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Caso concreto 8

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Caso concreto 8 
Questão: Em determinado processo, o magistrado fixou astreintes diárias para compelir o devedor a cumprir obrigação de entrega de coisa, o que não ocorreu no prazo estabelecido. Levando em consideração que o valor acumulado das astreintes está próximo de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) e que o conteúdo econômico discutido no processo é de no máximo R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais), a parte ré peticiona requerendo a redução do valor retroativamente. Ocorre que a exequente, por seu turno, sustenta que este montante de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) já integra o seu patrimônio. Vindo os autos conclusos para decisão, o magistrado percebe, na ambiência de seu gabinete, que o CPC fornece um tratamento inconclusivo quanto ao tema astreintes. Em determinada norma, por exemplo, autoriza que o magistrado possa alterar ou mesmo excluir o valor das multas, mas apenas para aquelas vincendas (art. 537, par. 1º), o que contraria entendimento jurisprudencial. Por outro lado, em outro momento, deixa o tema um tanto vago (art. 806, par. 1º), nada dispondo se a revisão do valor pode ser realizada em caráter retroativo. Indaga-se: Como decidir? O valor das astreintes poderia ser reduzido ex tunc? E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente o magistrado fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, para que a mesma realmente possa funcionar como fator coercitivo? (Não cumprimento das sentenças) 
Trata-se de tema controvertido. A Multa pode ser diária, semanal, mensal ou até mesmo fixado em valor único independente do tempo de descumprimento. A lei permite que o juiz fixe a multa de ofício ou a requerimento da parte e também reduza ou amplie seu valor para adequá-lo aos critérios da proporcionalidade, razoabilidade e ao carácter coercitivo. Não há consenso da doutrina acerca do efeito atribuído a esta multa. Se a EX TUNC ou EX NUNC intendendo-se pela possibilidade de aplicação do efeito retroativo uma vez que a lei prever no Art. 814, caput, parágrafo único.

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