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Aula 1 bacteriologia

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BACTERIOLOGIA
Microbiota Normal do 
Corpo Humano
Presidente Prudente
2018
• A formação da microbiota normal, com a qual o homem convive por toda a 
vida, tem início no momento do nascimento, pois, ao passar pelo canal do 
parto, ele recebe os primeiros componentes de sua microbiota normal.
• Distribui-se pelas partes do corpo que estão em contato com o meio 
externo, pele e mucosas.
• Microbiota não é uniforme nem em qualidade nem em quantidade.
Microbiota Normal do Corpo Humano
Microbiota Normal do Corpo Humano
• Refere-se a população de microrganismo que habita o corpo humano de 
indivíduos normais e sadios.
• Pode ser classificada em:
– Residente: consiste em microrganismos encontrado com regularidade em 
determinada idade e área da superfície, sendo perturbada recompõem-se 
com facilidade.
– Transitória: consiste em microrganismos não patogênicos ou potencialmente 
patogênicos que permanecem na mucosa ou pel por horas, dias ou semanas, 
provenientes do meio externo, não provocando doença e não se 
estabelecendo definitivamente na superfície.
Microbiota Normal do Corpo Humano
• Tem a função de impedir a colonização por patógenos do meio externo e 
o possível desenvolvimento de doenças por meio de interferência 
bacteriana. Também auxilia na absorção de nutrientes.
• Quando os microrganismos da microbiota são introduzidos em número 
suficiente em locais ditos estéreis podem causar doença.
Microbiota Normal da Pele
• Se distribui por toda a extensão da pele, sendo mais concentrada, nas 
áreas mais úmidas e quentes como axilas e períneos.
• Predominam na pele os gêneros Staphylococcus, Corynebacterium e 
Propioniobacterium, e menos freqüente Streptococcus e outros gêneros.
– Staphylococcus epidermidis é encontrado em 90% das pessoas e o 
Staphylococcus aureus em 10% a 40%.
– Staphylococcus aureus: 60% mulheres na vulva; 50% a 70% na mucosa nasal 
de indivíduos que trabalham em ambientes hospitalares; 80% dos indivíduos 
com dermatoses.
– 20% das mulheres são portadoras vaginais de Staphylococcus saprophyticus
um dos mais freqüentes causadores das infecções urinárias na mulher jovem 
(20 a 40 anos)
– Gênero Corynebacterium são encontradas na grande maioria das pessoas, 
sendo a Corybacterium minutissima causadora do eritrasma.
– Propionibacterium acnes é encontrado em associação com a atividade 
secretora das glândulas sebáceas.
Microbiota Normal da Cavidade Oral 
e Vias Aéreas Superiores
• É grande e diversificada.
• Saliva contém 108 bactérias/mL e as placas dentais 1011.
• Na cavidade oral e faringe os principais gêneros são:
– Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria, Bacteriodes, Actinomyces, 
Treponema, Mycoplasma, etc...
• Nas fossas nasais os principais gêneros são:
– Staphylococcus e Corynebacterium.
– Indivíduos em uso de Betalactâmicos costumam ser colonizados por Klebsiella 
pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus 
aureus.
Microbiota Normal do Aparelho Digestivo
• Esôfago é normalmente estéril.
• Estômago tende a ser estéril mas logo após as refeições contem número razoável de 
bactérias.
• No duodeno e jejuno são encontradas em torno de 103 bactérias/mL de suco entérico, 
representadas por Staphylococcus, Lactobacillus e outros gêneros.
• Jejuno inferior e no íleo o n° aumenta para 108 bactérias/mL e a microbiota se torna 
mais variada.
• Nos colos são encontradas 1011 bactérias/grama de conteúdo intestinal, com elevada 
variedade de espécies.
• Calcula-se que 70% do peso seco das fezes seja de microbiota intestinal.
Microbiota Normal da Vagina
• Varia de acordo com a idade, pH e secreção hormonal.
• No 1° mês de vida e no período compreendido entre a puberdade e a 
menopausa, há predomínio dos Bacilos de Doderlein.
• As variações, de modo geral, acompanham variações, de modo geral, 
acompanham as variações do pH vaginal, isto é, em pH ácido (+/- 5) há 
predominância de Lactobacillus e em pH neutro predominam as bactérias.
• A variação de pH por sua vez está relacionada com a quantidade de glicogênio 
na vagina, a fermentação desse polímero pelos lactobacillus abaixa o pH, 
criando um ambiente desfavorável ao crescimento das bactérias que proliferam 
em pH neutro.
Microbiota Normal da Uretra Anterior
• Contém quantidade variável de bactérias, com predominância de 
Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium sp., Streptococcus faecalis, e ás 
vezes, Escherichia coli.
Microbiota Normal da Conjuntiva
• A conjuntiva pode ser estéril ou estar colonizada por Corynebacterium xerosis, 
Staphylococcus epidermidis e, eventualmente, por outras bactérias.
EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES 
BACTERIANAS
• As infecções bacterianas podem ser divididas em 2 grandes 
grupos: exógenas e endógenas.
• Infecções exógenas: infecções cujos agentes atingem o 
hospedeiro a partir de um reservatório ou fonte externa.
• Infecções endógenas: infecções causadas pela própria 
microbiota normal.
EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES 
BACTERIANAS
Infecções Exógenas
• As fontes desse tipo de infecção são os animais e mais freqüentemente o 
homem.
• O homem que atua como fonte de infecção pode ser doente ou um 
portador assintomático, ou portador são.
• Portador são tem papel importante na epidemiologia das infecções 
bacterianas.
Vias de Transmissão
• A partir da fonte de infecção a bactéria pode atingir o hospedeiro através 
de várias vias de transmissão.
• Estas vias podem ser:
– Contato direto (imediato ou mediato), vetores, poeiras, alimentos e o próprio 
solo.
– Doenças Venéreas são transmitidas por contato direto imediato, isto é, 
justaposição de superfície, sem a participação de qualquer elemento 
intermediário.
– Tuberculose é transmitida por contato direto mediato, no caso gotículas 
respiratórias ou perdigotos.
Vias de Transmissão
• De forma geral bactérias transmitidas por contato direto, seja ele, 
imediato ou mediato, não sobrevivem por longos períodos no ambiente.
• As doenças bacterianas mais importantes, transmitidas por vetores, são 
as riquetsioses e a peste bubônica, as primeiras transmitidas por ácaros e 
pulgas e a última somente pela pulga.
• A disseminação de bactérias patogênicas pelo ar e poeira não ocorre com 
grande freqüência.
Vias de Transmissão
• Os alimentos são uma importante via de transmissão de doenças 
bacterianas, estando entre essas doenças a shigelose, salmonelose, 
cólera, brucelose, febre tifóide e várias outras.
• A diferença entre infecção e intoxicação:
– Infecção patologia causada pela multiplicação das bactérias no organismo.
– Intoxicação patologia causada pelas toxinas bacterianas produzidas 
previamente.
• As doenças transmitidas pelo solo limitam-se praticamente ao tétano e à 
Gangrena gasosa. 
Portas de Entrada
• As bactérias penetram no hospedeiro:
– Pele: vetores ou solo
– Mucosas: contato
– Vias aéreas superiores: gotículas e poeira
– Via oral: alimentos
Infecção e Doença
• Quando a bactéria se instala no hospedeiro com sucesso ela o INFECTA, 
causando ou não doença.
– Infecção: multiplicação da bactéria (ou outro agente microbiano) no 
organismo do hospedeiro.
– Doença: é a infecção acompanhada de manifestações clínicas.
• Período de incubação: intervalo de tempo que precede as manifestações 
clínicas em uma situação de doença bacteriana.
Profilaxia
• Pode ser feita:
– No nível de fonte de infecção;
– Vias de transmissão;
– No nível de hospedeiro.
Infecções Endógenas
• Infecções podem ser causadas pela maioria das bactérias que reside no 
corpo humano, sejam membros da microbiota normal ou não.
• De modo geral, essas bactérias são consideradas oportunistas.
Infecções Hospitalares
• Infecção adquirida em hospitais por qualquer tipo depessoa. Mas refere-
se a infecções adquiridas por pacientes internados em hospitais; as 
manifestações da infecção podem aparecer durante a internação ou após 
a alta do paciente.
• Também podem ser endógenas (mais freqüentes) ou exógenas (surtos 
esporádicos).
Controle dos Microrganismos
Controle dos Microrganismos
• Formas de matar ou remover todos os microrganismos, 
• reduzir o número, 
• inibir o crescimento e 
• mantê-los vivos, porém inativados.
Termo Definições e comentários
Esterilização Processo de destruição e/ou remoção de todas as formas de vida de um 
objeto ou material, inclui os endosporos que são as formas mais resistentes 
de vida. É um processo absoluto, não havendo graus de esterilização.
Desinfecção Destruição (morte) de microrganismos capazes de transmitir infecção, 
patógenos portanto. São usadas geralmente substâncias químicas que são 
aplicadas em objetos ou materiais. Reduzem ou inibem o crescimento mas 
não esterilizam necessariamente.
Anti-sepsia Desinfecção química da pele, mucosas e tecidos vivos. Anti-sepsia é um 
caso particular de desinfecção.
Germicida Agente químico genérico que mata germes, micróbios: bactericida – mata 
bactérias; virucida – mata vírus; fungicida – mata fungos; esporicida – mata 
esporos, etc.
Bacteriostase A condição na qual o crescimento bacteriano está inibido mas a bactéria não 
está morta. Se o agente (substância ou condição) for retirada, o crescimento 
pode recomeçar. Substâncias químicas, quimioterápicos, podem ser 
bacteriostáticos. Refrigeração pode funcionar como microbiostática para a 
maioria dos microrganismos.
Assepsia (sem 
infecção)
Ausência de microrganismos em uma área. Técnicas assépticas previnem a 
entrada de microrganismos.
Degermação Remoção de microrganismos da pele através de remoção mecânica ou pelo 
uso de anti-sépticos. Antes das injeções, o algodão embebido em álcool é 
passado na pele; igualmente o álcoo-iodado, preparando o campo cirúrgico.
Terminologia relacionada ao controle do crescimento microbiano
Calor úmido Mecanismos de 
ação
Comentários Uso preferencial
Fervura Denaturação de 
proteínas
Mata bactérias, 
fungos e muitos vírus, 
em 15 min. Não é 
eficaz para todos os 
endosporos.
Processo de 
desinfecção de larga 
utilização caseira
Autoclavação Denaturação de 
proteínas
Método eficaz de 
esterilização. Ficar 
atento ao trinômio 
tempo, temperatura e 
pressão.
Meios de cultura, 
soluções, utensílios e 
instrumentais que 
toleram temperatura e 
pressão.
Pasteurização Denaturação de 
proteínas
Mata bactérias 
patogênicas 
eventualmente 
transmissíveis pelo 
leite e reduz o número 
de todos os 
microrganismos 
presentes.
Leite, creme de leite, 
cerveja, vinho
Sumário dos métodos físicos empregados no controle do crescimento 
microbiano
Calor seco Mecanismos de 
ação
Comentários Uso preferencial
Flambagem Oxidação de todo 
material até tornar 
cinzas.
Método eficaz de 
esterilização.
Alça e fio de platina.
Incineração Oxidação de todo 
material até tornar 
cinzas.
Método eficaz de 
esterilização.
Papéis, carcaças de 
animais, curativos, 
algodão e gazes 
utilizados no hospital.
Fornos Oxidação. Método eficaz de 
esterilização. Ficar 
atento ao binômio 
tempo x temperatura.
Vidrarias e outros 
materiais resistentes 
a altas temperaturas.
Sumário dos métodos físicos empregados no controle do crescimento 
microbiano
Filtração Mecanismos de 
ação
Comentários Uso preferencial
Filtração Remoção mecânica Separação de 
bactérias, fungos em 
meios ou soluções 
líquidas e gases.
Útil na eliminação 
total de bactérias e 
fungos em produtos 
líquidos termolábeis 
e na filtração do ar 
em câmaras e salas.
Sumário dos métodos físicos empregados no controle do crescimento 
microbiano
Radiações Mecanismos de 
ação
Comentários Uso preferencial
Ionizantes Destroem DNA, 
formam radicais 
superativos.
Método eficaz de 
esterilização mas de 
custo elevado (raios 
gama).
Usado para a 
esterilização de 
produtos cirúrgicos.
Não-ionizantes Alteram DNA 
através da 
formação de 
dímeros.
As radiações 
ultravioleta têm 
emprego restrito 
como esterilizantes.
Lâmpadas germicidas 
(U.V.).
Sumário dos métodos físicos empregados no controle do crescimento 
microbiano
Agente 
químico
Mecanismos 
de ação
Comentários Uso preferencial
Álcoois Denaturação 
protéica
Na ausência de água, a 
denaturação protéica é lenta em 
relação a denaturação na 
presença de água, e isso explica 
porque o álcool absoluto é 
menos eficaz que o álcool diluído 
em água.
Anti-séptico mais 
empregado.
Aldeídos e 
derivados
Alquilação 
direta dos 
grupos 
funcionais 
das proteínas
Mais empregado aldeído fórmico, 
facilmente solúvel em água 
utilizado em soluções que variam 
de 3% a 8%.
Fumigação de 
desinfecções 
terminais.
Halogênios 
e derivados
Combinação 
irreversível 
com 
proteínas.
Bactericida, fungicida e 
esporicida, as soluções 
alcoólicas a 2% de iodo exercem 
ação imediata.
Anti-séptico mais 
empregado na prática 
cirúrgica.
Sumário dos métodos químicos empregados no controle do crescimento 
microbiano
Vontade versus Subserviência

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