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Movimentos Emancipacionistas no Brasil

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Movimentos Emancipacionistas
HISTÓRIA DO BRASIL
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 MOVIMENTOS EMANCIPACIONISTAS
A TRANSIÇÃO PARA O EMANCIPACIONISMO – MOVIMENTOS EMANCIPA-
CIONISTAS 
Antecedentes
Movimentos nativistas → Crise do sistema colonial dos séculos (XVIII – XIX) 
→ Movimentos Emancipacionista. 
• Implementação de uma política mercantilista portuguesa extremamente 
ambiciosa e rígida. 
• As revoluções burguesas (Inglesa e Francesa), o Iluminismo, a difusão de 
ideias liberais por jovens de famílias ricas que estudaram na Europa e as 
ambições da elite colonial, que não toleravam mais dividir os lucros com Por-
tugal, além do aumento da carga tributária e da crise mineradora, geraram 
insatisfação e projetaram manifestações emancipacionistas (separatistas). 
Período Pombalino (Sebastião José Carvalho e Melo – Marquês de 
Pombal) – (1750 – 1777) – Despotismo esclarecido 
• Ministro do rei D. José, responsável por uma série de medidas de caráter 
político-econômico que marcaram o período colonial: 
 – Aumento da centralização administrativa em 
Portugal, aumento da arrecadação e da fisca-
lização colonial; 
 – Expulsão dos jesuítas; 
 – Subsidio literário: educação na colônia, feita por 
professores sem ligações com a Igreja, visando 
difundir os valores culturais e políticos da coroa, 
divulgados por meio da língua portuguesa; 
 – O sistema educacional era composto por professores em sua maioria 
despreparados para tal função, além de serem mal pagos, ou ficarem 
longos períodos sem receber seus salários; 
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 – Extinção das capitanias hereditárias (mais exploração da coroa sobre as 
regiões); 
 – Imposição da Derrama; 
 – Transferência da Capital para o Rio de Janeiro e dos direitos de controle 
da exploração de diamantes dos contratadores para a coroa; 
 – Criou as Companhias de Comércio do Maranhão e do Grão-Pará (mono-
pólio dos produtos portugueses nas regiões); 
 – Proibiu definitivamente a escravidão indígena no Brasil; 
• Com a morte de D. José, os opositores do Marquês o pressionaram, obri-
gando-o a se afastar do governo. 
Movimentos Emancipacionistas
• Conjuração Carioca / do Rio de Janeiro – 1786; 
• Conjuração / Inconfidência Mineira – 1789; 
• Conjuração / Inconfidência Baiana / Revolta dos Alfaiates – 1798; 
• Insurreição / Revolução Pernambucana – 1817; 
Conjuração Carioca / Do Rio de Janeiro – 1786 
• A disseminação das ideias iluministas ganhava força na Europa e no mundo 
pouco antes e depois da eclosão da Revolução Francesa; 
• O alastramento dessas ideias assustava a monar-
quia lusitana que dominava o país porque dava 
margem à reflexão da sociedade e tinha proximi-
dade com o sistema político republicano; 
• Um grupo de intelectuais cariocas se reuniu para 
criar a Sociedade Literária, que tinha como obje-
tivo discutir teorias consideradas subversivas; 
• O debate destas ‘novas ideias’ acabou causando 
preocupação no vice-rei Conde de Resende, que 
não hesitou em ordenar o fechamento da Socie-
dade Literária e exigir a clandestinidade de cada 
membro envolvido, taxando-os severamente de subversivos. 
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• Sem comprovações factuais, os “subversivos foram soltos e alguns até res-
gataram suas profissões. 
Conjuração / Inconfidência Mineira – 1789 
• Crise mineradora desde meados de 1760 + elevada 
carga tributária + altas generalizadas de preços; 
• Imposição da Derrama (cobrança forçada da coroa 
portuguesa de impostos atrasados no Brasil); 
• Difusão de ideais iluministas (críticas ao Antigo 
Regime) pela juventude intelectual brasileira; 
• Notícias da independência norte-americana, de 
moldes republicanos, e do início dos levantes civis na França; 
• Movimento de caráter separatista e elitista; 
• Objetivos: 
 – República independente de Portugal; 
 – Redução de impostos; 
 – Abertura dos portos, desenvolvimento industrial e comercial; 
 – Transferência da capital para São João D’El Rei; 
 – Criação de faculdades; 
 – Nova bandeira (Libertas Que Sera Tamen – Liberdade ainda que tardia). 
• Não visava uma reformulação social e nem melhorias para o povo, muito 
menos fazia alusão ao abolicionismo; 
• Tiradentes, por ser o mais humilde dos inconfidentes, promoveu a ligação 
entre conspiradores e as camadas populares; 
• Devassa (conjunto de inquéritos de investigação 
feitos pela coroa no intuito de encontrar possíveis 
conspiradores com base no contexto de insatis-
fação e revolta da colônia em relação à Portugal);
• Joaquim Silvério dos Reis, conjurador, foi o 
delator do movimento, que estouraria em 1788, 
no dia que a Derrama seria realizada, em troca 
do perdão de suas altíssimas dívidas; 
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• O governo aprisionou os inconfidentes, que negaram participação, com 
exceção de Tiradentes, que foi enforcado em 21 de abril de 1792; 
• Criação da imagem martirizada de Tiradentes pelo governo republicano 
brasileiro no início do século XX; 
Conjuração / Inconfidência Baiana / Revolta Dos Alfaiates – 1798 
• Alta carga tributária, crise alimentícia por conta da inflação, discriminação 
étnica e social; 
• Movimento de caráter separatista e popular; 
• Participação de camadas intermediárias 
(alfaiates, advogados, pequenos comercian-
tes etc.); 
• Profissionais liberais influenciados pelo ilu-
minismo vindo da Europa; 
• Além da independência norte-americana e 
da revolução francesa, as lutas que levaram 
posteriormente à independência do Haiti em 
1804 foram fundamentais para a formação 
do ideal abolicionista do movimento; 
• Ordem dos Cavaleiros da Luz (Maçônica) 
participou nos primeiros momentos da conjuração como financiadores e 
organizadores. Com a radicalização e o fortalecimento do discurso aboli-
cionista, muitos membros da ordem, que eram latifundiários e usuários da 
mão de obra escrava, se retiraram do movimento;
• Objetivos: 
 – República independente de Portugal; 
 – Abertura dos portos e desenvolvimento do comércio; 
 – Abolição da escravidão; 
 – Reforma educacional;
 – Melhorias salariais para soldados. 
• Com a saída da Ordem dos Cavaleiros da Luz, o movimento se desorga-
nizou e facilitou a ação das tropas reais, que prenderam e condenaram 
seus líderes.
Animai-vos Povo baiense que 
está para chegar o tempo feliz 
da nossa Liberdade: o tempo 
em que todos seremos irmãos: 
o tempo em que todos seremos 
iguais. (Trecho de um boletim 
revolucionário)
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Insurreição / Revolução Pernambucana – 1817 
• Vinda da família real portuguesa → aumento da carga tributária para cobrir 
os gastos da corte; 
• O centro-sul do país passa a ser beneficiado com 
a presença real e o nordeste passa a ser explo-
rado com mais intensidade; 
• A abertura dos portos brasileiros para as nações 
amigas levaram ao agravamento da crise econô-
mica em Pernambuco, principalmente pela queda 
dos preços do açúcar e do algodão, que disputa-
vam espaço com produtos estrangeiros (principal-
mente ingleses); 
• A promoção de militares era de preferência para 
portugueses, isso gerou insatisfação nos militares brasileiros; 
• Movimento de caráter separatista com desejo de implantação de uma repú-
blica;
• Participação de camadas intermediárias,influenciadas pelos exemplos das 
revoluções burguesas na Europa e nos EUA; 
• Almejavam a liberdade de expressão; 
• Uma república chegou a ser instaurada por cerca de 2 meses porém o 
caráter abolicionista do movimento incomodava a aristocracia rural (medo 
da haitização da colônia); 
• A desorganização interna enfraqueceu o movimento e possibilitou a ofen-
siva das forças reais; 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. A Historiografia do Brasil registra várias revoltas e insurreições ‒ ações si-
tuadas no âmbito do contexto social, político e econômico do Brasil colonial 
que expressavam a insatisfação dos vários grupos sociais com os poderes 
instituídos. Assinale a opção que apresenta somente movimentos ocorridos 
nesse período. 
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a. Inconfidência Mineira, Conjuração dos Alfaiates, Revolução Pernambucana.
b. Inconfidência Mineira, Balaiada e Conjuração dos Alfaiates. 
c. Balaiada, Cabanagem e Revolução Pernambucana.
d. Revolução Praieira, Inconfidência Mineira, Revolução Pernambucana
2. No Brasil colônia, particularmente no séc. XVIII, ocorreram dois movimentos 
revolucionários que ficaram conhecidos como Inconfidência Mineira (1789) e 
Conjuração Baiana (1798).
Quais características são comuns entre eles? 
a. A influência do pensamento iluminista e a participação maciça de pessoas 
da elite da sociedade local. 
b. Foram inspiradas pelo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade e preten-
diam acabar com a escravidão. 
c. Queriam romper com a dominação colonial e tiveram influência do pensa-
mento iluminista.
d. Foram sufocadas sem grande derramamento de sangue, pois havia gran-
de participação de pessoas ligadas à elite da sociedade local.
e. Pretendiam acabar com a escravidão e estabelecer a independência polí-
tica do Brasil. 
3. No século XVIII, emergiu nas Minas Gerais uma pequena elite, culta e letra-
da, que se ocupava de tarefas burocráticas e administrativas e se dedicava 
às artes e à literatura. Atraída pelo ideal iluminista, essa elite foi protagonista 
de um surto literário inédito no Brasil, produzindo obras de natureza poética. 
Os poetas líricos Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa exalta-
vam a vida bucólica e os amores tranquilos, seguindo a tradição dos modelos 
clássicos, em um movimento literário que ficou conhecido como Arcadismo. 
Formados em Coimbra, Portugal, ambos ocupavam cargos públicos nas Mi-
nas Gerais e, em 1789, protagonizaram uma das primeiras conspiraç ões 
separatistas na colônia: a Conjuração Mineira.
(NAPOLITANO, Marcos; VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São 
Paulo: Saraiva, 2013. p. 293)
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O conhecimento histórico permite afirmar que a Conjuração, a que o texto de 
Marcos Napolitano e Mariana Villaça faz referência:
a. tratou-se de uma revolução que propunha a perda, pelos grupos domi-
nantes, dos privilégios sociais adquiridos depois de séculos do regime de 
produção escravista. 
b. foi um movimento no qual a questão colonial falava mais alto que a ques-
tão social, sendo o modelo norte-americano sua maior inspiração. 
c. caracterizou-se por se apropriar do conteúdo social mais marcante da Re-
volução Francesa, chegando mesmo a questionar o sistema escravista na 
colônia.
d. representou o primeiro movimento de caráter emancipacionista da história 
colonial com conteúdo doutrinário definido e sólido apoio das camadas 
populares.
e. mostrou que era possível vencer a dominação metropolitana e instaurar 
uma república independente baseada na liberdade e igualdade entre os 
cidadãos. 
GABARITO
1. a
2. c
3. b
����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa.

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