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Assis a Siena 127 km

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Assis a Siena 127 km, 1h37min
Passando por Perugia, apenas como referência de caminho.
Perugia, a cidade com sabor de chocolate
De origem etrusca e situada no coração da Itália, Perugia é a cidade mais importante da Umbria. Situada numa posição elevada do Vale do Tibre, era chamada na antiguidade de Perusia e foi a cidade mais importante da Etrúria. 
Controlada pelos romanos no século 4 a.C., tornou-se propriedade da igreja no século 8. Além de sua fantástica história, Perugia é o reduto das artes e berço de grandes artistas. A cada ano a cidade recebe  estudantes do mundo inteiro em suas universidades e nas academias de arte e música. 
 
A cidade dos chocolates: Perugia é conhecida por seu famoso chocolate, o Bacci Perugina que nasceu da idéia de misturar chocolate com avelã e do slogan: "Quem ama, beija! Os deliciosos bombons recheados de avelã e envoltos em um romântico papel, que traz internamente uma mensagem de amor e paixão, logo se transformou na tradução de amor e afeto.
Lançado no Dia dos  Namorados, os chocolates acabaram se transformando em presentes. Cada chocolate traz uma mensagem diferente, com provérbios, reflexões, aforismos e pensamentos em sete linguas diferentes (italiano, inglês, alemão, francês, grego, espanhol e português), que se tornou objeto de coleção.
O famoso chocolate nasceu de uma história de amor. Luisa Spagnoli, que criava chocolates, mantinha um romance em segredo e enviava chocolates com bilhetinhos de amor ao seu amado Giovanni. Passado alguns anos de amor secreto, Luisa faleceu e Giovanni resolveu criar o chocolate Baci - beijo em italiano - em homenagem a sua amada. 
A empresa que nasceu em 1907 para produzir inicialmente apenas amêndoas açucaradas, conquistou o mundo. No Museu Histórico dos chocolates Perugina há lendárias máquinas e história de seus produtos.   
A cada em agosto é realizado o Eurochocolate, um festival anual de chocolate que se estende pelas praças e ruas de Perugia. É um dos maiores festivais da Europa que durante 10 dias atrai os gulosos degustadores de chocolate e venda de muitas opções.  O Festival que reúne escultores de chocolate, criou o mapa da Itália em chocolate com os monumentos característicos de cada região.
Em 1999 a Perugina exibiu na cidade o maior bombom do mundo, pesando 400 quilos e saboreado festivamente por 28.000 pessoas. Em 2003, foi construído o maior bar de chocolate do mundo, com 7 metros de comprimento por 2 metros de altura e feita com quase 6.000 kg de chocolate e milhares de avelãs. 
 
Cidade Alta/Cidade Baixa:  Dividida em dois planos - Cidade alta / Cidade baixa - existem diversas escadas rolantes que ligam as duas partes da cidade. Também tem o Mini Metrô, um sistema de transporte ágil e de dimensões reduzidas, com várias estações que permitem acessar o centro histórico onde o tráfego de veículos é limitado. E o melhor, dispensa o esforço de subir ou descer as longas escadarias.
Centro histórico: Fechado ao trânsito de veículos, o Corso Vannucci é a principal via de acesso ao centro histórico onde estão as atrações mais marcantes da cidade, tal como a Catedral de San Lorenzo, o Palazzo dei Priori e a Fontana Maggiore. A grande Praça 15 de novembro é o reduto de jovens e ponto de encontro, onde estão muitos bares, restaurantes, cafés e elegantes lojas. É o ponto mais animado da cidade. 
Catedral de San Lorenzo: Desde a criação do bispado, a catedral existiu em locais diferentes até ser construída no local definitivo em 936. A atual catedral dedicada a San Lorenzo levou quase 150 anos para ser concluída e mesmo assim a decoração externa em losangos de mármore branco e rosa nunca foi concluída.
Nesta catedral está o Anel Santo que, segundo a lenda, foi oferecido por São José à Virgem Maria em seu casamento. Ao contrário da maioria das catedrais, essa Catedral não tem fachada. Em um dos lados voltados para a praça há uma galeria de arcos chamada Loggia di Braccio, por ter sido  encomendada por Braccio da Montone em 1423.
 
Há várias igrejas em Perugia, entre elas a Basílica di San Domenico. Construída nos anos 300, é a maior de toda a Umbria. Originalmente era uma igreja gótica com grandes vitrais, mas foi totalmente reestruturada em 1632. O monumento mais importante conservado dentro da basílica é a tumba do papa Bento XI morto em Perugia em 1304. 
Palazzo dei Priori: Ao lado da Catedral estão o Palazzo dei Priori e a Fontana Maggiore. O Palazzo dei Priori - Câmara Municipal - é protegido pelos dois símbolos da cidade, o Grifo - uma criatura lendária de corpo de Leão com cabeça e asas de águia. A Sala dei Notari é onde antigamente aconteciam as Assembleias do Povo.  
A Fontana Maggiore foi construída em 1277 pelo renomado escultor Nicola Pisano e seu filho Giovanni Pisano, que tinham um estilo muito original. Nas laterais da fonte há esculturas que representam profetas, cenas do Gênesis, eventos da história romana e os signos do zodíaco. A fonte fazia parte de um programa que visava a autonomia da comunidade quanto à distribuição de água.
 
Portas da antiga muralha: Arco Etrusco ou Arco di Augusto é uma das sete portas da antiga muralha construída pelos Etruscos um pouco antes da cidade ser dominada pelos romanos. É um dos monumentos etruscos mais bem conservados e um ícone de Perugia. Na lateral do arco é possível ver uma inscrição feita em época romana. 
A Porta Marzia é um dos acessos da antiga muralha etrusca que circundava Perugia e que posteriormente foi aproveitada para a construção da muralha externa da Rocca Paolina. Ela foi desmontada e deslocada para fazer parte do novo projeto.
 
Rocca Paolina: A Rocca Paolina é uma antiga fortaleza construída a pedido do Papa Paolo III, por isso tem o nome de Paolina. Foi desenhada por Antonio da Sagalo - o Jovem, devido a uma revolta dos peruginos contra a imposição de uma taxa sobre o sal ocorrida na cidade, conhecida como Guerra do Sal.    
Nessa época toda a Umbria estava sob domínio do poder papal. A intenção do papa era se proteger e criar um refúgio eficiente. Para construí-la foi necessário destruir centenas de casas, monastérios e igrejas, além de propriedades da Família Baglioni, que era odiada pelo Papa.
Após a unificação da Itália, a fortaleza foi desativada e parte foi destruída. Da estrutura antiga é possível visitar a cidade subterrânea, um impressionante percurso que sobreviveu à destruição da fortaleza.
 
Hipogeu: Descoberto em 1840, o Hipogeu dei Volumni é um túmulo subterrâneo etrusco localizado nos arredores de Perugia, sendo um dos monumentos mais importantes que sobreviveu da antiga Etrúria. Faz parte da Necrópole del Palazzone, agora um parque arqueológico que inclui também um Antiquarium.
Escavado profundamente na terra, chega-se ao fundo por meio de um lance de escadas acrescentado posteriormente. Uma tumba subterrânea reproduz a estrutura arquitetônica de uma casa romana.O nome da rica família Velimna - Volumni, em latim pode ser deduzido das inscrições nas urnas cinerárias e no batente da porta da entrada.
O teto da câmara central imita um telhado de madeira em duas águas. As outras tem os tetos commedalhões esculpidos com a cabeça da Medusa, um motivo que se repete nas urnas cinerárias encontradas no hipogeu. Outras cenas decorativas mostram a vida após a morte. Pintado no centro do pedestal está a porta para o Hades, ladeada por dois gênios alados.
 
Artes de Perugia: Perugia teve uma rica tradição de arte e artistas, tendo uma das mais importantes da academias da Itália: a Academia de Belas Artes Pietro Vanucci. O pintor Pietro Vanucci, chamado de Pietro Perugino, viveu em Perugia de 1446/1523 onde criou algumas de suas obras-primas.
Perugino foi um dos maiores pintores de sua época, tendo criado importantes obras na Capela Sistina. Foi mestre de Raffaello Sanzio da Urbino, conhecido apenas por Raphael, quenasceu na Úmbria. Junto com Michelangelo e Leonardo da Vinci formava a tradicional trindade de grandes mestres da pintura em seu tempo. Bernardino di Betto também nasceu em Perugia e foi um assistente de Perugino. Era chamado pelo apelido Pinturicchio devido à sua baixa estatura e era o nome que ele usava para assinar suas obras.  
 
Universidade de Perugia: Sendo um importante centro cultural, a famosa Universidade de Perugia fundada em 1308 já na época medieval ensinava artes, medicina e direito. Hoje oferece cursos nas diversas áreas do conhecimento.
Também em Perugia está a maior universidade da Umbria, a Universidade Italiana para Estrangeiros, com estudantes de todo o mundo para estudo da língua e cultura italiana. Criada no século passado, tem por objetivo difundir a civilização e o patrimônio artístico da Itália. Por ser um ponto de encontro de culturas diferentes, tornou-se um ícone de formação intercultural.
Universidade de Sabores: Em Perugia funciona a Universidade de Sabores, um centro de educação e formação profissional em alimentos. O  objetivo é descobrir e pesquisar métodos de cozimento, implementação de tecnologia na cozinha e novos sabores.
A ideia de juntar vegetais, ervas, temperos, queijos, bacalhau, presuntos, pesto e outros deu origem a diversas descobertas, entre as quais do Sorvete Salgado. A ideia é romper com tabus que limitam a criatividade, para atender ao refinado paladar italiano que consome mais sorvete do que as massas.
Lago Trasimeno
 
O Lago Trasimeno é um dos maiores lagos da Itália. Localizado na região da Umbria no centro da Itália, o lago tem pouca profundidade mas tem um grande valor ecológico pela multiplicidade de aves e peixes. A pesca de carpas, enguias e outros peixes enriquece a culinária local. 
A região é um destino turístico muito procurado, especialmente durante o verão, que lotam as casas e os locais de acampamento. Ao longo das margens do lago, existem inúmeros castelos e fortalezas que foram usados para controlar as rotas de trânsito entre Umbria e Toscana.
 
Ao redor do lago existem belos lugares tranquilos e destino de férias relaxantes: Castiglione del Lago, Passignano, Tuoro, Piegaro, Magione onde está o Castelo dos Templários, uma das mais belas aldeias com a sua torre quadrada e afrescos. Corciano é considerada uma das vilas mais bonitas da Italia, com vista para as margens do lago. No lago Trasimeno há 3 ilhas: 
Na Ilha Minore, que tem o formato de uma virgula, há um santuário de pássaros e não é permitida visitação. A ilha pertence à Comuna de Passignano sul Trasimeno, um vilarejo medieval às margens do Lago Trasimeno que foi muito destruída durante a 2a. Guerra Mundial. O importante centro turístico de origem etrusca, ainda tem a aparência da muralha medieval da cidade, com ruas e casas do século 15 que se estende desde as margens do lago até as torres no alto.
A Igreja de San Christofaro é um dos monumentos mais interessantes de Passignano. Nas proximidades, a pequena Vila de Castel Rigone é uma das construções elegantes da Umbria além da Igreja da Madonna dei Miracoli. Em julho acontece o Festival Blues Trasimeno e um dos eventos mais populares da região, o "Palio delle barche" um evento histórico que visa evocar a antiga rivalidade entre duas famílias nobres de Perugia, os Oddi e Baglioni. 
A Ilha Maggiore, com apenas 2 km de diametro, pertence à comuna de Tuoro del Trasimeno. Em 217 a.C. Roma sofreu uma das piores derrotas militares de toda a sua história às margens do Lago Trasimeno. A área ao redor do lago Trasimeno era ocupada pelos etruscos e mais tarde pelos romanos. Anibal aliou-se aos gauleses prometendo-lhes o domínio das terras que conquistassem.
No começo da primavera, devidamente certificado de que os gauleses estavam ansiosos para deixar seu próprio território e avançar sobre a terra do inimigo, Aníbal ordenou o deslocamento do seu exército para o sul rumo à Etrúria. Ali eles armaram uma ardilosa emboscada, onde eliminaram 15.000 centuriões romanos na batalha do Lago Trasimeno. Hoje pode-se andar pelo campo de batalha e observar as centenas de valas. Todos os anos em Tuoro sul Trasimeno realiza-se a simulação da Batalha del Trasimeno. 
A Ilha Polvese é maior ilha do lago com quase 70 hectares de extensão, onde funciona um bonito hotel. Pertence à comuna de Castiglione del Lago, cujo nome deriva do símbolo do leão no emblema da família que ali dominou no passado, o Castellum Leonis.
A pequena cidade às margens do Lago Trasimeno realiza todos os anos a "Rassegna Internazionale del Folclore" que reúne as tradições e cultura popular de diversos paises. Os espetáculos acontecem no Castelo Medieval e nas diversas regiões na Umbria no mês de Agosto. Ali se apresentaram além dos grupos da Itália, outros provenientes do Leste Europeu, Ásia, África, Austrália, Brasil e outros países Sulamericanos. O festival conquistou notável fama na Itália e no exterior. 
Cortona: Sob o sol da Toscana
Conhecer Cortona, na região da Toscana, é ir ao encontro da arte, da história e do misticismo. Guardada no interior das muralhas etruscas a 600 metros de altitude, a cidade testemunha através dos séculos todos os acontecimentos dos Apeninos e do Lago Trasimeno. Cortona é uma antiga cidade que foi habitada pelos etruscos, um povo do qual sabe-se muito pouco mas que, apesar do seu estilo de vida simples, possuia uma organização social e política muito elevada. 
Os etruscos valorizavam a participação das mulheres nos negócios e na política. A mulher etrusca não era marginalizada da vida social e participava ativamente dos banquetes, jogos ginásticos e nas danças. Por isso, gregos e latinos consideravam promíscua a cultura etrusca, que permitia essa livre situação social da mulher. 
Hábeis negociadores, os etruscos detinham muita riqueza e por isso sofriam muito ataques. Isso explica as construções de grandes muralhas que cercavam as terras onde se estabeleceram. Conhecedores de diversos elementos da arquitetura, construíram pontes, canais, muralhas e arcos nas entradas das cidades mas sobretudo se destacaram na arquitetura funerária. Todas essas influências são muito marcantes em várias cidades da Toscana que eram dominadas pelos etruscos.
Situada em um cenário único, Cortona está rodeada de destinos turísticos tradicionais como Florença, Arezzo, Siena, Perugia e outros, mas por muito tempo foi totalmente desconhecida no turismo. Porém, quando Frances Mayes, exímia narradora de viagens e amante da gastronomia, descreveu em seu livro "Sob o Sol da Toscana" o incrível mundo descoberto ao comprar e reformar uma casa de campo abandonada no interior da Toscana, na verdade ela despertou o interesse do mundo sobre Cortona como também pelos costumes, vinhos e receitas da culinária Toscana.
Circundada por uma grande muralha, seus edifícios medievais e ruas estreitas dão à cidade uma atmosfera evocativa. A Praça da República, no centro da cidade, é dominada pela Câmara Municipal e por muitas lojinhas. As mesinhas com cadeiras na calçada convidam o turista a sentar-se para melhor apreciar a atmosfera de Cortona. Mas o melhor é quando se caminha por suas ruelas muito estreitas apreciando cada detalhe, pois a maioria dos veículos são estacionados fora das muralhas da cidade. 
E é nesse cenário medieval que acontece a Cortonantiquaria, uma das mais importantes feiras de antiguidades realizada todos os anos, desde o século 18 no Palazzo Vagnotti. Sendo conhecida na Itália e no mercado internacional de antiquários, móveis antigos, gravuras, objetos de arte, jóias antigas e objetos de decoração antigos são colocados à amostra atraindo colecionadores e antiquários de todo o mundo. A feira é organizada no final do mês de agosto/ início de setembro, lotando a praça. 
O Palazzo Casali, que já foi residência de uma família nobre deCortona, hoje abriga o Museu da Academia Etrusca. No castelo estão interessantes achados arqueológicos etruscos e romanos. No extremo norte da cidade, o Museu Diocesano contém obras de grandes artistas, como Luca Signorelli e de Fra Angelico. A Basílica de Santa Margherita e o Santuário Franciscano de Celle convidam o turista a uma viagem de arte e fé, além de desfrutar dos lindos resorts nas imediações de Cortona. 
Por perto as placas da cidade de Arezzo:
Arezzo, onde a vida é bela
 
Arezzo, na região da Toscana, está sobre uma colina e ainda conserva a sua identidade e aparência medieval. Conquistada pelos romanos em 311 a.C. Arezzo era um importante polo militar romano e foi uma considerada uma das 12 cidades etruscas mais importantes. Invadida por Napoleão e alvo durante a Segunda Guerra Mundial, é uma região produtora dos melhores vinhos Chianti. 
 
 
 
Ao redor da Piazza Grande, a arquitetura medieval é testemunha da rica história de Arezzo. Casas comuns de 1200 e 1300 ao lado de nobres casas com torres, o Palazzo della Fraternidade dei Laid com a sua fachada gótica, a Igreja de Santa Maria della Pieve, o Palazzo del Tribunale tribunal, e o Logge del Vasari. No primeiro domingo do mês, na Piazza Grande, acontece uma tradicionalíssima feira de antiguidades, que reúne expositores e artistas.  
 
O Logge del Vasari é uma casa antiga reconstruída em 1547 por Giorgio Vasari, com afrescos feitos por ele, que agora é um museu. As principais salas foram decoradas por Vasari de forma ilusionista. Na sala de visitas Vasari pintou a jornada da vida de um artista, com as virtudes artísticas protegidas pelos deuses da Antiquité, representados como corpos celestes.  Outra manifestação pitoresca e tipica em Arezzo é a Giostra del Saracino, promovida sempre em junho e em setembro. Realizada na Piazza Grande, a giostra é uma competição equestre muito peculiar. A festa tem mais de um século e, além de um desfile histórico com mais de 350 personagens, o objetivo é atingir o escudo do busto de um cavaleiro colocado no centro da praça e que representa um saraceno armado. Ganha a disputa o casal de cavaleiros que acumula mais pontos atingindo o escudo. O prêmio é uma lança de ouro. 
 
Arezzo foi cenário para algumas partes do filme 'La Vita è Bella', de Roberto Benigni. É o lugar em que vivem os personagens principais, antes de serem enviados para o campo de concentração nazista. Para que o filho não perceba os horrores que acontece, o pai, inteligente e espirituoso, faz que o filho acredite que estão participando de uma gincana. 
Siena, a cidade do Palio
 
Quem chega à noite em Siena, na região da Toscana, atravessa suas majestosas muralhas e percorre suas ruas antigas e tortuosas cheias de mistérios e de encanto até a Piazza del Campo, centro da história da cidade através dos séculos, encontra a mais linda jóia da arte medieval italiana na riqueza de seus mármores e mosaicos, tendo a sensação de ter penetrado num mundo de sonhos. 
 
No silêncio da noite, a cidade parece que esconde o que tem de atual e de moderno. Paira no ambiente apenas o perfume medieval da qual ela foi um glorioso expoente, hoje é seu fiel testemunho. Siena foi na Idade Média um dos centros mais florescentes da Itália, pelo valor militar e pelos gênios artísticos nascidos nessa terra. Mas foi também pelo espírito católico que deram à Igreja Santa Catarina e São Bernardino.
Teve expoência na civilização cristã, mas hoje a cidade é apenas um retrato do que foi. Contudo, duas vezes por ano Siena revive; os habitantes retomam os trajes antigos e as corporações de artesãos ressurgem. Bandeiras medievais são hasteadas, ouvem-se trombetas e tambores de guerra e, como que saído por encanto de alguma iluminura, um esplêndido cortejo entra na Piazza del Campo ante os olhos maravilhados dos espectadores. É a Festa do Pálio, realizada tradicionalmente desde o século 14 quando Siena volta ao passado, oferecendo uma visão encantadora da alma guerreira, artística e religiosa da Idade Média. 
 
 
A Piazza del Campo é o coração da cidade, rodeada de dois palácios e de velhas mansões. Por ocasião da corrida demarca-se uma larga pista entre os edifícios e o centro da praça, que exige grande perícia dos jóqueis. Mas o Pálio não é apenas uma festa esportiva e guerreira, é também uma comemoração religiosa. A primeira corrida se realiza no dia 2 de julho em honra da Madonna di Provenzano e a segunda a 16 de agosto, em louvor de Nossa Senhora da Assunção.
 
 
Esta especial devoção com a Mãe de Deus, a quem elegeram como Padroeira da cidade, tem origens muito antigas. Nos tempos do apogeu militar, partindo para a guerra, eles ofereciam a Nossa Senhora as chaves das nove portas de Siena para alcançarem sua proteção no combate. Em agradecimento pelas vitórias conquistadas, erguiam capelas e oratórios. 
Na véspera da batalha de Monteaperti dedicaram a cidade a Nossa Senhora da Assunção - Madonna dell'Assunta - e lhe consagraram a catedral. Nos fins do século 16, quando uma terrível peste assolou a região, o povo mais uma vez voltou-se para sua protetora mas não pôde entrar na catedral para oferecer seus votos, porque dentro havia uma disputa terrível entre os cônegos e as portas estavam fechadas. Acorreram a Nossa Senhora de Provenzano, cuja imagem ficava entre duas janelas de uma humilde morada na Via dei Provenzani di Sotto e que já operara milagres. A Virgem atendeu às suas preces. Desde então a solenidade de Nossa Senhora de Provenzano se tornou a principal festa religiosa de Siena.
 
 
Embora o espírito religioso atual é bem menos intenso que o de antigamente, o Pálio é realizado em louvor de Nossa Senhora. O único prêmio ao vencedor da corrida é um estandarte - Palio - pintado a mão, com a imagem da Madonna de Provenzano ou da Assunção. Por isso a corrida se chama Palio e também a esse evento está relacionado o nome do modelo Palio da Fiat. A festa tem lindas cerimônias e símbolos religiosos e, muitas outras peculiares a cada "contrada", nome que se dá aos 23 grupos que participam da corrida representando os bairros de Siena.
Siena é uma das cidades mais velhas do mundo. Foi na Antiguidade um centro etrusco, depois gaulês e por fim romano. Nos primórdios da Idade Média era constituída por três povoações em redor de outros tantos castelos: Castel Vecchio, Castel di Val di Montone, agora convento dos Servos de Maria e Castellare de Camollia, já desaparecido. Em torno desses pequenos burgos os povoados cresceram até se encontrarem em torno da Piazza del Campo que se tornou o centro de Siena, onde está o Palazzo Pubblico com a torre Mangia de 102 metros de altura.
 
Seu sino marcava a vida da cidade, soando alegre nas festas, fúnebre nas calamidades e vibrante ao chamar para a guerra. Sucederam-se séculos de glória militar e de florescimento artístico. A peste negra de 1348 matou 65.000 dos seus 100.000 habitantes e a ação dos autocratas, dos Viscontis aos Médicis interromperam o desenvolvimento urbano e cultural da cidade.
 
Atualmente Siena tem aspecto semelhante ao dos séculos 13 e 14, sendo famosa pelas faculdades de Direito e Medicina, uma das mais prestigiadas universidades italianas fundada em 1240.
Caterina di Siena, a protetora da Europa e da Itália 
   
Após uma descida íngreme, ao final da Via Pittore em Siena está o Santuário e Casa di Santa Caterina, um lugar que atrai muitas peregrinações. A entrada através dos pórticos dá acesso àCasa di Santa Caterina, tendo sido transformada em santuário em 1464 e onde estão vários documentos relacionados com a sua vida e pinturas que descrevem sua trajetória. Várias peças e esculturas enfeitam os altares e oratórios.
   
Nascida em Siena no ano de 1347, a pequena Caterina Benincasa era filha de um casal que já tinha 23 filhos. Quando completou 6 anos, ela teve a sua primeira experiência mística com a visão de Jesus. Na adolescência Catarina se recusava a casar, por isso foi incumbida de fazer todos os trabalhos da casa. Humildemente, tudo ela suportou por amor a Deus. Tornou-se vegetariana, fez voto de castidade e muitas vezes se dedicava ao jejum. 
  
Aos 20 anos ela entrou para o convento, quando teve uma nova visão mística na qual foi incumbida de se dedicar à orientação espiritual de todos que a procurasse. Uma só palavra de sua boca curava doentes e expulsava maus espíritos. Apesar de ser analfabeta, pelo auxílio divino ela começou a ler e a escrever. Por muitos anos ela permaneceu em silêncio, apenas escrevendo. 
  
A vida mística e a fama de Catarina atravessaram a Europa. Durante a "Cisma do Ocidente" o Papa esteve exilado na França por mais de 70 anos. Apesar de muitos terem rogado, somente a Cruzada da Paz feita por Catarina teve sucesso e trouxe o Papa de volta para Roma. Nessa época houve uma grande confusão, já que o legítimo papa  encontrou seu lugar em Roma ocupado pelo anti-papa Clemente VII.  
  
Mais uma vez Catarina se dedicou à renovação da igreja católica. Já com suas forças esgotadas, ela faleceu em 29 de abril de 1380 na cidade de Roma aos 33 anos. Em Roma e na Igreja de San Domenico em Siena repousam os restos mortais da santa, que foi canonizada em 1461 como Caterina di Siena. Declarada a padroeira da Europa e a segunda padroeira da Itália junto com São Francisco de Assis, é também considerada a protetora dos enfermeiros e enfermeiras. 
 
	
	Igreja de San Domenico
O último suspiro de Catarina selou para sempre suas incontáveis cartas de amor pela fé cristã e em defesa da igreja. Catarina foi uma das importantes místicas e escritoras da Igreja. Ainda hoje é respeitada por suas obras espirituais e sua atuação política.
Perante à história ela foi alguém que teve coragem de dizer a verdade ao poder. Esse foi um feito excepcional para uma mulher de seu tempo, capaz de influenciar a política e a história de sua época. Certa vez afirmou: " A paciência vos tornará perseverante e vossa inteligência se iluminará com a verdade..." 
 
	
	Igreja de San Domenico
O que fazer em Siena
Siena é uma jóia. O Duomo (Catedral) de Siena é uma das igrejas mais lindas de toda Itália e, sendo os italianos especialistas em construir igrejas, é simplesmente deslumbrante. A praça do Campo é a principal da cidade e é onde são realizados os famosos Palios de Siena, tradicional corrida de cavalos realizada duas vezes no ano. O centro histórico de Siena tem ainda outras tantas igrejas, a praça do mercado, o palácio público, os muros medievais. Para conhecer bem a cidade é preciso otimizar o tempo, escolher as prioridades e se, possível, comprar bilhetes com antecedência.
Rua de Siena
O que é imperdível na cidade:
Atrações gratuitas
Piazza del Campo
Piazza del Campo
A Piazza del Campo tem um formato bem diferente, com o centro baixo e as bordas mais elevadas. Desde 1300  é o centro da vida de Siena, funcionando como mercado, ponto de encontro para todos os moradores da cidade, inclusive, para momentos políticos importantes ou festas. É nesta praça que duas vezes por ano, acontece o Palio de Siena, corrida de cavalos.
Dois pontos são importantes nesta praça a Torre del Mangia e o Palazzo Pubblico.  No topo da Piazza há a“fonte Gaia “ uma das mais belas fontes de Siena, esculpida por Jacopo della Quercia entre o 1409 e 1419. A que está hoje no local é uma réplica
Pallazo Pubblico
Na Piazza del Campo sempre tem muita gente sentada ou deitada no chão, descansando, observando melhor a arquitetura e também fazendo um lanchinho.
A praça, obviamente é gratuita, mas quem quiser visitar a Torre del Mangia e o Palazzo Pubblico é preciso pagar entrada.
A torre funciona das 10h às 18h15. O bilhetes : 7 € ou 12 €, o bilhete que compreende a visita ao Museu Cívico também.
O horário do museu é das 10h às 18h30. O ingresso custa 7,50 euros.
Piazza del Mercato
Por trás da Piazza del Campo fica a Piazza del Mercato.  Menos conhecida, mais escondidinha, mas esta praça também tem um significado importante para Siena. Antes mesmo da Piazza del Campo ser contruída, na Piazza del Mercato já funcionavam a Casa da Moeda e a Casa do Mercado de Siena.
A Praça do Mercado tem uma forma clássica retangular, em volta estão vários edifícios importantes. Atualmente, no centro da praça, está um estacionamento para carros.
Basílica de San Francisco
Basílica de São Francisco
Esta é  uma das igrejas mais importantes de Siena. Uma construção do século 13,  em estilo romântico. O interior da igreja parece um pouco vazio, mas isso ocorreu devido a um incêndio de 1655, pois antes a igreja tinha um interior parecido com a da Catedral de Siena. A basílica possui janelas góticas com vitrais, ao longo da nave, que foram refeitas logo após a Segunda Guerra Mundial, quando foram destruídas pelos bombardeios.
O mais interessante da ida a Basília, na minha opinião, é dar uma voltinha no seu entorno do lado de fora e observar a paisagem de Siena, uma bela vista (foto de abertura do post).
Horário: das 7h30 às 12h; 15h30 às 19h
Entrada gratuita
Atrações pagas
Catedral de Siena
Catedral de Siena
O Duomo de Siena ou Catedral de Santa Maria del Fiori é o principal símbolo da arte, história e tradição da cidade. É uma das mais belas catedrais da Itália e um dos exemplos mais representativos do estilo romântico-gótico italiano. A catedral foi consagrada em 1179, na presença do Papa Alessandro III Bardinelli de Siena,  após o tratado de paz assinado com o Sacro Imperador Romano Frederico I, conhecido como Barbarossa. O edifício atual foi construído entre 1215 e 1263. O Duomo tem obras valiosas de grandes nomes da arte italiana como Pisano, Donatello, Michelangelo e Pinturicchio.
Dentro do complexo da Catedral é possível visitar também a Biblioteca Piccolomini, é um dos grandes tesouros,  construída pelo Papa Pio III para abrigar os livros de seu tio, Enea Silvio Piccolomini, que se tornou o Papa Pio II;  o Museu dell´Opera,  um dos mais antigos museus privados da Itália e que preserva obras de arte e elementos decorativos do complexo do Duomo; a Cripta, onde está uma das descobertas arqueológicas mais importantes dos últimos vinte anos,  uma sala decorada com um ciclo de pinturas executadas por uma série de artistas ativos em Siena durante a segunda metade do século XIII; o Batistério, igreja paroquial de São João Batista; e o Panorama,  ponto final de observação do Duomo.  São 131 degraus por uma escada estreita até o topo do Duomo Novo. Do alto é possível ter uma vista de Siena de tirar o fôlego.
Interior da Catedral
O ticket completo inclui a Catedral, a biblioteca Piccolomini, o Museu, o Panorama, a Cripta e o Batistério e custa 12 euros de 1 de março a 31 de outubro e 8 euros de 1 de novembro a 28 de fevereiro. Se não quiser tudo  incluso tem as seguintes opções: Catedral + Biblioteca Piccolomini: € 4,00 desde para a catedral e € 2,00 para a Biblioteca. De  1 novembro a 28 fevereiro,  entrada gratuita.  Museo e Panorama € 7,00; Cripta € 6,00 (€ 8,00 em caso de eventos extraordinários); Batistério € 4,00.
http://www.operaduomo.siena.it/
 Horário:
1 março – 2 novembro, das 10h30 às 19h
3 novembro – 28 fevereiro, das 10h30 às 17h30
26 dezembro – 6 janeiro, das 10h30 às 18h
A espada excalibur de Siena
Nos arredores de Siena existem pequenos e antigos vilarejos entre rios, planícies e colinas que mantém intactos os vestígios de sua história. São muitos palácios e castelosque fazem parte do glorioso passado de Siena e ainda mantém no ambiente o perfume medieval e o espírito religioso que deu origem a muitas igrejas. Terra de contos de fadas e lendas, antigas tradições ainda estão presentes nos costumes do dia-a-dia.
Os vilarejos como Chiusdino e Monticiano estão imersos em grandes bosques, castanheiros, carvalhos e outras espécies. Essa é a parte mais verde da Toscana, protegida como reserva natural e onde há restrições de desmatamento. Nesses bosques muitos vão em busca de trufas brancas e cogumelos comestíveis. Consideradas como um diamante gastronômico, a caça às deliciosas trufas vão de setembro a dezembro sendo um dos ingredientes mais caros do mundo. 
A entrada nesses vilarejos estimulam a imaginação e a emoção de estar fora de seu próprio tempo, que se torna maior ainda quando se chega à Abadia de San Galgano. Solitária no campo e ao final de uma estrada de cipestres, a imensa construção cisterciense foi iniciada em 1218. 
O declínio da povoação monástica foi determinado pela fome em 1329 e depois pela peste bulbônica em 1348. O que a distingue a Abadia e faz parte do seu charme é a ausência do telhado que uma vez existiu mas foi vendido. À noite os efeitos de luzes criam um majestoso cenário para shows e eventos musicais. 
A Capela de Montesiepi situa-se numa colina nas proximidades da Abadia. Construída em 1183 por ordem do bispo de Volterra, é caracterizada pelo padrão redondo feito de tijolos. Ambas paredes da cúpula expressam um simbolismo que recorda memórias de etruscos, celtas e até mesmo de templários. Esta igreja foi construída em memória a San Galgano e está decorado com uma abundância de símbolos misteriosos e detalhada que se relacionam com o calendário solar.   
San Galgano nasceu em 1148 no pequeno vilarejo de Chiusdino e numa época da Idade Média cheia de violência e abusos. Com seu vigor e vitalidade, Galgano vivia para fazer valer seu espírito de dominação. Assim como outros cavaleiros, Galzano vivia sua juventude de forma frívola e arrogante. Com o passar dos anos, Galgano começou a perceber seu modo de viver e sentia angústia por não ter um propósito de vida. 
Neste estado de espírito, Galgano resolveu mudar de vida e se retirou para o Montesiepi. Revoltado com as atrocidades, ele abandonou o mundo comprometendo-se a viver como eremita. Aos 32 anos, como um sinal tangível de renúncia perpétua de todas as formas de violência, tomou a espada que antes ele usava e a cravou numa rocha com a intenção de usá-la como uma cruz para rezar. Um ano depois, Galgano faleceu e 4 anos mais tarde foi declarado santo pelo Papa. A espada é conservada como uma relíquia de San Galgano.
Na época medieval criaram-se muitas lendas sobre objetos tidos como mágicos e milagrosos. Alguns estudiosos apontam que existem detalhes semelhantes entre a história de San Galgano e a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Tavola Redonda, que associa o imaginário celta e cristão numa série de episódios místicos, mágicos e fantásticos sobre a vida do rei bretão. 
O lendário Rei Arthur foi descrito na literatura medieval como um rei que venceu os saxões e estabeleceu um império composto pela Grã-Bretanha, Irlanda, Islândia e Noruega. Os Cavaleiros foram os homens premiados com a mais alta Ordem da Cavalaria na corte e a távola ou mesa foi criada no formato redondo para que não tivesse cabeceira, representando assim a igualdade de todos.   
Dentre suas aventuras, conta-se que Excalibur era uma espada mágica encravada numa rocha por um antigo rei. Brilhando ao sol, poderia ser removida somente por aquele que iria ocupar o trono da Grã-Bretanha. Muitos tentaram, porém ela não se movia. Quando surgiu o jovem Artur, ele conseguiu retirá-la facilmente. Diante de tal milagre, ele foi coroado e assumiu o trono.

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