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Sursis Suspro e Livramento

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SURSIS- Suspensão condicional da pena
O Sursis ou Suspensão Condicional da Pena, é aplicada à execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, podendo ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: o condenado não seja reincidente em crime doloso; a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; e não seja indicada ou cabível a substituição por penas restritivas de direitos conforme redação do art. 77 da lei 2.848/40 que instituiu o CP
É medida estabelecida pelo CP, que tem a finalidade reeducar o criminoso, impedindo que delinquentes condenados a penas de reduzida duração fiquem privados da liberdade, restrição que se agrava pelo convívio com outros de maior periculosidade
A suspensão condicional da pena é uma condição pessoal, já que o cumprimento da pena fica atrelada a acontecimento futuro. Não sendo cumprida a pena imposta a indulgência deixa de possuir lugar executando-se a pena.
A lei estabelece que se acolha aos antecedentes do condenado, não somente os judiciais, mas também a vida pregressa, como os antecedentes familiares e sociais, além da índole, as razões e as circunstâncias que rodeiam o delito, entre outros.
O sursis é concedido somente ao apenado com pena privativa de liberdade, vedado expressamente pelo art.80 do CP suspensão da execução das penas restritivas de direitos e multa, ou seja, são beneficiários somente os condenados, as penas de reclusão, detenção e prisão simples (nas contravenções).
O art 78, §2 do CP e suas alíneas, faz menção ao "sursis especial", que é menos oneroso que o comum, exigindo que o condenado tenha reparado o dano causado pelo crime, salvo se estiver impossibilidade de fazê-lo, exigindo que sejam inteiramente favoráveis ao condenado as circunstâncias do art 59 Do CP.
Livramento condicional
O instituto do livramento condicional está previsto nos artigos 83 e ss do CP e nos artigos 131 e ss da Lei 7.210/84 de Execução Penal. Trata-se da verdadeira antecipação da liberdade, que se desenvolve progressivamente, visando à reinserção social mediante certas condições conferidas ao condenado que já cumpriu parte da pena imposta. Condições estas que uma vez descumpridas o levarão novamente a prisão.
O livramento condicional, ao contrário do sursis, inicia o cumprimento da pena privativa de liberdade, e, posteriormente, obtém-se o direito de cumprir o restante da pena em liberdade. A competência de quem concede referido benefício é do juiz da execução penal onde o condenado cumpre a pena.
No livramento condicional, o sentenciado inicia da pena privativa de liberdade, obtendo, posteriormente, o direito de cumprir o restante em liberdade, sob certas condições; no sursis a execução da pena é suspensa mediante a imposição de certas condições, e o condenado não chega a iniciar o cumprimento da pena imposta. Em outras palavras, o sursis suspende e o livramento pressupõe a execução da pena privativa de liberdade. Além disso, no livramento o período de prova corresponde ao restante da pena, enquanto na suspensão condicional esse período não corresponde à pena imposta.
O beneficiário deve demonstrar que detém condições de conviver novamente em sociedade. Considera-se essa a fase final da execução da pena privativa de liberdade, sendo assim, trata-se de forma especial da pena privativa de liberdade.
Concedido o benefício, esse, terá a duração do tempo restante da pena privativa de liberdade a ser cumprida.
Consideram-se requisitos objetivos quanto à:
1) qualidade da pena (privativa de liberdade);
2) quantidade da pena (igual ou superior a dois anos);
3) reparação do dano (salvo impossibilidade);
4) cumprimento da pena:
a) mais de um terço (bons antecedentes e não reincidente);
b) mais da metade (reincidente em crime doloso);
c) entre um terço e metade (não reincidente e maus antecedentes);
d) mais de dois terços (crimes hediondos).
Enumeram-se requisitos subjetivos:
1) comportamento satisfatório durante a execução da pena;
2) Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
3) Aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;
4) Cessação da periculosidade nos crimes praticados mediante violência ou grave ameaça à pessoa;
5) Não ser reincidente específico em crimes hediondos.
Suspensão condicional do processo
A suspensão condicional do processo, também chamada de sursis processual, alcança crimes não sujeitos aos Juizados Especiais Criminais, conforme expressamente na Lei nº 9099/95
Os requisitos legais para a concessão do benefício são os seguintes:
A) O crime imputado ao réu não pode estar sujeito à jurisdição militar (art. 90-A);
B) A pena mínima cominada ao crime deve ser igual ou inferior a 1 (um) ano;
C) O réu não pode estar sendo processado por outro crime;
D) O réu não pode ter sido condenado por outro crime;
E) Devem estar presentes os requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena art 77 do CP
No que tange ao quarto requisito para a concessão do benefício, segundo parecer doutrinário, a condenação anterior do réu não impedirá o oferecimento da proposta de sursis processual se passado o período de tempo superior a 5 (cinco) anos entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a crime posterior, calculado do período de prova da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação.
Esse é o entendimento “nas hipóteses em que a condenação anterior não gera reincidência é cabível a suspensão condicional do processo” (vide art. 64, I, do CP).
Em todas as hipóteses se acusado satisfizer tais requisitos legais, o Ministério Público deverá propor a suspensão condicional do processo. Caso não propuser, deverá justificar fundamentadamente.
Vejamos o caso em que o Ministério Público recusar-se injustificadamente ou invocando justificativas improcedentes a oferecer o sursis processual ao réu que satisfazer os requisitos legais do benefício há uma corrente que defende que a possibilidade de o Juiz oferecer o benefício ao réu que satisfaz os requisitos legais.
Não se pode admitir o Juiz (Poder Judiciário) como mero espectador da atuação do Ministério Público, pois segundo princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição e do devido processo legal deve apreciar toda e qualquer questão que se apresentar em um processo judicial criminal, intercedendo em favor do réu quando houver abuso do poder de acusar.

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