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O Estado

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O Estado – a idéia de Estado – definição e objectivos
O Estado é desde logo uma colectividade, ou seja, um povo fixo num determinado território e que institui nesse território, por autoridade própria, um poder politico relativamente autónomo.
São três os elementos do conceito:povo, território e poder politico.
O povo é o conjunto de individuos que estão ligados ao Estado através do vinculo da nacionalidade. Este é um conceito juridico-politico de povo, diferente do conceito económico de população (conjunto de pessoas fisicas, residentes no território de um Estado, num determinado momento histórico, sejam nacionais ou estrangeiros); e é diferente do conceito de povo de natureza cultural ( comunidade em que se formou um consenso acerca de motivações de existência colectiva comum, como resultado de uma sedimentação histórica ).
O território
De uma forma geral não se concebe um Estado sem território. Só muito excepcionalmente existiram Estados antes de ser fixado o seu território (caso da Polónia depois da 1.ª Guerra Mundial). Por outro lado, não se concebe um Estado contemporâneo de base nómada.
O território de um Estado é formado pelo solo, pelo subsolo, pelo espaço aéreo e pelo mar territorial.
O território tem uma função tripla:é uma condição de independência nacional; circunscreve o âmbito do poder soberano do Estado e representa o meio de actuação juridico politica do Estado.
O último elemento do Estado é opoder politicoque pode ser definido como a faculdade de que é titular um povo de, através da sua autoridade própria, instituir orgãos que exerçam com relativa autonomia, a jurisdição sobre o território, nele criando e executando normas juridicas, usando os necessários meios de coacção.
Essencial nesta definição, é a idéia deorgãosque, uma vez instituidos, formam e manifestam uma vontade que é a vontade do Estado.
Mas o que é um orgão do Estado?
É um centro institucionalizado de poderes e deveres que participa no processo de formação e manifestação de uma vontade, imputável ao Estado colectividade.
Uma importante distinção que se deve ter presente  é a que se deve fazer entre orgão e o seu titular. Muitas vezes há a tendência para confundir estas duas realidades, principalmente se o orgão tem apenas um titular, como é o caso do Presidente da República.
O orgão permanece, enquanto que os seus titulares mudam. O orgão pode até não ter titular, ou pode ter um titular interino, mas, ainda assim, o orgão não deixa de existir. Por exemplo, na nossa Constituição existe um orgão que é o Primeiro Ministro. Este orgão tem mantido os seus poderes, apesar de os titulares do cargo de Primeiro Ministro terem mudado ao longo destes anos, desde o 25 de Abril.
Para a próxima aula – os fins prosseguidos pelo Estado.
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SEGURANÇA – OBJECTIVO DO ESTADO E DIREITO DO CIDADÃO.
No âmbito do contrato social normalmente celebrado entre os cidadãos e o Estado, as pessoas abrem mão de certos direitos para o governo ou outra autoridade com o fim de obter as vantagens da ordem social. Nesse contexto, o contrato social é um acordo entre os membros de toda a sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante e é neste contexto que a justiça com as próprias mãos passou a ser proibida. Assim, conforme Rousseau, "cada um de nós coloca sua pessoa e sua potência sob a direcção suprema da vontade geral”.
Ao Estado, no exercício do poder político, cabe realizar certos fins, nomeadamente: a segurança, a justiça e o bem-estar social.
Quanto a segurança, esta aparenta ter sido a primeira necessidade que conduziu a instituição do poder político, pois o interesse do Homem é viver, e para viver precisa de se proteger contra os perigos da natureza, contra a cobiça dos seus semelhantes e contra a violência dos mais fortes.
Assim, o poder político deve instituir uma força colectiva organizada que é posta ao serviço de interesses gerais e de princípios socialmente aceites.
Quando o Estado deixa de prosseguir, os indivíduos sentem-se tentados a prover a sua própria defesa e acabam por fazer a justiça por suas próprias mãos e a sociedade política fica minada nos seus fundamentos e a anarquia instala-se.
O recrudescer da criminalidade e o surgimento de novos tipos de crimes, muitos dos quais utilizando técnicas altamente sofisticadas, exigem do Estado a redefinição célere de toda a sua estratégia de combate ao crime, adopção de tecnologias apropriadas, capacitação adequada das suas forças policiais, políticas remuneratórias e de segurança social adequada a estas forças e uma maior vigilância quanto a possíveis infiltrações, no seu seio, de agentes activos e passivos ligados ao crime organizado mas, acima de tudo, requer uma acção rápida e concertada no sentido de não passar para a sociedade o sentimento de apatia, falta de vontade ou até mesmo de aparente cumplicidade com o crime.
Em Moçambique, todos os cidadãos têm direito constitucional à segurança e a sua Polícia, em colaboração com outras instituições do Estado, tem a função de garantir a lei e a ordem, a salvaguarda da segurança de pessoas e bens, a tranquilidade pública, o respeito pelo Estado de Direito Democrático e a observância estrita dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos. No exercício das suas funções, a Polícia, obedece a lei e serve, com isenção e imparcialidade os cidadãos e as instituições públicas e privadas.
Nos últimos tempos vem se notando uma relativa apatia das autoridades policiais no combate e esclarecimento de vários crimes que causam dor e luto e elevados danos humanos e materiais, como é o caso de assassinatos, mutilações, raptos, tráfico de pessoas, roubos a residências, violações de crianças e mulheres, tráfico de órgãos humanos para fins de rituais satânicos, assaltos aos bancos, roubo de celulares, etc.
Estes crimes ocorrem em outros países alguns dos quais com maiores recursos financeiros e materiais do que o nosso, mas, nem por isso deve deixar de nos preocupar e de nos indignar. Hoje alguns destes crimes – os raptos, têm estado, até o momento, a visar cidadãos moçambicanos com determinadas características étnicas e religiosas mas, a ausência de um combate célere e efectivo poderá certamente fazer com que este tipo de crimes se enraízem e se propaguem por toda a sociedade e portanto, urge combater-se este flagelo o mais cedo possível, para evitar danos maiores e mais gerais. A competência primeira e última nesta batalha pertence a Polícia, portanto, a mesma não pode e nem deve demitir-se das suas responsabilidades sob a alegação de que trata-se de um assunto relativo a uma determinada parcela da sociedade e que portanto deve ser resolvida por esta parcela da sociedade e de que não dispõe de meios para o efeito. À polícia, como entidade a quem cabe assegurar a segurança dos membros da sociedade, cabe a função de garantir a segurança de todos sem distinção, e nesta função deve ser orientada pelo princípio de que ninguém, independentemente de quem seja, está acima da lei e, portanto, mesmo que os indícios indiquem que alguns dos autores destes crimes pertencem a parcela da sociedade que está a ser atingida pelos crimes, ainda assim o Estado não pode, de maneira alguma, demitir-se da sua função de garantir que estes autores sejam identificados, detidos, julgados e devidamente punidos com base na lei em vigor. O que não podemos é tolerar que se diga que não há meios e que o problema somente afecta um pequeno grupo de cidadãos partindo do pressuposto de que é um problema exógeno à nossa sociedade, pois o que hoje afecta a uma pequena parcela da sociedade amanhã poderá alastrar-se por toda a sociedade e por todo o país. O que não podemos aceitar e nem tolerar é que se diga que não se dispõe de meios quer seja materiais como financeiros quando sabemos haver vontade já manifestada por membros da sociedade e por países solidários de colocar a disposição da polícia alguns dos meios de que esta necessitepara agir adequadamente e celeremente. Salvo melhor entendimento, a impunidade ou o sentimento de que a entidade responsável por garantir a segurança não irá agir adequadamente no sentido de punir os crimes praticados poderá conduzir toda a sociedade à anarquia e à descrença total das nossas instituições do Estado, o que, não deve sossegar a ninguém e muito menos ao Estado. O desespero que a impunidade pode causar nas vítimas do crime pode conduzir a experiências em que os cidadãos assumam para si a função de garantir a sua segurança pelos meios de que dispõe e portanto fazer a justiça por suas próprias mãos; o que deve-se evitar a todo o custo, cabendo a cada um de nós dar o seu contributo para que a sociedade não seja conduzida a este extremo. Então, que haja vontade e seriedade na forma como se aborda a criminalidade em geral e se esclareça com a brevidade e celeridade exigida os casos criminais e em particular aqueles que embora tipificados como sendo novos no nosso seio, são certamente os que maior instabilidade e descrédito poderão trazer para a boa imagem até aqui conquistada, com muito custo, por todos. Enquanto cidadãos cumprimos a parte que nos cabe do contrato social celebrado com o Estado, pelo que cabe ao Estado também cumprir a parte que lhe cabe. Só assim poderemos validar e renovar ciclicamente o nosso contrato social.
A segurança é um direito de todos tal como todos são iguais perante a lei e devem perante a Lei responder pelos actos praticados. Que se punam os criminosos independentemente das suas origens étnicas, raciais ou das suas convicções religiosas. É isso que esperamos do Estado.

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