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Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, 
Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
Design and art during the 60’s and 80’s: Pop, Op, Psychedelic, Anti-Design and 
Radical Design. 
 
 
Figueiredo, Laura Villas Boas; Universidade Anhembi Morumbi. 
sailor_laura@hotmail.com 
 
Faria, José Neto de; Ms.; Universidade Anhembi Morumbi. 
josenetodesigner@yahoo.com.br 
 
Meirelles, Junia C. J. Parreira; Ms.; Universidade Anhembi Morumbi. 
josenetodesigner@yahoo.com.br 
 
Navalon, Eloize; Ms.; Universidade Anhembi Morumbi. 
navalon@uol.com.br 
 
 
Resumo 
 
“Design e arte durante os anos 60 e 80” propõe uma análise e uma reflexão sobre a produção 
de arte e design durante os anos 60 a 80, destacando a arte pop, o op, o psicodélico, o design 
radical e o anti-design. O objetivo principal é compreender a evolução e as relações entre arte 
e design. O estudo teórico, qualitativo, dedutivo analisa o design, a arte e suas influências na 
sociedade contemporânea pela comparação de princípios e formas estéticas que perduravam 
até o momento presente. Destaca e contrapõe os grupos de anti-design e radical design 
Alchimia, Archizoom, Gruppo Strum e Super Studio. 
 
Palavras Chave: Pop-art; Op-art; Psicodelismo; Anti-Design e Design radical. 
 
Abstract 
 
"Design and art during the 60s and 80s" offers an analysis and a reflection about art 
production and design during the 60s and 80s, highlighting the pop art, op, psychedelic and 
radical design and anti-design. The main goal is to understand the evolution and the relations 
between art and design. The theoretical, qualitative, deductive design study analyzes the art 
and its influences on contemporary society through the comparison of the principles and 
aesthetic forms that lasted until now. Highlights and opposes the groups of anti-design and 
radical design Alchimia, Archizoom, Gruppo Strum and Super Studio. 
 
Keywords: Pop Art; Op Art; Psychedelic; Ant-Design and Design radical. 
 
 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
Introdução. 
 
“Design e arte durante os anos 60 e 80” apresenta um panorama da arte e do design 
durante os anos de 60 a 80. Expõe uma análise e uma reflexão sobre a modernidade e a pós-
modernidade e procura exemplificar como a arte e o design acabaram renovando-se, mudando 
de valores. Destaca a importância dos movimentos artísticos, Pop, Op e Psicodelismo, e dos 
novos movimento do design, Design Radical e Anti-Design. 
Este artigo foi dividido em três partes: confere o modernismo e o pós-modernismo; 
analisa os movimentos artísticos que surgiram na década de 60, se aprofundando no Pop, no 
Op e no Psicodelismo; e reflexão e análise sobre o Anti-Design e o Radical Design, em que 
compara os grupos de design mais influentes na época e suas obras. 
 
Metodologia. 
 
O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa teórica, qualitativa, dedutiva e 
indutiva que estuda a modernidade e a pós-modernidade para entender os movimentos 
artísticos e de design dos anos 60 a 80. A pesquisa foi dividida em cinco momentos: 
levantamento do referencial teórico; pesquisa e levantamento de dados relevantes; 
organização, classificação e análise dos dados; análise dos resultados da pesquisa; e reflexão e 
descrição dos resultados da pesquisa. 
 
Modernidade / Pós-Modernidade. 
 
Pode ser considerado equívoco tratar o modernismo e o pós-modernismo como sendo 
movimentos opostos em todos os sentidos. Tal visão exclui toda a diversidade cultural 
ideológica e gera uma visão caricata da arte e do design destas épocas. 
 
(...) A falsa unidade que se tenta montar para esconder a heterogeneidade e a 
pluralidade cultural existente no sistema, movida pela aparência da imagem como 
instrumento de unificação e mediação social, produtora do espetáculo como 
representação de toda a sociedade (DEBORD apud FARIA, 2008, p.18). 
 
O pós-modernismo contrariava o modernismo em sua ideologia, buscava um novo 
meio de produzir design, desprendido dos valores eruditos e dos valores intrínsecos dos 
materiais, mais apegado aos valores emocionais e às expressões populares, muitas vezes, 
pode-se dizer, na procura de emoções baratas. Segundo Michael Tambini (2004, p.24), o 
modernismo era visto como elitista, ininteligível e sem apelo, por outro lado, os pós-
modernos tinham como objetivo popularizar o erudito e tornar o intelectual acessível. 
Buscava-se a revalorização do humano e da cultura por meio da estética e de seus processos 
de produção. Depois da crise do petróleo, na década de 90, com a consciência de que o 
planeta estava sendo afetado pelas atividades humanas, começou-se a repensar as relações do 
homem com a cultura e com o meio ambiente. 
 
A promoção da propensa diminuição das ideias de solidez, fixação e pureza, típicas 
da máquina e do início do modernismo, passam a dar lugar às ideias de fluidez, 
flexibilidade e hibridização, características da circulação da informação (FARIA, 
2008, p.22). 
 
O design não pode ser gerado do nada, ele se apóia no passado como base de criação 
para o futuro, do contrário, sem essa base, ele seria sempre o mesmo, não evoluiria. 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
Generalizar um movimento de design por sua estética é ignorá-lo como um objeto cultural 
repleto de significado, ignora a diversidade cultural de uma sociedade na qual coexistem os 
mais diversos tipos de culturas. 
O design passou a expressar a diferença entre gerações e a mudança do pensamento da 
sociedade; a geração pós-guerra caracteriza essa liberdade social no design e a expressa no 
pós-modernismo, conforme figura 01. 
 
Assim começou a rejeição ao modernismo, considerado incapaz de atender a 
demanda desse ávido exército de novos consumidores desejosos de mudança e 
variedade em vez de permanência e uniformidade (TAMBINI, 2004, p.22). 
 
 
Figura 01 - Modernismo: cadeira 'Wassily' de 1925; bule 'Marianne Brandt' de 1924; e chaleira 'Christian Dell' 
de 1922 (BAUHAUS, 2010); e Pós-modernismo: cadeira pop de Allen Jones de 1969 (TORRENT, R.; MARÍN, 
J. M., 2007); sofá ‘Torneraj’ de Giorgio Ceretti, Pietro Derossi e Ricardo Rosso de 1968; e cadeira ‘Sacco’ de 
Pietro Gatti, Cesare Paolini e Franco Teodoro de 1968 (AMBASZ, 1972). 
 
É certo que a tecnologia evoluiu, e com esta evolução mudou-se o processo de fazer 
design conforme a ideologia e a cultura da sociedade. No modernismo, merece destaque no 
design a supervalorização da tecnologia e da funcionalidade em relação à estética, na qual, 
por muito tempo, foram cultuadas as formas simples e racionais. Contudo, mesmo na pós-
modernidade, essa cultura de valorizar a tecnologia permaneceu, a tecnologia continuou a ser 
estimulada, novos processos tecnológicos deram margem a novos processos de design, a 
diferença foi a inversão dos focos, no qual o racionalismo e o funcionalismo tecnológico 
deixaram de ser a prioridade em benefício dos valores culturais estéticos, representados em 
formas lúdicas, descontraídas e divertidas. O funcionalismo não foi aniquilado, mas seu 
processo racional no design deu lugar à experimentação de novas formas, conceitos e 
processos de produção. Surgiram objetos com valores práticos e funcionais insatisfatórios, 
como o sofá “Torneraj”, mas também surgiram outros com novos valores como a cadeira 
“Sacco”. 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
Mesmo a relação fundamental entre forma e função já não é automaticamente aceita. 
O pós-moderno se rebelou com o seu uso de citações históricas, campo e pompa, 
individualidadee colorido contra as incolores formas racionais de um modernismo 
dogmático (HAUFFE, 1998, p.149 – Livre Tradução). 
 
Pop / Op / Psicodelismo. 
 
O pós-modernismo foi marcado por uma revolução nos campos da arte e do design, 
pelo surgimento de novos estilos artísticos, tais como o Pop, o Psicodelismo e o Op. 
O Pop representava a volta da arte figurativa contra o expressionismo abstrato, era 
irreverente, colorido e divertido, tinha como ideologia o fim do elitismo, do erudito e a 
reflexão sobre o impacto da popularização das tecnologias de produção em massa. 
 
O pop art se esquivou da seriedade da arte abstrata e converteu em motivo artístico 
tudo o que a sociedade de consumo produzia de forma massiva. Precursor em mais 
de um aspecto da pós-modernidade, o pop introduziu a banalidade na arte 
(TORRENT; MARÍN, 2007, p.339 - Livre Tradução). 
 
A arte Pop transformou o comercial e o cotidiano em arte, por isso não tardou a atingir 
as massas e tornar-se popular, de fato, proporcionou ao design novas formas de expressão e 
foi utilizado com grande sucesso no meio publicitário. Foi uma vanguarda popular de êxito, e 
conseqüentemente, alcançou os objetivos de sua ideologia, os quais procuravam dar fim ao 
elitismo, redefinindo o vulgar e o refinado, causando mudanças não só no campo da arte e do 
design, mas também na mentalidade da sociedade da época. 
Segundo Torrent e Marín (2007), o pop possuía duas faces, oscilava entre ironia e 
celebração da sociedade de consumo e variava de acordo com o autor e sua obra, conforme 
figura 02. O Pop tem como maiores representantes o cineasta e artista Andy Warhol, o artista 
Roy Lichtenstein e o artista Robert Rauschenberg. 
 
 
Figura 02 - Obra 'Wicked Witch' de Andy Warhol (WOOSTER PROJECTS, 2010); luminárias ‘Passiflora’do 
Superstudio de 1968 (AMBASZ, 1972); e cadeira ‘Blow’ de De pas, D’Urbino, Lomazzi e Scolari de 1967 
(TORRENT, R.; MARÍN, J. M., 2007). 
 
A vanguarda psicodélica também era jovem e segundo Torrent e Marín (2007, p.347) 
foi inspirada no lúdico e no onírico de uma geração fortemente influenciada pelas drogas, 
expressava-se no design por meio de cores vibrantes e curvas exageradas. O surreal e o 
exagero são as maiores características deste movimento. 
 
Enquanto os modernistas olhavam apenas para o futuro em busca de inspiração, o 
psicodelismo olhava para todos os lugares, muitas vezes através das névoas das 
drogas alucinógenas. Seus artistas buscavam inspiração no início do século, 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
incorporando aspectos da art noveau e da secessão de Viena em seu trabalho; 
olhavam para o oriente e regrediam até o Egito antigo em busca de referências; 
olhavam também para seu próprio mundo, criando uma linguagem visual inspirada 
na droga que visava a um público seletivo (TAMBINI, 2004, p.22 e 23). 
 
O exagero no experimentalismo das formas e das cores no design gráfico muitas vezes 
resultava em produtos finais ilegíveis e confusos, as mesmas características eram observadas 
no estilo Anti-Design. Dois grandes representantes do psicodelismo no design gráfico foram 
os artistas Wes Wilson e Milton Glaser. 
 
 
Figura 03 - Cartaz de Milton Glaser, show de Bob Dylan (WILSON. W, 2010); cadeira ‘Ribbon’ de Pierre 
Paulin de 1966 (TORRENT, R. ; MARÍN, J. M., 2007); e interior do ‘Visiona II’ por Verner Panton de 1970 
(ONLINE MUSEUM, 2010). 
 
Os designers rejeitavam o “design universal” do modernismo, e revisitavam todas as 
formas de fazer design, explorando e experimentando ao extremo, a funcionalidade e 
praticidade não eram mais visadas, a forma era superexplorada para maximizar todas as 
sensações que o objeto pudesse transmitir, conforme figura 03. 
 
 
Figura 04 - Interior do restaurante 'Astoria' por Verner Panton de 1960 (VERNER PANTON DESIGN, 2010); 
vestido ‘Hood’ da designer Vuokko Eskolin-Nurmesniemi de 1960 (TORRENT, R. ; MARÍN, J. M., 2007); obra 
da artista Op Bridget Riley 'Movements in Squares' de 1961 (OP-ART, 2010). 
 
Segundo Torrent e Marín (2007, p.345) a vanguarda Op procura proporcionar 
sensações visuais, ópticas, a partir de linhas pretas e brancas, mas também a partir de cores 
que se curvam e se interligam, seu objetivo é brincar com a visão humana, por meio do efeito 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
de causar a sensação de movimento e profundidade em uma superfície 2D, muitas vezes, 
usando padrões de repetição de formas, conforme figura 04. 
O Op por muitas vezes é abstrato, procura brincar mais com o uso das formas e das 
linhas do que das cores, por isso frequentemente se expressa em imagens em preto e branco 
ou monocromáticas. Um dos maiores representantes desta vanguarda é a pintora britânica 
Bridget Riley e o artista Victor Vasarely. 
 
Anti-Design / Design Radical. 
 
O movimento de Design Radical e de Anti-Design se consolidaram como revolta ao 
modernismo, essas vanguardas podem ser vistas como as primeiras vanguardas pós-modernas, 
mesmo não sendo voltados ou acessíveis para a população, esses movimentos marcam a 
transição do modernismo para a pós-modernidade. O Anti-Design e o Design Radical devido 
à forte carga ideológica, mesmo que carregassem aspectos distintos, quando se aproximaram e 
se fundiram, deram origem a uma das principais correntes ideológicas da pós-modernidade. 
 
Se o modernismo foi caracterizado por noções de permanência, o anti-design 
abraçou a efemeridade do Pop (mostrado na Bienal Vennice de 1964), o 
consumismo e a linguagem dos meios de comunicação de massa; onde a paleta 
modernista era geralmente silenciada com uma predominância de negros, brancos e 
cinzas, o Anti-Design explorou o rico potencial da cor. Onde o modernismo 
admirava a integridade das propriedades dos materiais na sua forma pura, o Anti-
Design abraçou o ornamento e a decoração (WOODHAM, 2004, p.163 – Livre 
Tradução). 
 
O Pop, além de influenciar a sociedade de uma época, influencia diretamente as 
vanguardas de Anti-Design e Design Radical. Na década de 60, a relação do designer com a 
grande indústria é desvinculada, o meio artesanal de se fazer design é revistado, mais do que 
uma característica prática e funcional, novamente é conferida ao design uma carga simbólica, 
valores simbólicos expressos nas vanguardas pós-modernistas. 
 
Assim surgiu o chamado Design Radical e Anti-Design ou design que recebeu 
influências inegáveis do pop-art dos anos sessenta e alguns elementos de culturas 
primitivas. Os objetos se expressam como símbolos visuais e os designers 
desenvolvem o seu trabalho sem a mediação da grande indústria. Voltando os olhos 
novamente para o estilo e a concepção artesanal (SALINAS, 2001, p.204 – Livre 
Tradução). 
 
O Anti-Design não visava à funcionalidade nem ao apelo comercial, pelo contrário, 
era contra esses dois componentes fundamentais num projeto de design usual, promovia a 
estética pelo uso de formas e texturas diferenciados, as quais em combinação com a ausência 
de aspectos funcionais, praticidade, racionalidade, universalidade e estandardização, eram 
consideradas na época como projetos incoerentes e absurdos. 
Como expresso por Jonathan Woodham (2004, p.361), o Anti-Design em vez de 
abraçar o estilo como um meio de aumentar as vendas, buscou aproveitar o potencial social e 
cultural do design, usando-o como ferramenta chave para uma nova revolução ideológica e 
cultural. 
 
A principal diferença do Anti-Design tem sido a mais forte vontade política para o 
ataque as estruturas ideológicas das tendências predominantes. Dos grupos italianos 
de Design Radical, o Gruppo Strum tinhanos seus princípios bases filosóficas do 
Anti-Design abrindo caminho para o surgimento do pós-modernismo no início dos 
anos 80 (KUNSTBUS, 2008 – Livre Tradução). 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
O campo do Anti-Design e Design Radical pode ser marcado por grupos como o 
Superstudio, Gruppo Strum, Alchimia, Archizoom Associati, Memphis. O Gruppo Strum, 
originado da Itália, destaca-se no campo do Anti-Design, composto por Geoge Ceretti, 
Derossi Pietro, Gianmarco Charles, Riccardo Rosso e Vogliazzo Maurizio, com seu 
memorável projeto do sofá Pratone, o qual ilustra perfeitamente o movimento Anti-Design. 
 
Seja como for, há um facto que parece inegável: a sua notoriedade deve-se 
principalmente a uma tendência que, sob siglas e nomes diversos – Archizoom, 
Superstudio, Alchimia, Memphis etc. – foi seguida, a partir da segunda metade dos 
anos sessenta, numa acção (sic) provocatória (e dessacralizadora), em relação ao 
gosto dominante no mercado dos objectos (sic) decorativos (MALDONADO, 1991, 
p.81). 
 
Figura 05 - Anti-Design: ‘II Monumento Continuo’ projeto do SuperStudio de 1969 (COMPRESS 
VERLAGSGESMBM & CO KG, 2010); Design radical: ‘Poltrona di Proust’ por Studio Alchimia em 1978 
(DESIGN-ITALIA SRL, 2009); Anti-Design: 'Pratone' pelo Gruppo Strum de 1971 (KUNSTBUS, 2008); e 
Design radical: 'No-Stop-City' projeto do grupo Archizoom de 1969 (ZENTRUM FÜR KUNST UND 
MEDIENTECHNOLOGIE KARLSRUHE, 2000). 
 
A ideologia política é a principal diferença entre os semelhantes movimentos, que 
tiveram origem na Itália. Tanto o Anti-Design quanto o Design Radical propunham uma 
revolução estética e sociocultural, mas, além destes fatores, o Design radical questionava a 
razão em se manter os antigos aspectos funcionais modernistas. Enquanto o Anti-design não 
visava ao mercado consumidor em seus projetos, mas ao estudo das possibilidades formais, o 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
Design Radical visava diretamente à sociedade e propunha maneiras radicais, até mesmo 
utópicas, para organização social e evolução cultural, conforme figura 05. Estes fragmentos 
ideológicos se uniram posteriormente na vanguarda pós-modernista do grupo Memphis. 
 
No design também, a consciência política aumentou no gosto do consumidor e as 
ideologias dos designers se fundiram em uma contracultura que se pôs contra o 
consumo de massa e designers que funcionavam como fantoches industriais 
(HAUFE, 1998, p.129 – Livre tradução). 
 
Tabela 01 - Interpretação do autor, análise comparativa do modernismo, pós-modernismo, anti-design e design 
radical. 
 
Como Woodham (2004, p.361) diz, o movimento de Design Radical nasce na década 
de sessenta na Itália, este movimento buscava inovar no uso da forma e de novos materiais e 
processos, mas não era contra a usabilidade, pelo contrário, se propunha a dar uma nova 
função para os objetos reescrevendo seus valores culturais a partir de sua composição. Os 
designers radicais tinham como objetivo atingir e reorganizar a sociedade de consumo de uma 
Pós-Modernismo Modernismo 
Anti-Design Design Radical 
Grupo de 
design 
 Gruppo Strum Superstudio Archizoom 
Associati 
Alchimia 
Objeto de 
estudo 
 Pratone Monumento Continuo No-Stop-City Poltrona di Proust 
Princípios 
e valores 
Busca uma maneira 
prática e racional de 
se fazer design, não 
se preocupando com 
expressividade da 
forma e 
personalidade do 
objeto. 
Busca uma nova 
maneira de se ver e 
experimentar design, 
utilizando novas 
formas e texturas. 
Trabalha em função da 
sociedade procurando 
aprimorar o seu olhar 
sobre o design, 
possibilitando novos 
meio de expressão por 
meio do design. 
Busca uma nova 
maneira de se ver 
design, estando 
cercado por ele de 
forma contínua. 
Trabalha em função 
da sociedade 
procurando aprimorar 
o seu olhar sobre o 
design. Vale-se do 
exagero como forma 
de expressão. 
Busca uma nova 
maneira de 
organizar as 
cidades, propõe 
alterações urbanas 
radicais, as quais 
são vistas como 
exageros. 
Trabalha em 
função da 
sociedade e 
procura melhorá-
la pela 
organização. 
Busca produzir novas 
maneiras de se fazer 
design pela releitura e 
mescla de processos 
passados. Trabalha em 
função da sociedade 
possibilitando a ela 
novas maneiras de se 
expressar por meio do 
design, mas levando em 
conta a funcionalidade 
do objeto. 
Conceito Racional, visa à 
praticidade do 
objeto. 
Flexível, visa novas 
maneiras de se 
experimentar o design. 
Absurdo no que seu 
projeto propõe. 
Radical e utópico 
no que seu 
conceito 
proporciona. 
Reformulação das 
antigas maneiras de se 
fazer design. 
Interação e 
conforto 
A interação é 
limitada à 
praticidade do 
design, no qual a 
ergonomia a 
economia e o 
conforto são 
cultuados. 
Interação ilimitada, 
permite que o usuário 
sente-se e utilize como 
quiser a cadeira, 
devido a sua forma 
não tão prática e 
ergonômica, para o 
uso cotidiano ele pode 
ser considerado 
desconfortável. 
Restrita, devido à 
impossibilidade de se 
viver numa cidade 
cercada por um 
monumento, devido à 
prisão que o usuário 
estará confinado seu 
conforto pode ser 
considerado limitado. 
Ilimitada, 
possibilita ao 
usuário um livre 
acesso à cidade, 
devido ao amplo 
acesso que propõe 
ao usuário, o 
objeto pode ser 
considerado 
confortável. 
Restrita, propõe que o 
usuário se sente na 
cadeira da maneira já 
tradicional e interaja 
com ela sempre da 
mesma forma, devido 
ao já familiarizado 
design e sua 
composição, o objeto 
pode ser considerado 
confortável. 
Função, 
forma e 
textura 
Tornar prático o 
cotidiano do usuário 
pelo meio mais 
racional, levando em 
conta a facilidade na 
limpeza, no 
transporte e na 
fabricação, valores 
que conferem uma 
característica 
minimalista ao 
produto final. 
Servir de assento 
propondo uma nova 
visão sobre o sentar e 
como sentar, utiliza 
uma textura de 
plástico, lisa, a forma 
de grama do objeto 
confere a ele uma 
forma assimétrica e 
caricata. 
Isolar a cidade com 
um monumento 
arquitetônico 
propondo a ela uma 
nova maneira de 
enxergar o design e 
usufruir deste. 
Textura lisa e forma 
abstrata e exagerada. 
Propor um novo 
meio de 
organização 
urbana, um meio 
descentralizado de 
organização. 
Modo 
organizacional 
simétrico e 
minimalista. 
Servir de assento, 
possui texturas variadas 
como tecido e madeira, 
elementos que revisitam 
a maneira artesanal de 
se fazer design, o 
design de sua forma 
revisita formas clássicas 
de design. 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
maneira satisfatória, sem discriminações sociais, para que isso acontecesse eram instigadas 
medidas radicais, os projetos desse movimento eram caracterizados pelo exagero e pelo 
irônico, valores que se opunham ao racionalismo modernista. 
Dos estúdios que investiam no design radical, pode se destacar o Archizoom Associati, 
composto por Andrea Branzi, Gilberto correta, Paul Deganello, Massimo Morozzi, e os 
designers Dario Bartolini e Lucia Bartolini. Grupo arquitetônico que buscava uma nova 
abordagem para o design urbano, com base em novas tecnologias, novos processos de se fazer 
design, buscavam o novo, o flexível e o versátil. Dentre os projetos realizados por este grupo, 
'No-Stop-City' é destacado por sua nova e exagerada proposta de organização urbana. 
 
'No-Stop-City' é uma crítica irônica à ideologiado modernismo arquitetônico, 
levada a seus limites mais absurdos: "A verdadeira revolução na arquitetura radical é 
a revolução do kitsch: consumo cultural de massa, pop art, uma linguagem industrial 
e comercial”. A ideia é radicalizar o componente industrial da arquitetura moderna 
ao extremo (BRANZI apud ZENTRUM FÜR KUNST UND 
MEDIENTECHNOLOGIE KARLSRUHE, 2000 – Livre Tradução). 
 
A análise comparativa representa uma breve descrição de valores e princípios do 
modernismo e do pós-modernismo, dos grupos das vanguardas do Anti-design e do Design 
radical, nela pode-se observar, no Anti-design, a presença de valores experimentais 
qualitativos, enquanto no Design Radical podem ser observados os valores funcionais revistos 
de forma não somente racional, conforme tabela 01. Nota-se que as duas vanguardas buscam 
se expressar de modo a questionar a racionalidade, às vezes levando aos extremos seus 
absurdos, sempre resgatando valores humanos e humanizando os próprios objetos, tornando 
evidentes os aspectos expressivos da geração pós-moderna. 
 
Considerações finais. 
 
A pesquisa sobre o design dos anos sessenta a oitenta propiciou observar as causas das 
mudanças do design e acompanhar sua evolução, além de permitir uma releitura de seus mais 
notáveis movimentos, produtos e grupos de design. 
Foi possível entender, por meio do design, mais sobre a personalidade e os valores da 
geração pós-guerra pelas vanguardas artísticas em que esta se expressava, pela relação da arte 
com o design foi possível observar as influências da arte nas vanguardas de Anti-design e 
design radical juntamente com os princípios que as regem, buscar melhorar e otimizar a vida 
da sociedade utilizando o novo e o experimental. 
Com este estudo foi possível compreender melhor a influência do design pós-moderno 
na sociedade contemporânea e observar seus impactos políticos, sociais e estéticos. Em 
contrapartida, o aprofundamento na compreensão da ação de escolas e grupos agentes de 
design específicos, não foi pleno, é possível compreender o impacto da vanguarda sobre a 
sociedade, mas não é possível medir qual foi a importância de determinado grupo para a 
sociedade, uma vez que apenas poucos grupos foram selecionados e analisados não se pode 
compreender satisfatoriamente os impactos causados por seus projetos. 
Como caminhos futuros para o desenvolvimento da pesquisa, deve-se aprofundar o 
estudo sobre os mais importantes grupos de design e suas influências, como eram assimilados 
pela sociedade. O contexto histórico da época tal como o seu regime político e sua economia 
também devem ser estudados, uma vez que a sociedade se reflete no design, um estudo mais 
aprofundado proporcionaria compreender um pouco melhor o design contemporâneo. 
 
Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. 
 
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design 
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