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Acordao - Previdenciario

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PARTE I – FICHAMENTO DO CASO
AgRgno Recurso Especial nº 1.412.827 / CE (2013/0353330-3)
Relator(a):  Min. Ari Pargend Ler
Relator(a) p/ Acórdão:  Min. Ari Pargend Ler
Julgamento:  03/12/2013
Parte(s):
Agravante: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS
Advogado: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF
Agravado: PEDRO NEUDO BRITO
Advogado: GERALDO DE HOLANDA GONÇALVES FILHO E OUTRO (S)
Ementa: PREVIDÊNCIA SOCIAL. Aposentadoria por invalidez. Cumulação com o exercício de mandado eletivo. Possibilidade. Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em questão em que são parte as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho (Presidente), Benedito Gonçalves e Sérgio Kukina votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília, 03 de dezembro de 2013 (data do julgamento).
RELATÓRIO 
A parte Pedro Neudo Brito entrou com Ação Ordinária contra o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, pleiteando a condenação do INSS a conceder aposentadoria por invalidez em substituição ao benefício de auxílio-doença, a contar da data do requerimento administrativo (10/03/2008), com juros de mora de 1% ao mês e correção monetária, nos termos do art. 1º, parágrafo 1º, da Lei n. 6.899/1981, compensando-se as parcelas pagas a título de auxílio-doença.
O Exmo. Juiz Federal da 1ª Vara/CE, julgou procedente o pedido pleiteado pela parte Autora.
Inconformado ao a decisão o INSS interpôs recurso de Apelação.Sustentando que o apelado teve seu benefício cancelado por limite médico em razão do seu retorno voluntário ao trabalho, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.213/1991. Aduz que o recorrido concorreu nas eleições municipais de 2008 no Município de Graça/CE, na qualidade de vice-Prefeito, mesmo ano em que padecera da doença que o levara a alegar invalidez. O Segurado foi eleito e, durante o seu mandado, manteve-se vinculado desde 02/01/2009 à mesma prefeitura.
Em turma, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, deram parcial provimento à apelação e ao reexame necessário, apenas para determinar a aplicação da Lei 11.960/2009 no que pertine à correção monetária e aos juros de mora. O entendimento foi de que o exercício de mandato eletivo se dá por tempo determinado, não configurado retorno às atividades laborativas, nem capacidade para o exercício das atividades laborais que exercia antes de ser acometido pela doença.
O INSS interpôs Recurso Especial (art. 102, III,a da CF), contra o acórdão prolatado pelo Tribunal Regional Federal da 4ªRegião. 
No Julgamento do REsp n. 1.412.872/CE (2013/0353330-3 os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negaram provimento ao Recurso Especial.
Contudo, o INSS entrou com Agravo de Regimental que atacou a decisão que negou provimento ao Recurso Especial, alegando que a decisão, entretanto, deve ser reformada uma vez que ajurisprudência não está pacificada e há precedente em sentidocontrário ao decidido monocraticamente. Sustentado que se o beneficiário é portador de doença que oincapacita definitivamente para toda atividade laborativa, ele certamente não poderia assumir um cargo que demande tantadedicação e tenha tantas responsabilidade como o de vice-prefeito".
Na sessão de 03.12.2013, os Senhores Ministros Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho (Presidente), Benedito Gonçalves e Sérgio Kukinae SenhorMinistro RelatorAri Pargend Ler, negaram provimento ao recursoextraordinário.
O Senhor Min. Relator Ari Paergend alegou que, o estado atual da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que é possível cumulação de aposentadoria por invalidez com subsídio decorrente do exercício de mandato eletivo. Fundamentou seu voto no julgamentodo REsp nº 1.377.728, CE, relator Ministro Benedito Gonçalves,de cuja ementa se extrai o seguinte trecho:
"É possível a percepção conjunta do subsídio decorrentedo exercício de mandato eletivo (...), com o provento deaposentadoria por invalidez, por se tratarem de vínculos denatureza diversa, uma vez que a incapacidade para o trabalhonão significa, necessariamente, invalidez para os atos da vidapolítica" (DJe de 08.08.2013).”
O voto, por isso, no sentido de negar o provimento ao agravo regimental.
PARTE II – CONCLUSÃO E ANALISE CRITICA
O benefício de natureza previdenciária denominada aposentadoria por invalidez é cabido ao segurado que for considerado totalmente incapaz para o exercício de suas atividades habituais, mediante perícia médica, e insusceptível de recuperação para o exercício de atividade laborativa que lhe garanta subsistência.
Este benefício tem por objetivo a substituição da renda decorrente de atividade laboral por uma prestação previdenciária, na hipótese em que se constatar, após a realização de perícia médica, que o segurado do RGPS se encontra incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo mantido o benefício enquanto permanecer nesta condição, conforme disposto no art. 42 da Lei 8213/91, senão vejamos:
“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.”
João Ernesto Aragonês Vianna define o mencionado benefício:
“A aposentadoria por invalidez é tratada nos arts. 42 e seguintes da lei no 8.213/91. Será devida ao segurado que, estando ou não no gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição (VIANNA, João Ernesto Aragonês. Curso de Direito Previdenciário. São Paulo: LTr: 2006, p. 238).”
Considerando a finalidade do benefício de aposentadoria por invalidez, que é a de substituição da renda decorrente de atividade laboral por uma prestação previdenciária para o segurado do RGPS que se encontra incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, conclui-se que o vocábulo “atividade” previsto no art. 46 da Lei 8.213/91 alcança qualquer atividade remunerada exercida pelo segurado que o qualifique como segurado obrigatório do RGPS. Desse modo, constatado o retorno voluntário do segurado ao exercício de atividade remunerada, haverá a cessação do benefício.
Entendemos que quando o segurado em gozo do benefício de aposentadoria por invalidez retorne à atividade pelo exercício de mandato eletivo, é possível a aplicável o disposto no art. 46 da Lei 8.213/91, por se tratar de retorno voluntário à atividade remunerada.
Caso se constate após o encerramento do mandato a persistência da incapacidade, deverá a aposentadoria ser restabelecida, garantindo a subsistência do beneficiário.
FINALIDADE DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
A aposentadoria por invalidez pressupõe incapacidade total e definitiva para o exercício de qualquer atividade remunerada que garanta a subsistência do segurado. Por essa razão, caso haja retorno do segurado ao trabalho, voluntariamente ou por cessação da incapacidade constatada por perícia médica, a consequência é a cessação do benefício, na medida em que há manifesta incompatibilidade lógica e jurídica entre a percepção de benefício por incapacidade e concomitantemente, a percepção de salário/renda.
CONCLUSÃO
O exercício de mandato eletivo implica em verdadeiro desempenho de trabalho, ainda que de natureza diversa do trabalho subordinado, da prestação autônoma de serviços ou do vínculo estatutário do serviço público, e no ordenamento jurídico brasileiro, trata-se sempre de atividade remunerada. A Lei 8.213/91 enquadra o exercente de mandato eletivocomo segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de empregado, conforme o disposto em seu art. 11, inciso I, h.
Ao contrario do entendimento do STJ, entendemos que enseja sim o cancelamento do beneficio de aposentadoria por invalidez quando o titular retorna exerce o mandato eletivo, aplicando assim o disposto no art. 46 da lei 8.213.91, qual seja, “o aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.” Entendimento esse, também, 
da sexta turma do TRF da 4 regiao, ao julgar a  Apelação Civel 200472010006746, do qual se extrai o seguinte trecho:
A concessão da aposentadoria por invalidez faz pressupor incapacidade física para o trabalho, razão pela qual o beneficiário que vem a eleger-se Vereador não pode cumular tal benefício com os proventos do cargo, pois ninguém pode ser capaz e incapaz a um só tempo, ainda que diversas as atividades desenvolvidas, não se justificando tratamento diverso do agente político ao que se dá normalmente a um servidor público.
O beneficio de aposentadoria por invalidez tem por objetivo a substituição da renda decorrente de atividade laboral por uma prestação previdenciária, na hipótese em que se constatar, após a realização de perícia médica, que o segurado do RGPS se encontra incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo mantido o benefício enquanto permanecer nesta condição, conforme disposto no art. 42 da Lei 8213/91, senão vejamos:
“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.”
Portanto nosso entendimento vem do art. 42 da lei 8213.91 do qual pode ser extraído o entendimento de que a aposentadoria por invalidez pressupõe incapacidade total e definitiva para o exercício de qualquer atividade remunerada que garanta a subsistência do segurado, ou seja, quando o segurado exerce o mandato eletivo o segurado possui condições de manter sua subsistência. E caso se constate após o encerramento do mandato a persistência da incapacidade, poderá a aposentadoria ser restabelecida, garantindo a subsistência do beneficiário.

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