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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE NITERÓI PSICOLOGIA Barbara Gomes da Silva Dalton Ribeiro Borges Gisele Vidal Ramos Heron Scott Mara Valeria Borges Maciel Marcella Pires de Mello Hahn Vieira Yasmin Mello Sant' Ana TÍTULO: Habilitação para adoção - Possíveis diferenças no processo para casais heteroafetivos e homoafetivos. Trabalho apresentado ao curso de Psicologia do Centro Universitário Anhanguera de Niterói como requisito à avaliação da disciplina Metodologia da Pesquisa. Orientador: Carlos Gustavo Garcia Niterói/RJ 2018 Introdução A palavra adoção deriva do latim adoptare, significando o ato de escolher, dar seu nome a alguém. Sob o aspecto jurídico, pode o instituto ser conceituado como ato jurídico solene pelo qual se cria um laço de filiação entre duas pessoas, com total desligamento do adotando de sua família biológica. "Adoção é um contrato solene que cria entre duas pessoas relações iguais às que resultariam de filiação legítima ou verdadeira". A definição expressa bem que a adoção é um ato pelo qual uma pessoa passa a considerar como seu, o filho de outra pessoa (Lei 13.509/2017). Podemos conceituar a família homoafetiva, como a união de duas pessoas do mesmo sexo, que tenham a intenção de se unir por laços de afetividade e com intuito duradouro, bem como devendo ser protegidas e tuteladas pelo Estado, gozando de todos os direitos e deveres inerentes a esta instituição. A Justiça brasileira não tem fechado os olhos completamente para as mudanças ocorridas na sociedade contemporânea, assumindo, pouco a pouco e discretamente, posicionamentos na direção de reconhecer as uniões homossexuais duradouras e públicas como uniões estáveis e as novas formações familiares. Tendo em vista as funções de família, dentre as possíveis configurações, deve-se questionar porque não considerar os casais homoafetivos como família, visto que eles podem estar aptos, como qualquer outro casal, a exercer tais funções, exceto pela obrigação da procriação. Pelo que podemos ver, a regularização da adoção realizada por casais homoafetivos trilhará um longo caminho, assim como a união estável, a lei do divórcio, a questão do filho tido fora do casamento, que tiveram muita dificuldade para serem aceitos pela sociedade. Objetivo O processo de habilitação para adoção, objeto do estudo deste projeto, buscará analisar todas as etapas e suas possíveis diferenças nos casos de casais homoafetivos e casais heteroafetivos, tendo como base as mudanças na legislação, experiências de casais que passaram pelo processo de habilitação para a adoção e pesquisas científicas, na cidade do Rio de Janeiro, de 2000 até 2017. 1 Justificativa Visto o desenvolvimento da sociedade decorrente da globalização, surgiram novos modelos de família e isso traz questionamento e reavaliação dos valores e concepções quanto ao processo de adoção. A partir disso, a adoção não é feita somente por casais formados por um homem e uma mulher, mas sim também, por casais homoafetivos. Dá-se a partir da bagagem pessoal e social do indivíduo/grupo com base em seus sistema de crenças a construção de opiniões sobre o tema, constituindo assim como histórico-social toda fator positivo e negativo da mentalidade acerca do tema. (ARAÙJO & OLIVEIRA, 2008) Notoriamente existe ainda uma grande carga de preconceito na sociedade em relação à adoção de crianças por homossexuais, sendo que “...tais atitudes preconceituosas partem da premissa de que esse tipo de adoção pode ocasionar danos biopsicossociais à criança” (Ibdem, 2008, p. 48), aos poucos esse ideia conservadora acerca do mesmo está diminuindo. Atualmente, existe uma maior preocupação com a afetividade, dando-se prioridade aos interesses das crianças. É importante ressaltar que a adoção homoafetiva é legalmente possível, haja visto que a família substituta deve estar inserida nos requisitos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual não exige uma orientação sexual específica aos casais candidatos à adoção. Quando for regularizada e aceita a adoção por casais homoafetivos, o problema de muitas crianças “institucionalizadas” à espera da oportunidade de fazer parte de uma família será amenizado. Pode-se constatar a partir dos achados, que não existe modelo de perfeição de família para adotar; o que deve ser ponderado é seu grau de motivação em criar, oferecer amor, atenção, ambiente saudável, um lar e tudo que for necessário a uma criança que muitas vezes foi negligenciada, abandonada. É direito do cidadão a constituição de família, assim sendo, para que esse direito seja assegurado aos casais homoafetivos, é preciso que se considere o que se apresenta como o melhor para a criança e não se balizar por preconceitos e mitos sem fundamento. Sabe-se que a homoafetividade ou heteroafetividade dos pais não se constitui como fator principal para o bem estar da criança, pois nem todos homoafetivos ou heteroafetivos estão aptos a adotar, já que cada indivíduo tem suas particularidades e características que 2 precisam ser avaliadas visando o que se apresenta como o melhor interesse para a criança. Pode-se verificar a escassez em relação a pesquisas na área de Psicologia sobre adoção homoafetiva. No entanto, o principal obstáculo é o preconceito social. Já os estudos psicológicos concluíram que a orientação sexual em nada influencia a qualidade da parentalidade. Contudo, vale ressaltar a carência e a importância de estudos na área da Psicologia em relação ao assunto, e que este projeto possa incentivar alguns profissionais na realização de novas pesquisas e a refletir sobre a atuação enquanto agente de mudanças. Esse trabalho visa analisar todas as etapas do processo de habilitação para adoção e análise de seus progressos e demonstrar se há morosidade nos processos da Vara da Infância e Juventude da Comarca do Rio de Janeiro nos casos de adoção por casais homoafetivos. Metodologia Para a execução do objetivo proposto, visitaremos a Primeira Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro e faremos entrevistas com psicólogos e assistentes sociais. Faremos perguntas de fundo qualitativo, visando chegar a conclusões mais precisas sobre o assunto. Aplicar-se-há formulários de perguntas em casais homoafetivos e heteroafetivos, também com perguntas de fundo qualitativo, analisando assim casos práticos exitosos ou não. Pesquisaremos dados mais antigos, para que seja possível analisar as diferenças nos processos com o passar dos anos. Anexos ao final do trabalho estão um modelo de cada formulário que será aplicado. Resultados Esperados Com base na apuração bibliográfica e de dados qualitativos do formulário aplicado conhecer todo o processo de habilitação para a adoção por casais homoafetivos e heteroafetivos. Partindo-se deste ponto, observar asdiferenças nas etapas para habilitação dos casais homoafetivos e heteroafetivos, mensurar também 3 os avanços significativos no processo de habitação nos últimos anos e seu impacto social. Destarte, busca-se enriquecer o material referencial bibliográfico disponível sobre o tema para futuras pesquisas afins. Consequentemente levando à acalentar a discussão acadêmica acerca do mesmo. Bibliografia ARAÚJO, L. F., & OLIVEIRA, J. S. C. A adoção de crianças no contexto da homoparentalidade. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 60, n. 3: 40-51. 2008 ARAÚJO, L. F. , OLIVEIRA, J. S. C. , SOUSA, V. C., & CASTANHA, A. R. Adoção de crianças por casais homoafetivos: Um estudo comparativo entre universitários de Direito e de Psicologia. Psicologia & Sociedade; 19 (2): 95-102, 2007 COSTA, Tereza Machado Lagrota. Adoção por Pares Homoafetivos: uma abordagem jurídica e psicológica. 2002. Disponível em: http://intranet.viannajr.edu.br/revista/dir/doc/art_10005.pdf . Acesso em: 11 de maio de 2018. DIAS, Maria Berenice. União homossexual: Aspectos Sociais e Jurídicos. 2008. p.3-4. Disponível em: http://www.mariaberenice.com.br/manager/arq/%28cod2_653%295__uniao_homossexual__aspectos _sociais_e_juridicos.pdf . Acesso em: 14 de maio de 2018. FRANÇA, Maria Regina. Famílias homoafetivas. Revista psicodrama Brasileira, São Paulo, Pontifica Universidade de São Paulo, v.17, n.1, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-53932009000100003 Acesso em: 14 de maio de 2018. VALÉRIO, T. A. de M. & LYRA , M. C. D. P. Significados ambivalentes no processo de adoção: um estudo de caso - Psicologia em Estudo, Maringá, v. 21, n.2 p. 337-348, abr./jun. 2016. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/2871/287147424015/ Acesso em: 11 de maio de 2018. ZANETTI, S. S. , OLIVEIRA, R. R. ,GOMES, I. C. Concepções diferenciadas de família no processo de avaliação de pretendentes à adoção - Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 34, n. 1, p. 17-30, jan./jun. 2013 4 Anexos 5
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