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DIREITO CIVIL VI - AULA - 4

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DIREITO CIVIL VI – AULA – 4
Sucessão Legítima (Ordem de Vocação Hereditária)
Introdução
Nesta aula, serão analisadas as peculiaridades da sucessão dos descendentes, os modos de suceder e de partilhar além dos efeitos do direito de representação. Veremos também a sucessão dos filhos e dos netos, por direito próprio e por direito de representação.
Compreenderemos a sucessão dos descendentes em concorrência com o cônjuge e a diferença em consequência do regime de bens. O direito à quota mínima reservada do cônjuge, que seja ascendente comum, e o que acontece na filiação híbrida e na filiação exclusiva do autor da herança.
Sucessão dos Descendentes
Os descendentes, parentes na linha reta, são considerados os sucessores de primeira classe, conforme a ordem de vocação hereditária, estabelecida no artigo 1.829, do Código Civil, como verificamos nas aulas anteriores. Isso significa dizer que se alguém morre, deixando descendentes, estes serão os primeiros a serem chamados a suceder. 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
Modo de Suceder e Modo de Partilhar dos Filhos
Os filhos sempre herdam por direito próprio, pois não existe nenhum outro parente de permeio entre eles e o autor da herança. Filhos são parentes na linha reta de primeiro grau, o grau mais próximo existente.
Na sucessão de descendentes, a partilha pode ser por cabeça ou por estirpe. Caso só existam filhos a receber herança a partilha será por cabeça, pois todos estão no mesmo grau. Divide-se o patrimônio pelo número de filhos, igualmente.
Portanto se o pai morrer e deixar cinco filhos com capacidade sucessória, a herança será dividida em 1/5 para cada um dos sucessores.
Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.
VOCÊ SABIA?
Os pais do falecido, apesar de também serem parentes de primeiro grau, na linha reta, pertencem à segunda classe sucessória, sendo chamados a herdar apenas na hipótese do extinto não ter deixado descendentes.
Modo de Suceder e de Partilhar dos Netos
A sucessão que tenha como beneficiários apenas netos, pois nenhum filho ter capacidade sucessória (por estar morto, ser deserdado ou declarado indigno ou renuncie a herança).
Será idêntica à sucessão dos filhos, pois, nessa hipótese, também não existe nenhum herdeiro de permeio entre o neto e o avô autor da herança. Assim, os netos serão chamados por direito próprio e a partilha será feita por cabeça.
Na sucessão dos descentes, é possível a herança por direito de representação. Assim, é bastante comum que um neto herde, representando seu pai na sucessão do seu avô, quando existirem filhos do autor da herança com capacidade sucessória. Nestes casos, a partilha se dará por estirpe, pois os sucessores pertencem a mesma classe, mas têm graus distintos.
O cálculo para partilha por estirpe conta-se o número de sucessores por direito próprio e soma-se ao número de representados. Divide-se a herança por esse número. Os representantes recebem o quinhão correspondente ao direito do representado. Se um filho pré-morto é pai de dois netos, a parte que caberia a ele será dividida entre os netos representantes.
Vale lembrar que o filho de herdeiro renunciante não tem direito de representação, mas é possível que herde por direito próprio. Se o filho renuncia à herança, os netos não podem representá-lo na sucessão do avô, mas se não existir outro filho com capacidade sucessória, os netos serão chamados a herdar por direito próprio, sem nenhum impedimento legal.
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subsequente.
Responda:
O pai de Danilo não herdará os bens de seu pai, pois é considerado um herdeiro indigno. Danilo poderá representá-lo na sucessão do avô?
GABARITO
Nem a indignidade, nem a deserdação impedem o direito de representação. O neto, filho do herdeiro indigno poderá representá-lo na sucessão do avô, como já vimos anteriormente.
Sucessão dos Descendentes e Concorrência do Cônjuge Supérstite
O artigo 1.829, inciso I, permite que, em alguns casos, o cônjuge concorra com descendentes na sucessão, dependendo do regime de bens.
Art. 1.829: A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares.
O Código Civil, de 2002, inovou permitindo que o cônjuge herdasse em concorrência com descendente, porém, fez algumas ressalvas de acordo com o regime de bens adotado para o casamento. Assim, vejamos:
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes quando o regime for o da comunhão universal, porque se entende que a confusão patrimonial já ocorreu quando da celebração do casamento. Assim, a meação já lhe garante proteção suficiente. Nesse tipo de regime, o cônjuge é meeiro da totalidade dos bens, mas apenas os filhos herdam a parte correspondente ao patrimônio do falecido.
Não esqueça que não se pode dizer, neste caso, que o cônjuge herda 50% do patrimônio, porque meação é patrimônio dele, não se confunde com herança. Ao afirmar que o cônjuge está herdando algo que já lhe pertencia, estamos afirmando que deverá pagar imposto sobre isso, o que seria uma inverdade prejudicial.
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA OU LEGAL DE BENS
Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes quando o regime era o da separação obrigatória de bens (art.1.641, CC), pois entende-se que a separação de bens é permanente e a possibilidade de concorrência com os descendentes poderia deixar a lei sem sentido. Nessa hipótese, o cônjuge não herda e será meeiro apenas se houver aquestos. Se nenhum patrimônio foi adquirido onerosamente durante a constância do casamento o cônjuge não é meeiro nem herdeiro.
Obs.: STF Súmula nº 377 — No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes se adotado o regime legal de bens, o autor da herança não deixou bens particulares. Nessa situação, o cônjuge será meeiro dos aquestos, mas não será herdeiro.
Entretanto, se o casado sob o regime da comunhão parcial de bens deixou bens particulares o cônjuge será meeiro dos aquestos, bens adquiridos onerosamente durante a constância do casamento, e será herdeiro dos bens particulares concorrendo com os descendentes.
REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS
Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes se adotado o regime da participação final nos aquestos, o autor da herança não deixou bens particulares. Se o casado sob o regime da participação final nos aquestos deixou bens particulares, o cônjuge concorre com os descendentes. Solução idêntica aos casados sob o regime da comunhão parcial de bens.
Assim, em havendo bens particulares, o cônjuge herda em concorrência com os descendentes apenas sobre essa quota que não faz parte da meação. Sob os aquestos será apenas meeiro e a herança será exclusivamente partilhada entre os descendentes.
Enunciado 270 da III Jornada de Direito Civil:
270 – Art. 1.829: O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o direito de concorrência com os descendentes do autor da herança quando casados no regime da separação convencional de bens ou, se casados nos regimes da comunhão parcial ou participação final nos aquestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a concorrência se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes.
REGIME DA SEPARAÇÃO ABSOLUTA OU CONVENCIONAL
Sendo o regime deseparação convencional de bens o cônjuge concorrerá com os descendentes, por não haver ressalva nenhuma na lei. Nesse regime, não se fala em meação, todos os bens são particulares, e o cônjuge herda, em concorrência com os descendentes, sob a totalidade dos bens deixados pelo morto.
Quota Mínima Reservada ao Cônjuge
O cônjuge sobrevivente, ao concorrer com descendentes comuns, tem direito à quota mínima reservada de ¼ da herança, conforme artigo 1.832 do Código Civil.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Não sendo o cônjuge parente dos descendentes com quem concorre não se fala em quota mínima reservada. Da mesma forma, nas hipóteses de filiação híbrida, isto é, filhos comuns concorrendo com filhos apenas do autor da herança.
Embora exista entendimento divergente na doutrina a esse respeito.
Atenção
Novamente podem ser destacadas duas correntes fundamentais a respeito do dilema, retiradas da tabela Cahali.
Continuar lendo o arquivo: Duas Correntes Fundamentais
Filiação Comum: filhos do cônjuge sobrevivente que sejam também filhos do autor da herança
Filiação Híbrida: filhos comuns concorrendo com filhos apenas do autor da herança
Atenção
Essa quota reservada que trata o artigo 1.832 só será aplicada nas hipóteses em que é possível o cônjuge concorrer com descendentes. Por exemplo, em um casamento sob o regime de comunhão parcial de bens em que haja bens particulares.
Atividades
(DPE-ES – FCC – Defensor Público – 2016/ adaptada) Torquato tem quatro filhos, sendo Joaquim, do seu primeiro casamento com Mariana; José, Romeu e Pedro de seu casamento com Benedita. Mariana e Benedita são falecidas e não possuíam ascendentes nem outros descendentes. Vítimas de um acidente de veículo, em que Torquato e todos os seus filhos se encontravam, morreram Torquato, instantaneamente, e José, algumas horas depois. Pedro, Romeu e Joaquim sobreviveram. Torquato tinha um patrimônio avaliado em R$3.600.000,00 e era casado com Amélia sob o regime da separação obrigatória de bens e nada havia adquirido durante esse casamento. Como serão as sucessões de Torquato?
GABARITO
Amélia não será herdeira, pois ao concorrer com descendentes, o casado sob o regime de separação obrigatória de bens não herda.
A herança será partilhada entre os quatro filhos que receberão por direito próprio e a partilha será por cabeça. 
José chega a herdar, pois estava vivo no momento da abertura da sucessão, o que lhe torna herdeiro pelo que estabelece o princípio da saisine.
Jorge é casado com Lúcia pelo regime de comunhão parcial e com ela teve um filho Roberto. De um casamento anterior Jorge teve outro filho, Carlos, que lhe deu dois netos Júlio e Juliana. Carlos morreu em 15 de dezembro de 2007. Jorge faleceu em maio de 2011 deixando uma casa, em Curitiba, que lhe fora doada por seu pai e uma casa na praia adquirida na constância do casamento com Lúcia. Responda:
a. Quem são os sucessores de Jorge? 
b. A que título esses herdeiros sucedem? 
c. Lúcia concorrerá com os herdeiros?
GABARITO
a. Lúcia, Roberto e os netos Júlio e Juliana, por direito de representação.
b. São herdeiros a título universal.
c. Lúcia concorrerá com os descendentes apenas pela herança do bem particular, ou seja, a casa de Curitiba; da casa de praia ela é apenas meeira.

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