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INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO ARQUITETURA E URBANISMO
Jakeliny Clementino Lopes
VISITA TÉCNICA À OBRA ALTTO VILA MADALENA
São Paulo 2019
Sumário
Introdução
O Allto Vila Madalena é um projeto sofisticado na Zona Oeste de São Paulo localizado na rua Harmonia, 1085, sendo essa uma via tranquila e misturada a grande diversidade de estabelecimentos comerciais. O projeto conta com 2 apartamentos por andar, 38 andares e apartamento de 271m² com 3 e 4 suítes. Além disso, o empreen- dimento contará com quadra de tênis, piscinas adulto e infantil, piscina coberta com raia de 25 m, salão de festas, terraço de festas, churrasqueira, academia, bicicletário, sauna, brinquedoteca e playground.
https://www.even.com.br/sp/sao-paulo/vila-madalena/residencial/altto-vila-madalena
https://www.even.com.br/sp/sao-paulo/vila-madalena/residencial/altto-vila-madalena
Imagens 01 e 02 - Planta de implantação e perspectiva artística
A execução do projeto é de responsabilidade da construtora Even e se encontra ainda na fase de fundação, que é do tipo hélice contínua.
Objetivo
A visita técnica ao canteiro do empreendimento aconteceu no dia 20/04, tendo como principal objetivo, analisar diversos aspectos acerca do desenho de um canteiro de obras em uma área urbana da região metropolitana de São Paulo. Devido ao elevado custo dos terrenos nessas regiões, a edificação tendeu a ocupar uma alta porcentagem do terreno em busca de alcançar uma maior maximização e rentabilidade. Em decorrência desse fato, o canteiro exige um nível alto de cuidado no planejamento e o seguimento de uma abordagem mais criteriosa.
Desenvolvimento
Primeiramente foi notado o correto fechamento de áreas por meio de tapumes ao longo de toda a testada do terreno, a qual possibilita a proteção aos transeuntes e a correta aplicação do artigo 318 do Código de Obras no que se refere ao leito do passeio, a qual se encontrava em bom estado de conservação e limpeza. Além disto, pode-se acrescentar o fato da ausência de quaisquer detritos caídos da obra ou resíduos nos trechos do passeio.
Em relação a questão de utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) foi verificado que, todos os funcionários contavam com equipamentos como: capacetes e botas, as quais auxiliam na prevenção de acidentes e doenças advindas do ambiente de trabalho. Infelizmente o canteiro encontrava-se com poucas placas de sinalização de possíveis perigos, rotas de segurança e de fuga, instalações em seu interior e alguns funcionários não contavam com todos os equipamentos de seguranças básicos, como por exemplo: luvas e máscaras.
Imagens 03 e 04 - Funcionários com equipamentos de segurança insuficientes.
Os materiais de estocagem se encontravam em condições que os depreciavam (ação da chuva, sol e vento), mas não em pilhas muito grandes ou altas, que seriam difíceis de acesso e poderiam cair com maior facilidade.
Imagem 05 - Estoque de armaduras.
No que diz respeito à protensão de armaduras a NR 18 diz que, o local deve ser isolado e conter barreiras que impeçam a passagem de pessoas que circulam em torno do macaco ou sobre ele. Já em relação às estruturas metálicas, deve ser montado um piso provisório que abrange toda a área do piso inferior a qual esteja sendo realizado o trabalho de rebitagem, soldagem e parafusagem. O canteiro de obras do empreendimento não respeita as questões da protensão de armaduras e estruturas metálicas, pelo fato de que foi verificada a presença insuficiente de barreiras e a ausência de um piso provisório. No setor de armação, deveria haver uma bancada firme, e principalmente um telhado de proteção contra intempéries, porém isso também não ocorre.
Imagem 06 - Armadura protendida com quantidade deficiente de barreiras.
Um cuidado que deve ser destacado é o que diz respeito à necessidade de proteção de pontas horizontais e verticais de vergalhões, as quais podem provocar acidentes com lesões cortantes ou mesmo a morte de um trabalhor, no caso da ocorrência de uma queda sobre as mesmas. A imagens 07 e 08 apresentam a proteção realizada nas esperas de pilares, através da colocação de suportes metálicos de cada barra.
Imagens 07 e 08 - Proteção das pontas verticais de vergalhões.
O escritório da obra é um espaço isolado de trabalho para que o mestre de obras e engenheiro desempenhem parte de suas atividades. Além disso, esse espaço desempenha a função de servir como local de arquivo da documentação técnica da obra. Tais funções do espaço foram verificadas na visita, onde pode ser visto a presença de cronogramas nas paredes, projetos que estavam arquivados em diferentes pastas e todas identificadas por etiquetas. Já a localização do escritório também estava correta, pois esse se encontrava próximo das imediações do portão de entrada de pessoas, tornando o escritório como um ponto de passagem obrigatória no caminho percorrido por visitantes ao entrar no canteiro. Outro fator interessante de seu posicionamento é que se permitia uma visão global do canteiro, de modo que o mestre de obras ou engenheiro podiam realizar simultaneamente atividades no escritório, e acompanhar os serviços de execução.
Ainda sobre o escritório da obra, porém abordando agora a sua tipologia de instalação. A empresa optou pelo uso de containers. A utilização dessa tipologia é uma prática habitual na construção civil, porém mesmo com essa disseminação de seu uso, ela ainda é minoria. A NR-18 exige que exista uma ventilação natural de, no mínimo, 15% da área do piso, para a minimização de problemas relacionados a altas temperaturas internas. Infelizmente, nem todos os containers situados no canteiro de obras possuíam aberturas mínimas, mas utilizavam fortemente os ar condicionados. 
Por fim, um canteiro deve disponibilizar de áreas de vivência (refeitório, vestiário, área de lazer, alojamentos e banheiros), sendo essas áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, descanso, higiene, lazer e convivência, devendo ficar fisicamente separadas das áreas laborais. A norma também exige que estas áreas não sejam localizadas em subsolos ou porões de edificações. Já as áreas de apoio como escritório, almoxarifado, portaria e plantão de vendas, possuem funções de apoio à produção, devendo abrigar os funcionários durante a maior parte do período de trabalho diário, diferentemente das áreas de vivência, as quais recebem os funcionários em horários específicos.
Imagem 09 – Refeitório dos funcionários e demais instalações provisórias.
No canteiro de obras foi possível a visualização da utilização tanto de containers como de chapas de compensado para a construção de áreas de vivência, que cumpriram bem a função de isolamento das instalações das áreas de produção e circulação, além de evitar a penetração de pequenos animais. Soma-se como pontos positivos o distanciamento das áreas de vivência do canteiro e a boa iluminação e ventilação.
Conclusão
O canteiro de obras não segue de forma extremamente rígida as normas relacionadas a segurança do trabalhador, entretanto o ambiente de trabalho não apresentava graves problemas e os funcionários realizavam de forma segura e digna o seu trabalho, sendo sempre fiscalizados pelo o mestre de obras. Já as instalações provisórias, cumprem de forma efetiva as indicações normativas da NR12284, mesmo que contenham algumas pequenas falhas.
Bibliografia
NR 18. Canteiro de Obras. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/leg islacao/trabalhista/nr/nr18.htm> Acesso em: 05 de Maio de 2019.
ROUSSELET, E.; FALCÃO, C. A segurança na obra: manual técnico de segu- rança do trabalho em edificações prediais. 2. Ed. Rio de Janeiro: Senai, 1988.

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