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Questionario Un 2 Antropologia

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Pergunta 1
A ideia de “democracia racial” na construção da identidade nacional parte de um importante pressuposto de Gilberto Freyre. Assinale a alternativa que indique esse pressuposto.
	
	a.
	Pela existência da relação da relação orgânica e organizativa entre índios e negros.
	
	b.
	A ideia que se difunde é a de que portugueses, índios e negros trocaram, de forma natural e pacífica, seus costumes, suas diferentes culturas, transformando-se em um exemplo de convívio racial. Ou seja, a democracia se expressa pelo convívio pacífico entre as três “raças”.
	
	c.
	O autor nega a existência de “raças” na sociedade brasileira.
	
	d.
	A ideia difundida parte do fato dos espanhóis terem tido papel protagônico e não escravocrata na sociedade brasileira.
	
	e.
	A ideia que se difunde é a de que americanos, índios e orientais trocaram, de forma natural e pacífica, seus costumes, suas diferentes culturas, transformando-se em um exemplo de convívio racial.
 
0,3 pontos   
Pergunta 2
Ao escrever “Casa-grande e senzala”, Gilberto Freyre deu início às análises da cultura brasileira de uma maneira bastante original. É considerada uma das grandes inovações dessa obra:
	
	a.
	 A análise da sociedade escravista e patriarcal.
	
	b.
	A metodologia utilizada e a observação participante.
	
	c.
	A análise otimista sobre a miscigenação racial e as particularidades das relações sociais no Brasil.
	
	d.
	O estudo mais aprofundado sobre o indígena brasileiro.
	
	e.
	Todas as alternativas estão corretas.
 
0,3 pontos   
Pergunta 3
Como Darcy Ribeiro explica a “branquização” do brasileiro”?
	
	a.
	O fim da história negra no Brasil.
	
	b.
	Que o mestiço de europeu e índio tem a pele de tom moreno claro, o que, no pensamento racista, passa facilmente como o “puro branco”.
	
	c.
	A experiência do nazismo no Brasil.
	
	d.
	A supremacia dos orientais na construção da identidade nacional.
	
	e.
	Como a explicação para o fim do machismo.
 
0,3 pontos   
Pergunta 4
Em “Raízes do Brasil”, Sergio Buarque de Holanda demonstra duas formas opostas de comportamento psicológico, dois tipos ideais, para analisar o português e o espanhol. São eles:
	
	a.
	O aventureiro e o trabalhador.
	
	b.
	O primitivo e o superior.
	
	c.
	O religioso e o trabalhador.
	
	d.
	O guerreiro e o aventureiro.
	
	e.
	Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
 
0,3 pontos   
Pergunta 5
Estudos sobre a formação do povo brasileiro ou, ainda, de uma identidade nacional formam questões importantes a serem trabalhadas pela literatura e pela academia na primeira metade do século XX. Alguns autores contribuíram fundamentalmente nas ciências sociais e na antropologia para essa discussão. Assinale a alternativa correta:
	
	a.
	Clifford Geertz, Karl Marx e Max Weber.
	
	b.
	Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro.
	
	c.
	Darcy Ribeiro, Clifford Geertz e Karl Marx.
	
	d.
	Sérgio Buarque de Holanda e Chico Buarque.
	
	e.
	Gilberto Freyre, Karl Marx e E. Durkheim.
 
0,3 pontos   
Pergunta 6
O mito da democracia racial é presente na sociedade brasileira já há bastante tempo. A ideia propagada e reforçada por Gilberto Freyre de que aqui há uma democracia das três raças originárias é divulgada por todo o mundo. Todavia, Darcy Ribeiro discorda dessa visão, que para ele é simplista. Assinale abaixo a alternativa correta, segundo Ribeiro:
	
	a.
	A função do mito é garantir o fim do racismo.
	
	b.
	O mito existe para apresentar a construção e a fundação da história étnica do Brasil, não é um conceito mais utilizado na atualidade.
	
	c.
	A função do mito é evidenciar a supremacia dos indígenas na constituição da identidade brasileira.
	
	d.
	O mito é uma forma sutil de esconder uma sociedade que ainda não se sabe hierarquizada e dividida entre múltiplas possibilidades de classificação, de negar a existência do racismo, como se a relação entre as três “raças” fosse harmônica e democrática.
	
	e.
	A função do mito é reforçar a luta dos cidadãos por mais direitos sociais.
0,3 pontos   
Pergunta 7
Os estudos de “Identidade” são importantes para a antropologia, sobretudo para se conhecer, de modo mais rigoroso, a cultura de um povo. Assinale abaixo a alternativa que melhor explique o significado dos estudos de identidade:
I. A identidade é a expressão do superego, forjado na psicanálise.
II. É o sentido de “si”, que é formado na interação entre o eu e a sociedade. A identidade é formada na interação com o “outro”. É justamente nas fronteiras que a identidade é construída.
III. A identidade é a negação do registro funcional que nos identifica na sociedade civil onde vivemos e trabalhamos, e a reafirmação da cultura como única, imutável e inflexível.
 
	
	a.
	Nenhuma das alternativas está correta.
	
	b.
	Apenas a II está correta.
	
	c.
	Todas as alternativas estão corretas.
	
	d.
	I e III estão corretas.
	
	e.
	II e III estão corretas.
0,3 pontos   
Pergunta 8
Qual autor responsável pela obra clássica denominada “O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil”? Assinale a alternativa correta:
	
	a.
	Gilberto Freyre.
	
	b.
	Sérgio Buarque de Holanda.
	
	c.
	Darcy Ribeiro.
	
	d.
	Ruth Cardoso.
	
	e.
	Francisco de Oliveira.
 
0,3 pontos   
Pergunta 9
Segundo Darcy Riberio, como se definem as diferentes classes sociais?
	
	a.
	As classes sociais são divididas em 7 subcategorias.
	
	b.
	Classes sociais estão separadas pela distância social, bem como pela cultura.
	
	c.
	Hoje não existe mais separação e diferenciação em classes sociais distintas.
	
	d.
	Classes sociais estão separadas pela distância cultura, comportamental e hábitos.
	
	e.
	Classes sociais estão separadas apenas pela distância social e econômica.
 
0,3 pontos   
Pergunta 10
Segundo Sérgio Buarque de Holanda, como se define a identidade do homem cordial? Assinale a alternativa correta:
	
	a.
	Uma máscara que fragiliza o debate de gênero e orientação sexual.
	
	b.
	Trata-se de uma definição associada à construção indenitária do homem europeu, polido e educado.
	
	c.
	Trata-se de uma definição atrelada apelas ao gênero masculino, uma caraterística do homem escravocrata brasileiro.
	
	d.
	Define-se como sendo o homem bem-educado e cortês.
	
	e.
	Uma máscara usada pelos sujeitos para manter intocável sua sensibilidade e emoção. Dessa forma, o pessoal se sobressai ao social, fragilizando as regras e as normas necessárias à civilidade, à racionalidade civil.
 
1 – B	2 – C	3 – B	4 – A	5 – B	6 – D	7 – B	8 – C	9 – B	10 – E
1 - Resposta: B
Comentário: de forma geral, a ideia que se difunde é a de que portugueses, índios e negros trocaram, de forma natural e pacífica, seus costumes, suas diferentes culturas, transformando-se em um exemplo de convívio racial. Ao aplicar o termo “assimilação” para descrever os contatos entre colonizadores e colonizados, Freyre traz a visão antropológica da ideia de solidariedade e interação entre os grupos, minimizando os aspectos que demonstram a exploração e a violência que marcaram a história da colonização brasileira.
2 - Resposta: C
Comentário: a mistura do colonizador com os colonizados, para Freyre, demonstra uma particularidade dos portugueses em relação a outros povos, porque nenhum se misturou aos colonizados tanto quanto eles. Além desses aspectos – da miscigenação e da mobilidade –, o que ajudou o português a conquistar novos territórios foi também a sua facilidade em se aclimatar, chamado por Freyre aclimatabilidade. Diferente dos autores europeus e norte-americanos, a miscigenação não era vista como negatividade e como responsável pelo atraso da sociedade brasileira.
3 - Resposta: B
Comentário: devido ao contingente de homens brancos vindos para o Brasil e as poucas brancas que para cá vieram, a matriz fundamental foi a mulherindígena, na maioria das vezes fecundada pelo branco. Isso explica a branquização do brasileiro, já que o mestiço de europeu e índio tem a pele de tom moreno claro, o que, no pensamento racista, passa facilmente como o “puro branco”. Darcy Ribeiro demonstra isso por meio do censo, no qual apresenta uma diminuição progressiva da população negra brasileira.
4 - Resposta: A
Comentário: Buarque de Holanda distingue o trabalhador e o aventureiro, demonstrando duas formas opostas de comportamento psicológico, dois tipos ideais, para analisar o espanhol e o português. O aventureiro seria o homem que busca novas experiências, vive uma vida provisória e tem como objetivo apenas descobrir. Já o trabalhador seria o homem que analisa as dificuldades que enfrentará e, a partir do esforço lento e contínuo, persiste planejando para tirar o maior proveito possível. Há uma ética do trabalho, por isso, para o trabalhador, só tem valor moral positivo às ações que tem vontade de realizar para melhor organizar o seu trabalho e, contrariamente, os aventureiros só realizarão os imorais e desprezíveis como a ousadia, o descuido, o desleixo, a falta de responsabilidade, a inconstância, a vagabundagem; enfim, tudo o que é desprezível, buscando sempre dirigir seus esforços para uma compensação imediata. O ideal do trabalhador é algo estúpido para o aventureiro.
5 - Resposta: B
Comentário: para falar do povo brasileiro, alguns dos grandes autores cumpriram papel determinante na história das ciências sociais. Todavia, destacamos principalmente Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro como estruturantes da construção do pensamento social brasileiro.
6 - Resposta: D
Comentário: o autor critica os intelectuais que acreditam em uma democracia racial, já que o mestiço em nossa cultura não é punido, mas bem-visto. Isso se deve ao fato de sermos resultado da mestiçagem de poucos brancos com uma grande maioria de índios e negros. Tanto é que a situação colocada como uma democracia racial, como desejou apresentar Gilberto Freyre, é devida à imensa carga de opressão, preconceito e discriminação. Perceba que o desejo de que o negro suma, a partir da mestiçagem, é um racismo. Para Ribeiro, o lado mais perverso do racismo é esse que dá uma imagem de maior sociabilidade, pois isso desarma o negro para lutar contra a miséria que lhe é imposta e o leva a aceitar as condições de violência em que vive.
7 - Resposta: B
Comentário: identidade, em Antropologia, é um conceito interligado a outros, como grupo social e cultura. Porém, não estamos falando daquele documento chamado RG nem dos traços marcantes da personalidade de uma pessoa. A identidade dos sujeitos se forma a partir das condições históricas e culturais em que vivem – condições que não escolheram, pois, ao nascer, tudo já estava pronto, então se deparam com um grupo familiar e social, com uma língua usada por todos e com um conjunto de regras, hábitos e tradições utilizadas.
8 - Resposta: C
Comentário: Darcy Ribeiro, em “O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil”, explica quem é o povo brasileiro e, para isso, propõe uma análise teórica a partir de nosso contexto histórico. É com esse intuito que formaliza um conjunto de pesquisas que resultam em uma teoria do Brasil até então inédita. Buscando, a partir dessa teoria, entender o que nos levou ao processo de formação nacional a tantas diferenças sociais.
9 - Resposta: B
Comentário: no Brasil, as classes sociais estão separadas pela distância social, bem como pela cultura. Em termos culturais, os valores importantes para o rico têm base em vigor físico, vida longa, beleza, conhecimento e hábitos refinados como resultados de sua riqueza. Em vez disso, os valores que caracterizam o pobre são doença, vida curta, envelhecimento, feiura, saber do senso comum e hábitos arcaicos resultado de sua vida de miséria.
10 - Resposta: E
Comentário: ao definir o conceito de homem cordial, o autor buscou compreender as características psicológicas marcantes do modo de ser do brasileiro. Na verdade, demonstra que o homem realiza determinadas atitudes mais pessoais em momentos que deveria ser mais formal. Assim, mostrando cordialidade, torna-se mais flexível. Por exemplo, no uso de nome e sobrenome, normalmente, o sobrenome é deixado de lado para haver mais personalização nas relações sociais. O “homem cordial” seria o resultado da cultura patriarcal e rural própria da sociedade brasileira. Para Holanda, a cordialidade do povo brasileiro foi formada pelo predomínio de relações humanas mais simples e diretas que rejeitavam a polidez e a padronização, características da civilidade.

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