, os fertilizantes, inseticidas, adubos, entre outros 
materiais primordiais para início da cultura, afinal, sem eles não são 
possíveis a plantação.
Já a conta de “produtos em elaboração” de uma indústria, é 
composta por materiais que são aplicados para a formação do pro-
duto final. Toda matéria-prima que é retirada do estoque e vai para 
fabricação é acrescida nessa conta. Na empresa agrícola significa que 
a cultura está em formação, ou em crescimento. No caso das culturas 
temporárias, essa conta será alimentada por tudo que for gasto com 
a iniciação e manutenção de culturas. Já nas culturas permanentes, 
essa conta é similar a uma colheita em andamento, momento em que 
os valores gastos são atribuídos aos produtos.
Como já vimos anteriormente, cada conta referentes as cultu-
ras, sejam temporárias ou permanentes, deverão ter o termo “Ativos 
biológicos” na sua nomenclatura.
Enquanto falamos de produto final, na indústria atribuímos aos 
produtos industrializados por completo, já na empresa agrícola é o pro-
duto resultante da cultura e que foi colhido, sendo já considerado possível 
para venda. O nome da conta contábil deverá ser “Produtos agrícolas”.
Porém algumas contas são iguais em ambas as empresas, como 
exemplo do caixa, banco, fornecedores, entre outras. Os estoques que 
recebem materiais de uso e consumo são semelhantes entre os dois 
tipos de empresas. Um exemplo de nomenclatura dessa conta é “Es-
toque de materiais de uso e consumo”.
Para iniciar a contabilização é preciso conhecer a opção de in-
ventário que a empresa escolheu. O inventário nada mais é que o le-
vantamento de valores para verificação dos saldos. Essa conferência 
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 51 
normalmente é realizada nos estoques, mas também pode ser feita 
nas contas de outros bens e direitos.
 A conferência dos estoques é feita pela contagem física dos 
materiais que a empresa possui para verificar se o saldo na contabili-
dade está em concordância com a real quantidade do estoque. Porém 
existem dois métodos de verificação de saldos do estoque, o inventá-
rio permanente e o periódico.
O inventário permanente resulta em um controle a todo o mo-
mento, ou seja, a cada entrada de mercadoria e saída, a movimentação 
é registrada na contabilidade. Dessa forma, sempre que alguém quiser 
verificar a comprovação e levantamento de produtos constantes no 
estoque, é só buscar a ficha de controle do estoque, onde serão regis-
tradas todas as variações de valor.
Já o inventário periódico não tem controle a cada operação, são 
determinados períodos para contagem física do estoque e posterior 
aplicação dos seus valores na fórmula do custo:
Custo = Saldo inicial do estoque + Compras – Saldo final do es-
toque.
Esse método de estoque somente deverá ser utilizado quando 
o inventário permanente não for possível de ser realizado, afinal, pelo 
inventário permanente é possível mensurar o valor da cultura a qual-
quer momento.
Mesmo com o auxílio de um profissional, não é seguro mensu-
rar o valor de uma cultura através de um inventário periódico. Uma 
avaliação incorreta resultará em um lucro incorreto e, consequente-
mente, uma apuração de tributos errada.
52 Contabilidade Agropecuária
Se utilizar o inventário permanente, a contabilização será feita 
como já informado anteriormente. A cada operação de utilização de 
materiais ou gatos realizados com a cultura, a conta da cultura será 
debitada aumentando o seu saldo.
Porém, se o empresário optar pelo inventário periódico a em-
presa usará a fórmula demonstrada para a apuração dos custos a par-
tir dos seus saldos finais. Além disso, para verificação do custo dos 
produtos devidos deverão ser consideradas as contas de sementes, 
adubos, fertilizantes, mão de obra agrícola. Além disso, essa apuração 
deverá ocorrer para cada tipo de cultura.
Após a apuração dos custos, os valores encontrados serão con-
tabilizados nas contas de resultado de custos e reduzirão o resultado.
Utilizando o método de avaliação do estoque pelo inventário 
permanente, todos os valores gastos serão debitados na conta das 
suas definitivas culturas que lhes gerarão um valor total. Antes até 
de realizar a venda dos produtos, é possível verificar o custo de cada 
cultura.
Para melhor organização o plano de contas deverá seguir uma 
ordem lógica e uma separação das culturas. 
Por exemplo:
1.1.3 Estoques
1.1.3.1 Insumos
1.1.3.1.1 Adubos
1.1.3.1.2 Sementes
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 53 
1.1.3.1.3 Fertilizantes
1.1.3.1.4 Mudas
1.1.3.2 Ativos biológicos – Culturas temporárias
1.1.3.2.1 Milho
1.1.3.2.2 Feijão
1.1.3.2.3 Trigo
1.1.3.3 Colheitas em andamento
1.1.3.3.1 Café
1.1.3.3.2 Laranja
1.1.3.3.3 Maçã
1.2.3 Imobilizado
1.2.3.1 Ativos biológicos – Cultura permanente em formação
1.2.3.1.1 Café
1.2.3.1.2 Laranja
1.2.3.1.3 Maçã
54 Contabilidade Agropecuária
1.2.3.2 Ativos biológicos – Cultura permanente formada
1.2.3.2.1 Café
1.2.3.2.2 Laranja
1.2.3.2.3 Maçã
1.2.3.2.4 (-) Depreciação ou exaustão
1.2.3.3 Terras
1.2.3.3.1 Para plantação
As contas acima são todas do ativo, e como pode se ver cada 
cultura terá sua conta específica, de forma que ao buscar as demons-
trações contábeis, os usuários conseguem identificar o valor referente 
a cada cultura além do total de patrimônio que se referem às culturas.
Mas como ficariam as contas de resultado em uma empresa 
agrícola que possui diversas culturas ao mesmo tempo?
Assim como nas contas patrimoniais, as contas de resultado 
também deverão ser separadas conforme a sua determinada cultura.
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 55 
Sendo assim, poderão ser exemplo de contas contábeis deresultado:
3.1.1 Receita bruta
3.1.1.1 Culturas temporárias
3.1.1.1.1 Milho
3.1.1.1.2 Feijão
3.1.1.1.3 Trigo
3.1.1.2 Culturas permanentes
3.1.1.2.1 Café
3.1.1.2.2 Laranja
3.1.1.2.3 Maçã
3.1.2 (-) Deduções de receita
3.1.3 Custo dos produtos vendidos
3.1.3.1 Culturas temporárias
3.1.3.1.1 Milho
3.1.3.1.2 Feijão
56 Contabilidade Agropecuária
3.1.3.1.3 Trigo
3.1.3.2 Culturas permanentes
3.1.3.2.1 Café
3.1.3.2.2 Laranja
3.1.3.2.3 Maçã
Utilizando um plano de contas com a estrutura acima é possível 
verificar o total de receitas obtidas em cada cultura, além dos custos 
dispendidos para sua geração, colheita e venda.
Com essa separação é muito mais fácil de conseguir informações 
sobre os resultados obtidos com a plantação e venda de determinada cul-
turas, além de possibilitar ao empresário uma análise sobre os valores 
alcançados e decidir sobre o que será plantado nas próximas culturas. 
Nem sempre a cultura escolhida traz o resultado esperado pelo 
empresário, ou até não resulta em um lucro significativo para que o 
produtor continue plantando essa cultura.
Dessa forma, concluímos que se a empresa tiver um plano de 
contas organizado e o utilizar para contabilização de fatos contábeis 
além da geração de demonstrações oficiais, a obtenção de resultados 
para análise é muito mais efetiva. Caso essa organização não exista, é 
muito mais difícil conhecer os resultados. 
Conhecendo as características do plano de contas agropecuá-
rio podemos avançar nos nossos conteúdos para aprender conceitos 
mais aprofundados sobre essa atividade.
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 57 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 D MARION, J. Carlos. Contabilidade Rural. 14. ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
Para complementar seus conhecimentos, é necessário que sejam li-
das as páginas 75 – 89 do livro acima. Com esse livro é possível com-
preender e adquirir habilidades necessárias para iniciar seus estudos 
sobre contabilidade rural, com uma linguagem de fácil compreensão.
 D SANTOS, G. José et al. Administração de Custos na Agropecuária. 
4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Para aprofundar a contabilização das operações contábeis, inclusive 
com a utilização de um sistema informatizado, deverão ser lidas as 
páginas 147 – 154. A linguagem de fácil aprendizado será esclarece-
dora para você.
PARA REFLETIR 
Como pode ser visto, é de extrema importância e necessidade a uti-
lização dos serviços contábeis para as empresas sejam elas agríco-
las ou não. No entanto, se os serviços contábeis não forem prestados 
de forma organizada e cronológica, o resultado final não atende-
rá as exigências esperadas da contabilidade. Para expandir seus co-
nhecimentos, realize um debate com seus colegas para responder o 
seguinte questionamento: Como você acredita que uma contabili-
dade fiel à realidade e realizada conforme a legislação pode interfe-
rir no resultado de uma empresa e na tomada de decisões futuras?
58 Contabilidade Agropecuária
2.2 
DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO, PERDAS EXTRAORDINÁRIAS E 
AUMENTO DA VIDA ÚTIL
Inicialmente vamos diferenciar os termos acima apresentados. 
Conforme as legislações fiscais vigentes, a redução de valor contá-
bil nas empresas agrícolas será denominada de depreciação no caso 
das plantações em que sua colheita se dá somente com a retirada dos 
frutos. A exaustão é calculada em plantações em que toda a parte ex-
terna da plantação é retirada na colheita, como por exemplo, a cana de 
açúcar, que após a colheita não possibilita ver qual parte gerará novos 
produtos. E amortização é a apropriação para a despesa dos gastos 
depreendidos em função de uma utilização de propriedades de outras 
pessoas alheias à empresa.
Fazendo uma revisão dos primeiros capítulos, as culturas tem-
porárias renderão somente uma colheita além de terem um prazo de 
vida inferior a um exercício. Já as culturas permanentes fornecem mais 
de uma colheita, além de possuírem uma vida superior a um exercício. 
Por isso, na atividade agrícola somente as culturas permanentes so-
frerão depreciação e exaustão, afinal as culturas temporárias ficarão 
enquadrados somente no ativo circulante.
Conforme vimos nesse capítulo, os ativos biológicos que produ-
zem frutos na sua colheita serão considerados para cálculos de depre-
ciação. Por exemplo, em uma colheita de laranja, somente os frutos 
são retirados, as árvores são mantidas. Igualmente aos pés de laran-
jas, também estarão nessa situação os pés de café, de maçã, de jaca, 
entre outros.
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 59 
Segundo Marion (2014, p. 57):
Na cultura do chá, o desbastamento das folhas é consi-
derado depreciação, pois a folha é o produto final e não 
a árvore, o caule. O mesmo acontece com a bananeira 
que, após produzir o cacho de bananas, tem seu tronco 
cortado; daí a depreciação.
Porém, ao definirmos que a cultura sofrerá depreciação, como 
calculá-la afinal?
Assim como na depreciação de demais imobilizados da empre-
sa, deverão ser definidos os prazos de vida útil de um bem e posterior-
mente calcular sua devida taxa. Para cálculo da taxa de depreciação é 
utilizada a seguinte fórmula:
100 / nº de anos de vida útil = taxa de depreciação.
Mas como saber a vida útil de uma cultura?
Somente poderão responder essa pergunta pessoas habilitadas, 
com conhecimento técnico e científico, ou até com experiência sufi-
ciente para diagnosticar o prazo de vida de determinada plantação.
Com isso, poderão ser destinados a fornecer essa operação os 
agrônomos, técnicos em agronomia e a até os produtores agrícolas 
que já possuem certa experiência na produção de frutos.
60 Contabilidade Agropecuária
Dessa forma, se uma plantação de café irá produzir frutos por 
um prazo médio de 20 anos, significa que sua taxa de depreciação 
será calculada da seguinte forma:
100 / 20 anos = 5%
Isso significa dizer que a cada ano 5% do valor total dos cafe-
zais será contabilizada como depreciação e que em 20 anos o valor 
total dos cafezais será totalmente depreciado. Lembrando que essa 
depreciação também poderá ser calculada de forma mensal, em mé-
dia 0,4166% ao mês.
Outra forma de cálculo de depreciação é através da quantidade 
de frutos obtidos em uma colheita. Por exemplo, se estima a colheita 
total de 200.000 unidades de frutos durante todo o prazo da cultura 
permanente, ou seja, durante o período em que a árvore produzirá fru-
tos, no caso de uma plantação de laranja, a mesma árvore produzirá 
frutos por alguns anos. Imaginemos que na primeira colheita foram 
colhidos 10.000 frutos. A taxa de depreciação desse ano será calcula-
da da seguinte forma:
10.000 / 200.000 = 5%
Calculando a depreciação dessa forma, possibilita que a em-
presa tenha uma real dimensão sobre o lucro atingido nessa colheita, 
afinal, a depreciação será calculada em face desta, e não com valores 
fixos.
Sabemos que alguns fatores alheios ao controle do homem po-
dem interferir na produção de uma colheita. Fatores como tempesta-
des, secas, alterações climáticas, entre outros, podem ocasionar em 
uma colheita menos efetiva, com menos frutos. Porém, alguns fatores 
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 61 
também naturais podem majorar os resultados da colheita. Essa de-
preciação por produção ajudará a calcular uma depreciação mais real, 
mais condizente com a realidade da cultura.
Vale ressaltar que a depreciação de culturas permanentes ocor-
rerá somente quando as mesmas estiverem formadas, e não no mo-
mento em que estiverem em formação, e também somente após a sua 
primeira colheita.
Na agricultura os valores gastos com equipamentos necessá-
rios à manutenção da cultura. E todo esse maquinário utilizado para 
sua produção deverá ter sua depreciação absorvida como mais um de 
seus custos. 
Porém, para um aproveitamentoreal e correto, sugere-se um 
cálculo por horas utilizadas do devido equipamento em função de de-
terminada cultura. Dessa forma, é preciso conhecer a quantidade de 
horas de trabalho que esse maquinário poderá render, e calcular a taxa 
de depreciação por horas. Posteriormente, alocar os custos referentes 
às horas gastas em cada cultura em sua devida conta contábil.
Com isso teremos que calcular a depreciação com o seguinte 
cálculo:
Valor contábil do bem / quantidade de horas de vida útil = Depre-
ciação por hora.
62 Contabilidade Agropecuária
Realmente esse tipo de cálculo de depreciação de equipamen-
tos exige um controle maior além do conhecimento de cálculo e apro-
priação, porém é a forma mais segura e correta de contabilizar a de-
preciação do maquinário utilizado na produção da cultura.
Os valores de depreciação dos ativos biológicos irão compor os 
custos dos frutos que ainda serão colhidos.
Já as empresas que exploram atividades de culturas que toda a 
parte externa da cultura é eliminada com a colheita, como plantações 
de árvores por exemplo.
Nesse caso, será apurada exaustão como baixa de valor contá-
bil. Para determinação do cálculo, inicialmente precisa ser levantada o 
total de árvores na propriedade, e posteriormente, o valor de árvores 
extraídas, depois verificar a proporção entre árvores extraídas em re-
lação ao total de árvores da propriedade. O valor encontrado será apli-
cado sobre o valor do custo da floresta que se encontra contabilizado 
no ativo, o resultado será o custo das árvores extraídas.
Realizando o cálculo dessa forma, e apropriado a exaustão com 
os valores encontrados, ao final da cultura o valor total da cultura será 
completamente exaurido. Válido ainda informar que a exaustão será di-
vidida em períodos proporcionais à produção e extração das árvores.
Assim como na depreciação, os produtores de árvores deverão 
calcular sua exaustão a partir de uma vida útil de determinada plan-
tação. Porém, nesse caso, serão levantadas as quantidades de cortes 
que uma plantação fornece.
Para levantamento de quantidade de cortes que uma determina-
da plantação rende, é necessário um levantamento realizado por pessoas 
conhecedores dessa determinada cultura para o fornecimento de infor-
mações acerca da quantidade de cortes que uma floresta vai permitir.
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 63 
Utilizando como exemplo uma plantação de eucalipto em uma 
determinada fazenda com um total de árvores plantadas de 20.000 
unidades, e com um custo total da cultura de R$ R$ 200.000,00. Foi 
informado pelo engenheiro agrônomo que essa plantação renderia, 
em média, quatro cortes das árvores, o que resulta em uma exaustão 
de 25%.
100 / 4 = 25%
Durante todo o exercício social desse exemplo, foram cortadas 
9.000 árvores. Mas quanto custou o corte dessas árvores?
Para determinação desse valor de custo deverá ser realizado o 
seguinte cálculo:
Quantidade de árvores extraídas / Quantidade total de árvores 
plantadas = Proporção entre árvores cortadas e total de árvores plan-
tadas.
Substituindo os valores informados teremos:
9.000 / 20.000 = 45% das árvores extraídas.
O cálculo da exaustão será feito da seguinte forma:
Percentual de árvores extraídas x Taxa de exaustão x Total da 
plantação.
64 Contabilidade Agropecuária
Então, substituindo teremos:
45% x 25% x R$ 200.000 = R$22.500,00
Representando o custo das árvores que foram retiradas do solo 
para comercialização, venda ou consumo.
Em se tratando de perdas extraordinárias e aumento de vida 
útil, ambos os acontecimentos irão afetar as culturas. No caso de per-
das extraordinárias, referem-se às perdas na cultura ocasionadas por 
tempestades, geadas, secas e qualquer fenômeno não previsto pelo 
produtor que acarretará em uma redução da sua produção.
Por exemplo, as geadas poderão acabar com parte da sua cultu-
ra eliminando a possibilidade de geração dos frutos esperados. Essa 
redução de pés deverá ser contabilizada direto no resultado como 
despesas não operacionais e, em contrapartida, deverá ser reduzida a 
conta do ativo não circulante.
Já o aumento de vida útil se refere ao valor gasto pelo produtor 
que ocasionará uma elevação e vida produtiva de uma determinada 
cultura. Com isso, seu valor não poderá ser escriturado diretamente 
para a despesa, pois desobedeceria ao princípio da competência.
Nesse caso, os gastos ocorridos deverão ser contabilizados na 
conta do ativo não circulante, aumentado seu valor, em contrapartida 
do seu devido pagamento.
O valor que aumentará no ativo não circulante somente será in-
corporado à despesa em face da depreciação ou exaustão apurada em 
cada exercício passado.
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 65 
Realizando a apropriação dessa forma segmentada, o princípio 
da competência será amplamente atendido, afetando o resultado à 
medida que o aumento da vida útil seja utilizado.
Conhecendo a depreciação e algumas despesas apresentadas 
anteriormente, trabalharemos nos próximos conteúdos, aspectos 
acerca da tributação do Imposto de Renda na Agropecuária.
LEITURA COMPLEMENTAR 
 D MARION, J. Carlos. Contabilidade Rural. 14. ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
Para complementar seus conhecimentos, é necessário que sejam li-
das as páginas 56 – 70 do livro acima. A partir dessa leitura você vai 
compreender maiores aspectos acerca da depreciação e exaustão de 
ativos biológicos e aprofundar seus conhecimentos. O autor utiliza 
uma linguagem de fácil compreensão que te auxiliará nesse momento.
 D SANTOS, G. José et al. Administração de Custos na Agropecuá-
ria. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Para aprofundar os conhecimentos adquiridos acerca de depreciação 
e exaustão, deverão ser lidas as páginas 72 – 83 do livro acima. A 
linguagem de fácil aprendizado será esclarecedora para eliminar pos-
síveis dúvidas que ainda persistam em existir.
66 Contabilidade Agropecuária
PARA REFLETIR 
Sabemos que todo imobilizado das empresas comerciais, industriais, 
de serviços, ou qualquer outro ramo, necessita apropriar os valores 
contábeis para as suas despesas. No caso das empresas agrícolas não 
seria diferente. Elas também precisam contabilizar as parcelas dos 
seus imobilizados que já foram depreciados ou exauridos.
Nesse conteúdo que acabamos de apresentar, foram demonstradas as 
formas de cálculo dos valores referentes a essas duas formas de apro-
priação de valores. Ao utilizar os métodos de forma correta, a contabi-
lização se tornará mais real e trará informações mais verdadeiras para 
os seus usuários.
Conhecendo todos esses aspectos sobre redução de vida útil, é soli-
citada a elaboração de uma produção textual que relate sobre as di-
ferentes formas de depreciação, exaustão e amortização realizando 
uma comparação entre as três e sobre como elas impactam no resul-
tado do exercício de uma empresa.
Tema 2
Contabilização de 
Operações Agrícolas 67 
2.3 
IMPOSTO DE RENDA NA AGROPECUÁRIA
Como já vimos em conteúdo anterior, toda empresa exploradora 
da atividade agrícola poderá classificada, assim como as demais em-
presas, em empresa de pequeno porte ou microempresa. Esse enqua-
dramento das empresas traz a opção das mesmas recolherem seus 
tributos através do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e 
Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, po-
pularmente conhecido como Simples Nacional. 
Essa forma de tributação resulta em um pagamento único dos 
seguintes tributos:
 D IPI
 D ICMS
 D ISS
 D PIS
 D COFINS
 D IRPJ
 D CSLL
 D CPP
68 Contabilidade Agropecuária
Além de simplificar o recolhimento dos valores de tributos, pois 
os mesmos são pagos através de somente uma guia, o Simples Na-
cional concede aos seus optantes alíquotas diferenciadas e inferiores 
àquelas que a legislação

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