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Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 1 AULA 01 – PERIODONTIA 08/08/2017 (Luiz Gustavo) CIRURGIAS MUCOGENGIVAIS Parte I OBS: Na unidade 1 de cirurgias mucogengivais iremos estudar como se relaciona o que chamamos de cirurgia plástica periodontal. Essa cirurgia plástica periodontal são todos os procedimentos cirúrgicos feitos para devolver a estética para o paciente. É notável que o paciente percebe muito mais defeitos na gengiva do que defeitos no dente. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS – PERIODONTITES VII. Deformidades Adquiridas ou do desenvolvimento B. Deformidades mucogengivais e condições ao redor dos dentes 1. Recessão gengival / tecido mole 2.Ausência de gengiva ceratinizada; 3. Profundidade vestibular diminuída; 4. Frênulo anormal; 5. Excesso gengival; 6. Coloração anormal; OBS: Voltaremos voltar a falar sobre a classificação das doenças periodontais que aprendemos no último período. A última parte daquela tabela de classificação é justamente são os problemas que iremos estudar neste semestre: recessão gengival, ausência de gengiva ceratinizada, profundidade vestibular diminuída, frênulo anormal, excesso gengival e coloração anormal. Mas iremos estudar a fundo a parte de recessão gengival e parte de frênulo anormal, são os dois tópicos que serão mais estudados. OBS: Muitos dentistas chamam a recessão gengival de retração, isso está incorreto. Termo mais correto na verdade é recessão tecidual marginal, mas podemos dizer recessão gengival. Quando se fala em retração é quando há o deslocamento da margem no sentido horizontal, essa retração da margem gengival ocorre quando se coloca o fio afastador. Quando o deslocamento é no sentido vertical isso é denominado recessão. Portanto só se pode ter uma retração quando se usa um fio afastador, por exemplo em um procedimento de moldagem. OBS: Se o paciente chega ao consultório como essa imagem ao lado dizendo que sente sensibilidade dentinária é certo o cirurgião- dentista colocar resina composta sobre a superfície desta raiz? Depende, não podemos dizer que é errado, muitos professores ensinam a fazer restauração classe IV em situações assim, também quando há lesão de abfração por exemplo e estender essa resina até a margem Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 2 gengival, isso não é errado, mas está tomada de decisão gera algumas consequências. Essa restauração com resina composta vai resolver o problema da hipersensibilidade dentinária, só que numa situação como esta onde há uma recessão próxima da união mucogengival, essa recessão que estudaremos mais para frente é classificada como Classe II de Miller, é uma recessão que não estabiliza, ela tende a aumentar com o tempo, pois ela termina em mucosa alveolar que é um tecido extremamente delicado e móvel. Então se tomar a decisão de colocar a resina não é uma decisão errada, é uma abordagem terapêutica conservadora, só que vai ser resolvido o problema da sensibilidade, mas o problema da recessão não será resolvido, não é errado, mas talvez não seja a melhor solução. Isso é muito relativo, pois o paciente pode não querer operar por exemplo. Existe uma outra questão, quando se tem recessão, tem raiz exposta, tem cemento exposto, mas muitas vezes provavelmente o cemento já pode ter ido embora, porque o paciente passa a escova nesta região, esse contato de atrição das cerdas da escova com a superfície da raiz vai removendo o cemento. Abaixo do cemento tem dentina, a adesão de qualquer material restaurador à dentina nunca é ideal, porque existem túbulos dentinários permeando está dentina e esses túbulos dentinários são extremamente hidratados, esse liquido que hidrata a superfície da dentina ele dificulta demais o processo de adesão, pois há a formação de uma camada hibrida. Portanto a adesão à dentina é um grande desafio da odontologia adesiva, por isso o professor quer dizer que existe uma possibilidade de tratamento que é considerada ideal, que é fazer o recobrimento toda a superfície da raiz com o que chamamos de “restauração biológica” que é o enxerto. OBS: Quando falamos em recessão marginal tecidual é mais comum ter recessões múltiplas do que recessão unitária, isso porque uma das causadas das recessões é a escovação. O professor disse que existem 3 fatores primordiais para o paciente desenvolver a recessão, dois desses fatores estão relacionados ao paciente: como ele veio ao mundo (biotipo gengival e ósseo) e o fator traumático. O paciente pode ter osso fino, principalmente a tabua óssea maxilar vestibular fino demais gerando defeitos de deiscência e a gengiva fina, então quando o paciente tem gengiva fina e osso fino ele tem o que chamamos de biótipo periodontal fino, se ele tem esta condição ele é um paciente com fator de risco para o desenvolvimento de recessão, para ele ter recessão só basta o trauma. Se esse paciente que tem o biótipo periodontal fino escovar o dente de forma errada (com força) ele terá uma série de recessões múltiplas. EXEMPLO CASO CLINICO: Paciente do interior veio a Goiânia para resolver o problema de resseções gengivais que ela sempre teve nos dentes superiores, caninos e pré-molares. No caso dessa paciente o fator desencadeante para as recessões múltiplas era o trauma da escovação associado ao biótipo periodontal fino. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 3 Foi decidido fazer o recobrimento dessas recessões múltiplas: Para realizar o recobrimento dessas recessões não é apenas puxar para baixo, pois se puxar para baixo haverá gengiva fina recobrindo os dentes e a chance de dar recidiva em um caso desse é grande, pois seria feito apenas o reposicionamento do tecido fino de uma forma correta, mas ele vai continuar sendo fino. Além de puxar o tecido para baixo é necessário melhorar/mudar a forma, espessura e resistência desse tecido gengival, isso é feito com enxerto. Quando é colocado um enxerto abaixo do tecido fino é aumentada a espessura do tecido, então o tecido que antes era fino agora ficará mais espesso e muito mais resistente ao trauma de escovação se caso voltar a acontecer. Essa paciente além de ter as recessões tinha uma lesão de abfração que possui como características ângulos vivos e retos. O trauma ocorre normalmente quando o paciente coloca a escova no corredor bucal e faz movimentos ântero-posteriores com a escova e coloca força. Neste caso será necessário resolver os problemas de recessão associado a abfração. Se o cirurgião-dentista simplesmente puxar o tecido para recobrir essa recessão associada a lesão de abfração não dará certo, pois não há superfície plana para a adaptação do enxerto e retalho. Quando se tem uma lesão de abfração e esta lesão acontece justamente na junção amelo-cementária é perdido tecido coronário, ou seja, é necessário colocar resina. Quando se tem uma lesão cervical não cariosa de abfração associada à uma recessão e essa lesão está envolvendo a junção amelo-cementária (parte da coroa e parte da raiz) é necessário RECONSTRUIR COM RESINA SÓ A PORÇÃO CORONÁRIA, mas se for fazer apenas a reconstrução não dará certo a longo prazo. Se fizer essa reconstrução e recobrir a recessão vai dar certo? Não, pois quando se tem a lesão de abfração é porque houve a quebra de prismas de esmalte criando ângulos vivos na porção da coroa, a causa principal da abfração é contato prematuro, então deve ser identificado previamente o contato prematuro antes de iniciar o tratamento. É necessário colocar o paciente em relação cêntrica (posição condilar que não depende de dentes), quando se tem a intercuspidaçãodentária coincidindo com o côndilo na posição mais central na fossa temos o que chamamos de ORC (Oclusão de Relação Cêntrica). Para fazer um bom ajuste oclusal é necessário desprogramar a mordida com o Jig de Lucia. Portanto antes de fazer todo o tratamento (reconstrução com resina e enxerto) é preciso sentar o paciente na cadeira, colocar o Jig de Lucia, desprogramar a mandíbula, fazer com que a máxima intercuspidação habitual coincida com a relação cêntrica, identificar os pontos de contatos prematuros, fazer o ajuste oclusal e aí sim esse paciente está apto a fazer todos os procedimentos de cirurgia mucogengivais. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 4 Quando se perde aquela linha que divide a junção amelo-cementária existe uma fórmula para determinar dessa linha. Sonda a mesial, terá então a profundidade de sondagem (PS) da mesial, depois sonda a distal e obtém a profundidade de sondagem distal, depois disso acrescenta (soma) 1mm, ou seja, profundidade de sondagem + 1mm, isso é a pré- determinação da JCE. Depois disso marca dois pontos, um na mesial e outro na distal. Neste caso o professor já havia moldado a paciente com silicone de adição e estava com o modelo em mãos, então ele leva as mensurações feitas na boca da pré-determinação da JCE e leva para o modelo fazendo então o enceramento, isso é fazer o projeto da restauração de resina até a JCE, tudo isso é medido com paquímero, identifica os contatos prematuros no modelo, faz o ajuste oclusal no modelo, depois vai para a boca, desprograma a mandíbula, geralmente coincide os pontos de contato prematuros da boca com o modelo, faz os desgastes em boca até o paciente morder em relação cêntrica (ORC), se estiver tudo correto o paciente não terá mais esses problemas de contato prematuro. Depois disso faz uma pequena marcação no limite da JCE que foi determinada anteriormente, faz o bisel para cortar o ângulo vivo para esconder a interface dente/restauração, depois faz condicionamento ácido seletivo para não provocar uma desmineralização profunda da dentina, aplica sistema adesivo, e aí então faz a reconstrução em resina composta, por fim se faz o polimento. Portanto foi feita a restauração de resina até a JCE, não foi colocada resina sobre a raiz, depois de tudo isso pode operar a paciente. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 5 AULA 02 – PERIODONTIA 14/08/2017 (Luiz Gustavo) CIRURGIAS MUCOGENGIVAIS Parte II OBS: São duas unidade que serão abordadas neste semestre, a primeira unidade é esta de cirurgias mucogengivais e depois iremos falar sobre regeneração. Devemos ter a consciência que em qualquer especialidade que formos trabalhar na odontologia iremos esbarrar com a periodontia. Objetivos: I. Fase cirúrgica do tratamento periodontal; II. Conceituar cirurgias mucogengivais; III. Classificação das deformidades ao redor do dente e crista edêntula; IV. Recessão gengival; OBS: Devemos entender que se formos operar um paciente existe um momento certo para isso ser feito, depois entender o que são esses procedimentos, a definição de cirurgias mucogengivais e terminaremos a aula de hoje sabendo classificar os tipos de defeitos gengivais que o paciente tem para conseguir tratar esses defeitos. Hoje entenderemos quais os tipos de defeitos mucogengivais mais comuns que o paciente pode ter, o tratamento vai ser ao longo do semestre. Fases do Tratamento Periodontal Remoção de depósitos bacterianos supra e sub- gengivais Cirurgia periodontal Terapia endodôntica Tratamento restaurador e protético Prevenção da recorrência da Doença Periodontal Terapia inicial relacionada à causa Medidas terapêuticas adicionais Terapia Periodontal de suporte FASE 1 FASE 2 FASE 3 OBS: A periodontia trabalha com plano de tratamento, dividido em fases, só se opera um paciente em periodontia depois que ele passou pelo tratamento básico. A primeira parte do tratamento que é quando recebemos o paciente na clínica é eliminar qualquer forma de infecção ou qualquer área que facilite o acumulo de biofilme e dificulte o controle desse biofilme por parte desse paciente. A fase 1 não envolve apenas raspagem e alisamento corono-radicular (RAR). Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 6 Na fase 2 deve ser avaliada todas as necessidades do paciente, endodontia, cirurgias periodontais, tratamento protético e restaurador. Depois que essa paciente é reabilitado funcionalmente e esteticamente ele parte então para uma terceira etapa (Fase 3) que seria a terapia periodontal de suporte, esta que muitos dentistas e clínicas ignoram, mas que é uma excelente fonte de renda para o consultório. Fase 1: 1. Orientação de higiene bucal e motivação do paciente; 2. Raspagem, alisamento e polimento corono-radicular; 3. Eliminação dos fatores retentivos de placas bacterianas; 4. Extração de raízes residuais e de dentes sem perspectiva periodontal; 5. Tratamentos endodônticos prévios; 6. Pequenas movimentações ortodônticas; OBS: Não se opera nenhum paciente sem que ele tenha passado por uma etapa inicial. Na fase 1 existe uma série de etapas que precisam ser feitas e seguidas. A periodontia não se baseia apenas em RAR, envolve uma série de procedimento que já foram extensivamente discutidos. Deve-se remover qualquer fator retentivo de placa, não se pode ficar perdendo muito tempo nessa fase, tem que focar no objetivo, não precisa ficar fazendo exaustivamente raspagem, no máximo em dois dias faz a raspagem da arcada superior e inferior, espera 30 dias e pode operar o paciente. Se um paciente chega na clínica de periodontia com cárie seria obrigação do aluno fazer a remoção desta cárie com uma ponta diamantada esférica e colocar material restaurador de fácil aplicação, por exemplo ionômero de vidro, cotosol ou Bioplic (uma resina provisória de fácil manipulação). Deve ser feita extração de dentes caso estes estejam condenados, o tratamento endodôntico se for urgente deve ser feito na fase 1, por exemplo uma pulpite onde o paciente tenha dor. Os movimentos ortodônticos são simples, apenas para melhorar por exemplo a higienização do paciente. A parte mais importante é a fase 1, mas na faculdade é difícil por conta do tempo. O ideal seria por exemplo remover próteses antigas e colocar provisórios novos. A adesão do paciente para o controle de placa também é essencial, o paciente deve ter motivação para cuidar de sua saúde bucal, geralmente os pacientes não se motivam a cuidar do que está feio, por isso a importância de remover as próteses antigas e confecção de novas próteses. Objetivos da Fase 1: Eliminação de depósitos bacterianos (biofilme e cálculo); Tecidos inflamados manipulados com maior facilidade; Melhor controle do sangramento trans-operatório; Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 7 OBS: Portanto o importante é possibilitar que esse paciente consiga manter a superfície corono-radicular higienizada. Feito isso é possível que o profissional desenvolva uma superfície higienizada e os tecidos periodontais eles ficam desinflamados, com isso o paciente pode ser operado. Se o tecido estiver inflamado, mesmo se for uma leve inflamação de margem não pode ser operado pois isso pode fazer com que o profissional perca a cirurgia. Se o tecido estiver inflamado o cirurgião-dentista não consegue descolar, o tecido inflamado não suporta nem sutura. No pós-operatório um tecido inflamado que foi suturado devido ao edematende a destender e com essa destenção como ele não tem resistência, não tem colágeno ele dilacera/abre, ocorre uma deiscência precoce da sutura. Protocolo de tratamento das doenças periodontais (FASE 1) DESINFECÇÃO TOTAL DA BOCA (FULL MOUTH DESINFECTION) Arco superior e inferior (período de 24-48 horas); Ultrassom; Instrumentação manual; OBS: O preparo desse paciente no consultório deve ser de uma maneira focada e objetiva, não pode ficar raspando esse paciente “eternamente”, não é como aqui na clínica da faculdade onde estamos aprendendo, devemos pensar que ano que vem estaremos em um consultório e no consultório temos que fazer uso de ultrassom e complementação em todos os dentes da raspagem manual para o alisamento radicular e refinamento da raspagem. Tem que ser focado, o ideal é fazer a raspagem com o ultrassom em uma sessão. Solução de digluconato de clorexidina 0,12%; OBS: As áreas de bolsas periodontais de uma forma mais moderna tem sido preconizada a irrigação com clorexidina ou com solução a base de iodo (PVPI). Pacientes que possuem doença periodontal severa é excelente fazer a irrigação com PVPI, uma semana depois a melhora é nítida, o tecido fica saudável e bem adaptado na superfície da raiz. Portanto a irrigação subgengival junto com a raspagem é excelente. Logicamente o PVPI deve ser para uso intraoral e não aquelas soluções degermantes para lavar as mãos. Se o paciente tiver alergia deve-se usar a clorexidina. Essa irrigação pode ser feita com seringa de 20 ml, quebra a ponta da agulha e penetra na bolsa após a raspagem. Instrução de higiene oral; OBS: A orientação de higiene oral deve ser feita. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 8 I. FASE CIRÚRGICA DO TRATAMENTO PERIODONTAL Objetivos da Fase Cirúrgica: OBS: Os objetivos principais da fase cirúrgica periodontal são: operar pacientes que possuem problemas periodontais residuais OU operar pacientes que não possuem doença periodontal, mas sim um defeito tecidual, que pode ser tecido mole ou tecido ósseo subjacente. Portanto esses são os dois grandes objetivos da fase cirúrgica periodontal A. Tratamento da bolsa periodontal a. Eliminação da bolsa periodontal; b. Redução da bolsa periodontal; OBS: O cirurgião-dentista fez uma raspagem em campo fechado em um paciente que tinha bolsas profundas, na reavaliação foi identificado que o problema da bolsa não havia sido resolvido, então esse paciente terá que ser submetido à uma cirurgia aberta. B. Correção de defeitos anatômicos OBS: Pode haver a necessidade de operar o paciente não porque ele tem doença, mas porque ele tem um defeito tecidual que deve ser tratado. Uma das coisas que os pacientes mais notam na boca são os defeitos da parte rosa (tecido mole), a boca é dividida em estética branca e estética rosa, a rosa é muito mais percebida pelo paciente do que a estética branca. Em relação a estética branca o que os pacientes mais percebem é em relação a forma do dente, se tiver a forma diferente ele nota, em relação a cor ele nem nota tanto. II. CONCEITO DAS CIRÚRGIAS MUCOGENGIVAIS Cirurgia Mucogengival Procedimentos cirúrgicos realizados para preservar a gengiva, remover freio aberrante ou inserção muscular e aumentar a profundidade de vestíbulo (Friedman N. 1957) OBS: Em 1957 foi a primeira vez que um autor chamado Friedman desenvolveu um termo para definir as cirurgias as que eram feitas na década de 50. Cirurgia Plástica Periodontal Procedimentos cirúrgicos realizados para corrigir ou eliminar deformidades anatômicas, de desenvolvimento ou decorrentes de trauma da Gengiva ou Mucosa Alveolar (Miller PD Jr. 1988) OBS: Na década de 80 Miller criou um termo que é usado até hoje: Cirurgia Plástica Periodontal. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 9 Cirurgia Mucogengival Procedimento cirúrgico realizado para corrigir ou eliminar deformidades da morfologia, posição e quantidade de gengiva. (The American Academy of Periodontology, 1992) Terapia Mucogengival: “Procedimentos cirúrgicos e não-cirúrgicos para prevenir ou corrigir defeitos anatômicos, de desenvolvimento, traumáticos ou induzidos por placa da gengiva, mucosa ou osso”. (American Academy of Periodontology, 1996) OBS: O tempo foi passando e a Academia Americana de Periodontia em 1996 criou esse termo que é usado até hoje: Terapia Mucogengival. Cirurgia Plástica Periodontal Procedimentos cirúrgicos realizados para prevenir ou corrigir defeitos anatômicos, de desenvolvimento, traumáticos ou induzidos por placa da gengiva, mucosa ou osso”. (American Academy of Periodontology, 2001) OBS: O termo Cirurgia Plástica Periodontal foi criado pelo Miller, mas foi repaginado e é usado até hoje pela Academia Americana de Periodontia, envolve APENAS procedimentos CIRÚRGICOS usados para corrigir defeitos de gengiva e de osso. OBS: Muitos dentista falam que “a gengiva é o tapete do osso”, e isso é verdade pois se houver um defeito ósseo o tecido gengival acompanha esse defeito ósseo. Tanto é verdade que quando pegamos um paciente para instalar uma prótese fixa de 3 elementos com um pôntico geralmente há uma depressão naquela área que o dente foi perdido, se não for feita uma cirurgia corretiva nessa área a coroa do pôntico ficará com aspecto maior. Os dois termos usados atualmente são: Cirurgia Plástica Periodontal e Terapia Mucogengival. OBS: A DIFERENÇA ENTRE A DEFINIÇÃO DE CIRURGIA PLÁSTICA PERIODONTAL E TERAPIA MUCOGENGIVAL: é que a terapia mucogengival envolve também procedimentos NÃO- CIRÚRGICOS para correção de defeitos de tecidos moles e ósseos, os procedimento não cirúrgicos que conhecimentos são: tracionamento ortodôntico lento (corrige pois permite que o tecido migre para coronal) e sepultamento radicular, essas são duas manobras não cirúrgicas que são usadas para corrigir pequenos defeitos teciduais. EXEMPLO CASO CLÍNICO ONDE FOI FEITO TRACIONAMENTO ORTODÔNTICO LENTO: Duas alunas levaram uma paciente para que o professor avaliasse a perda de tecido gengival entre os dentes (black space), o caso estava até favorável para correção, mas correções de black space com enxerto é algo muito desafiador, não é todos os casos que se consegue. O mais indicado para casos de black space é tracionamento ortodôntico lento. Atualmente existe alguns dentista usando também a mesma substancia aplicada para preenchimento facial para aumentar a papila e fechar o espaço negro, que é o ácido Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 10 hialurônico, o tecido dilata e preenche o espaço, essa também é uma opção de terapia não cirurgia, tem a eficiência por 6 meses. OBS: Devemos entender que trabalhamos em tecido e osso, portanto as cirurgias envolvem a reconstrução tecidual mucogengival e óssea. III. CLASSIFICAÇÃO DAS DEFORMIDADES AO REDOR DO DENTE E ÁREAS EDÊNTULAS AO REDOR DE DENTES OBS: Essa classificação das deformidades mucogengivais é da tabela feita em 1999 e é a classificação mais nova. Se formos falar de cirurgias mucogengivais precisamos saber primeiramente quais são os defeitos/problema. DEFORMIDADE ADQUIRIDAS OU DE DESENVOLVIMENTO Deformidade mucogengivais e condições ao redor dos dentes: 1. Recessão gengival/ tecido mole; 2. Ausência de gengiva ceratinizada; 3. Profundidade vestibular diminuída; 4. Frênulo anormal; 5. Excesso gengival; 6. Coloração anormal; 1. RECESSÃO GENGIVAL a. Superfícies vestibular e lingual; b. Interproximal ou papilar; OBS: Existem duas situações distintas,as recessões unitárias e as recessões múltiplas. A frequência de recessões múltiplas é muito maior que o aparecimento de recessões unitárias, umas das causas principais do aparecimento de recessões é a condição intrínseca que é o perfil periodontal fino (osso fino e gengiva fina) associado ao trauma de escovação, este que é provocado quando o paciente realiza movimentos amplos anteroposteriores e com força. Teremos posteriormente uma aula só de técnica de recobrimento de recessões unitárias e outra aula só de recobrimento de recessões Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 11 múltiplas. Classificamos a técnica de recobrimento de acordo com o tipo de recessão: unitárias e múltiplas. As recessões unitárias são divididas em rasas, médias e profundas, para cada uma delas existe uma solução/tratamento/cirurgia. A recessão unitária muitas vezes é causada por freio, muitas vezes há uma inserção muscular muito próxima da margem que traciona esta área. Quando se tem a migração da papila para apical expondo a JCE interproximal (black space) tem-se uma recessão interproximal. Esse é um dos problemas mais desafiadores que existe na periodontia 2. AUSÊNCIA DE GENGIVA CERATINIZADA OBS: É muito comum o paciente ter recessão desta forma pós tratamento ortodôntico. Esse tipo de recessão gengival a recessão termina em mucosa alveolar, esse tipo de tecido não se pode ter ao redor de dentes, a raiz deve ser recobrida e devolver uma faixa de gengiva inserida para esta região. Essa recessão da imagem ao lado é uma recessão Classe II de Miller que é uma recessão que termina em mucosa alveolar, são casos difíceis de tratar. Existe uma manobra para avaliar a quantidade de gengiva inserida, no conceito de gengiva inserida devemos descontar os mm de profundidade de sulco. Não podemos permitir que dentes ou implantes sejam circundados por mucosa alveolar, pois esta é um tecido muito fino, muito móvel. Paciente que tem implante e tem mucosa alveolar ao redor desse implante o tecido movimenta e entra alimento, então o paciente reclama que está entrando alimento e que ele não está conseguindo higienizar, isso pode gerar trauma e também uma peri-implantite que é uma doença periodontal ao redor dos implantes que é algo muito comum. VÍDEO DE CIRURGIA MUCOGENGIVAL NA REGIÃO QUE POSSUIA AUSÊNCIA DE GENGIVA CERATINIZADA AO REDOR DO DENTE: É feito um retalho dividido onde o tecido conjuntivo é dividido ao meio, o retalho fica com epitélio e conjuntivo, cria-se então um leito de conjuntivo sangrante para receber o enxerto, o objetivo disso é tirar o enxerto do palato, transferir para esta área e aumentar a faixa de gengiva inserida que falta nesta área, que é um defeito mucogengival que está sendo corrigido por uma cirurgia mucogengival. É feito uma “mapa” da quantidade de tecido conjuntivo necessário para a área e este mapa é levado para o palato Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 12 para delimitar o tamanho da área a ser incisada. Quem irá nutrir o enxerto retirado do palato é o leito de conjuntivo sangrante. 3. PROFUNDIDADE DE VESTIBULO DIMINUIDO OBS: Para saber se a profundidade de vestíbulo é rasa ou não é só puxar o lábio do paciente para frente, se terminou o tecido gengival e o lábio começou em 90o o paciente não tem profundidade de vestíbulo. Se o tecido desceu é necessário colocar o tecido na posição correta, mas no caso da profundidade de vestíbulo diminuída não há tecido para puxar, o tecido não vai, então essas são situações muito desafiadoras. O exemplo da imagem onde se tem recessões duplas em área anterior com fundo de vestíbulo raso são casos bem difíceis, geralmente é necessário duas cirurgias para corrigir este defeito mucogengival, primeiro tem que ganhar tecido para depois reposicionar esse tecido e corrigir a recessão. 4. FRÊNULO ANORMAL OBS: Existem casos como o da imagem ao lado onde se tem freios muito extensos ou a inserção do freio bem baixa próxima da margem, para saber se a inserção está baixa deve-se puxar o lábio com a mão, se isquemiar a margem gengival é um indicativo clinico que o freio deve ser removido. 5. EXCESSO GENGIVAL OBS: Existiam excessos gengivais provocados por medicações, mas atualmente existem medicações muito mais modernas que não provocam esse tipo de alteração tecidual. O nosso grande problema hoje é o excesso gengival provocado por erupção Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 13 passiva alterada que requerem os aumentos de coroa clinica estética. Excesso gengival está muito associado a pacientes que possuem coroas clínicas curtas, muitas vezes como resultado de uma erupção passiva alterada. VÍDEO DE CIRURGIA MUCOGENGIVAL NA REGIÃO QUE POSSUIA EXCESSO GENGIVAL (AUMENTO DE COROA CLINICA ESTÉTICO): A tomografia sempre deve fazer parte do planejamento, com ela é possível ver distancia da crista óssea da junção amelo-cementária (JCE). Até um tempo atrás era feito a moldagem, com o modelo em mãos fazia-se as medidas, mandava para o laboratório fazer o scaneamento do modelo, era gerada uma imagem digitalizada, eram feitas marcações (furos) no modelo para definir a nova posição da margem, aí então no laboratório o protético fazia o guia cirúrgico. Atualmente se trabalha de uma forma muito mais rápido, ao invés de moldar é feito o scaneamento da boca do paciente com scanner intraoral, manda isso para o laboratório e aí o protético faz o guia, esse guia tem uma precisão absurda, encaixa milimetricamente na boca do paciente, pois o bloco é fresado por uma fresa com gramatura especifica (Cad Can). Tudo isso começa com um planejamento estético, todo caso de aumento de coroa clinica deve ser feito um planejamento estético, analisa facial, planejamento TSD, fotos, linhas horizontais, linhas verticais, distancia inter- pupilar, cálculo da largura e comprimento do dente e aí fazer o guia cirúrgico. Com o guia pronto ele é levado a boca, a lâmina de bisturi deve ser apoiada no guia para a incisão precisa. A necessidade de rebater retalho ou não depende das mensurações feitas na tomografia, depende da distância da crista óssea até a JCE, caso não se tenha acesso a tomografia a decisão de se rebater retalho ou não será decidida através da sondagem feita após a remoção do colarinho gengival, se a sondagem for menor que 3mm deve ser feito a osteotomia e osteoplastia. Uma coisa que muitos cirurgiões-dentistas não entendem é que não é apenas tirar altura óssea, o osso deve ser afinado (osteoplastia), se não reduzir em espessura dá recidiva. Então quando houver necessidade a osteotomia deve ser feita, a osteoplastia também, áreas de bossa devem ser contornadas, áreas de fossa devem ser aprofundadas, o osso deve ser esculpido. A crista óssea esta colada na JCE, então é necessário remover crista óssea, muitos alunos acham que essa raiz vai ficar exposta, mas na verdade durante a cirurgia irá remover osso para expor a quantidade que normalmente deve ser exposta, ou seja, na verdade foi criado espaço biológico para acomodação das fibras conjuntivas periodontais. Depois são feitas as suturas, essas devem adaptar corretamente o retalho. 6. COLORAÇÃO ANORMAL OBS: Uma outra alteração que temos é a alteração de cor, a imagem ao lado mostra dois casos diferentes, ou seja, nem toda alteração de cor é excesso de pigmentação melânica. Essas colorações anormais geram um impacto muito grande na estética. Essa pigmentação é removida com brocas, isso porque as células Ana Carolina Moraes da Costa– Periodontia NP1 8º Período 14 que produzem a melanina chamam-se melanócitos, esses ficam localizados na camada basal que é a camada mais jovem e mais interna das células epiteliais, é o “berçário” das células epiteliais, onde ela se multiplica, conforme a célula vai envelhecendo ela vai subindo para as camadas mais externas. Essa camada basal é a que está adjacente ao tecido conjuntivo, os melanócitos ficam ao lado do tecido conjuntivo, então se quiser remover a hiperpigmentação melânica é necessário passar uma ponta diamantada esférica acoplada em alta rotação com irrigação e tem que passar a ponta diamantada até sangrar, porque quando sangra é porque chegou no tecido conjuntivo, se chegou no tecido conjuntivo então ultrapassou a camada basal. Depois da cirurgia deve ser colocado cimento cirúrgico. Só ocorre recidiva se em algum momento da cirurgia o cirurgião-dentista não passar a ponta diamantada em alguma ilha de melanócitos, esses irão continuar produzindo melanina, então vai ter um pigmento, se isso ocorrer é só anestesiar e passar a ponta diamantada novamente até o momento que o melanócito for eliminado. Na imagem anexada acima o caso superior é a pigmentação melânica (melanócitos localizados na camada basal), já no caso debaixo a pigementação não está no epitélio, mas sim no tecido conjuntivo, essa mancha era tão profunda que estava quase próxima do periósteo. Então no caso de manchas escuras profundas deve-se colocar o tecido conjuntivo por baixo, depois que cicatriza o pigmento vai para as camadas superiores, então é possível passar a ponta diamantada para remove-lo. EM ÁREAS EDÊNTULAS 1. DEFICIÊNCIA VERTICAL E/OU HORIZONTAL OBS: O único defeito mucogengival que não se tem em rebordo desdentado é a recessão, porque para ter recessão tem que ter coroa e raiz, portanto em área desdentada não se tem recessão, mas sim defeito de deficiência vertical e/ou horizontal. Esse tipo de defeito está em alta nas cirurgias reconstrutivas, que é corrigir/reconstruir defeito em rebordo. Até uns anos atrás esse tipo de cirurgia não era previsível, hoje com as membranas, com as técnicas cirúrgicas é possível ganhar osso. Professor disse que tem casos documentados feitos em seu consultório onde ele obteve resultados fantásticos. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 15 Corrigir defeitos de rebordo não é apenas para colocar um implante, precisamos devolver além da função a estética também. VÍDEO DE CIRURGIA MUCOGENGIVAL NA REGIÃO EDÊNTULA COM DEFICIÊNCIA ÓSSEA VERTICAL E HORIZONTAL: Foi realizada uma tomografia e com ela foi impressa a maxila do paciente em 3D, com isso foi calculado exatamente o tamanho da membrana necessária, foi medido o tamanho do enxerto necessário, depois disso partiu-se para a cirurgia. Uma cirurgia dessa, numa área dessa o profissional já tem que ir em mente tudo o que deverá fazer, passo a passo, para não cometer erros, um movimento errado, uma incisão errado, uma dilaceração, um retalho rebatido de forma incorreta acaba com a cirurgia. É uma cirurgia previsível, desde que siga passo a passo do que deverá ser feito, além do que os matérias são extremamente caros, portanto deve-se ser minucioso para não cometer erros. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 16 AULA 03 – PERIODONTIA 21/08/2017 (Luiz Gustavo) CIRURGIAS MUCOGENGIVAIS Parte II RECESSÕES GENGIVAIS OBS: Na aula passada foi comentado um pouco sobre recessões gengivais, hoje será falado a aula inteira sobre os aspectos importantes dessas recessões gengivais. Objetivos: I. Definição de recessões OBS: Primeiramente devemos entender o que é uma recessão, o que causa uma recessão, entender os mecanismos que geram o desenvolvimento das recessões e as classificações das mesmas. OBS: Para quem quer seguir o caminho da ortodontia é importantíssimo saber quais são os pacientes de risco para as recessões gengivais, porque o professor relatou que o que ele mais recebe no consultório são pacientes que passaram pela ortodontia e possuem recessões gravíssimas. Portanto se o ortodontista desconfiar que o paciente é de risco para desenvolver recessões ele deve encaminhar para o periodontista para realizar cirurgias para depois começar o tratamento ortodôntico. II. Etiologia das recessões OBS: Existem pacientes que possuem uma predisposição maior em desenvolver recessões, tem pacientes que nunca terão recessão, já outros pacientes que possuem problema periodontal que possuem migração do epitélio juncional mas não possuem recessão. O paciente que tem recessão tem migração do epitélio juncional E da margem gengival obrigatoriamente, expondo raiz. Portanto, são situações diferentes que os cirurgiões-dentistas confundem. Se eu entendo que recessão é a migração da margem gengival para apical eu entendo que a raiz vai ser exposta e entendo também que existe um limite parâmetro para definir padrões de recessões, esse padrão que temos é dentário: JCE (junção amelo-cementária). Mas como iremos definir a JCE se o paciente perdeu a JCE por exemplo em casos que há resina em cima dessa JCE, ou pode haver lesão cariosa, então nesses casos existe uma manobra clínica para pré-determinar a JCE para podermos classificar a recessão e assim planejar a cirurgia. Se for restaurar um dente que possui uma lesão não cariosa de abfração é necessário saber até onde deve ser inserida a resina composta, por isso a necessidade de pré-determinar a JCE. Tudo deve ser feito em cima de um planejamento. III. Patogênese das recessões OBS: Quando estudarmos sobre a patogênese das recessões iremos entender porque ela acontece em tecido fino e não acontece em tecido espesso, o motivo é exclusivamente a espessura de tecido conjuntivo que separa os dois tipos de epitélio: epitélio sulcular e epitélio Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 17 oral. Veremos que durante um processo inflamatório haverá um prolongamento das cristas epiteliais, indivíduos que possuem gengiva fina as cristas se encontram e isso gera atrofia, os que possuem gengiva espessa as cristas epiteliais não se encontram então não há recessão gengival. IV. Classificações das recessões OBS: Iremos estudar principalmente a classificação de Miller, se entendermos a classificação saberemos que tipo de caso que está indicado a cirurgia e que tipo de caso que jamais será possível. I. DEFINIÇÃO DAS RECESSÕES As recessões são definidas como o deslocamento da margem gengival para apical em relação à sua posição fisiologia, com exposição patológica da superfície radicular; Recessão = perda de gengiva; OBS: Quando se tem recessão a raiz está exposta, e raiz exposta quer dizer que a margem da gengiva migrou para apical. Essa movimentação da margem se dá no sentido vertical. De uma forma muito simples de ser definida, a recessão nada mais é que perda de gengiva. Idealmente a solução para isso é devolver tecido, colocar tecido sobre essa raiz, isso não significa que colocar resina é errado, mas o ideal é devolver para a região o tecido que foi perdido. Devemos ter em mente que o termo retração refere-se ao deslocamento lateral/horizontal do tecido, isso só acontece na prótese quando se coloca um fio retrator para fazer uma moldagem do duplo fio por exemplo O termo recessão pode ser subdividido em duas categorias: 1) Recessão gengival: Há presença de uma faixa de gengiva inserida apical à recessão; OBS: Recessão gengival refere-se àquelarecessão que está contida dentro de uma faixa de gengiva inserida, ou seja, tem-se a recessão e depois da recessão ainda tem gengiva inserida residual. Essa é chamada de recessão gengival. Veremos posteriormente na classificação de Miller que essa recessão também é chamada de recessão Classe I, que são recessões extremamente favoráveis para o recobrimento radicular. Neste tipo de recessão se a gengiva não for Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 18 muito fina as vezes não há a necessidade de colocar enxerto conjuntivo por baixo do recobrimento, mas isso será explicado posteriormente. 2) Recessão marginal tecidual: Não há presença de uma faixa de gengiva inserida apical à recessão; OBS: A recessão marginal tecidual é o nome dado aos onde se tem a recessão e apical à esta recessão tem mucosa alveolar, ou seja, não tem mais gengiva inserida. Obviamente esse tipo de recessão é mais difícil clinicamente de operar para recobrimento, pois nesse caso como não tem uma faixa de gengiva inserida há a necessidade de criar essa faixa, geralmente tem que operar esse tipo de recessão mais de uma vez. Quando se tem uma recessão marginal tecidual, ou seja, uma recessão que termina em mucosa alveolar obrigatoriamente tem que ser colocado um enxerto de tecido por baixo para melhor a característica deste tecido, ou seja, torna-lo mais ceratinizado. Portanto as características das recessões geram consequências/necessidade durante o procedimento cirúrgico mucogengival de recobrimento radicular. Mensuração A recessão é mensurada como a distância entre junção cemento-esmalte e a margem gengival; OBS: Para mensurar a recessão é uma forma muito simples: calcular a distância da JCE à margem gengival, isso é o comprimento da recessão. Devemos entender que para ter sucesso no recobrimento radicular ou indicar determinada cirurgia de recobrimento temos que ter certeza de onde está a JCE. Se essa JCE foi perdida existe uma técnica para pré-determinar a posição da JCE. A imagem ao lado mostra um caso onde o paciente tem lesão de abrasão na maioria dos dentes, ou seja, perdeu-se a JCE. Para fazer a pré-determinação da JCE foi obtido o modelo de gesso, depois disso foi medido em boca a profundidade de sondagem na mesial e distal e acrescentando mais 1mm, depois disso marcava com lapiseira no modelo de gesso dois pontos, depois é feito enceramento do modelo de gesso com cera até o local onde se deseja reestabelecer a JCE com resina (de acordo com as medidas de PS + 1mm feitas em boca), depois mede esse modelo de gesso com paquímero, depois leva esse paquímero travado para a boca do paciente, risca/marca a raiz e faz a reconstrução até a marcação da JCE que foi pré-determinada. Depois de reconstruir pode ser feita a cirurgia mucogengival. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 19 II. ETIOLOGIA DAS RECESSÕES Fatores predisponentes são aqueles que não provocam, mas favorecem seu surgimento quando estão presente os fatores causais, como o traumatismo e/ou biofilme bacteriano; OBS: Entender sobre a etiologia das recessões é saber quais os fatores predisponentes e os fatores de risco para o desenvolvimento das mesmas. O indivíduo pode carregar uma herança genética que pode predispor alguma alteração ou patologia, até mesmo diabetes, hipertensão, câncer, mas devemos saber que uma coisa é predisposição e outra coisa é desenvolver a doença, então devemos entender que os fatores predisponentes não obrigatoriamente vão desenvolver o processo de alguma doença, isso se aplica também para a recessão. Portanto o indivíduo pode ter o gene, os fatores predisponentes mas o que vai gerar a recessão são os fatores desencadeantes. Fatores Predisponentes 1) Deiscência óssea; OBS: Defeito de deiscência é aquele defeito que rompe a cortical. Tem a crista óssea que é a rompida, ocorre uma solução de continuidade gerando a exposição da raiz. 2) Fenestração óssea; OBS: A fenestração é aquele defeito que expõe raiz mas que não rompe a crista óssea. 3) Cortical óssea fina; Deiscência óssea, fenestração óssea e cortical óssea fina: A morfologia óssea é determinante na morfologia do periodonto e na predisposição à recessão; Há uma correlação positiva entre a medida de recessão e da deiscência; Uma cortical óssea mais espessa garante uma estabilidade maior da margem gengival; OBS: Quando se tem defeitos ósseos como esses abaixo do tecido gengival, caso ocorra algum trauma neste tecido gengival esse sofre um processo de atrofia e migra para apical, se ele migra para apical e não tem osso embaixo ocorrerá a exposição de raiz. Esses são defeitos que rompem a crista óssea, a tabua óssea vestibular ou lingual. Se o paciente tiver uma cortical óssea fina e colocar aparelho ortodôntico por exemplo se o ortodontista fazer movimento de corpo onde o dente e raiz vão contra a tabua óssea vestibular essa tabua óssea irá reabsorver. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 20 OBRIGATORIAMENTE para o paciente ter recessão gengival ele deve ter abaixo do tecido gengival um defeito de deiscência ou um defeito de fenestração. Se o paciente não tiver esses dois defeitos, mas tem o osso fino, caso o ortodontista por exemplo movimente esse dente (coroa e raiz) contra essa cortical fina essa irá ser reabsorvida, terá uma deiscência nessa região. 4) Ausência de tecido queratinizado; 5) Pequena espessura de tecido queratinizada; 6) Má posição dentário; OBS: Por exemplo dentes girovertidos, dentes vestibularizados, raiz projetada contra a cortical óssea, isso tudo gera recessão. 7) Vestíbulo raso; OBS: Vestíbulo raso faz com que as inserções musculares fiquem muito próximas da margem gengival, tracionando essa margem e gerando defeitos de recessão. Todos esses defeitos citados acima são defeitos intrínsecos ao paciente, ou seja, o paciente nasceu assim, ele vai crescer assim e será sempre assim, são características genéticas próprias do paciente. Mesmo que o paciente tenhas essas características é possível a realização de cirurgias para melhorar por exemplo a resistência do tecido gengival, com as cirurgias de recobrimento é possível mudar o biotipo do tecido da pessoa. Ao observar esta imagem ao lado em uma vista frontal é possível ver a recessão, mas em uma vista lateral (perfil) é notável que o dente esta vestibularizado em relação ao outro, isso é muito comum. Uma raiz na posição erra vai irrompendo e pressionando a cortical óssea e isso gera um defeito de deiscência e consequentemente uma possibilidade de recessão altíssima. Se observar um freio próxima da margem gengival e se ao tracionar lábio houver isquemia na área de recessão devemos entender que isso é um fator que pode progredir a recessão. Veremos que o trauma oclusal não é 100% aceito na literatura como fator desencadeantes da recessão gengival. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 21 Fatores desencadeantes ou causais são aqueles que provocam o surgimento das recessões como o traumatismo e/ou biofilme bacteriano; OBS: O cenário ideal para o paciente desenvolver a recessão são 3: defeitos ósseos (osso fino, deiscência e fenestração), tecido gengival fino e um trauma na área (pode ser principalmente trauma da escovação que é gerado pelos movimentos antero-posteriores com cerdas não muito macias com força). Fatores Desencadeantes: 1) Escovação traumatogênica; OBS: A escovação traumatogênica também refere-se ao uso incorreto do fiodental, de forma traumática. As recessões múltiplas geralmente são causadas por escovação traumática. 2) Movimentação ortodôntica fora dos limites ósseos; OBS: Por exemplo quando o ortodontista resolver vestibularizar dentes para ganhar espaço em um indivíduo que possui cortical óssea fina, essa força contra a cortical irá gerar reabsorção óssea. 3) Inflamação (bacterianas, virais); 4) Grampo, barro ou sela em PRR; OBS: Próteses parciais removíveis mal adaptadas e traumáticas é um fator desencadeante de recessão gengival. A maioria dos cirurgiões dentistas fazem mandam para o laboratório o modelo sem nem se quer desenhar a PPR, ou seja, sem planejamento, portanto a probabilidade dessas PPRs mal planejadas causarem traumas é enorme. “A PRR é igual o SUS, lindo na teoria, mas a realidade é completamente diferente”. 5) Invasão do espaço biológico; OBS: Restaurações que se estendem abaixo da margem gengival. A invasão gera inflamação que gera recessão. Lembrando que atualmente quando se vai trabalhar com facetas e lentes de contato não se faz mais preparo subgengival. Para fazer um faceta com preparo subgengival só se for para mascara um substrato escuro, então se estende o preparo para baixo da margem para esconder a raiz escura. Portanto a invasão do espaço biológico é raríssima quando se faz um adequado planejamento. Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 22 6) Incisão relaxante mal situada; OBS: Incisões em locais errados. Professor citou um caso onde um aluno fez uma incisão no centro da raiz de um dente que já tinha recessão, isso resultou em uma recessão maior ainda e tiveram que operar novamente o paciente para corrigir esse erro. 7) Exodontia; OBS: Por exemplo em exodontias de terceiros molares, depois da cicatrização alguns pacientes voltam e reclamam que depois da cirurgia sentem sensibilidade na região do segundo molar. Isso ocorre porque na cirurgia o osso cortical entre o segundo e o terceiro molar foi desgastado com a broca, então há o abaixamento da crista óssea distal do segundo molar, tendo então uma pequena exposição de raiz e gera sensibilidade. Aumento de coroa clínica funcional, ao fazer a osteotomia esta é estendida para distal e para a mesial, há uma exposição da raiz dos dentes vizinhos, essa exposição tem um limite para ser feito, por isso que aumento de coroa clinica funcional deve ser muito bem avaliado porque o prejuízo pode ser maior que o benefício. 8) Lesões cervicais não cariosas; OBS: Já foi comentando anteriormente, como por exemplo a abfração e abrasão. 9) Traumatismo oclusal (?); OBS: Até hoje na literatura não conseguiu-se provar cientificamente que o trauma oclusal gera recessão. Mas o professor relatou que clinicamente há casos onde se observa e é nítido que o trauma oclusal gera recessões. Etiologia das recessões gengivais (fatores não traumáticos) Bacterianas Marginais; Apicais; Mistas Traumáticas/ Bacterianas Virais OBS: Existem recessões causadas por gengivite podem acontecer, mas é claro que o paciente deveria ter um defeito ósseo subjacente. Mas um tecido muito fino com má higienização dental gera recessão. Devemos entender que as recessões não são causadas apenas por traumas mecânicos Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 23 (escovação e PPRs mal adaptadas), mas também por traumas químicos, pois as bactérias geram produtos de seu metabolismo e isso gera traumas químicos no tecido gengival. A ausência de tecido interproximal também é um tipo de recessão, pois o tecido migrou para apical expondo os espaços (black space). III. PATOGÊNESE DAS RECESSÕES Inflamação 1. Biotipo periodontal fino; 2. Processo inflamatório (placa ou trauma de escovação); 3. Processo inflamatório; 4. Inflamação em todo conjuntivo; 5. Crescimento das cristas epiteliais; 6. Fusão das cristas epiteliais (Epitélio do sulco e oral); 7. Atrofia do conjuntivo gengival; 8. Migração apical da margem gengival livre; 9. Reabsorção óssea; 10. Recessão; OBS: Para entendermos como a recessão se desenvolve temos que imaginar o seguinte cenário: um desenho esquemático onde temos dente, epitélio juncional, epitélio sulcular e epitélio oral externo, e este dente é de um paciente que tem biotipo fino, com isso entendemos que o tecido conjuntivo que está ali no meio tem uma distância pequena, ele é fino e frágil. Temos que entender também que há projeções do tecido epitelial, naturalmente temos as cristas epiteliais somente no epitélio oral externo em uma condição de saúde. Numa condição de saúde a relação do epitélio sulcular e juncional com o conjuntivo tem-se um plano reto. A partir do momento que se tem um trauma que gera um processo inflamatório nesse tecido conjuntivo temos como resposta à este trauma uma proliferação das células mais internas de todos os epitélios, então as cristas epiteliais aumentam, aonde não tinha cristas epiteliais agora por conta da proliferação das células da camada basal do epitélio começa a ter cristas epiteliais onde antes não tinha, ou seja, no epitélio juncional e epitélio sulcular. Essa proliferação é facilmente entendida uma vez que a função do epitélio é de proteção, ele age como uma barreira frente aos agentes agressores externos. Então quando se tem uma Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 24 agressão a resposta do organismo à esta é aumentar a espessura da barreira para aumentar a efetividade da proteção. Se essa proliferação persiste essas cristas epiteliais elas continuam a se proliferar e chega num momento em um estágio posterior essas cristas epiteliais do epitélio oral externo se encontram com as cristas epiteliais (que proliferaram) do epitélio juncional e epitélio oral, ocorre então uma fusão dessas cristas, criando ilhas de tecido conjuntivo que acabam sendo isolados por essas cristas epiteliais, essas ilhas de tecidos conjuntivo uma vez isoladas sofrem uma diminuição no recebimento de oxigênio e nutrientes, então esse aporte de oxigênio e nutrientes geram uma atrofia do tecido conjuntivo, quando se tem um processo de atrofia esse tecido conjuntivo diminui de volume e o tecido epitelial que está no topo do tecido conjuntivo acompanha essa diminuição. Portanto se tem uma migração apical da margem gengival gerando as recessões e exposição da raiz caso tenha abaixo defeitos ósseos (ex: deiscências) Devemos entender que essa fusão das cristas epiteliais e essa atrofia do tecido conjuntivo só acontece quando a distância entre os epitélios for pequena, ou seja, quando o paciente tem biotipo periodontal fino. MUITO IMPORTANTE: Numa situação contrária, onde o tecido gengival é espesso, ou seja, biotipo espesso. Quando se tem o processo inflatório causado por trauma mecânico ou por bactérias, essa inflamação do tecido conjuntivo através de mediadores químicos inflamatórios (citocinas) induzem a proliferação epitelial do mesma forma que foi explicada logo acima, haverá um proliferação de cristas nos epitélios juncionais e sulculares (que antes não tinham cristas epiteliais), mas o tecido conjuntivo é tão espesso que as cristas epiteliais mesmo se proliferando não se fusionam, se elas não se fusionam não há aquele aprisionamento de ilhas de tecido conjuntivo então não há o processo de atrofia pois o tecido conjuntivo continua recebendo oxigênio e nutrientes. Por isso que muitos casos de pacientes que possuem periodontite, possuem bolsa, possuem migração apical do epitélio juncional, mas não há a migração da margem, a margem permaneceà nivel da JCE (junção amelo-cementária), tudo isso porque o tecido desses pacientes são espessos. Portanto concluimos que os pacientes que possuem biotipo periodontal fino possuem um fator de risco para a recessão gengival. IV. CLASSIFICAÇÃO DAS RECESSÕES Sullivan & Atkins (1968) Rasas e estreitas; Rasas e largas; Profundas e estreitas; Profundas e largas; Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 25 OBS: Foram colocados limites numéricos para distância mésio-distal, era classificada como estreita quando tinha uma distância mesio-distal menor que 3mm e larga quando era maior que 3mm. A profunda era quando ultrapassa a união mucogengival. “O grande problema da Classificação de Sullivan e Atkins (1968) é que ela não estabelece uma boa previsibilidade de recobrimento, além de permitir um critério de subjetividade”. OBS: Independente desses padrões numéricos existia uma crítica pois essa classificação inicial não fornecia a informação de uma previsibilidade de tratamento. Miller (1985) Classe I; Classe II; Classe III; Classe IV; OBS: Em 1985 foi então desenvolvida por Miller uma nova classificação, que é usada até hoje para classificar as recessões. Essa classificação é importantíssima, de tudo que o professor falou até agora essa a parte mais importante a ser gravada. O grande diferencial dessa classificação determina quais as recessões são passiveis de recobrimento ou não. CLASSE I – Recessão restrita à gengiva inserida, não se estendendo até a junção mucogengival. Não há perda tecidual interdentária. Recobrimento radicular POSSÍVEL; OBS: A Classe I é aquela recessão chamada de Recessão Gengival, porque ela está restrita à gengiva inserida, ela está AQUÉM (antes) da junção mucogengival. Não há perda óssea interproximal. Essa é a recessão mais previsível para recobrimento. Como saber que não perdeu tecido interproximal? Iremos olhar clinicamente, a princípio se a papila estiver preenchendo todo o espaço isso é um indicativo de que não há perda, mas se o profissional ainda tiver dúvida é só fazer uma tomada radiográfica interproximal (de preferência Bite Wing se for dente posterior), com a radiografia em mãos avaliar a distância da crista óssea à JCE, essa distância pode ser de ATÉ 2mm, acima de 2mm já se tem perda óssea interproximal. Se não houver perda óssea e tiver essa recessão dentro dos limites da gengiva inserida o recobrimento radicular é possível Ana Carolina Moraes da Costa – Periodontia NP1 8º Período 26 CLASSE II – Recessão se escondendo até ou além da junção mucogengival. Não há perda tecidual interdentária. Recobrimento radicular POSSÍVEL; OBS: Na Classe II a recessão vai ATÉ ou ALÉM da junção mucogengival, também não há perda óssea interproximal. Neste caso também a 100% de possibilidade de recobrimento radicular, desde que o profissional use e domine a técnica correta, já é uma cirurgia mais desafiadora. Se a recessão está em mucosa alveolar ela não para, ela vai até o ápice se não for feito nada, então é necessário fazer cirurgia de recobrimento. Recessões Classe II que terminam em mucosa alveolar ela é progressiva, é uma certeza que ela aumentará com o tempo. O que diferencia a Classe I da Classe II? Apenas o limite da recessão, o tecido que se tem apical à recessão. Na Classe I ainda há uma faixa de gengiva inserida residual, não há perda óssea e a possibilidade de recobrimento é 100%. Na Classe II essa recessão já atingiu ou ultrapassou a união mucogengival, não tem perda óssea e a possibilidade de recobrimento é 100%. CLASSE III – Recessão que se estende até ou além da união mucogengival. Há perda de tecido ósseo interproximal, porém coronária à extensão da recessão. Recobrimento radicular parcial; OBS: Na Classe III a recessão vai ATÉ OU ALÉM da união mucogengival, há perda óssea interproximal, mas esta perda óssea está localizada em posição coronária à recessão. Nestes casos observamos a perda de papila e visam lateral da raiz, nesses casos a possibilidade de recobrimento é parcial. Devemos entender que há perda óssea interproximal, só que a perda óssea está em uma posição mais coronária que a perda da recessão tecidual. A perda de osso está mais coronária à perda de tecido mole. CLASSE IV – Recessão que se estende até ou além da junção mucogengival. Há perda de tecido ósseo interproximal, porém apical à extensão de recessão. Impossibilidade de recobrimento radicular; OBS: Na Classe IV a recessão vai ATÉ ou ALÉM a junção mucogengival. Tem perda óssea interproximal, mas o osso esta apical à recessão. Neste caso não a possibilidade de realizar o recobrimento radicular.
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