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39
UNIDADE 2
DIREITO PÚBLICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade o(a) acadêmico(a) estará apto a:
• compreender o conceito de Direito Público;
• compreender os diversos ramos que o compõem;
• conhecer os institutos regulados pelo Direito Público.
O conteúdo desta unidade está dividido em seis tópicos. Após estudá-los, 
você deverá fazer os exercícios propostos ao final. 
TÓPICO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL
TÓPICO 2 – DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO PROCESSUAL
TÓPICO 3 – DIREITO PENAL – DIREITO TRIBUTÁRIO
TÓPICO 4 – DIREITO ELEITORAL E DIREITO MILITAR
TÓPICO 5 – RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: DIREITO DO TRABALHO E 
 DIREITO DO CONSUMIDOR
TÓPICO 6 – DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO INTERNACIONAL 
 PÚBLICO
40
41
TÓPICO 1
DIREITO CONSTITUCIONAL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Este tópico 1 foi reservado para o estudo do Direito Constitucional que 
estuda as normas constitucionais. Iniciaremos pelo seu conceito, para então 
estudarmos especificamente a Constituição da República de 1988, principal objeto 
do estudo do Direito Constitucional.
Nos itens seguintes, estudaremos matérias constitucionais de grande 
importância e conheceremos os principais direitos e garantias fundamentais, quais 
são os direitos sociais e ainda como funcionam e quais são as obrigações que os 
partidos políticos terão que cumprir. 
2 CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL E 
CONSTITUIÇÃO
O Direito Constitucional, como o próprio nome diz, é aquele que “engloba 
as normas jurídicas constitucionais, isto é, aquelas pertencentes à Constituição, em 
toda a sua amplitude [...]” (NUNES, 2003, p. 125).
Segundo Alexandre Moraes (2003, p. 35), o Direito Constitucional “é um 
ramo do Direito Público, destacado por ser fundamental (sic) à organização e 
funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao 
estabelecimento das bases da estrutura política”. 
A Constituição, conforme Canotilho apud Moraes (2003, p. 36), “pode ser 
entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas 
referentes à estruturação do Estado, a formação dos poderes públicos, forma de 
governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, 
garantias e deveres dos cidadãos.” Ou seja,
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
42
É importante entendermos que o princípio que rege o Direito Constitucional 
Brasileiro é o do “Estado de Direito”, “isto é, do Estado que tem como princípio 
inspirador a subordinação de todo poder ao Direito.” Como o Estado é o responsável 
pela criação e aplicação da Constituição, ficando ao mesmo tempo submetido a ela, 
esta relação é também objeto de estudo pela Teoria Geral do Estado. 
Entendido o conceito de Constituição e sua supremacia, vamos estudar 
especificamente a Constituição Federal de 1988.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em 
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos 
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na 
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, 
com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a 
proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL.
FONTE: Disponível em: <www.sbef.org.br>. Acesso em: 11 jun. 2008.
FIGURA 10 - CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
2.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
No Estado Brasileiro, a atual Constituição foi promulgada em 1988 e já foi 
modificada por algumas Emendas.
 A Carta Magna em vigor traz em seu preâmbulo o seguinte:
IMPORTANT
E
Por isso é que nenhuma lei poderá ser contrária à Constituição, sob pena de ser 
considerada inconstitucional e retirada do ordenamento jurídico. Em razão da supremacia da 
Constituição, é comum a utilização da expressão “Carta Magna” para nos referirmos à Constituição.
CONSTITUIÇÃO
LEI FUNDAMENTAL 
E SUPREMA DE UM 
ESTADO
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
43
l	formal: porque “consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento 
solene estabelecido pelo poder constituinte originário” (MORAES, 2003, p. 
37);
l	escrita: porque é um “conjunto de regras codificado e sistematizado em um 
único documento [...]”(MORAES, 2003, p. 38);
l	dogmática: por ser “um produto escrito e sistematizado por um órgão 
constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e 
do direito dominante (MORAES, 2003, p. 38);
l	promulgada (democrática, popular): porque derivou “do trabalho de uma 
Assembleia Nacional Constituinte composta de representantes do povo, 
eleitos com a finalidade de sua elaboração [...]”(MORAES, 2003, p. 39);
l	rígida: porque para sua modificação é necessário “um processo mais solene 
e mais dificultoso do que o existente para a edição das demais espécies 
normativas” (MORAES, 2003, p. 39). “A Constituição Federal de 1988 pode 
ser considerada como super-rígida, uma vez que em regra poderá ser alterada 
por um processo legislativo diferenciado, mas, excepcionalmente, em alguns 
pontos é imutável (CF, art. 60 § 4º - cláusulas pétreas)” (MORAES, 2003, p. 39);
l	analítica: porque “examina todos os assuntos que entende relevantes à 
formação, destinação e funcionamento do Estado” (MORAES, 2003, p. 40).
Também segundo Moraes (2003), extraímos como pode ser classificada a 
Constituição Federal de 1988:
2.2 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Os direitos e garantias fundamentais são previstos na Constituição Federal 
em seu artigo 5º. Este artigo traz, em seus setenta e seis incisos, vários direitos e 
NOTA
O preâmbulo da Constituição, segundo Alexandre Moraes (2003, p.48), “é o 
documento de intenções do diploma, e uma certidão de origem e legitimidade do novo texto 
e uma proclamação de princípios, demonstrando a ruptura com o ordenamento constitucional 
anterior e o surgimento jurídico de um novo Estado. E continua: “[...] por não ser norma 
constitucional não poderá prevalecer contra texto expresso da Constituição Federal [...]”, mas 
deverá ser usado como instrumento de interpretação da Constituição (MORAES, 2003 p.49).
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
44
garantias, dentre eles: a inviolabilidade da casa das pessoas (inciso XI), a liberdade 
da manifestação do pensamento, a liberdade de consciência e de crença (inciso VI), 
o direito de propriedade (art. XXII), entre muitos outros. 
Conforme Moraes (2003, p. 59), podemos dividir os direitos e garantias em 
cinco espécies. Para visualizarmos melhor esta divisão, atende à figura a seguir:
FONTE: A autora
Agora que conhecemos as espécies de direitos e garantias fundamentais, 
partiremos para o estudo de seus conceitos em separado. Após, de forma resumida, 
abordaremos cada um dos direitos e garantias fundamentais.
Os direitos fundamentais “representam só por si certos bens, as garantias 
destinam-se a assegurar a fruição desses bens” (MIRANDA apud MORAES, 2003, 
p. 62).
 
As garantias traduzem-se “quer no direito dos cidadãos a exigir dos 
poderes públicos a proteção dos seus direitos quer no reconhecimento de meios 
processuais adequados a essa finalidade (exemplo: direito de acesso aos tribunais 
para a defesa de direitos [...]” (CANOTILHO apud MORAES, 2003, p. 62).
Podemos entender esta diferença no exemplo seguinte: A Constituição 
Federal garante o direito à liberdade. Violado este direito, nasce para a vítima a 
garantia constitucional que é o de impetrar um habeas corpus e ver cessada esta 
ilegalidade. Não só as pessoas físicas, mas também as jurídicas são protegidas pela 
Constituição Federal.
FUNDAMENTAIS
FIGURA 11– CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
UNI
É importante que você tenha em mãos um exemplar da Constituição Federal, 
que vai ajudá-lo(a) bastante... Se você não tiver uma Constituição Federal, acesse o site “www.
planalto.gov.br” e no link “legislação”, copie o teor do art. 5º, da Carta Magna, que será nosso 
objeto de estudo neste tópico.
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
45
2.2.1 Direitos e Garantias Individuais e Coletivos
Observando a imagem a seguir, iniciaremos pelo conceito dos direitos e 
garantias individuais e coletivos. Para estudá-los, vamos conhecer o art. 5º. da 
Constituição Federal:
Da leitura do artigo 5º. e de seus vários incisos, concluímos que a 
Constituição Federal adotou diversos princípios, dos quais passaremos a estudar 
os principais:
Iniciamos com o princípio da igualdade. Já no começo do artigo, lemos que 
“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]” , ou seja, 
todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei [...]” (MORAES, 
2003, p. 64). Também no inciso I, a Constituição garante que “homens e mulheres 
são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.”
Pelo princípio da igualdade, a Constituição Federal garante a todos o 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. O direito 
à vida é o principal direito, “já que se constitui em prerrequisito à existência e 
exercício de todos os demais direitos.” O direito à vida, compreende, além da 
própria existência, o direito a uma subsistência digna (MORAES, 2003, p. 63).
A liberdade também é tutelada pela Constituição Federal, sendo que é o 
próprio texto constitucional que prevê as garantias a esta liberdade, ou seja, os 
meios de que disporá a vítima para ver seu direito respeitado. Assim, poderá 
impetrar:
IMPORTANT
E
Saiba que por proteção constitucional estende-se também a vida intrauterina 
(MORAES, 2003, p. 64).
Art. 5º.: Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e estrangeiros residentes 
no Brasil a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade. (grito nosso)
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
46
l	Habeas Corpus: (art. 5º. LXVIII): a vítima de ilegalidade ou abuso de poder poderá 
impetrar habeas corpus. “Portanto, o habeas corpus é uma garantia individual 
ao direito de locomoção, consubstanciada em uma ordem dada pelo Juiz ou 
Tribunal ao coator, fazendo cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção 
em sentido amplo – o direito do indivíduo de ir, vir e ficar” (MORAES, 2003, p. 
138). Interessante é o fato de que não é necessário ser advogado para impetrar 
habeas corpus, podendo até ser impetrado pelo próprio paciente (vítima). O habeas 
corpus pode ser preventivo ou repressivo.
l	Habeas Data (art. 5º. LXXII): objetiva “fazer com que todos tenham acesso às 
informações que o Poder Público ou entidades de caráter público (ex.: serviços 
de proteção ao crédito) possuam a seu respeito” (MORAES, 2003, p. 153). O 
habeas data cabe quando houver negativa de fornecimento destas informações, 
que também poderão ser retificadas. É a lei n. 9.507/97 que estabelece as regras 
referentes ao habeas data.
l	Mandado de Segurança (art. 5º., LXIV) : caberá mandado de segurança quando 
houver um ato ilegal e coator de uma autoridade contra direito líquido e certo 
e contra este ato não for cabível habeas corpus e habeas data. Além do art. 5º., 
LXIV da Constituição da República, temos disposições sobre o Mandado de 
Segurança na Lei n. 1.533/51.
O direito líquido e certo é aquele que pode ser comprovado já no ajuizamento 
do mandado de segurança por documentos, sem a possibilidade de produção de 
provas.
Para você entender bem quando cabe o mandado de segurança, podemos 
citar como exemplo a exigência de prévio pagamento de multas para o licenciamento 
de veículos, sem que tenha sido oportunizada a defesa ou também o corte de 
energia elétrica sem a prévia notificação, dentre outros.
O mandado de segurança pode ser impetrado (ajuizado) por pessoa física 
ou jurídica, que é chamado “impetrante”. Pode ser individual (quando uma só 
pessoa impetra) ou coletivo, quando é impetrado em nome de uma coletividade 
(ex.: sindicato representando os sindicalizados).
NOTA
Conforme MORAES (2003, p. 138), “Habeas Corpus eram as palavras iniciais da 
fórmula do mandado que o Tribunal concedia e era endereçado a quantos tivessem em seu 
poder ou guarda o corpo do detido, da seguinte maneira: “Tomai o corpo desse detido e vinde 
submeter ao Tribunal o homem e o caso.”
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
47
Quanto à finalidade do mandado de segurança, podemos, pois, dizer que:
O mandado de segurança pode ser impetrado de duas formas: preventiva 
e repressiva. Vejamos: 
l	Preventiva: para tentar evitar a ofensa ao direito líquido e certo;
l	Repressiva: quando há ofensa ao direito líquido e certo, devendo o impetrante 
“demonstrar justo receio de sofrer uma violação de direito líquido e certo por 
parte da autoridade impetrada (MORAES, 2003, p. 163).
l	Mandado de Injunção: O Mandado de Injunção está previsto no art 5º, LXXI da 
Constituição Federal “sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável 
o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania” (MORAES, 2003, p. 179). Assim:
Existem algumas normas constitucionais que são “incompletas”. Por 
exemplo, Moraes (2003, p. 180) cita o artigo 7º, XI que prevê a participação dos 
empregados nos lucros ou resultados da empresa, conforme previsto em lei 
(grifamos). Por isso, como não existe a lei que regulamenta esta matéria, poderá 
NOTA
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar os seus conhecimentos sobre as ações 
constitucionais estudadas anteriormente, sugiro a leitura completa da Lei n. 1.533/51.
O Mandado de segurança é conferido aos 
indivíduos para que eles se defendam 
de atos ilegais ou praticados com abuso 
de poder, constituindo-se verdadeiro 
instrumento de liberdade civíl e liberdade 
política (GUIMARÃES apud MORAES, 
2003,p.163)
O mandado de injunção [...] visa suprir 
uma omissão do Poder Público, no intuito 
de viabilizar o exercício de um direito, uma 
liberdade ou uma prerrogativa prevista na 
Constituição Federal.
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
48
ser impetrado Mandado de Injunção para este fim, a fim de possibilitar o exercício 
desta garantia.
O mandado de injunção também poderá ser impetrado por pessoas físicas 
ou jurídicas, mas sempre será impetrado contra o Estado.
l	Ação Popular: Esta ação constitucional é prevista no art. 5º., LXXIII. Pode ser 
definida como:
Resumidamente, podemos dizer que só poderá ajuizar ação popular o 
cidadão, ou seja, quem estiver “no gozo de seus direitos políticos” (MORAES, 2003, 
p. 193). Por isso, somente a pessoa física, desde que no gozo de seus direitos políticos, 
é que poderá propor esta ação. Quanto à natureza do “ato ou a omissão do Poder 
Público a ser impugnado, que dever ser obrigatoriamente lesivo ao patrimônio 
público, seja por ilegalidade, seja por imoralidade” (MORAES, 2003, p. 192).
De forma esquematizada e bem simplificada, podemos resumir as principais 
ações constitucionais e o direito que protegem no seguinte:
FONTE: A autora
FIGURA 12 - AÇÕES CONSTITUCIONAIS E OS DIREITOS QUE PROTEGEM
HABEAS DATA 
(conhecer e retificar 
dados que contam de 
registros públicos)
MANDADO 
DE INJUNÇÃO 
(garantia 
constitucional – 
omissão da norma)
MANDADO DE 
SEGURANÇA (direito 
líquido e certo contra ato 
coator de autoridade 
ilegal ou abusivo)
HABEAS CORPUS 
(liberdade - direito de ir 
e vir)
AÇÃO POPULAR
(Patrimônio público - 
existência de ato lesivo)
AÇÕES 
CONSTITUCIONAISTÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
49
Além do princípio da liberdade que estudamos anteriormente, outro 
importante princípio constitucional é o princípio da legalidade. Por este princípio, 
previsto no inciso II do art. 5º da Constituição Federal, “ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.” Segundo Moraes 
(2003, p. 69), “Tal princípio visa combater o poder arbitrário do Estado. Só por meio 
das espécies normativas devidamente elaboradas conforme as regras do processo 
legislativo constitucional, podem-se criar obrigações para o indivíduo.”
Também o artigo 5º, em seu inciso VI e VIII, garantem a liberdade de 
consciência e de crença (VI), impedindo expressamente, que alguém seja privado 
de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
a não ser se alegar esta situação para tentar descumprir uma obrigação legal (por 
exemplo alguém que diga que não paga impostos porque sua religião não permite), 
ou se recusar a cumprir prestação alternativa fixada em lei.
Outro importante princípio é o que garante a indenização por dano 
material, moral ou à imagem. O dano material é aquele que se traduz em perda 
material, enquanto o direito moral é aquele que atinge o indivíduo de forma 
pessoal, quando, por exemplo, a situação expõe a vítima a um constrangimento ou 
sofrimento desnecessário. Interessante ressaltar que as pessoas jurídicas também 
podem sofrer danos morais, estando, porém ligado ao abalo de crédito que a ofensa 
poderá gerar. Além da indenização, é garantido o direito de resposta.
A liberdade do pensamento também é garantida pela Constituição Federal, 
(inciso IX), garantida a inexistência de censura prévia. Porém, como adverte Moraes 
(2003, p. 78-79), esta liberdade não é absoluta, quando afirma que:
A inviolabilidade prevista no inciso X do art. 5º., porém, traça os limites 
tanto para a liberdade de expressão do pensamento, como para o direito 
à informação, vedando-se o atingimento à intimidade, à vida privada, à 
honra e à imagem das pessoas (MORAES, 2003, p. 78).
Ao se manifestar sobre a liberdade de imprensa, adverte:
Essa previsão, porém, não significa que a liberdade de imprensa é 
absoluta, não encontrando restrições nos demais direitos fundamentais, 
pois a responsabilização posterior e/ou responsável pelas notícias 
injuriosas, difamantes, mentirosas sempre será cabível, em relação a 
eventuais danos materiais e morais. (MORAES, 2003, p. 79).
NOTA
Quer conhecer mais sobre as ações constitucionais? Sugiro que leia a obra 
Mandado de Segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de injunção, habeas data. 
São Paulo: Revista dos Tribunais.
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
50
O inciso X do art. 5º garante proteção constitucional à vida privada, 
“salvaguardando um espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas 
externas” (MORAES, 2003, p. 79). A utilização indevida ou não autorizada de 
imagem, por exemplo, ou a ofensa da honra de uma pessoa sujeitarão o infrator a 
responder civil e criminalmente por esta ofensa.
 Como dissemos anteriormente, também a pessoa jurídica pode ser afetada 
em sua honra, quando, por exemplo, vê encaminhado a protesto um título “frio”, 
mostrando-se assim ser indevido. 
Outro princípio que merece destaque é o da inviolabilidade do domicílio, 
previsto no art. 5º, XI da CF. Domicílio é “todo local, delimitado e separado, que 
alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclusive profissionalmente, 
pois nessa relação entre pessoa e espaço, preserva-se, mediatamente, a vida 
privada do sujeito” (MORAES, 2003, p. 81). Assim como no direito à liberdade 
do pensamento, esta inviolabilidade não é absoluta. As exceções estão previstas 
no próprio texto constitucional: casos de flagrante delito ou desastre, para prestar 
socorro, e também durante o dia, por determinação judicial.
Também são garantidos constitucionalmente (art. 5º, XII) o sigilo da 
correspondência, de dados e das comunicações. Ainda nesta categoria, podemos 
incluir a garantia do sigilo bancário e fiscal. Porém, estas garantias também sofrem 
exceções quando o interesse público for o motivo determinante para sua quebra, 
como ocorre, por exemplo, na instrução criminal. Conforme a Constituição, a 
interceptação telefônica somente será possível mediante autorização judicial nos 
termos que a lei estabelecer, e para fins de investigação. Com relação ao sigilo 
dos dados, estes também poderão ser quebrados pelo Ministério Público ou pela 
CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), entre outros casos previstos na Lei e na 
própria Constituição Federal.
NOTA
A Lei que regulamenta este artigo é a Lei n. 9.296/96, estabelecendo disposições 
para que seja possível a interceptação telefônica que vulgarmente se conhece por “grampo”.
IMPORTANT
E
“O sigilo bancário individual coloca-o na condição de “cláusula pétrea” (CF, art. 60, 
§4º,IV), impedindo, dessa forma, a aprovação de emenda constitucional tendente a aboli-lo ou 
mesmo modificá-lo estruturalmente” (MORAES, 2003, p. 97).
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
51
Também o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada são 
protegidos pela Constituição Federal, que garante que a lei não os prejudicará (art. 
5º. XXXVI).
Bastos apud Moraes (2003, p. 105), ao definir o direito adquirido e o ato 
jurídico, observa que este:
constitui-se num dos recursos de que se vale a Constituição para limitar 
a retroatividade da lei. Com efeito, esta está em constante mutação; 
o Estado cumpre seu papel exatamente na medida em que atualiza 
suas leis. No entretanto, a utilização da lei em caráter retroativo, em 
muitos casos, repugna porque fere situações jurídicas que já tinham por 
consolidadas no tempo, e esta é uma das fontes principais do homem 
na terra.
O ato jurídico perfeito:
Isto não quer dizer, por si só, que ele encerre em seu bojo um direito 
adquirido. Do que está o seu beneficiário imunizado é de oscilações de 
forma aportadas pela lei nova.
De uma forma resumida, podemos dizer, então, que por este princípio a lei 
não poderá retroagir para modificar uma situação já concretizada.
O princípio do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório 
são expressos nos incisos LIV e LV do art. 5º e também o princípio da presunção 
da inocência (art. 5º., LVII). Vejamos cada um deles:
O devido processo legal configura dupla proteção ao indivíduo, 
atuando tanto no âmbito material de proteção ao direito da liberdade, 
quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade total de condições 
com o Estado-persecutor e plenitude de defesa [...]
Este princípio garante, assim, tanto nos processos judiciais quanto nos 
administrativos, que serão respeitadas todas as fases do processo e garantida a 
defesa em toda a sua amplitude (meios e provas). Como consequência da ampla 
defesa, é assegurado ainda o contraditório, que garante que aquele que for acusado 
terá o direito de se defender.
Já o princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII), estabelece que 
“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória.” Ou seja, por este princípio, presume-se que todo mundo é inocente, 
sendo função do Estado provar a culpa do sujeito. Passemos à segunda espécie de 
direitos e garantias fundamentais: direitos sociais.
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
52
2.2.2 Direitos Sociais
Os direitos sociais são os direitos fundamentais do trabalhador, que é o 
“empregado que mantiver algum vínculo de emprego” (MORAES, 2003, p. 202).
Estes direitos são previstos no art. 7º da Constituição Federal e têm por 
objetivo principal a proteção dos direitos do trabalhador. Além disso, os direitos 
sociais têm que ser obrigatoriamente respeitados. 
Estas regras “formam a base do contrato de trabalho, uma linha divisória 
entre a vontade do Estado,manifestada pelos poderes competentes, e as dos 
contratantes” (SUSSEKIND apud MORAES, 2003, p. 203). De uma forma resumida, 
são os seguintes os principais direitos fundamentais do trabalhador:
l	proteção da relação de emprego contra a despedida arbitrária ou sem justa 
causa; 
l	seguro-desemprego em caso de desemprego involuntário;
l	Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
l	salário-mínimo;
l	piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
l	irredutibilidade do salário, salvo previsto em convenção ou acordo coletivo de 
trabalho;
l	décimo terceiro salário;
l	férias;
l	licença à gestante e licença paternidade;
l	aviso prévio;
l	aposentadoria;
l	seguro contra acidentes de trabalho, entre outros.
UNI
É importante que você leia no inteiro teor o art. 7º Da Constituição Federal. Caso 
não tenha um exemplar, baixe-o no site <www.planalto.gov.br>.
ESTUDOS FU
TUROS
Você conhecerá estes direitos mais profundamente em uma disciplina específica.
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
53
2.2.3 Direitos da Nacionalidade
Pode-se conceituar a nacionalidade como sendo “o vínculo jurídico político 
que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo deste indivíduo 
um componente do povo, da dimensão pessoal deste Estado” (CARVALHO apud 
MORAES, 2003, p. 213). Segundo Moraes (2003, p. 213), este vínculo “capacita o 
indivíduo a exigir sua proteção, mas, ao mesmo tempo, o sujeita ao cumprimento 
dos deveres impostos”.
Como salienta Moraes (2003), o conceito de nacionalidade está ligado aos 
conceitos de povo, população e nação, os quais também extraímos das ideias do 
referido autor:
agrupamento humano, em geral numeroso, cujos 
membros fixados num território, são ligados 
por laços históricos, culturais, econômicos e 
linguísticos (MORAES, 2003 p. 214).
conjunto de habitantes de um território, de um 
país, de uma região ou de uma cidade. Abrange os 
nacionais e os estrangeiros (MORAES, 2003, p. 213).
conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado 
(MORAES, 2003, p. 213).
A nacionalidade pode ser adquirida com o nascimento (ex.: brasileiro nato), 
chamada “originária” ou posteriormente, através de um pedido de naturalização 
(ex.: o estrangeiro que pede naturalização e se torna brasileiro naturalizado), que 
se chama nacionalidade “adquirida”. 
POVO
POPULAÇÃO
NAÇÃO
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
54
Quanto aos critérios utilizados para o reconhecimento da nacionalidade 
originária, segundo Moraes (2003, p. 215) são basicamente dois:
l	 a origem sanguínea – todo descendente de nacionais será nacional, 
independente de onde nasceu.
l	a origem territorial – quem nasce em determinado território terá a respectiva 
nacionalidade, independente de sua ascendência.
E qual o critério adotado pela atual Constituição Brasileira? O critério 
adotado pela nossa Carta Magna foi, como regra geral, o da origem territorial. 
Ou seja, em princípio, quem nascer em território nacional, será considerado 
brasileiro. Porém, há exceções a esta regra, previstas no próprio ordenamento 
constitucional, qual seja, no artigo 12, I da CF:
Art. 12: São brasileiros: 
 
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
(exceção à origem territorial - Nota da autora)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, 
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente 
ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade 
brasileira;
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas 
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por 
um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver 
IMPORTANT
E
A Constituição proíbe que a lei faça diferenciação entre brasileiros natos e 
naturalizados a não ser em casos previstos na própria Carta Magna. Assim, apesar de se tornar 
brasileiro pela naturalização, o estrangeiro naturalizado não adquire os mesmos direitos que os 
brasileiros natos. Por exemplo, existem cargos públicos privativos de brasileiros natos, tais como 
o de Presidente da República e Ministro do Supremo Tribunal Federal, como veremos a seguir.
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
55
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos 
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e 
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
No parágrafo terceiro deste mesmo artigo, encontramos os cargos que só 
poderão ser ocupados por brasileiros natos: 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
Segundo o art. 12, §4º da Constituição da República, o brasileiro perderá sua 
nacionalidade, quando: 
[...]
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude 
de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro 
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em 
seu território ou para o exercício de direitos civis.
2.2.4 Direitos Políticos
No capítulo V da CF (arts. 14 ao 16), estão expressos os direitos políticos 
e as condições de elegibilidade, alistamento e voto etc. Segundo Moraes (2003, p. 
232), os direitos políticos formam “o conjunto de regras que disciplina a forma de 
atuação da soberania popular [...]”. Dos ensinamentos do referido autor, podemos 
apontar, de forma resumida, como direitos políticos os seguintes:
l	direito ao sufrágio  direito de votar e ser votado;
l	direito de votar em eleições, plebiscitos e referendos;
l	elegibilidade  possibilidade de concorrer a cargos políticos. Para ser elegível, 
é necessário que o candidato cumpra as seguintes condições, as previstas no 
art. 14, §3º da CF: a nacionalidade brasileira, o alistamento eleitoral, o domicílio 
eleitoral na circunscrição; a filiação partidária; a idade mínima para cada cargo. 
Os analfabetos e os inalistáveis (art. 14 §4º);
l	iniciativa Popular de lei;
l	ação Popular;
l	organização e participação de partidos políticos.
Poderá haver a perda ou a suspensão dos direitos políticos. A perda é 
definitiva, enquanto a suspensão é temporária. 
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
56
O art. 15 da CF estabelece os casos de perda e suspensão, sendo que 
em razão da Constituição não estabelecer o critério diferenciador, colhemos da 
doutrina de Moraes (2003, p. 258-263):
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
(perda)
II - incapacidade civil absoluta; (suspensão)
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem 
seus efeitos; (suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; (suspensão)
V - improbidadeadministrativa, nos termos do art. 37, § 4º (suspensão).
2.2.5 Direitos Relacionados à Organização, Participação 
e Funcionamento dos Partidos Políticos
Segundo a Constituição Federal (art. 17), os partidos podem ser livremente 
criados, fundidos, incorporados e extintos, devendo ser observados: a soberania 
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da 
pessoa humana . Ainda segundo o mesmo artigo, deverão ser seguidos os seguintes 
preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros 
de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação 
de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Os partidos políticos, após se constituírem em conformidade com a lei 
civil, deverão registrar seus estatutos no Tribunal Regional Eleitoral, conforme 
exige a Constituição Federal. Nos demais parágrafos do art. 17, lemos que os 
partidos políticos são autônomos para definir sua estrutura interna, organização 
e funcionamento, entre outros direitos previstos na Constituição, tais como 
participação em fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e televisão, que serão 
disciplinados por leis específicas.
UNI
Agora que você já conhece alguns aspectos do Direito Constitucional, após 
resolver nossos exercícios de fixação, vamos, no próximo tópico, passar ao estudo do Direito 
Administrativo.
57
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
l	O Direito Público é o Direito em que o Estado participa como parte na relação 
jurídica.
l	O Direito Público é dividido em Direito Público interno e externo.
l	O Direito Público Interno é dividido em diversos ramos, dentre eles o Direito 
Constitucional.
l	O Direito Constitucional tem como objeto de estudo a Constituição Federal, que 
é a Lei Magna de um país.
l	A Constituição Federal de 1988 traz vários direitos e garantias fundamentais 
previstos no art. 5º.
l	Há várias ações constitucionais que tutelam a liberdade, tais como habeas corpus, 
habeas data, entre outros.
l	Os direitos sociais protegem o trabalhador.
l	Há duas espécies de nacionalidade: a que se adquire com o nascimento 
(originária), reconhecida pelos critérios da origem sanguínea ou territorial e a 
que decorre da naturalização também chamada “adquirida”.
l	Os direitos políticos e os relativos à organização e funcionamento dos partidos 
políticos.
58
AUTOATIVIDADE
1 Assinale a alternativa que não contém uma característica da Constituição 
Federal de 1988:
a) ( ) Formal.
b) ( ) Rígida.
c) ( ) Sintética.
d) ( ) Dogmática. 
2 Com relação aos direitos políticos, pode-se afirmar que o cancelamento da 
naturalização por sentença transitada em julgado resultará:
a) ( ) Na perda dos direitos políticos.
b) ( ) Não é caso de perda nem suspensão dos direitos políticos.
c) ( ) Suspensão dos direitos políticos.
d) ( ) Pagamento de multa à Justiça Eleitoral.
3 Sobre as formas de interposição do mandado de segurança, é correto afirmar:
a) ( ) Admite-se sua impetração de forma individual, mas apenas repressivamente.
b) ( ) Pode ser impetrado de forma individual ou coletiva, mas apenas 
preventivamente.
c) ( ) Apenas se admite sua impetração de forma coletiva e de forma preventiva.
d) ( ) Admite-se sua impetração de forma coletiva ou individual, preventiva ou 
repressivamente.
4 O artigo 7º, XI prevê a participação dos empregados nos lucros ou resultados 
da empresa, conforme previsto em lei. Como não existe a lei que regulamenta 
esta matéria, aponte o remédio constitucional cabível:
a) ( ) Mandado de Injunção.
b) ( ) Ação Popular.
c) ( ) Ação Civil Pública.
d) ( ) Habeas Data.
5 Ao propor uma Ação Popular, podemos afirmar que o objetivo do autor é 
proteger:
a) ( ) A liberdade de ir e vir.
b) ( ) Direito líquido e certo.
c) ( ) Patrimônio público.
d) ( ) Liberdade de pensamento. 
59
6 Segundo a Constituição Federal, não existirá no Brasil censura prévia. 
Podemos dizer que esta afirmação decorre do princípio:
a) ( ) Da presunção de inocência.
b) ( ) Da liberdade de pensamento.
c) ( ) Da inviolabilidade do domicílio.
d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
7 “É aquele que se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos necessários à 
sua formação, debaixo da lei velha”. Este é um conceito de:
a) ( ) Ato jurídico perfeito.
b) ( ) Ato jurídico julgado.
c) ( ) Direito líquido e certo.
d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
8 Este princípio garante tanto nos processos judiciais quanto nos 
administrativos, que serão respeitadas todas as fases do processo e garantida 
a defesa em toda a sua amplitude (meios e provas):
a) ( ) Presunção de inocência.
b) ( ) Inviolabilidade do domicílio.
c) ( ) Devido processo legal.
d) ( ) Direito líquido e certo.
9 Qual dos seguintes cargos não é privativo de “brasileiro nato”?
a) ( ) Presidente e Vice-Presidente da República.
b) ( ) Vereador.
c) ( ) Presidente da Câmara dos Deputados.
d) ( ) Presidente do Senado Federal.
10 Enquanto durarem os efeitos da condenação criminal transitada em julgado, 
os direitos políticos do réu:
a) ( ) Ficarão suspensos.
b) ( ) Serão extintos.
c) ( ) Não serão nem extintos nem suspensos.
d) ( ) Serão transferidos para outro membro do partido.
11 Leia as afirmações a seguir e classifique V para as sentenças verdadeiras e F 
para as falsas:
( ) Na ação popular, há a necessidade de haver ato lesivo do patrimônio 
público.
60
( ) O mandado de segurança só pode ser impetrado por cidadãos.
( ) O mandado de segurança pode ser impetrado preventivamente.
( ) O habeas data serve para se ter acesso a informações constantes nos registros 
públicos.
( ) O mandado de injunção e mandado de segurança têm o mesmo objetivo.
( ) A ação popular pode ser proposta por uma pessoa jurídica.
( ) O habeas corpus é impetrado para garantir o direito de ir e vir.
( ) Os princípios constitucionais são sempre absolutos.
( ) O direito à vida abrange não somente o direito de existir, mas também de 
ter uma vida digna.
( ) O direito à liberdade de pensamento não é absoluto.
( ) Direito Moral e Material são expressões sinônimas.
61
TÓPICO 2
DIREITO ADMINISTRATIVO 
E DIREITO PROCESSUAL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos estudar o Direito Administrativo que traz as regras 
que disciplinam a atividade da Administração Pública. Iniciaremos pelo estudo 
do conceito deste importante ramo do Direito, para então estudarmos os atos 
administrativos. Por fim, estudaremos os princípios que regem a Administração 
Pública e conheceremos os princípios e características dos contratos administrativos. 
Apenas em razão da necessária divisão do conteúdo neste tópico, 
estudaremos também o Direito Processual.
 
Preparado? Então, mãos à obra!
2 DIREITO ADMINISTRATIVO
2.1 CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Segundo Führer e Milaré (2005, p. 128), o Direito Administrativo “é o 
conjunto de normas que regem a Administração Pública”, ou seja, traz as regras 
que “organizam administrativamente o Estado, fixando os modos, os meios e a 
forma de ação para a consecução de seus objetivos (NUNES, 2003, p. 125). 
É, pois, no Direito Administrativo que encontraremos as regras que 
determinam, por exemplo, porque será realizada a desapropriação de um bem de 
um particular, como deverá ser realizado um contrato com um particular etc.
Importante salientar que estas normas são de cumprimento obrigatório e 
nem por acordo entre a Administração e o particular podem ser modificadas.
2.2 ATOS ADMINISTRATIVOS
A Administração Pública realiza sua função através dos atos administrativos. 
O ato administrativo, segundo Führer e Milaré (2005, p. 128), pode ser:
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
62
l	unilateral: quando a Administração, “cria, modificaou extingue direitos em 
relação aos administrados, aos seus servidores ou a ela própria”. Ou seja, neste 
tipo de ato a administração age “sozinha”.
l	bilateral: no ato administrativo bilateral, existem duas partes envolvidas na 
relação jurídica. “Refere-se aos contratos realizados pela Administração, tendo 
por fim a satisfação de algum interesse público”.
O ato administrativo será ainda vinculado, “quando o modo de praticar o 
ato já vem descrito na lei (FÜHRER; MILARÉ 2003, p. 128-129) ou discricionário, 
quando o administrador tem certa liberdade de escolher a oportunidade ou a 
forma de realizar o ato”.
Dentre os poderes da Administração regulamentados pelo Direito 
Administrativo há ainda o poder de polícia, que “consiste na faculdade de a 
Administração Pública coibir atos individuais que contrariem a lei e os interesses 
públicos” (FÜHRER; MILARÉ, 2003, p. 128). Advertem os mesmos autores que 
este poder também é limitado, sendo que, em caso de abuso, o particular poderá 
recorrer ao Judiciário, para fazer cessar o abuso, impetrando geralmente habeas 
corpus ou mandado de segurança. Veja que interessante este caso extraído da 
jurisprudência:
Poder de polícia. Estabelecimento comercial. Drive-in. Fechamento por 
ordem de autoridade municipal, sob alegação de desvirtuamento das 
respectivas finalidades. Inexistência, contudo, de prova nesse sentido, 
ao menos de instauração de sindicância. Ato ilegal. Segurança concedida 
(RT 445/186).
Entenderemos, a partir de agora, quais são e como funcionam as entidades 
estatais e as autarquias.
 “As entidades estatais são a União, os Estados e os Municípios e as 
suas autarquias. As autarquias são entes públicos autônomos, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, detentoras de uma parcela 
do poder estatal, destacadas da administração indireta, com a finalidade 
de descentralizar os serviços públicos. Exemplos de autarquias: INSS, 
Caixas Econômicas etc.”(FÜHRER; MILARÉ, 2003, p. 131). 
Além das atividades estatais, existem as entidades paraestatais, que 
“assumem forma civil, embora sejam públicas na essência” (FÜHRER; MILARÉ, 
2003, p. 131). Com base nos ensinamentos dos referidos autores (p. 131-132), 
podemos afirmar que são entidades paraestatais, resumidamente, as seguintes: 
“empresas públicas (pessoas jurídicas de direito privado com capital 
inteiramente público (ex.: BNDES, Embratel etc.), sociedades de 
economia mista (pessoas jurídicas de direito privado, formadas 
com capital público e particular, com predominância de direção 
estatal, exemplo: Petrobrás), fundações públicas, constituem uma 
universalidade de bens, com personalidade jurídica própria, destacada 
do patrimônio da entidade estatal instituidora, com finalidades 
predeterminadas [...] Ex.: FUNAI.
TÓPICO 2 | DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO PROCESSUAL
63
2.3 PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A Administração Pública não poder agir indistintamente. Os limites a esta 
atuação são delineados por princípios que estão previstos no art. 37 da Constituição 
Federal:
Art. 37: A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. (grifo nossos)
Para fixar bem este conhecimento, visualize a figura a seguir (DICA: caso 
necessite “decorar” estes princípios, veja que, na ordem em que aparecem na 
figura, formam a palavra “LIMPE”): 
FONTE: A autora
FIGURA 13 - DIREITO ADMINISTRATIVO E SEUS PRINCÍPIOS
Apesar dos princípios se destinarem à Administração Pública, também 
os outros poderes (Legislativo e Judiciário) ficam obrigados a cumpri-los quando 
praticam atos administrativos. 
Assim, os atos da Administração Pública, devem, necessariamente, cumprir 
alguns princípios, previstos no art. 37 da Constituição da República:
2.3.1 Princípio da Legalidade 
Já estudamos este princípio no tópico anterior. Ele garante que: "ninguém 
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". 
Também já afirmamos que o princípio da legalidade é considerado uma das bases 
do Estado Democrático de Direito.
Este princípio, quando aplicado ao Direito Administrativo, impõe certos 
limites à atuação da Administração Pública, que assim não poderá agir em 
desconformidade com a lei, sob pena de configuração de ato abusivo.
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
64
Vejamos os ensinamentos de Mello (2004 , p. 57):
Para avaliar corretamente o princípio da legalidade e captar-lhe o 
sentido profundo, cumpre atentar para o fato de que ele é a tradução 
jurídica de um propósito político: o de submeter os exercentes do poder 
em concreto – administrativo – a um quadro normativo que embargue 
favoritismos, perseguições ou desmandos. Pretende-se através da norma 
geral, abstrata e impessoal, a lei, editada pelo Poder Legislativo – que é 
o colégio representativo de todas as tendências (inclusive minoritárias) 
do corpo social – garantir que a atuação do Executivo nada mais seja 
senão a concretização da vontade geral.
2.3.2 Princípio da Impessoalidade 
Por este princípio, impõe-se uma igualdade de tratamento entre os 
particulares (administrados), focando-se os atos administrativos no interesse 
público, não sendo assim possível o favorecimento de uns em detrimento dos 
outros, conforme ensina Mello (2004, p. 57): 
No princípio da impessoalidade se traduz a ideia de que a Administração 
tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas 
ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. 
Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não 
podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses 
sectários, de facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em 
causa é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia.
Segundo Meirelles (2005, p. 91):
O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, 
caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe 
ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E 
o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa 
ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal.[...] Desde 
que o princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com 
finalidade pública, o administrador fica impedido de buscar outro 
objetivo ou de praticá-lo no interesse próprio ou de terceiros. Pode, 
entretanto, o interesse público coincidir com o de particulares, como 
ocorre normalmente nos atos administrativos negociais e nos contratos 
públicos, casos em que é lícito conjugar a pretensão do particular com 
o interesse coletivo. O que o princípio da finalidade veda é a prática 
de ato administrativo sem interesse público ou conveniência para a 
Administração, visando unicamente satisfazer interesses privados, por 
favoritismo ou perseguição dos agentes governamentais, sob a forma de 
desvio de finalidade.
2.3.3 Princípio da Moralidade 
Por este princípio, os atos administrativos devem ser realizados com base 
na moral, o que pode ser traduzido na necessidade de os atos administrativos 
serem praticados com base na probidade. 
TÓPICO 2 | DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO PROCESSUAL
65
Sua importância é tal, que a inobservância deste princípio gera a 
invalidade do ato administrativo (você se lembra da ação popular que estudamos 
anteriormente, que tem por objetivo justamente anular o ato administrativo lesivo 
ao patrimônio público?) e ainda a suspensão dos direitos políticos do agente 
ímprobo (art. 37, §4º da CF).
É necessária, pois, além da observância dos ditames legais (princípio 
da legalidade) que a prática dos atos administrativos ocorra de acordo com a 
moralidade administrativa que traz as regras de conduta ética que devempermear 
sua realização.
Sobre este princípio, colhemos dos ensinamentos de Meirelles (2005, p. 89):
A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto da 
validade de todo ato da Administração Pública (Const. Rep., art. 37, 
caput). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da 
moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como "o conjunto 
de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração". 
Desenvolvendo a sua doutrina, explica o mesmo autor que o agente 
administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, 
necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, 
ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, 
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o 
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também 
entre o honesto e o desonesto. Por considerações de direito e de moral, 
o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas 
também à lei ética da própria instituição, porque nem tudo que é legal 
é honesto, conforme já proclamavam os romanos – non omne quod licet 
honestum est. A moral comum, remata Hauriou, é imposta ao homem 
para sua conduta externa; a moral administrativa é imposta ao agente 
público para a sua conduta interna, segundo as exigências da instituição 
a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum.
[...] O certo é que a moralidade do ato administrativo, juntamente com a 
sua legalidade e finalidade, constituem pressupostos de validade, sem os 
quais toda atividade pública será ilegítima.
2.3.4 Princípio da Publicidade 
Por este princípio, torna-se necessário que os atos administrativos sejam 
praticados com transparência, permitindo o conhecimento por todos (pela 
publicação, por exemplo, no Diário Oficial, ou comunicação) dos atos que estão 
sendo praticados pela Administração Pública. 
UNI
Você se lembra do conceito de moral que estudamos na Unidade 1? Se não 
lembra, volte um pouquinho em seus estudos e confira este conceito.
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
66
Medauar (2005, p. 147) ressalta a relevância do princípio quando aduz que 
“O tema da transparência e visibilidade, também tratado como publicidade da 
atuação administrativa, encontra-se associado à reivindicação geral da democracia 
administrativa”.
Proíbe, pois, este princípio, como regra geral, uma atuação da administração 
pública que não permita o conhecimento pela coletividade de seus atos. Ao 
contrário, exige, assim, que seja possível o acompanhamento e a fiscalização dos 
atos dos entes públicos pela sociedade.
2.3.5 Princípio da Eficiência
Conforme Medauar (2005, p. 149), o vocábulo eficiência está ligado “à 
ideia de ação para produzir resultado, de modo rápido e preciso para satisfazer a 
população”.
Este princípio estabelece que não basta o administrador praticar o ato de 
acordo com os princípios antes estudados, mas deve praticá-lo com eficiência, o 
que significa dizer economia do dinheiro público e resultados mais efetivos. 
Exige-se não apenas cumprimento da lei, mas atos capazes de realizar as 
necessidades dos administrados. 
2.3.6 Contratos Administrativos
O contrato é um negócio jurídico realizado por duas ou mais pessoas e 
nasce da junção destas “vontades”, chamado consentimento. 
Para a validade deste negócio jurídico, são necessários: agente capaz, forma 
prescrita ou não defesa em lei e objeto lícito, conforme exige o art. 104 do Código Civil.
O contrato administrativo se diferencia do contrato comum em razão de 
possuir a característica de publicidade e da participação do Poder Público. Este 
poder aparece “como parte predominante, e pela finalidade de atender a interesse 
público” (FÜHRER; MILARÉ, 2003, p. 135). Além disso, possui características 
próprias, apontada por Führer e Milaré (2003, p. 135), as quais resumimos no mapa 
conceitual a seguir:
ESTUDOS FU
TUROS
Você estudará cada um destes requisitos na Unidade 3.
TÓPICO 2 | DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO PROCESSUAL
67
FONTE: Adaptado de Führer e Milaré (2003, p. 135)
FIGURA 14 - CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
ESTUDOS FU
TUROS
Você estudará a licitação, suas formas e características em disciplina futura.
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
68
3 DIREITO PROCESSUAL
O Direito Processual é o ramo do Direito Público que regulamenta a forma 
que as ações judiciais se desenvolverão no Judiciário. Traz as regras que chamamos 
de “direito formal”, enquanto o Direito Civil, por exemplo, traz as regras de “direito 
material”. Para entendermos este sistema, podemos visualizar o direito material 
como sendo “o jogo”, enquanto o direito processual traz “as regras do jogo”. 
Assim, tomemos como exemplo o direito de propriedade. Enquanto o direito 
civil estabelece como se origina e se extingue este direito, o direito processual civil 
determinará como se deve proceder para retomá-lo. 
O Direito Processual é dividido em três grandes ramos: Direito Processual 
Civil, Direito Processual Penal e Direito Processual do Trabalho, correspondentes 
a cada uma das áreas do direito material.
O Código de Processo Civil, Lei n. 5.869/73, é a lei que serve de instrumento 
para o Direito Processual Civil.
O Código de Processo Penal (decreto-lei n. 3.689 - de 03 de outubro de 
1941) é o instrumento que traz as disposições relativas ao processo penal. 
Já as regras de direito processual do trabalho estão na Consolidação das 
Leis do Trabalho, (Decreto-lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943) conhecida como 
“CLT”, e subsidiariamente utiliza-se o CPC.
69
RESUMO DO TÓPICO 2
Prezado(a) acadêmico(a), este tópico permitiu a você:
l	Compreender que o Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que traz 
as regras que se aplicam ao Estado como administrador público.
l	Conhecer os princípios que devem ser obrigatoriamente obedecidos pelo 
administrador público: Legalidade, Moralidade, Publicidade, Impessoalidade e 
Eficiência.
l	Entender o conceito de ato administrativo e compreender suas espécies.
l	Conhecer o conceito de contrato administrativo e suas características.
l	Compreender o conceito de direito processual e suas subdivisões.
70
AUTOATIVIDADE
Para verificar seu aprendizado sobre os conteúdos deste tópico, 
responda às questões a seguir:
1 Cite duas diferenças entre o contrato comum e o contrato administrativo.
2 Explique a característica execução inafastável que é própria do contrato 
administrativo.
3 O que são autarquias?
4 Quais são as características das entidades paraestatais? 
5 Como se explica a característica “alteridade” dos contratos administrativos? 
6 O que ocorrerá com o contrato administrativo, caso não seja respeitado o 
princípio da moralidade?
7 O que estabelece o princípio da impessoalidade?
8 Cite os princípios previstos na Constituição Federal e que devem ser 
respeitados obrigatoriamente pela administração pública. 
9 Quais os ramos do Direito Processual?
10 Quais os principais diplomas legais que trazem as normas de Direito 
Processual?
71
TÓPICO 3
DIREITO PENAL – DIREITO 
TRIBUTÁRIO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Partiremos agora para o estudo do Direito Penal e do Direito Tributário. 
Inicialmente, vamos estudar o Direito Penal, analisando o fato típico, seu principal 
objeto e as ações ou omissões culposas e dolosas que os configuram. Estudaremos 
também a questão da culpa, para definirmos o que vem a ser um crime doloso ou 
culposo. Ainda neste tópico, conheceremos as causas que excluem a antijuridicidade 
do crime, tais como a legítima defesa e os crimes que têm por objeto a defesa do 
patrimônio.
Também neste tópico, teremos uma breve noção do Direito Tributário, uma 
vez que o seu estudo será objeto de disciplina própria de seu curso.
2 DIREITO PENAL
2.1CONCEITO E FUNÇÃO
O Direito Penal “corresponde ao conjunto de normas jurídicas que regulam 
os crimes e as contravenções penais” (condutas ilícitas penais de menor potencial 
ofensivo), com as correspondentes penas aplicáveis (NUNES, 2003, p. 127). 
Sua função é a “proteção de bens jurídico-penais – bens do Direito – 
essenciais ao indivíduo e à comunidade” (PRADO, 2005, p. 23). Estes bens são 
a vida, o patrimônio, os costumes, a paz social etc. Uma vez atingidos estes bens 
jurídicos, o infrator ficará sujeito às sanções previstas na própria legislação penal 
(penas ou medidas de segurança).
2.2 DIVISÃO DO DIREITO PENAL
O Direito Penal é regulamentado pelo Código Penal, que é o Decreto-Lei 
nº 2.848/1940, que é composto de uma parte geral (art. 1º. a 121) e de uma parte 
especial (art. 121 ao 361). A parte especial traz os crimes divididos de acordo com 
o bem jurídico tutelado (ex.: crimes contra a vida, crimes contra o patrimônio 
72
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
etc.). Ainda é parte do Direito Penal a legislação extravagante, tais como a Lei de 
Entorpecentes, a Lei Maria da Penha, a Lei de Execução Penal, entre outras.
2.3 FATO TÍPICO - CRIME E CONTRAVENÇÃO
Segundo Damásio de Jesus (2006, p. 33), “Para que haja crime, é preciso, 
em primeiro lugar, uma conduta humana positiva ou negativa (ação ou omissão)”. 
Porém, para que esta ação ou omissão seja relevante para o Direito Penal, 
é necessário que esta ação ou omissão esteja tipificada. Ou seja, é necessário que a 
lei preveja que esta ação ou omissão seja enquadrada como crime ou contravenção, 
chamados “tipos penais”. Caso contrário, esta ação será irrelevante para o Direito 
Penal. O homicídio, o furto, o estupro e todos os crimes previstos na Parte Especial 
do Código Penal são exemplos de tipos legais. Damásio de Jesus (2006, p. 33) fornece 
um exemplo, ao citar o furto de uso, em que a pessoa pega um bem de outrem para 
usar e após devolver, sem a intenção de subtraí-lo para si, como ocorre no furto 
previsto no art. 155. Podemos dizer assim que se trata de um ato atípico, ou seja, 
que não se enquadra no tipo legal, sendo assim irrelevante para o Direito.
Além de típico, o fato precisa ser antijurídico, ou seja, contrário à lei. O fato 
antijurídico pode ser considerado como o “fato que, além de típico, não tem a seu 
favor nenhuma justificativa como a legítima defesa ou o estado de necessidade” 
(FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 141). Assim, um homicídio praticado em legítima 
defesa será típico, mas não será antijurídico, porque haverá uma excludente de 
antijuridicidade que é a legítima defesa, que estudaremos mais adiante.
Podemos dizer, assim, conforme assentado na doutrina, que crime é “fato 
típico e antijurídico”. 
Já na contravenção, há uma conduta menos grave e que causa menos 
prejuízo, sendo que, por isso, se cominam penas mais brandas. As contravenções 
penais são regulamentadas pelo Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de Outubro de 1941, 
conhecido como “Lei das Contravenções Penais”, à qual se aplicam as disposições 
do Código Penal, naquilo que for aplicável. Exemplos de contravenção são: o 
jogo do bicho, uso indevido de uniforme, entre outras.
2.4 DOLO E CULPA
Nos crimes e contravenções, há de se distinguir a conduta dolosa da conduta 
culposa.
TÓPICO 3 | DIREITO PENAL – DIREITO TRIBUTÁRIO
73
Assim, “são dolosos os crimes intencionais. Diz-se o crime doloso, quando 
o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo 
eventual)” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 144).
Então: DOLO = INTENÇÃO DE PRODUZIR O RESULTADO OU ASSUMIR 
O RISCO DE PRODUZI-LO.
Na culpa, ao contrário, não há intenção na prática do fato delituoso, 
“faltando também o agente a um dever de atenção e cuidado” (FÜHRER; MILARÉ, 
2005, p. 144). 
A ação culposa ocorre em três tipos de conduta: negligência, imprudência 
e imperícia. Veja a seguir o conceito de cada uma das modalidades:
l	NEGLIGÊNCIA: “displicência, relaxamento, falta de atenção devida, como não 
observar a rua ao dirigir” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 144). 
 
l	IMPRUDÊNCIA: “Conduta precipitada ou afoita, a criação desnecessária de um 
perigo, como dirigir veículo em excesso de velocidade” (FÜHRER; MILARÉ, 
2005, p. 144). 
l	IMPERÍCIA: “É a falta de habilidade técnica para certas habilidades, como não 
saber manobrar direito um veículo” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 144). 
Por isso, podemos dizer que há crime culposo quando o agente deu causa 
ao resultado por negligência, imprudência ou imperícia.
Do que estudamos até agora, podemos visualizar o seguinte:
FONTE: A autora
FIGURA 15 - DIFERENÇAS ENTRE CRIMES CULPOSOS E DOLOSOS
74
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
2.5 CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE 
Como vimos anteriormente, a antijuridicidade é a prática de um ato contrário 
à lei, sem que haja uma justificativa para tanto. O ato pode ser assim antijurídico 
(ex.: matar alguém), mas haver uma justificativa (ex.: legítima defesa). Neste item, 
vamos conhecer cada uma das causas que excluem a antijuridicidade, também 
chamada ilicitude de um ato típico. São causas excludentes de antijuridicidade: 
estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e 
exercício regular de direito. Vamos conhecer cada uma delas?
Age em estado de necessidade, segundo o art. 24 do Código Penal, quem 
“pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, 
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se.” “Exemplo de estado de necessidade é a 
disputa de náufragos pela posse de uma tábua de salvação” (FÜHRER ; MILARÉ, 
2005, p. 149).
Em legítima defesa, segundo o art. 25 do Código Penal, age quem “usando 
moderadamente dos meios necessários, impele injusta agressão, atual ou iminente 
a direito seu ou de outrem.” Dos ensinamentos de Führer e Milaré (2005, p. 149), 
podemos, resumidamente, apontar que “são critérios para a configuração da 
legítima defesa: a defesa deve ser contra ser humano, deve ser injusta, atual ou 
iminente (acontecendo ou em vias de acontecer)”. Deve ainda ser moderada, ou 
seja, ser proporcional à agressão sofrida. Ex.: não será considerada legítima defesa 
a reação de quem atira em uma pessoa que ataca com as mãos vazias.
A configuração do estrito cumprimento do dever legal ocorre quando o 
agente “cumpre exatamente o determinado pelo ordenamento jurídico, realizando, 
assim, uma conduta lícita [...]. Há de ser dever legal, proveniente de disposição 
jurídico-normativa (lei, decreto, portaria, regulamento,etc.) v.g., oficial de justiça 
que cumpre o mandado de prisão, e não simplesmente moral, religioso ou social” 
(PRADO, 2005, p. 114). 
Por fim, conforme Prado (2005, p. 115, grifos nossos)
 
“aquele que age no exercício regular de direito, quer dizer, que exercita 
uma faculdade de acordo com o direito, está atuando licitamente, de 
forma autorizada – art. 5º., II, CF [...] (v.g., [...] defesa no esbulho possessório 
- Art. 1.210 do CC; [...]. Não se pode considerar ilícita a prática de ato 
justificado ou permitido pela lei, que se consubstancie em exercício 
de direito dentro do marco legal, isto é, conforme os limites nele 
inseridos,de modo regular e não abusivo.
2.6 CULPABILIDADE
Havendo a conduta típica e antijurídica, para que tenha lugar a aplicação 
da pena, há necessidade de haver a culpabilidade. Assim, diante de um fato típico 
e antijurídico, verificar-se-á a conduta do agente, sendo a culpabilidade, segundo 
TÓPICO 3 | DIREITO PENAL – DIREITO TRIBUTÁRIO
75
Prado (2005, p. 115), “um juízo de censura ou reprovação pessoal, ou seja, que recai 
sobre a pessoa do agente, já que podia ter agido conforme a norma e não o fez [...]”. 
A seguir, estudaremos os elementos da culpabilidade.
2.7 IMPUTABILIDADE PENAL 
A imputabilidadepenal “é a capacidade de culpabilidade, entendida 
como capacidade de entender e de querer” (PRADO, 2005, p. 115). Em nosso 
ordenamento penal, entende-se, como regra geral, como imputável penalmente o 
maior de 18 anos, sendo que os menores ficam sujeitos à legislação específica. 
Pode se considerar imputável, pois, “o sujeito mentalmente são e 
desenvolvido, capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de 
acordo com este entendimento” (JESUS, 2006, p. 124).
O artigo 26 do CP traz as causas de inimputabilidade, que, uma vez 
presentes, afastam a imputabilidade do agente: doença mental, desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, menoridade e embriaguez acidental completa.
2.8 PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA
Presentes os requisitos que configuram o crime (fato típico e antijurídico) 
e ainda a culpabilidade, terá lugar a aplicação da penalidade respectiva. De uma 
forma bem didática, podemos dizer que são três as espécies de penas: privativas de 
liberdade, restritivas de direitos e multa, que serão aplicadas conforme a gravidade 
do crime.
As restritivas de liberdade classificam-se em reclusão e detenção. 
Dos ensinamentos de Führer e Milaré (2003, p. 156-157) extraímos os 
regimes de cumprimento de cada uma das espécies de penas: 
l	Regime fechado (cumprimento na penitenciária)  reclusão.
l	Regime semiaberto (cumprimento em colônia agrícola ou similar)  reclusão e 
detenção.
IMPORTANT
E
Como regra geral, apenas as pessoas físicas (seres humanos) podem ser sujeitos 
ativos dos crimes. Como exceção a esta regra, temos a legislação ambiental, que prevê a 
responsabilização penal da pessoa jurídica (Lei n. 9.605/98).
76
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
l	Regime aberto (cumprido em casa do albergado)  reclusão e detenção.
As restritivas de direitos serão cumpridas através de prestação de serviços 
à comunidade (tarefas gratuitas junto a hospitais, escolas ou orfanatos), interdição 
temporária de direitos (com a proibição do exercício de profissão ou atividade 
ou suspensão da licença para dirigir veículo) e limitação de fim de semana (com 
a obrigação de permanecer o condenado, aos sábados e domingos, por 5 horas 
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado).
 
Por fim, as penas de multa que variam de 10 a 360 dias-multa (1 dia multa 
= 1/30 do salário-mínimo (mínimo) a 5 salários-mínimos (máximo), conforme a 
situação econômica do réu.
Por fim, as medidas de segurança, segundo Führer e Milaré (2003, p. 156-157):
As medidas de segurança não são penas, mas tão somente meios 
defensivos da sociedade. A pena refere-se mais à gravidade do delito, 
ao passo que a medida de segurança preocupa-se com a periculosidade 
do agente. [...]. As medidas de segurança são aplicáveis aos loucos. E 
também, em caráter substitutivo da pena, aos semiloucos. As medidas 
de segurança consistem na internação em hospital de custódia e 
tratamento psiquiátrico ou na sujeição a tratamento ambulatorial, 
por tempo indeterminado, no mínimo de 1 a 3 anos, até a cessação da 
periculosidade verificada em perícia médica.
2.9 AÇÕES PENAIS
As ações penais são os meios através dos quais o Estado realizará a 
persecução penal. De uma forma geral, as ações penais são de duas espécies: 
públicas ou privadas. 
Na maioria dos crimes, as ações penais são públicas, ou seja, quem inicia 
a ação penal é o Ministério Público, representado pelo Promotor de Justiça, que 
oferece a denúncia, independentemente da vontade do ofendido. A este tipo de 
ação damos o nome de ação penal pública incondicionada. Há casos, porém, em 
que a ação penal é pública, mas depende de iniciativa do ofendido para que possa 
ser iniciada. A esta iniciativa, dá-se o nome de “representação”.
Já as ações privadas são aquelas em que o início da ação penal somente 
ocorre mediante a iniciativa do ofendido, que ocorre através da “queixa-crime”. 
São exemplos de crimes que somente terão a ação penal iniciada mediante queixa-
crime: a calúnia, a injúria e a difamação.
TÓPICO 3 | DIREITO PENAL – DIREITO TRIBUTÁRIO
77
2.10 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Na parte especial do Código Penal, existem crimes que protegem os 
principais bens jurídicos, a vida, o patrimônio, a paz social etc.
Para nossa disciplina, será suficiente conhecermos os crimes contra o 
patrimônio, previstos do art. 155 ao art. 183 do CP, conhecendo os tipos legais, 
com suas características principais e as penas a ele cominadas, os quais constam 
do quadro abaixo (os arts. 181 a 183 do CP não constam do quadro por trazerem 
disposições relativas à ação penal):
QUADRO 1 - CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Tipo Legal Características
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia 
móvel:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Furto de coisa comum
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para 
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa 
comum:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
Intenção de permanecer com o bem (furto de uso não é 
crime). Existem as formas qualificadas, que aumentam a 
pena, tais como a utilização de chave falsa ou se o crime é 
praticado durante o repouso noturno.
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, 
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
Semelhante ao furto, o roubo dele se diferencia em razão do 
emprego de violência. Também existe a forma qualificada, 
a exemplo do emprego de arma ou a violência ser cometida 
por mais de uma pessoa.
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem 
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou 
deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou 
para outrem, qualquer vantagem,como condição ou preço 
do resgate:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Na extorsão, pretende especificamente a obtenção de 
indevida vantagem econômica (JESUS, 2006, p. 605).
Na extorsão mediante sequestro, não há apenas a violência 
ou grave ameaça como no artigo anterior, mas há também 
um crime contra a liberdade de locomoção. Trata-se de crime 
hediondo (Lei n. 8.072/90).
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, 
abusando da situação de alguém, documento que pode dar 
causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra 
terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Não há necessidade de recebimento efetivo do documento, 
apenas a exigência é suficiente para configurar o crime. 
Alteração de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer 
outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, 
no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, 
águas alheias;
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou 
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou 
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a 
esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de 
violência, somente se procede mediante queixa. 
Este delito tem como objeto jurídico a posse e a propriedade. 
Só pratica este crime o proprietário do prédio vizinho àquele 
em que se alteram os limites (JESUS, 2006, p. 614). Além 
do tipo previsto no caput (cabeça) do artigo, os parágrafos 
preveem outras hipóteses que também se consideramcomo 
alteração dos limites.
78
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
Supressão ou alteração de marca em animais
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou 
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Este artigo trata do crime de dano, inclusive o proprietário 
de coisa comum. Existe também a forma qualificada, 
quando o dano, por exemplo, for praticado contra bem de 
propriedade da União. 
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade 
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o 
fato resulte prejuízo:
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou 
multa.
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada 
pela autoridade competente em virtude de valor artístico, 
arqueológico ou histórico:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Interessante que até mesmo o proprietário poderá ser 
sujeito ativo neste crime, uma vez que o objeto jurídico é o 
patrimônio histórico protegido.
Alteração de local especialmente protegido
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o 
aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a 
posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Apropriação indébita previdenciária
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma 
legal ou convencional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Neste crime, o agente apropria-se de bem móvel de que tem 
a posse ou detenção. Ex.: Caixa que se apropria de dinheiro 
do banco. Também existe a forma qualificada.
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força 
da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu 
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no 
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário 
do prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total 
ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo 
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro 
no prazo de 15 (quinze) dias.
Estelionato e outras fraudes
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, 
em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em 
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que 
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou 
qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incorrerá aquele que 
falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de 
Duplicatas.
Abuso de incapazes
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de 
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da 
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo 
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito 
jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
No estelionato, o agente busca obter indevidamente 
vantagem, induzindo uma pessoa ao erro. Também são 
formas de estelionato, a ele equiparados: a disposição 
de coisa alheia como própria; a alienação ou oneração 
fraudulenta de coisa própria, a defraudação de penhor, a 
fraude na entrega de coisa, a fraude para recebimento de 
indenização ou valor de seguro; a fraude no pagamento por 
meio de cheque. O Crime também pode ser qualificado, nos 
casos previstos no 3º.
Este crime é o que conhecemos como “duplicata fria”. Toda 
duplicata, necessária e obrigatoriamente, deverá ser emitida 
a partir de uma nota fiscal ou fatura, motivo pelo qual se 
chama este título de crédito de título causal.
TÓPICO 3 | DIREITO PENAL – DIREITO TRIBUTÁRIO
79
Induzimento à especulação
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da 
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental 
de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou 
à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou 
devendo saber que a operação é ruinosa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Fraude no comércio
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o 
adquirente ou consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria 
falsificada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade 
ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra 
verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender 
pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de 
outra qualidade:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel 
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos 
para efetuar o pagamento:
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou 
multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante 
representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, 
deixar de aplicar a pena.
Fraudes e abusos na fundação ou administração de 
sociedade por ações
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, 
fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público 
ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da 
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato 
não constitui crime contra a economia popular.
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou 
"warrant"
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em 
desacordo com disposição legal:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, 
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
Receptação
Art. 180- Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, 
em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto 
de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, 
receba ou oculte:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Para que se configure a receptação, não é necessário que o 
crime seja contra o patrimônio. Damásio de Jesus (2006, p. 
691) dá o exemplo de um funcionário público que pratica o 
crime de peculato. 
FONTE: A autora
3 DIREITO TRIBUTÁRIO
O Direito Tributário estuda todas as normas que dizem respeito à 
arrecadação de tributos. Existem várias formas de tributo, especialmente: impostos, 
contribuições de melhoria e taxas.
É a ocorrência do fato gerador que determinará a incidência do tributo. 
Assim, por exemplo, auferindo renda, o contribuinte pagará imposto de renda, 
adquirindo um carro, terá que pagar o IPVA e assim por diante. 
80
UNIDADE 2 | DIREITO PÚBLICO
O Direito Tributário estudará, pois, tudo que se refere aos tributos, desde 
sua origem, fato gerador, o responsável pelo seu pagamento, qual a alíquota 
correspondente, a base de incidência e como se faz o recolhimento. Este ramo do 
Direito também especifica quem ficará isento do pagamento, o

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