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Degenerações, morte celular e alterações do interstício - aula 3

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PATOLOGIA BÁSICA
Aula 3: Degenerações, morte celular e alterações 
do interstício
Aula 3: Degenerações, morte celular e alterações do interstício
PATOLOGIA BÁSICA
Conteúdo Programático desta aula
• Explicar a organização da membrana 
plasmática;
• Explicitar as degenerações: hidrópica, 
hialina, mucóide, esteatose, lipidoses, 
glicogenoses, mucopolissacaridoses;
• Descrever os tipos de morte celular;
• Analisar os processos de reparo e de 
cicatrização;
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“A DEGENERAÇÃO é um processo regressivo reversível,
resultante de lesões não-letais, em que são
manifestadas alterações morfológicas e funcionais da
célula”.
“A INFILTRAÇÃO também é um processo regressivo
reversível, cujas alterações morfológicas e funcionais
estão localizadas no interstício”.
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A característica básica desse grupo de lesões é o seu
caráter de reversibilidade, ou seja, de recuperação da
homeostase e da morfostase. Pertencem ao grupo das
degenerações as alterações hídricas, lipídicas e protéicas,
estas últimas também compondo o grupo das infiltrações,
levando a alterações hialinas.
Para cada tipo de alteração regressiva reversível serão
descritos os principais processos patológicos envolvidos,
salientando principalmente a sua etiopatogenia.
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Tipos de degeneração e infiltração: em A, vemos uma
alteração hídrica; em B, alteração lipídica; em C, uma
infiltração de natureza protéica e em D, uma degeneração
protéica.
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ALTERAÇÕES HÍDRICAS INTRACELULARES
Inchação Turva (ou Edema Celular) e Degeneração Vacuolar
(ou Alteração Hidrópica)
A patogenia envolvida com essa alteração regressiva refere-se a
um desequilíbrio iônico entre o Na e o K. O Na fica retido
intracelularmente, o que provoca a rápida entrada de água na
célula e a retenção de K extracelularmente. A ausência do
potássio no meio intracelular contribui para uma diminuição da
atividade mitocondrial, uma vez que esse íon é essencial para o
funcionamento da mitocôndria. Resultado disso é uma queda
ainda maior dos níveis de ATP, devido ao comprometimento do
sistema aeróbico celular, o que contribui para o agravamento do
quadro de edema celular.
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Edema intracelular em epitélio de pele. Observe o aspecto
vacuolizado (citoplasma com cor branca) que a célula adquire
devido ao acúmulo hídrico intracelular (HE, 400X).
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DEGENERAÇÃO VACUOLAR (ou ALTERAÇÃO HIDRÓPICA)
“...estado mais avançado de edema celular em que se
observam maior quantidade de água nas organelas,
presença de formas granulares e grande número de
vacúolos citoplasmáticos”.
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Degeneração hidrópica em polpa. Observar os espaços de variados
tamanhos ocupando todo o estroma do tecido pulpar. Esses espaços
constituem o aumento da extensão do citoplasma celular, levando até
mesmo ao seu rompimento (HE, 100X). Clique sobre a foto para ver
como seria uma polpa normal, sem degeneração.
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Maior aumento da foto anterior, em que se nota o
deslocamento do núcleo celular devido ao acúmulo hídrico
intracitoplasmático (setas) (HE, 200X).
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ALTERAÇÕES LIPÍDICAS: ESTEATOSE
“Acúmulo de gordura neutra no citoplasma da célula 
agredida”.
A armazenagem normal de gordura neutra nas células é feita por
intermédio da ligação físico-química dessa substância com
fosfolípides (lipídeos combinados com fósforo). Essa ligação
promove a formação de uma estrutura cilíndrica na qual há o
“mascaramento” da gordura neutra, ou seja, esta não fica visível
microscopicamente.
A estabilidade dessa estrutura depende, entre outros fatores, da
manutenção da proporção entre fosfolipídios e gordura.
A não-visualização de elementos gordurosos nas células durante o
exame microscópico é, portanto, indicativo de homeostase e
morfostase.
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Conforme foi visto na Histologia, este é um fígado de rato normal, sem
esteatose. Observe o acúmulo de gordura no tecido hepático. O
acúmulo de gordura está traduzido pelos espaços brancos (imagem
negativa de gordura), semelhantes a bolhas, dentro e fora da célula
(HE, 100X)
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Em maior aumento, observam-se as células hepáticas normais. Observe
em detalhes o acúmulo intracelular de gordura. Este quadro avançado
de esteatose apresenta até mesmo gordura extracelular (espaços
brancos indicativos da presença de gordura, perdida durante o
processamento histológico) (HE, 400X)
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O fígado com esteatose apresenta-se com volume aumentado e
coloração amarelada, decorrente do acúmulo do gordura. Clique para
ver em maior aumento o hilo central do órgão e a textura friável que o
órgão adquire devido à degeneração gordurosa.
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A esteatose se origina da alteração dessa proporção
devido ao comprometimento da síntese de fosfolípideos.
Há uma diminuição da produção de fosfolipídeos devido
a quedas metabólicas das células, o que indica que
houve uma agressão e perda da homeostase.
Com a redução de fosfolípides, há uma mudança no
arranjo físico-químico entre essa substância e a gordura
neutra, que fica “desmascarada”, ou seja, torna-se
microscopicamente visível e corável. O acúmulo de
gordura neutra é, então, produto da mudança da relação
fosfolipídios/gordura neutra intracelular.
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As causas mais comuns de mudança metabólica na célula que
originam a esteatose podem ser: Tóxica: substância tóxica que
provoque diminuição do metabolismo celular. Ex.: álcool,
tetracloreto de carbono.
Anóxica: falta de oxigênio leva à queda de ATP, diminuindo, assim, a
síntese de fosfolipídios pela redução metabólica.
Nutricional: carência nutricional induz uma diminuição na
quantidade de moléculas fosfolipídicas, alterando a sua relação com
a gordura neutra, tornando o componente lipídico visível na célula.
Uma dieta rica em gorduras também pode originar a esteatose. A
absorção direta desses lipídios pela célula provoca o acúmulo
gorduroso no citoplasma. Nesse caso, entretanto, não existe redução
metabólica celular, mas a absorção de gorduras pelas células
encontra-se desequilibrada devido à concentração lipídica
extracelular, o que estimula a absorção celular.
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O fígado é um dos orgão mais afetados pela esteatose, além do
coração e dos rins, por participar diretamente no mecanismo de
metabolização das gorduras. Resumidamente, as gorduras são
absorvidas pelo intestino, passam para o sanguee chegam ao
fígado, orgão responsável pela oxidação dos ácidos graxos e pela
mobilização de mais gordura dos depósitos adiposos quando esta é
necessária.
As células hepáticas são, pois, mais sensíveis a solventes de
gorduras, como o tetracloreto de carbono, o clorofórmio e o
álcool. Esses agentes podem atuar diretamente na estrutura da
gordura ou agir sobre a mitocôndria da célula, comprometendo a
sua função. A falta de oxigênio (anóxia) e de alimentos ricos em
triglicerídeos ou o excesso destes (nutrição), por exemplo, podem,
respectivamente, modificar o funcionamento da célula hepática e
a mobilização de gorduras feita por ela.
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ALTERAÇÕES LIPÍDICAS
Ateroesclerose
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Aterosclerose: fatores de risco:
• Hipertensão arterial
• Colesterol sangüíneo
– Determinante mais importante
• Tabagismo
• Diabetes
• Idade e sexo
• Inatividade física e estresse
• Homocisteína
• Inflamação
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Complicações da Aterosclerose:
• Oclusão aguda
– Trombose
– Hemorragia intra-placa
• Estreitamento crônico da luz
• Formação de aneurismas
– Perda de células musculares lisas e fibras
elásticas
• Embolia
– Trombo ou material da placa
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ALTERAÇÕES PROTÉICAS -DEGENERAÇÃO HIALINA
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As alterações hialinas intracelulares podem representar,
além de lesão celular, também acúmulo de substâncias
estranhas no interior do citoplasma.
O corpúsculo de Russell constitui um exemplo, em que
há acúmulo de imunoglobulinas (do tipo IgG) no interior
de plasmócitos. A célula fica com uma coloração
intensamente eosinofílica devido a esse acúmulo
protéico.
Os hialinos extracelulares estão localizados nos
processos de arterioloesclerose, de hialinização com
fibras colágenas e de amiloidose.
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Amiloidose em supra-renal, com quadro histológico em que
predomina a presença de substância hialina extracelularmente,
ocupando todo o estroma do órgão e parte do parênquima. Observar
os limites dessa infiltração nesse campo (HE, 200X)
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Acúmulo intracelular de substância hialina. Ao centro, observa-se o
corpúsculo de Russell (bem eosinofílico). Ao redor, nota-se grande
quantidade de plasmócitos (cabeça de seta) e, no estroma, grande
quantidade de imunoglobulinas (setas).
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ARTERIOLOESCLEROSE
O mecanismo de formação da arterioloesclerose pode ser
explicado pela deposição excessiva de matriz fibrinóide
pelas células musculares lisas da túnica média do vaso. O
material hialino citado no conceito inicial é composto por
essa matriz fibrinóide heterométrica.
A presença de material hialino nas arteríolas traz como
conseqüência uma diminuição da luz vascular, o que
prejudica a irrigação sanguínea do local afetado.
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A evolução dessas manifestações pode caminhar para o
acometimento de vasos maiores, sendo indicativa como
um sinal inicial da ateroesclerose.
Entretanto, essa evolução é dependente dos mesmos
fatores anteriormente citados para a ateroesclerose,
como hipertensão, diabetes, stress etc.
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Destaque para a parede de uma arteríola. Observa-se principalmente a
camada média, constituída de células musculares lisas (setas) (HE,
200X).
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Espessamento da camada média de uma arteríola. Observe a grande
quantidade de material hialino (eosinofílico) em substituição às células
(setas). Aqui há menor quantidade de células musculares lisas do que
na arteríola normal. Observar que esse processo pode acontecer
também em capilares (HE, 400x).
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HIALINIZAÇÃO POR FIBRAS COLÁGENAS
O processo de hialinização por fibras colágenas se
desenvolve nos casos em que ocorrem reações
heterólogas nos mecanismos de cicatrização. Pode
constituir os quelóides e as cicatrizes de ferimentos
extensos.
Há perda de elasticidade dos tecidos de cicatrização, que
se tornam mais brilhantes e mais rígidos clinicamente.
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Corte histológico de um tecido cicatricial em mucosa jugal.
Observa-se grande quantidade de fibras colágenas e
pouquíssimas células (HE, 200X).
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Corte histológico de quelóide em que se nota intensa deposição
colagênica (HE, 100X). Clique sobre a foto para ver a hialinização de
algumas fibras colágenas (setas) (HE, 400X).
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AMILOIDOSE
O aparecimento da amiloidose envolve mecanismos relacionados à
síntese proteica e às atividades dos macrófagos. Uma provável
degeneração macrofágica, com redução metabólica nessa célula e
uma consequente diminuição de sua atividade lisossômica, constitui
umas das hipóteses para explicar a patogenia da amiloidose.
Como resultado desse comprometimento da função lisossômica
macrofágica, ocorre um acúmulo de substâncias proteicas não
digeridas em seu citoplasma. A secreção das mesmas no interstício
origina o que é denominado, microscopicamente, de substância
amiloide. Esta é, portanto, conforme o conceito enfatiza, de
natureza proteica, encontrada localmente ou de forma
generalizada.
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Amiloidose em supra-renal. Notar a intensa deposição protéica por
todo parênquima e estroma, como substituição destes. Esta é uma
forma generalizada (HE, 100X).
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Grande quantidade de material amilóide em tumor odontogênico
(Tumor odontogênico epitelial calcificante - Tumor de Pindborg). Esse
tipo de amiloidose é a do tipo observada em tumores isolados (HE,
200X).
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Coloração com vermelho-congo, evidenciando a substância amilóide
em tumor odontogênico (Tumor de Pindborg) (Vermelho-congo, 200X).
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As consequências da amiloidose variam de acordo
com o grau de comprometimento do órgão.
Este, com volume aumentado, tem sua função
diminuída devido à presença física da substância
amilóide sobre a parede vascular ouà compressão do
parênquima do órgão.
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• Regeneração:
reposição de um grupo de células destruídas pelo mesmo
tipo (requer membrana basal).
• Substituição:
tecido original é susbtituído por tecido fibroso (fibroplasia,
cicatrização).
• Ambos requerem crescimento celular, diferenciação e
interação entre célula e
matriz.
REPARAÇÃO TECIDUAL
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Regeneração Tecidual:
Controlada por fatores bioquímicos
Liberada em resposta a lesão celular, necrose ou trauma
mecânico
Como exerce seu controle?
• Induz células em repouso a entrar em seu ciclo celular;
• Equilibra fatores estimulatórios ou inibitórios
• Encurta o ciclo celular
• Diminui a perda celular
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Macrófagos em um granuloma Essas células são as principais
responsáveis pela fase de demolição que faz parte da
cicatrização.
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Vemos aqui um processo cicatricial em baço após uma inflamação
crônica: PVB - polpa vermelha e branca (parênquima esplênico); ZT -
zona de transição, em que se observa ainda a presença de tecido de
granulação; ZO - zona de fibrose organizada, correspondendo a
última fase da cicatrização (HE, 40X).
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•Explicou a organização da membrana plasmática;
•Explicitou as degenerações: hidrópica, hialina, mucóide,
esteatose, lipidoses, glicogenoses, mucopolissacaridoses;
•Descreveu os tipos de morte celular;
•Analisou os processos de reparo e de cicatrização.
NESTA AULA, VOCÊ:

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