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SIENA A FLORENÇA 72 km 1h 6min

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SIENA A FLORENÇA ( Firenze) 72 KM - 1H 6MIN 
No caminho, indicações de Reggello, um dos belos caminhos da Toscana
 
Entre Firenze e Arezzo há uma antiga estrada construída pelos etruscos. Quando os romanos conquistaram a Etrúria deram à estrada o nome de "Cassia Vetus", tendo sido durante a Idade Média uma das principais estradas que levavam os peregrinos de Firenze a Roma. Ao longo da estrada surgem inúmeras aldeias medievais, torres, castelos, antigas igrejas e casas de fazenda entre cipestres, uma característica marcante da Toscana. 
 
Dentre as pequenas comunidades que pertencem à Comunidade de Montanha Fiorentina tem destaque Reggello, que é considerada a capital do azeite ao redor de Firenze. A cidade, que era chamada de Castelvecchio di Cássia, se expandiu por estar desde a antiguidade na rota comercial entre Firenze e Arezzo. 
 
Sua construção mais importante é a Pieve di San Pietro que é uma mais interessantes igrejas do Val d'Arno pela qualidade das esculturas e seu estilo românico. Consagrada em 1073, a igreja conserva algumas obras artísticas raras. 
Nas imediações há inúmeras igrejas, entre elas a Igreja San Pietro de Pitiana que foi construída antes do ano 1000, a Igreja de San Clemente em Sociana e a Igreja de Sant'Agatha em Arfoli que é a padroeira das mulheres que amamentam. 
O Castello Bonsi está numa uma posição estratégica no meio das colinas verdes entre o Parque de Sammezzano e a Igreja de St. Agatha, uma bela propriedade embelezada por belas vinhas e olivais. Algumas vezes aberto ao público, pode-se visitar toda estrutura da prensagem de azeitonas para obter o melhor azeite da região.  
 
Mosteiro de Vallombrosa: O Mosteiro de Vallombrosa é um grande complexo situado numa bela floresta no entorno de Reggello. Em 1008 um nobre florentino saiu de Florença junto com um companheiro para encontrar um lugar mais isolado. Ele encontrou uma pequena ermida que se tornou o mosteiro. 
Em 1015 os monges elegeram-no como seu superior nascendo daí uma nova congregação. Ao longo do tempo a ermida foi sendo ampliada e hoje no suntuoso complexo funciona a Congregação dos Beneditinos onde há uma série de mobiliários antigos. 
No princípio do século 20 havia muitos hotéis e vilas na região que recebiam importantes hóspedes. A fama do complexo Vallombrosa-Saltino como um recurso para tratamento de saúde teve seu auge no início dos anos 1900 mas declinou após a guerra. A área arborizada de Vallombrosa é uma área protegida por ter uma valiosa coleção de plantas de interesse científico. 
 
 
Castello di Sammezzano: Imerso num bosque de sequóias, o Castello di Sammezzano é uma magnífica obra arquitetônica com uma extraordinária decoração hispano-mourisco. Construído sobre ruínas romanas de 200 a.C. o castelo pertenceu a várias famílias até ser comprado por Sebastiano Ximenes d'Aragona, um rico comerciante que fez fortuna no comércio com as Américas.
Depois de sua morte o castelo foi herdado por Ferdinando Panciatichi Ximenes d'Aragona, um  visionário e excêntrico que em 1889 projetou a transformação do castelo em “um sonho das mil e uma noites”. Com uma mistura de estilos, do mouro ao neogótico, o castelo tem inúmeras salas com nomes majestosos e decoradas com colunas, capitéis, arcos, cúpulas e arabescos coloridos.  
 
 
 
 
O Marquês Panciatichi tinha a ideia de unir a arte ocidental e oriental. Apesar das críticas por sua ideia considerada bizarra para a época, ele lutou durante vários anos para concluir sua ideia. O curioso é que Ferdinando nunca tinha à Europa Oriental e toda arquitetura foi estudada apenas em livros, determinando o caleidoscópio de cores e formas extraordinárias.
Autodidata e intelectual ele foi mal compreendido por seus contemporâneos tendo vivido as esperanças e as desilusões de quem acreditava na Unidade da Itália. Decepcionado com a política, dedicou-se ao seu projeto e devido às zombarias ele deixou várias mensagens escritas nas paredes. 
 
 
Junto ao castelo também projetou um grande parque com árvores e plantas exóticas onde está o maior grupo de sequoias gigantes na Itália. Algumas construções serviam para embelezar o parque, como uma caverna artificial com uma estátua de vênus, piscinas, fontes e outras criações com azulejos decorativos. 
Quase ao final da obra o marquês foi acometido de uma paralisia progressiva tendo falecido em 1897. O castelo ficou abandonado tendo sido saqueado e perdido os móveis, lustres, adereços, estátuas etc. 
Depois da guerra, o castelo foi usado como um hotel de luxo até encerrar suas atividades em meados de 1990. O complexo permaneceu abandonado por 20 anos e recentemente formou-se um comitê com o objetivo de restaurar e promover o castelo por ocasião dos 200 anos de nascimento do marquês que acontecerá em 2013. 
 
 
Valle del Borro da Caverna: A região do Val d'Arno é cortada pelo Rio Arno que deu nome ao vale e percorre toda a região da Toscana. Entre o rio Arno e as colinas há várias formações de argila com centenas de metros formando desfiladeiros. 
Chamados de Le Balze, foram formadas por erosão através do tempo estendendo-se por uma grande área. A grande atração é o "Valle del Borro da Caverna", sendo um local muito visitado pelo pessoal que sai passeando de bicicleta, mas também pode-se fazer o percurso em caminhadas. 
 
 
 
Monalisa: Próximo a Arezzo, na Reserva Natural de Buriano vivem muitas espécies raras da vida selvagem.  Sobre o Rio Arno a velha Ponte de Buriano construída pelos romanos é um trecho da estrada que coincide com a Rota de Vinhos de Arezzo. 
Talvez a ponte passasse desapercebida se não aparecesse na famosa pintura de Leonardo da Vinci: Monalisa ou La Gioconda. Por trás do sorriso da Monalisa ao lado direito há a imagem de uma ponte com as mesmas características de Buriano. 
Do lado esquerdo aparecem as montanhas de argila que pertencem à paisagem toscana. A reconstrução da perspectiva permitiram definir o ponto de observação que foi localizado no castelo de Quarata, uma aldeia bem perto da ponte que era bem conhecida de Leonardo da Vinci.
RIO ARNO
	
Percurso do rio Arno.
	Comprimento
	241 km
	Nascente
	Monte Falterona (Apeninos)
	Altitude da nascente
	1.385 m
	Caudal médio
	130 m³/s
	Foz
	mar Tirreno
	Área da bacia
	8.228 km²
	País(es)
	 Itália
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O Arno é um rio da Itália que nasce nos Apeninos, no Monte Falterona a 1.358 m acima 
O Arno é um rio da Itália que nasce nos Apeninos, no Monte Falterona a 1.358 m acima do nível do mar, e atravessa a região da Toscana, percorre 241 km e passa porFlorença e Pisa antes de desaguar no Mar Tirreno. O Arno é o mais extenso rio da região da Toscana, com o maior curso de água, e é fator determinante para a existência de várias civilizações que habitaram a Toscana, antes mesmo até dos romanos chegarem até o local. Serviu como uma importante via de transporte fluvial sendo servido por vários portos, ligando a cidade de Florença até o Mar Tirreno. Suas águas são caudalosas e tranquilas. Em alguns pontos são formados vários bancos de areia em dias de estiagem, mas em outras épocas é frequente que as cheias transbordem suas bordas. Por vezes ocasionou inundações por causa disso. A mais lembrada, foi a inundação de 1966. Outra inundação muito recordada pela história ocorreu em 1333, que destruiu a Ponte Romano, situada onde hoje existe a Ponte Vecchio, em Florença.
Ao se aproximar de Pisa, pouco antes de se encontrar com o mar, o rio adquire um aspecto mais volumoso, de águas mais profundas. Em diversos pontos deste rio, são disputadas diversas variedades de torneios de remo, sendo os mais importantes, os torneios florentinos. 
Várias pontes atravessam o Arno. Durante a segunda guerra mundial, todavia, a maioria delas foram destruídas e reconstruídas mais tarde. As que persistiram possuem grandevalor histórico e cultural. As mais belas destas pontes situam-se em Florença e em Pisa.
APENINOS
A cordilheira dos Apeninos (em italiano: Appennini) estende-se por 1000 km ao longo da Itália central e costa leste, formando a coluna dorsal do país. Deram seu nome àpenínsula Apenina, que forma a maior parte da Itália. As montanhas são verdes e arborizadas, apesar de um lado do pico mais elevado, o Corno Grande (2912 m), ser parcialmente coberto pela geleira mais meridional da Europa. As elevações mais a leste, perto do mar Adriático, são abruptas, enquanto que as do oeste formam uma planície onde se localizam a maior parte das cidades históricas italianas, como Siena,Florença, Pisa, entre muitas outras.
 
FLORENÇA ( Província)
A província de Florença é uma província italiana da região de Toscana com cerca de 933 860 habitantes, densidade de 265 hab/km².Está dividida em 44 comunas, sendo a capitalFlorença. 
Faz fronteira a norte e a este com a região da Emília-Romanha (província de Bolonha, província de Ravena e província de Forlì-Cesena), a sudeste com a província de Arezzo, a sul com aprovíncia de Siena e a oeste com a província de Pisa, província de Lucca, província de Pistoia eprovíncia de Prato.
 
Florença foi durante muito tempo considerada a capital da moda. É considerada o berço do Renascimento italiano, e uma das cidades mais belas do mundo.
Tornou-se célebre, também, por ser a cidade natal de Dante Alighieri, autor da "Divina Comédia", que é um marco da literatura universal e de onde a língua italiana moderna tem várias influências. Nesse poema ele descreve a cidade de Florença em muitas passagens, assim como alguns de seus contemporâneos florentinos célebres, como Guido Cavalcanti, amigo que também era poeta e ativo na vida política da cidade, que também são personagens da obra. Também é florentino Cimabue, o último grande pintor italiano a seguir a tradição bizantina, e responsável pela "descoberta" de Giotto.
Florença tem origem num antigo povoado etrusco, e foi governada pela família Médici desde o início do século XV até meados do século XVIII. O primeiro líder da cidade pertencente à família Médici foi Cosme, o Velho, que chegou ao poder em 1437. Foi um protector dos judeus na cidade, iniciando uma longa relação da família com a comunidade judaica.
A Grande Sinagoga de Florença, também conhecida como Tempio Maggiore ("Templo Principal"), é considerada uma das mais belas da Europa.
Destacam-se as diversas e belíssimas catedrais de épocas e estilos diferentes. A cidade também é cenário de obras de artistas do Renascimento, como Michelangelo, Leonardo da Vinci, Giotto, Botticelli, Rafael Sanzio, Donatello, entre outros.
Nesta cidade nasceram os papas Leão X, Clemente VII, Clemente VIII, Leão XI, Urbano VIII e Clemente XII.
Santa Maria del Fiore
A Catedral de Santa Maria del Fiore é o "Duomo" de Florença, Itália, e está localizada na praça homônima.
Era já em 1971 a quinta igreja da Europa em grandeza, depois da Basílica de São Pedro, daCatedral de São Paulo, da Catedral de Sevilha e da Catedral de Milão[1]. Possui 153 metros de comprimento e 90 metros de largura no transepto, enquanto o tambor da cúpula possui 54 metros.
A construção iniciou-se em 1296 com projeto de Arnolfo di Cambio sobre as fundações da antiga Catedral de Santa Reparada. Após a morte de Arnolfo, passou pela supervisão deGiotto di Bondone, depois por Francesco Talenti e teve sua cúpula construída por Filippo Brunelleschi. Ao fim das obras da cúpula em 1436, a catedral foi consagrada pelo papaEugênio IV. É a catedral da arquidiocese de Florença e pode acomodar até trinta mil pessoas. 
O relógio de Uccello
Palazzo Vecchio
 
 Palazzo Vecchio (Florença).
O Palazzo Vecchio (Palácio Velho) é um palácio de Florença, localizado na Praça da Senhoria (Piazza della Signoria) da capital toscana. Actualmente é a sede da prefeitura do município florentino e no seu interior acolhe um museu que expõe, entre outras, obras de Agnolo Bronzino, Michelangelo Buonarroti e Giorgio Vasari.
Chamado inicialmente de Palazzo della Signoria (Palácio da Senhoria), nome do organismo principal da República Florentina, assumiu ao longo dos séculos nomes diversos: de Palazzo dei Priori (Palácio dos Priores) a Palazzo Ducale (Palácio Ducal), segundo os vários ordenamentos governamentais instauradosna cidade. O nome Vecchio é adoptado em 1565, quando a Corte do Grão-Duque Cosme I se transferiu para o "novo" Palazzo Pitti.
O edifício foi gradualmente ampliado em direcção a este, vindo a ocupar uma extensão isolada e aumentando o inicial paralelepípedo doséculo XIII até este quadruplicar as suas dimensões, com uma planta que recorda um trapézio do qual a fachada é somente o lado mais curto. Sobre a fachada principal rusticada encontra-se a Torre de Arnolfo (Torre di Arnolfo), um dos emblemas da cidade.
 
História 
Parte traseira do Palazzo Vecchio, onde são bem visíveis as ampliações sucessivas ocorridas ao longo dos séculos; No ângulo superior vê-se o Terraço de Saturno.
No final do século XIII, as autoridades da cidade de Florença decidiram construir um palácio de modo a assegurar uma eficaz protecção aos magistrados naqueles tempos turbulentos e, ao mesmo tempo, celebrar a sua importância. O desenho do palácio é atribuído a Arnolfo di Cambio, arquitecto do Duomoe da Basílica da Santa Cruz, o qual começou a construí-lo em 1299. O edifício, chamado na época dePalazzo dei Priori (Palácio dos Priores), foi construído sobre as ruínas do Palazzo dei Fanti (Palácio dos Fanti) e do Palazzo dell'Esecutore di Giustizia (Palácio do Executor de Justiça), antes pertencente à família gibelina dos Uberti, caçada em 1266. Incorporou a antiga torre da família Vacca, utilizando-a como parte baixa da torre existente na fachada. Esta é a razão pela qual a torre rectangular (94 m.) não é o centro do edifício. Depois da morte de Arnolfo, em 1302, o palácio foi terminado por outros dois artistas, em 1314.
A partir de então passou a ser a sede da Signoria, ou do conselho citadino chefiado pelos Priores (entre os quais Dante Alighieri, em 1300), e do Gonfaloneiro de Justiça, uma via intermédia entre um prefeito e um chefe de governo, com um cargo que, no entanto, durava um período de tempo muito breve.
O palácio actual é, porém, fruto de outras construções e ampliações sucessivas, levadas a cabo entre oséculo XIII e o século XVI. O Duque de Atenas, Gualtieri di Brienne, iniciou a primeira modificação no período compreendido entre 1342 e 1343, aumentando-o em direcção à Via della Ninna e dando-lhe o aspecto de uma fortaleza. Outras modificações importantes ocorreram entre 1440 e 1460 a mando deCosme de Médici, com a introdução das decorações em estilo renascentista na Sala dei Dugento e no primeiro pátio de Michelozzo. O Salone dei Cinquecento (Salão dos Quinhentos) foi construído em 1494, durante a República de Savonarola.
 
 O postigo para as fugas de emergência, mandada construir pelo Duque de Atenas.
Entre 1540 e 1550 o palácio serviu de residência a Cosme de Médici, o qual encarregou Vasari de alargar a parte posterior do palácio para assegurar as necessidades da Corte Ducal. O palácio duplicou, desta forma, o seu próprio volume ao juntar-se à sua parte posterior. A última ampliação remonta aos finais do século XVI, quando Battista del Tasso e Bernardo Buontalenti organizaram a parte posterior, dando-lhe o aspecto que apresenta até à actualidade.
O nome foi mudado oficialmente quando Cosme se instalou no Palazzo Pitti, em 1565, e chamou à residência precedente Palazzo Vecchio, enquanto a Piazza della Signoria mantinha o seu nome. Vasariconstruiu, então, um passadiço elevado, o CorridoioVasariano (Corredor Vasariano), o qual liga, até aos dias de hoje, o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti, atravessando o Arno sobre a Ponte Vecchio. Cosme I, por outro lado, instalou a administração governamental e os magistrados na adjacente Galleria degli Uffizi.
O palácio ganhou nova importância ao ser sede do governo nacional, no período compreendido entre 1865 e 1871, quando Florença se tornou capital do Reino de Itália.
Embora grande parte do Palazzo Vecchio seja, actualmente, um museu, ainda se mantém como símbolo do governo local, sendo, de facto, sede da Comuna de Florença e do Conselho Comunal.
O exterior = A fachada principal dá uma impressão de solidez, para o que contribui o acabamento externo, rusticado, em "pietraforte". É dividida em três andares principais com cornijas a marcar a separação entre cada um deles, as quais sublinham duas filas de janelas geminadas neogóticas em mármore, com arcos trilobados, acrescentados no século XVIII em substituição das originais.
A parte antiga é coroada por um alpendre saliente sustentado por mísulas em arcos e marcado por uma merlatura do tipo guelfo (com o topo quadrado), enquanto a da torre é do tipo gibelina ("em cauda de andorinha").
Alguns destes arcos possuem buracos, os quais podiam ser utilizados para derramar óleo fervente ou pedras sobre os eventuais invasores.
Arengário e entrada 
Hércules e Caco, escultura de Baccio Bandinelli situada frente ao Palazzo Vecchio.
O estrado realçado frente ao palácio é o chamado arengário, uma zona que toma o nome da "balaustrada" que, em tempos, o cingia e que foi eliminada durante os restauros oitocentistas deGiuseppe Del Rosso. Deste lugar, os priores assistiam às cerimónias citadinas ocorridas na praça. No final do século XV foi decorado com esculturas que, se não foram substituídas por cópias ou ligeiramente deslocadas, ainda se podem admirar.
As mais antigas são o Marzocco (1418-1420) e a Judite e Oloferne (1455-1460), ambas as obras criadas por Donatello, as quais foram substituídas por cópias devido à sua preciosidade (o Marzoccoestá conservado no Bargello, a Judite dentro do palácio). A segunda escultura, em bronze, é proveniente do Palazzo Medici Riccardi, onde ornamentava uma fonte do jardim, tendo sido deslocada para a Piazza della Signoria depois da chamada "segunda caçada dos Médici", simbolizando a derrota da tirania por parte do povo.
 
 A entrada principal do Palazzo Vecchio, com o frontispício.
O David de Michelangelo marcou a entrada do palácio entre 1504, ano da sua conclusão, e 1873, quando foi deslocada para a Galeria da Academia. No seu lugar encontra-se uma cópia desde 1910, ladeada por Hércules e Caco de Baccio Bandinelli, escultor que foi muito criticado pelo seu "atrevimento" em aproximar uma obra sua à obra prima de Michelangelo.
Diante do conjunto do portal encontram-se as duas extremidades marmóreas (termini marmorei), a masculina de Vincenzo de Rossi e a feminina de Baccio Bandinelli, as quais retomam uma tipologia da estatuária clássica.
Sobre o portal principal assenta o frontispício decorativo em mármore, datado de 1528. Ao centro, flanqueado por dois leões, encontra-se o Monograma de Cristo, circundado pela frase "Rex Regum et Dominus Dominantium" (Jesus Cristo, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores). Esta inscrição remonta ao tempo de Cosme I e substitui a inscrição precedente inspirada em Savonarola. De facto, esta última declarava Cristo como soberano de Florença, tendo o monge intenção de dar a entender que ninguém poderia ousar "deslocar" Cristo e tomar o comando da cidade. Cosme I fê-la substituir subtilmente, dando-lhe outro sentido, indicando Cristo como Rei, sim, mas Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
Os brasões sobre a fachada
Os brasões sobre a fachada vistos da Loggia dei Lanzi.
Por baixo dos arcos do alpendre foi pintada, em 1353, uma série de brasões, os quais simbolizam alguns aspectos particulares da República Florentina e ainda hoje retratam, em certo sentido, a situação política do século XIV.
A série de nove brasões repete-se duas vezes sobre a fachada e dois deles são, ainda, repetidos uma terceira vez do lado direito.
O primeiro que se encontra a partir da esquerda é a cruz encarnada em campo branco, que representa a insígnia do povo florentino e assinala a "res publica" em florença.
Seguidamente, encontra-se o lírio florentino encarnado em campo branco, actual símbolo citadino, adoptato pelos guelfos na época da caçada dos gibelinos, em 1266, anulando o brasão gibelino, pintado pouco antes, representado por um lírio branco (como se encontram numerosos nos campos de Florença) em campo encarnado.
O brasão seguinte é repartido verticalmente entre o branco e o encarnado, representando o laço entre Fiesole (cujo brasão é um campo branco) e Florença (cujo antigo brasão era um campo encarnado), que os florentinos sempre recordaram como uma relação de mãe/filha.
O quarto brasão apresenta as chaves de ouro em campo encarnado e simboliza a fidelidade para com o papado.
O quinto brasão é a Libertas de ouro em campo azul, símbolo dos priores das artes e mote da liberdade e independência citadina.
O símbolo que se segue, a águia encarnada em campo branco que "agarra" um dragão verde, é o brasão do partido guelfo. A cidade guelfa era caracterizada, na Idade Média, por um brasão branco/encarnado (Florença, Lucca, Pisa, etc.), enquanto que a gibelina apresentava, geralmente, como cores o branco e o negro (Siena e Arezzo).
Depois do já citado lírio branco em campo encarnado, antigo símbolo gibelino da cidade, encontramos o brasão do Rei de França, os três lírios dourados em campo azul, de Carlos de Valois, o qual decretou a vitória dos guelfos negros sobre os brancos, em 1302.
O último brasão, partido em faixas negro/ouro e lírios dourados em campo azul, pertence a Roberto de Anjou.
No lado esquerdo, sobre os arcos, encontram-se, também, algumas figuras zoomorfas em bronze. Estas esculturas, em "pietra serena", são cabeças de leão e outras figuras.
A Torre de Arnolfo
A Torre de Arnolfo.
A torre do Palazzo Vecchio foi construída cerca de 1310, quando o corpo do palácio estava quase terminado. Colocada sobre a fachada (inspirando-se provavelmente no castelo dos Condes Guidi em Poppi), apoia-se somente em parte na alvenaria de sustentação, apresentando o lado frontal construído completamente em falso, isto é, saliente em relação à estrutura de apoio, com uma solução arquitectónica ao mesmo tempo audaciosa e esteticamente agradável.
 
 A bandeirola original.
Com uma altura de cerca de 94 metros, a torre ergue-se sobre uma casa-torre pré-existente, a qual pertencia aos Foraboschi ou, segundo outras fontes, aos Della Vacca, pelo que não está centrada em relação à fachada, mas deslocada em direcção ao lado sul.
O corpo da torre, em adição às escadas, apresenta um pequeno vão, denominado de Alberghetto(Albergue), dentro do qual foram mantidos prisioneiros, entre outros, Cosmo de Médici no regresso do exílio (1433) e Girolamo Savonarola antes de ser enforcado e queimado em praça pública, no dia 23 de Maio de 1498.
O alpendre da cela campanária é sustentado por mísulas com arcos ogivais, sobre os quais assenta uma construção com arcos apoiada em quatro maciças colunas em alvenaria coroadas por capitéis com folhas. Na cela estão instalados três sinos:
A Martinella, que chama os florentinos a reunir;
O sino do meio-dia;
O sino dos dobrados (o maior).
Em torno de uma das colunas pode ver-se a escada em caracol que permite aceder à cobertura.
No topo encontra-se uma bandeirola (mais de dois metros de altura) em forma de Marzocco, a qual está coroada pelo lírio florentino. Trata-se de uma cópia, podendo a original ser admirada em toda a sua grandeza no segundo pátio do palácio.
Olhando para as mísulas que sustêm o balcão do altoda torre, tem-se a estranha sensação de que os cantos estão apoiados, somente, em pequenas pirâmides invertidas: é uma curiosa ilusão óptica causada pela margem das sombras.
 
 A porta da Alfândega
O grande relógio foi originalmente construído pelo florentino Nicolò Bernardo, mas substituído em 1667 por um outro realizado por Giorgio Lederle di Augusta e montado por Vincenzo Viviani, o qual se mantém funcionante até à actualidade.
A porta da Alfândega = A porta do lado norte, vizinha da Via dei Gondi (Rua dos Gondi), carrega sobre o portal, além dos brasões esculpidos de Florença e do Povo, a representação de uma porta encrustada em mármores polícromos, o brasão da Alfândega. Daqui acedia-se, de facto, aos escritórios da Alfândega, a qual tinha os seus armazéns nos subterrâneos do palácio, e que ainda actualmente dá nome ao chamado Cortile della Dogana (Pátio da Alfândega).
Os pátios
Primeiro pátio
O primeiro pátio do Palazzo Vecchio.
O primeiro pátio, ao qual se acede pelo portão principal da Piazza della Signoria, foi projectado em 1453 por Michelozzo. Em 1565, por ocasião das bodas entre Francisco I de Médici, filho de Cosme I, e Joana de Áustria, irmã do imperador Maximiliano II, o pátio foi transformado e decorado em estilo maneirista, segundo projecto de Giorgio Vasari.
Nas lunetas, em volta de todo o pátio, foram reproduzidas as insígnias da igreja e das congregações das arte e dos ofícios da cidade, enquanto nos enquadramentos inferiores estão pintadas, em honra da própria Joana de Áustria, as Vistas de cidades do império dos Habsburgo. A abóbada foi enriquecida com decorações em estilogrotesco.
Ao centro, em substituição do antigo poço, foi erguida uma fonte em pórfiro por Battista del Tadda e Raffaello di Domenico di Polo, sobre a qual foi colocada uma estátua de bronze mais antiga, o Putto con delfino, de Andrea del Verrocchio (1476), a qual foi transferida em 1959 para o Terrazzo di Giunone, no segundo andar do palácio, sendo substituída no pátio por uma cópia. Esta pequena estátua estava situada, inicialmente, no jardim da Villa Medicea di Careggi. A água que a alimenta, jorrando das narinas do golfinho, chega dos Jardins do Bóboli graças a um antigo sistema hídrico de condutas.
No nicho situado frente à fonte está instalado Sansone e il Filisteo (Sansão e o Filisteu), de Pierino da Vinci. As colunas estão ricamente decoradas, com caneladuras alternadas com outras partes trabalhadas em estuques dourados.
No flanco esquerdo do pátio, uma porta conduz à antiga Sala de Armas (Sala d'Arme), em tempos utilizada como depósito de armas e munições. Hoje em dia, esta sala é usada para mostras temporárias e eventos especiais.
Segundo pátio = O segundo pátio, também conhecido como Pátio da Alfândega (Cortile della Dogana), possui pilastras maciças construídas, em 1494, porSimone del Pollaiolo para sustentar o Salão dos Quinhentos (Salone dei Cinquecento) no segundo andar. Toma o nome dos escritórios da alfândega, os quais funcionaram ali até à época de Leopoldo II de Toscana (1844).
A Alfândega florentina acolhia as mercadorias provenientes do exterior do Grão-ducado e retinha-as em depósito até que o destinatário as importasse ("sdoganasse") pagando a respectiva taxa. Depois da cheia do arno ocorrida no dia 3 de Novembro de 1844, as mercadorias ficaram gravemente alagadas, pelo que se deslocaram estes escritórios para o Casino Mediceo di San Marco, na Via Cavour, antes de ali serem instalados os gabinetes do Tribunal de Apelação.
No pátio, actualmente, encontra-se a bilheteira do museu e o bookshop.
Entre o primeiro e o segundo pátio encontra-se uma imponente e monumental escadaria de Vasari, a qual conduz ao Salão dos Quinhentos.
Terceiro pátio = O terceiro pátio, chamado de Pátio Novo (Cortile nuovo), foi efectuado por Bartolomeo Ammanati e Bernardo Buontalenti como conclusão da ampliação em direcção à Via dei Gondi e à Via dei Leoni. Aqui encontram-se, sobretudo, gabinetes comunais e a escadaria do Sindaco e da Junta.
O interior - Museu
Primeiro andar
Salão dos Quinhentos
O Salão dos Quinhentos.
O Salão dos Quinhentos (Salone dei Cinquecento) é um dos mais amplos salões daItália.
Esta imponente sala tem um comprimento de 54 metros e uma largura de 23. Foi construída em 1494 por Simone del Pollaiolo, chamado de il Cronaca, por encomenda de Savonarola que, substituindo os Médici na condução de Florença, a concebeu como sede do Conselho Maior (Consiglio Maggiore), precisamente com 500 membros.
Foi, em seguida, alargada por Vasari, para que Cosme I podesse reunir a Corte neste salão. Durante a transformação ocorrida entre 1555 e 1572, as famosas pinturas incompletas representando a Batalha de Anghiari, por Leonardo da Vinci, e a Batalha de Cascina, por Michelangelo, foram cobertas ou destruídas (ainda não é claro). DaBatalha de Anghiari existe uma célebre cópia de Rubens no Museu do Louvre, mas, de qualquer forma, restam ainda outras cópias das duas obras, além de esboços presentes na abóbada.
No período em que Florença foi capital do Reino de Itália (1865-1871), os parlamentares reuniam-se na sala dos Quinhentos.
Nas paredes foram realizados grandes afrescos, os quais descrevem as batalhas e os sucessos militares de Florença sobre Pisa e Siena:
A tomada de Siena;
A conquista de Porto Ercole;
A vitória de Cosme I em Marciano no Vale de Chiana;
A derrota dos pisanos na torre de San Vincenzo;
Maximiliano da Áustria tenta a conquista de Livorno;
Pisa atacada pelas tropas florentinas.
O tecto, realizado com 39 painéis, foi construído e pintado por Vasari e a sua oficina. Representa "Importantes episódios da vida de Cosme I", os bairros da cidade e a própria cidade. Ao centro encontra-se em apoteose a "Cena de glorificação como Grão-Duque de Florença e da Toscânia".
No lado norte da sala, iluminada por enormes janelas, encontra-se o nível realçado chamado de A Audiência (L'udienza), construído por Baccio Bandinelli para Cosme I receber cidadãos e embaixadores. Sobre esta área encontram-se afrescos representando eventos históricos, entre os quais aquele em que o Papa Bonifácio VIII recebeu os embaixadores e, dando-se conta que eram todos florentinos, pronunciou a famosa frase "Vós florentinos sois a quintessência".
Nos nichos estão alojadas esculturas de Bandinelli: ao centro a estátua do Papa Leão X (realizada com a ajuda do seu assistente Vincenzo de Rossi) e à direita a estátua de Carlos V coroado pelo Papa Clemente VII.
Nas paredes estão expostas, também, sumptuosas tapeçarias dos Médici, incluindo a História da vida de João Baptista, retomado de um afresco de Andrea del Sarto.
As seis estátuas colocadas ao longo das paredes, representando os Trabalhos de Hércules, são obra de Vincenzo de Rossi.
No nicho central (parte sul da sala) encontra-se o famoso grupo marmóreo de Michelangelo intitulado "O génio da Vitória" (Il genio della Vittoria; 1533-1534), originariamente preparado para o túmulo do Papa Júlio II.
Estúdio de Francisco I
O Estúdio de Francisco I.
No final do Salão dos Quinhentos foi realizada uma pequena sala lateral sem janelas. Esta obra prima, o Estúdio (Studiolo) de Francisco I de Médici, foi igualmente projectada por Vasari e executada em estilo maneirista (1570-1575). As paredes e as abóbadas estão completamente cobertas por pinturas, estuques e esculturas. Muitas das pinturas são da escola de Vasari e representam os quatro elementos: água, terra, ar e fogo. O retrato de Cosme I e da sua esposa, Leonor de Toledo, foi realizado por Agnolo Bronzino. As delicadas esculturas em bronze foram construídas por Giambologna e Bartolomeo Ammannati. Desmontadas com o passar dos séculos, foram reconstruídas, somente, no século XX.
Do Estúdio de Francisco I, duas escadas levam ao mais antigo Estúdio de Cosme I.
Apartamentos monumentais = As outras salas do primeiro andar são os Apartamentos Monumentais ("Quartierimonumentali"). Estas salas, residência dos Priores, e os Apartamentos de Leão X (Quartieri di Leone X), têm sido utilizadas desde há muito tempo como salas de representação do "Sindaco"; todavia, recentemente passaram a estar, em parte, visitáveis pelos turistas (Sala de Leão X e Sala de Clemente VII), compreedidas no antigo gabinete do "Sindaco".
Nos apartamentos de Leão X estão presentes afrescos que celebram a genealogia da família Médici. Estes aposentos tomam o nome de uma das salas mais famosas, aquela dedicada, precisamente, ao primeiro papa Médici. As pinturas são obra de Giorgio Vasari, Giovanni Stradano e Marco da Faenza.
Na cena que representa a "Entrada triunfal de Leão X na Piazza della Signoria" (Ingresso trionfale di Leone X in piazza della Signoria) vê-se o aspecto da praça antes da construção da Galleria degli Uffizi, ainda com a igreja de San Pier Scheraggio e com a Loggia dei Lanzi sem as esculturas.
É interessante, também, o afresco da Batalha de San Leo (Battaglia di San Leo), vencida por Lourenço, Duque de Urbino para o mesmo papa. Ao fundo vê-se bem a fortaleza de San Leo, célebre por ter sido lugar de cativeiro de Cagliostro. Uma curiosidade da pintura é representada pelo sátiro, em primeiro plano, que tem um grande cântaro: do cântaro jorra água proveniente da rocha, que vendo bem tem o aspecto de um homem urinando de pé, uma alegoria da nascente do Rio Marecchia.
Segundo andar = Uma escadaria monumental, projectada por Vasari, conduz ao segundo andar. Este piso contém o Apartamento dos Elementos (Quartiere degli Elementi), uma zona privada de Cosme I dedicada aos elementos Ar, Água, Terra e Fogo, e o Apartamento de Leonor (Quartiere di Eleonora), em tempos habitado por Leonor de Toledo.
Apartamento dos Elementos
Cofre pintado.
Estes aposentos consistem em cinco salas e dois alpendres. Cosme I, que aqui tinha o seu apartamento privado, encomendou inicialmente a realização a Battista del Tasso mas, depois da morte deste último, as obras foram terminadas por Vasari e a sua oficina. Este foi o primeiro trabalho de Vasari para os Médici. Estas salas pertenceram a Cosme I.
As paredes das Salas dos Elementos estão repletas de afrescos alegóricos. Na primeira sala encontram-se as alegorias dos elementos Água, Terra, Fogo e Ar. Sobre o tecto está representadoSaturno.
Na segunda sala, a chamada "Sala de Opi" (Sala di Opi), encontra-se o afresco que representa oTriunfo da Deusa Opi (divindade por vezes identificada com Cibele); no tecto, ao longo do friso, foi pintada a "Alegoria dos Meses" (allegorie dei Mesi); o pavimento, em terracota branca e encarnada, carrega uma inscrição dedicada a Cosme I, datada de 1556; contra as paredes estão armários em casca de tartaruga e bronze. As janelas desta sala têm vista para o terceiro pátio.
Senhora com o Menino (Madonna col bambino), terracota polícroma.
Segue-se a Sala de Ceres (Sala di Cerere), a qual toma o nome a partir da decoração do tecto pintada por Doceno, aluno de Vasari. Nesta sala estão expostas algumas tapeçarias florentinas do século XVI, com cenas de caça sobre cartões de Giovanni Stradano, além da "Secretária de Calíope" (Scrittoio di Calliope).
A Sala de Júpiter (Sala di Giove) tem um tecto com o afresco "Júpiter menino cuidado pelas Ninfas e pela cabra Amaltea" (Giove bambino allevato dalle Ninfe e dalla capra Amaltea) e tapeçarias florentinas executadas sobre cartões de Giovanni Stradano. Os dois valiosos contadores em ébano com entalhes em pedras duras são de um período mais tardio (cerca de um século depois) e provêm da manufactura da Oficina das Pedras Duras (Opificio delle Pietre Dure).
O Terraço de Juno (Terrazzo di Giunone) é, na verdade, uma sala fechada. No entanto, antigamente estava aberta ao exterior, como sugere o nome. Foi murado na época de Ferdinando I de Médici, porBartolomeo Ammannati. É aqui que se encontra a estátua original, em bronze, do Putto con delfino, de Verrocchio (no andar térreo, na fonte do primeiro pátio, encontra-se a cópia).
A Sala de Hércules (Sala di Ercole) possui um tecto com caixotões, o qual representa "Os doze Trabalhos de Hércules" (Le dodici fatiche di Ercole). A sala acolhe uma "Senhora com Menino" (Madonna con Bambino) (a famosa "Madonna dell'Ufo") e um contador em ébano recoberto com pedras semipreciosas.
Incluído nos aposentos de Cosme, o Terraço de Saturno (Terrazza di Saturno) é um belíssimo alpendre aberto, panoramicamente lançado sobre Florença, o qual permite a vista em direcção a sudoeste, avistando-se a Esplanada Michelangelo (Piazzale Michelangelo e a Praça Santa Cruz (Piazza Santa Croce), com a Basilica di Santa Croce e o Forte Belvedere. Em baixo, também é possível ver os restos da igreja de San Pier Scheraggio. O tecto está decorado com numerosos painéis pintados: "Saturno que devora os filhos, Infância, Juventude, Virilidade" (Saturno che divora i figli, Infanzia, Giovinezza, Virilità) e a "Alegoria das horas do dia" (Allegorie delle ore del giorno), além dos Quatro elementos (Quattro elementi) presentes nos ângulos.
Apartamento de Leonor 
A "Travessia do Mar Vermelho" (Il passaggio del Mar Rosso), de Agnolo Bronzino, na Capela de Leonor.
Para aceder aos Apartamento de Leonor (Quartiere di Eleonora) deve voltar-se à Sala dos Elementos e passar o si deve tornare alla Sala degli Elementi e passar pelo alpendre face ao Salão dos Quinhentos: destas grandes janelas pode ver-se a primeira secção do Corredor Vasariano, saindo do Palazzo Vecchio e dirigindo-se aos Uffizi.
Também o apartamento de Leonor foi projectado por Giorgio Vasari. A primeira sala que se encontra é a Câmara Verde, assim chamada pela cor das paredes, em tempos decoradas com paisagens. As decorações do tecto são obra de Ridolfo del Ghirlandaio. É nesta sala que se encontra o acesso ao Corredor Vasariano.
À direita acede-se à Capela de Leonor (Cappella di Eleonora), inteiramente coberta por afrescos de Agnolo Bronzino (1564), com a "História de Moisés" (Storie di Mosè); igualmente de Bronzino é a grande Pietà sobre o altar. A entrada na capela é feita por uma magnífica porta marmórea realizada segundo um desenho de Bartolomeo Ammannati.
Tecto da Capela de Leonor, por Agnolo Bronzino.
As salas seguintes encontram-se na parte mais antiga do palácio e eram usadas inicialmente pelos Priores e pelos Gonfaloneiros, antes de serem renovadas por Vasari com os contributos de Giovanni Stradano e Battista Botticelli. O tema iconográfico destas salas baseia-se na vida de damas famosas, cujas virtudes aludiam às de Leonor. Encontra-se, assim, a Sala das Sabinas (Sala delle Sabine), para o tema da Concórdia; a Sala de Ester (Sala di Ester), para o Amor pela Pátria; a Sala de Penélope (Sala di Penelope), para a Fidelidade; e a Sala de Gualdrada (Sala di Gualdrada), para o Rigor Moral.
A Sala das Sabinas foi, em tempos, usada como sala de espera para os senhores que esperavam ser admintidos na Corte de Leonor de Toledo. Contém, entre outros, Retratos dos Príncipes Médici, deGiusto Susterman, estátuas da escola florentina e tapeçarias de Fevère.
A Sala de Ester fazia, também, de sala de refeições. Apresenta no tecto a Coroação de Ester (Incoronazione di Ester), por Stradano, com uma inscrição em honra de Leonor de Toledo. Estão ali conservados um lavabo e duas tapeçarias de Van Assel, representando a Primavera e o Outono.
A Sala de Penélope tem no tecto a representação de "Penélope no tear" (Penelope al telaio) e no friso os "Episódios tirados da Odisseia" (Episodi tratti dall'Odissea). Nas paredes: "Nossa Senhora com o Menino" (Madonna con Bambino) e "Nossa Senhora com Menino com São João" (Madonna con Bambino con San Giovanni), de Battista Botticelli.
A Sala da Gualdrada era a câmara privada de Leonor. As pinturas são, igualmente, de Giovanni Stradano. Nesta sala está conservado, também, um valioso contador adornado com pedras duras.
Sala da Audiência
"Vida de Furio Camillo" (Vita di Furio Camillo) na Sala da Audiência.
A Sala da Audiência (Sala dell'Udienza), ou Sala da Justiça(Sala della Giustizia), era utilizada para acolher os encontros entre os seis Priores. Actualmente, contém as decorações mais antigas do palácio.
O tecto em barco, laminado com ouro puro, é obra de Giuliano da Maiano (1470-1476).
No portal da capela está uma inscrição em honra de Cristo (1529). A porta que comunica com a Sala dos Lírios (Sala dei Gigli) é uma pequena maravilha. O mármore foi esculpido pelos irmãos Giuliano eBenedetto da Maiano.
Os grandes afrescos presentes nas paredes, representando a "História de Fúrio Camilo" ("Storie di Furio Camillo" [2], obra de Francesco Salviati, foram concluídos em meados do século XVI. Dado que Salviati era membro da escola romana de Raffaello, estes afrescos foram inspirados na tradição romana, não sendo, por isso, típicos da arte florentina.
Capela da Signoria = Uma pequena porta lateral conduz à Capela da Signoria (Cappella della Signoria), ou dos Priores (dei Priori) adjacente, dedicada a São Bernardo, a qual contém um relicário do santo. Aqui, os Priores costumavam suplicar a ajuda divina no cumprimento do seu ofício. Nesta capela, Girolamo Savonarola recitou a sua última oração antes de ser queimado vivo na Piazza della Signoria.
Os maravilhosos afrescos pintados nas paredes e no tecto, imitando mosaicos em ouro, são obra de Ridolfo del Ghirlandaio (1511-1514). De particular interesse são a "Santíssima Trindade" (Santa Trinità) no tecto e a luneta com a "Anunciação" (Annunnciazione) na parede em frente do altar, onde se vê a Basilica della Santissima Annunziata antes de ser acrescentado o pórtico que antecede a igreja. Sobre o altar está presente uma pintura representando a Sagrada Família (Sacra Famiglia), de Mariano Graziadei da Pescia, aluno de Ridolfo Ghirlandaio.
Sala dos Lírios
O tecto com caixotões da Sala dos Lírios (Sala dei Gigli).O nome da sala não deriva do lírio florentino, mas sim da flôr-de-lys, símbolo da coroa de França, a qual se distingue do brasão florentino pela ausência dos estames e pelas cores ouro/azul em vez do encarnado/prata. Os lírios encontram-se no admirável tecto com caixotões e nas paredes. Esta homenagem foi um agradecimento e um tributo de fidelidade aos Anjou, protectores da parte guelfa. Também este tecto foi realizado pelos irmãos Benedetto e Giuliano, autores, igualmente, da estátua "São João Baptista e Putti" (San Giovanni Battista e Putti) presente nesta sala.
Afescos de Domenico Ghirlandaio na Sala dos Lírios.
A parede oposta à entrada foi coberta por afrescos de Domenico Ghirlandaio cerca de 1482, com a "Apoteose de São Zanóbio com São Lourenço e São e Santo Estevão" (Apoteosi di San Zanobi con San Lorenzo e Santo Stefano), primeiro santo patrono de Florença. A cena dá uma ilusão prospectiva do fundo, no qual se reconhece a Catedral, com a fachada original de Arnolfo di Cambio, e o Campanile di Giotto. As lunetas nos lados representam , à esquerda, Bruto, Múcio Cévola e Camilo e, à direita Décio, Cipião e Cícero. Medalões de imperadores romanos preenchem o espaço entre as várias secções dos afrescos. Na luneta superior encontra-se um baixo relevo da "Nossa Senhora com o Menino" (Madonna con Bambino).
Nesta sala emcontra-se exposta desde 1988 uma das obras primas de Donatello, a "Judite e Oloferne" (Giuditta e Oloferne), colocada inicialmente na Piazza della Signoria e, agora, substituída no local (sobre o Arengário do mesmo Palazzo Vecchio) por uma cópia.Sala dos Mapas geográficos ou do Guarda-roupa 
Mapa das ilhas britânicas, de Ignazio Danti.
A partir da Sala dos Lírios, uma porta flanqueada por duas pilastras antigas, em mármore negro, conduz à Sala dos Mapas Geográficos (Sala delle mappe geografiche), ou do Guarda-roupa (Guardaroba), onde os Grão-duques da família Médici guardavam os seus bens preciosos. A parte estritamente arquitectónica deve-se a Vasari, enquanto que as mobílias e o tecto são obra de Dionigi Nigetti.
O "Mappa mundi".
As portas dos armários estão decoradas com 53 "Mapas de interesse científico (Mappe di interesse scientifico), pintados a óleo pelo frade dominicano Ignazio Danti (1563-1575), irmão do escultor Vincenzo Danti, e por Stefano Buonsignori (1575-1584). Possuem um notável interesse histórico, dando uma ideia do conhecimento geográfico do século XVI. Danti seguia o sistema ptolomaico para o movimento dos astros, mas utilizava o novo sistema cartográfico de Mercator.
Ao centro da sala está exposto o célebre globo Mappa mundi, obra d Buonsignori e de Ignazio Danti, lamentavelmente arruinado por restauros impróprios.
Velha Chancelaria
Busto de Nicolau Maquiavel.
Acede-se à Velha Chancelaria (Vecchia Cancelleria) por uma porta do século XIV. Era nesta sala queMaquiavel tinha o seu gabinete quando era Secretário da República.
O seu busto polícromo em terracotta e o seu retrato são obra de Santi di Tito. Provavelmente foram modelados a partir da sua máscara mortuária.
Saleta = Igualmente a partir da Sala dos Lírios acede-se à chamada Saleta (Salotta), interessante pelo afresco deAndrea Orcagna que representa "A caçada de Gualtieri di Brienne, Duque de Atenas" (La cacciata di Gualtieri di Brienne, Duca di Atene), um verdadeiro episódio histórico que, na época, foi revestido de significados simbólicos e mitológicos.
Estúdio = Esta sala foi usada por Cellini para restaurar os tesouros dos príncipes Médici. Da pequena janela na parede, Cosme I espiava os seus assistentes e oficiais durante as reuniões no Salão dos Quinhentos.
Outros ambientes = Existe um alpendre que serve de coroação ao bloco central do palácio, imediatamente abaixo da torre. Em algumas das salas deste andar (um terço) encontra-se um dos mais prestigiados laboratórios de restauro, especializado em tapeçarias.
O mezzanino entre o primeiro e o segundo andar foi criado por Michelozzo, no século XV, rebaixando o tecto de algumas salas do primeiro andar. Nestas salas habitou Maria Salviati, a mãe de Cosme I, e alguns jovens príncipes. Actualmente acolhe a Colecção Loeser (Collezione Loeser), doada a Florença pelo crítico de arte americano Charles Loeser.
Curiosidades
A cara esculpida no flanco do palácio.
No ângulo direito da fachada está sumariamente esculpido um perfil: não se conhece a sua origem, mas a tradição popular indica Michelangelo como autor, o qual desejou imortalizar um condenado à morte, esculpindo um retrato instantâneo e trabalhando absolutamente voltado de costas, ou um seu devedor que o atormentava particularmente. Só uma coisa é certa, não era qualquer um que podia esculpir impunemente no palácio mais importante da cidade, pelo que o autor deve ter sido alguém sobre o qual o corpo da guarda podia fechar os olhos.
Na Sala de Hécules está guardada uma Nossa Senhora renascentista chamada popularmente de "Nossa Senhora do Ufo" (Madonna dell'Ufo) devido a um objecto voador não identificado pintado no céu sobre o fundo. Trata-se de algo cinzento que emite raios dourados e é observado por duas figuras ao fundo. É uma das fontes iconográficas antigas mais citadas no campo da ufologia.

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