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Saudade Lauro Antonio Correa Simões Um homem e um cavalo... Olhos no chão, passos vacilantes, Cruzando ali na sanga, lentamente. Eu não sei qual dos dois traz mais saudade? Eu não sei qual dos dois vem soluçando? São dois andantes, somente dois andantes Que não sei se vão, ou vem voltando, Mas voltam, mas voltam sim... Um tem retorno a enveredar rumo a tapera. Quem sabe até os dois sintam saudade! O munda parece judiar a quem retorno, Revivendo aos olhos dolentes mananciais. Tristeza, porém maior hão de sentir, Ao ver sólito o umbu e, nada mais. Foi um rancho, era um rancho antigamente, Talvez humilde fosse, mas um lar. Hoje coberto de tapumes, capinzais viçosos Que refletem p esqueleto da tapera. Somente o umbu, o velho umbu ali restou, Assinalando, talvez eternamente O local, ao andejo que voltou. Quem sabe se o umbu lá não tivesse, Nem sinal restasse da cochilha. Seria campo em vastidão de campos. Seria pasto na vastidão de pastos. Seria nada aos olhos do gaudério. Mas o umbu ficou, qual cruz cravada Sombreando os restos desse cemitério. Chora Andejo! Lamenta com teu pranto O dia que partiste desse rancho. Chora e lembra fugindo a realizado As farpas de rapaz que ali fizeste. Eu sei que em seguida partirás, Porque o adeus trazes na alma E nunca, nunca mais tu voltarás. Saudade – coisa tão velha quanto o mundo Debruçada aos pés de uma tapera. É muito trsite sentir tanta saudade Porém, mais tristonho talvez seja Após uma jornada a gente vê-la Em ruinas, a tapera da esperança, Sem que nós tenhamos forças para erguê-la. Um homem e um cavalo... Olhos no chão, passos vacilantes, Cruzando ali na sanga, lentamente. Eu não sei qual dos dois traz mais tristeza? Eu não sei qual dos dois vem soluçando? São dois andantes, somente dois andantes Que só sei que vão, jamais voltando!
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