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LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 1 Aula 4: Globalização na cadeia produtiva ..................................................................................... 2 ............................................................................................................................. 2 Introdução ................................................................................................................................ 3 Conteúdo Globalização ....................................................................................................................... 3 Suplly Chain e o tipo de negócio: Puxado (Pull System) ou Empurrado (Push System) ................................................................................................................................ 4 Postponement (prorrogação) e as barreiras a sua implementação ........................ 4 Outsourcing na cadeia produtiva ................................................................................... 5 Estoque ................................................................................................................................ 6 Transporte ........................................................................................................................... 8 Transporte e logística ....................................................................................................... 9 Logística integrada e comércio internacional ........................................................... 11 Operações internacionais .............................................................................................. 15 Regimes aduaneiros especiais ...................................................................................... 17 Regimes aduaneiros especiais aplicados em áreas especiais ................................. 24 Atividade proposta .......................................................................................................... 26 ........................................................................................................................... 27 Referências ......................................................................................................... 28 Exercícios de fixação Notas ........................................................................................................................................... 32 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 32 ..................................................................................................................................... 32 Aula 4 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 32 LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 2 Introdução Nos últimos anos, muito se fala em globalização. Sabemos definir o que é globalização? Quais os impactos que ela tem causado no nosso dia a dia? E na gestão das empresas, será que ela também causou grandes alterações? Em nossas aulas, estudamos esse assunto indiretamente. Esta é a nossa última aula. Vamos aproveitá-la para fechar esse assunto conferindo os impactos e as interfaces na cadeia produtiva. Também abordaremos outro assunto não menos importante: como ficou o comércio internacional e como ele se integrou à logística, no contexto da globalização. Vamos começar? Objetivo: 1. Apresentar o impacto e as interfaces da globalização na cadeia produtiva: outsourcing, estoque, transportes, etc. 2. Comentar sobre as operações internacionais no mundo globalizado: os INCOTERMS (2010), as operações de importação e exportação e seus desdobramentos no contexto da logística. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 3 Conteúdo Globalização Vamos iniciar nossa aula expondo o “conceito” de globalização: Será que existe de fato um conceito para globalização ou existem diversas teorias sobre esse fenômeno ou movimento que provocou transformações que causaram impactos na vida social, econômica, cultural, política, jurídica e religiosa de todos os povos do planeta? Na verdade, não há uma identificação dos experts com relação à teoria conceitual de globalização, mas pode ser entendida como um aumento das negociações (operações) entre os países, considerando investimentos externos, estruturas de mercado, organização da produção, tecnologia, comunicação e outras. Uma economia globalizada consiste em um fenômeno complexo, um neologismo pouco preciso, caracterizando-se diferentemente nas distintas esferas das relações econômicas internacionais – produtiva, comercial, tecnológica e monetário-financeira, não correspondendo, portanto, ao somatório das atividades internacionais devido ao envolvimento das múltiplas variáveis que dela fazem parte. A globalização causou impactos em todos os segmentos de um país e, consequentemente, na vida do seu povo. Não nos cabe analisar se os impactos foram todos positivos, todos negativos ou positivos e negativos ao mesmo tempo. O que necessitamos entender é que a globalização é uma realidade e necessitamos, como país e como povo, não só aprender a conviver com ela, mas aproveitar o que ela tiver de melhor. Desde a nossa primeira aula, estamos falando dos impactos da globalização na cadeia produtiva, se continuarmos falando sobre esse assunto (apesar de ele ser inesgotável) será redundância. Deve ser lembrado, no entanto, que para LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 4 que haja uma maior eficiência na cadeia produtiva e, consequentemente, na logística, é necessário que toda a cadeia aja com integração, consolidando parcerias, otimizando e racionalizando processos internos e externos que facilitem os fluxos de materiais e informações. Vamos aproveitar esta aula para falarmos um pouco mais sobre o assunto, focando itens que ainda não foram trabalhados nas aulas anteriores, como por exemplo: Suplly Chain e o tipo de negócio. Suplly Chain e o tipo de negócio: Puxado (Pull System) ou Empurrado (Push System) Quando falamos em Just In Time, normalmente comentamos sobre a produção puxada e a produção empurrada. Dizemos que a produção é puxada (ou modelo de negócio reativo) quando produzir, seja qual for o produto, não necessita de estoque (conceito de estoque zero/reduzido/mínimo). A produção tem início quando o pedido do cliente (demanda) entra na fábrica, tendo como base a demanda real. O processo produtivo “puxa” as peças fabricadas no processo anterior, eliminando a programação das etapas do processo produtivo através do MRP. A produção empurrada (ou modelo de negócio preventivo) produz para estoque com base em uma previsão de demanda irreal (especulativa) para haver tempo para entregar o produto ao cliente. “Todo o processo pode (deve) ser subdividido em empurrado e puxado. A separação entre um ponto e outro é o ponto de entrada do pedido (do cliente).” Postponement (prorrogação) e as barreiras a sua implementação Comentamos sobre postponement quando falamos das estratégias competitivas. Na ocasião, dissemos que ele é a postergação da produção para atendimento ao cliente com o mínimo de erro, ou seja, trata-se de “customização” de produtos, conhecer a vontade e o desejo do cliente. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 5 Algumas etapas da cadeia produtiva ficam em fase de espera até ser conhecida a demanda (pedido, a vontade do cliente). Para ficar mais claro, considere o exemplo da compra de um veículo. O cliente, quando vai comprarum carro, pode escolher a cor. Portanto, o carro só é pintado quando o pedido desse cliente chega com a indicação da cor escolhida. O carro pode estar pronto ou semipronto, aguardando somente a pintura, os acessórios etc... Postponement apresenta algumas barreiras em sua implantação devidas ao desconhecimento. Fala-se em postponement, mas ainda não existe um modelo para a sua implantação. As cadeias mais propícias a sua implantação são aquelas que têm processos produtivos modulares, produtos modulares e o projeto de cadeia de suprimento ágil. Há necessidade de fazer a viabilidade do projeto, medindo custos para avaliar o efeito conjunto de oportunidades de postponement para uma determinada situação, o que exige um pleno conhecimento da composição dos custos totais de sua cadeia de distribuição bem como uma boa noção dos trade-offs envolvidos entre os membros que a constituem. As vantagens da implementação do Postponement estão diretamente ligadas ao preço do produto, à variação da demanda e, principalmente, ao estoque. É mais fácil manter produtos em estoque semiacabados do que prontos, além, é claro, do atendimento à vontade específica do cliente... Outsourcing na cadeia produtiva Este assunto foi abordado quando estudamos o global sourcing, mas não podíamos deixar de mencionar o outsourcing como uma das práticas usuais na cadeia produtiva. Assim, de uma forma bastante simplificada, podemos dizer que o outsourcing, tal como o global sourging, é uma das formas de suprimento na cadeia produtiva, a chamada terceirização estratégica. As empresas podem terceirizar parte(s) do processo produtivo ou de serviços. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 6 Por outro lado, este conceito simplista não deve limitar a visão à "terceirização", porque o outsourcing envolve a opção por uma relação de parceria e cumplicidade com um ou mais fornecedores da cadeia produtiva, enquanto a terceirização pode significar apenas um negócio, uma decisão operacional. O outsourcing deve ter como base a maximização do retorno dos investimentos em custos, qualidade, serviço e tempo de atendimento ao cliente final, liberando a empresa para o foco central da sua atividade fim. Vejamos alguns dos benefícios relacionados ao outsourcing: Redução e controle de custos operacionais. Liberação de recursos internos para outras atividades relacionadas ao foco central do negócio da empresa. Redução do lead-time interno. Redução no custo de produção. Os riscos não podem ser esquecidos, eles estão relacionados à competência técnica do fornecedor. Assim, podemos falar sobre: falhas no fornecimento, que podem gerar perda de credibilidade das empresas envolvidas junto ao mercado; e falta de capacitação para adaptação rápida às crescentes inovações tecnológicas do mercado global, que podem abrir espaço para os concorrentes. Estoque O estoque normalmente representa o segundo maior componente do custo logístico, depois do transporte. Os riscos associados à manutenção de estoques aumentam à medida que os produtos se aproximam do cliente, porque é maior o potencial do produto estar no local errado ou na forma errada e os gastos para a distribuição já terem sido realizados. A gestão do estoque não é uma tarefa simples na cadeia produtiva, a falta de estoque pode provocar a perda de vendas para o concorrente, mas por outro lado, a manutenção de estoques pode ocasionar outros riscos como: LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 7 obsolescência, furtos, danos, além do custo de manutenção deles, que é diretamente influenciado pelo custo do capital investido. A especialização geográfica, o desacoplamento, o equilíbrio entre oferta e demanda e a proteção contra as incertezas do mercado e da economia, entre outras, devem estar presentes neste estudo. Assim, devem ser considerados: o estoque do ciclo de reabastecimento, o estoque de segurança e estoque em trânsito. O gerenciamento de estoque deve usar uma combinação da lógica reativa (pull system) e de planejamento (push system). Os métodos de planejamento de estoque oferecem o potencial para o gerenciamento de estoque eficaz porque aproveitam o aumento das informações e das economias de escala. A lógica adaptativa combina as duas alternativas dependendo do produto e das condições do mercado. A colaborativa, através do estoque em conjunto, oferece uma forma das partes da cadeia de suprimentos obterem uma maior eficiência e eficácia. • Especialização geográfica: permite o posicionamento geográfico ao longo de diversas unidades de produção e distribuição de uma empresa. Estoques mantidos em diferentes locais e etapas do processo de criação de valor permitem a especialização. • Desacoplamento: permite a economia de escala dentro de uma única instalação e que cada processo opere com eficiência máxima. • Equilíbrio entre oferta e demanda: equilibra o tempo decorrido entre a disponibilidade de estoque (fabricação, desenvolvimento ou extração) e o consumo. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 8 • Proteção contra incertezas: evita a incerteza relacionada à demanda em excesso provocada por atrasos previstos ou inesperados no recebimento e no processamento de pedidos na entrega. É o chamado estoque de segurança. Embora a logística tenha feito progressos significativos na redução do estoque geral da cadeia de suprimentos, o estoque adequadamente distribuído gera valor e reduz o custo total. Como estratégia de marketing/fabricação específica, os estoques planejados e comprometidos para as operações só podem ser reduzidos a um nível coerente com o desempenho das quatro funções do estoque. Todos os estoques que ultrapassam o nível mínimo representam excesso de comprometimento. Transporte O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das empresas, possui um papel fundamental no desempenho da distribuição e serviço ao cliente. Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas, o que em alguns casos pode significar duas ou três vezes o lucro da empresa. No Brasil, o transporte representa em torno de 35% do custo do produto. Em virtude da globalização e do consequente aumento das transações globais, uma nova forma de se executar o transporte vem sendo consolidada: o uso de um único transportador, com responsabilidade total sobre a carga ao longo de todo o percurso porta a porta (house to house ou door to door). Este procedimento é conhecido como transporte multimodal. Os grandes terminais internacionais para embarque e desembarque de mercadorias estão se transformando em HUBS, grandes portos e aeroportos internacionais, conectados por transbordo a outros de menor porte, com importância logística regional. Para compreendermos melhor o que estamos estudando, vamos relembrar que existem diversos modais de transporte: rodoviário, ferroviário, aéreo, LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 9 hidroviário (aquaviário), aéreo e dutoviário (a mais recente modalidade de transporte de produtos). Vamos aproveitar para falar também sobre a classificação dos modais quanto ao número de veículos utilizados: UNIMODAL: O transporte é realizado utilizando somente um modal de transporte, portanto um único veículo e um único contrato de transporte. SUCESSIVO: A carga é transportada por um ou mais veículos da mesma modalidade, utilizando mais de um contrato de transporte. SEGMENTADO (Intermodal): A carga é transportadapor um ou mais veículos de uma ou mais modalidades, em vários estágios, com diversos contratos de transporte (diversos transportadores). MULTIMODAL: O transporte é realizado em caráter sistêmico, por diversas modalidades de transporte (no mínimo duas), um único contrato de transporte (o OTM é o único responsável perante o dono da carga, emitindo o Combined Bill of Lading) e uma única apólice de seguro. Esta modalidade de transporte é regulamentada no Brasil pela Lei 9.611 de 19.02.98. O Brasil é signatário pleno da Convenção Internacional para o Transporte Multimodal de Cargas. Transporte e logística No transporte internacional, o OTM deve, obrigatoriamente, fazer a consolidação da carga, caso a mesma não esteja unitizada. Todo o Operador de Transporte Multimodal é automaticamente habilitado como Agente Consolidador. Porém, a maioria dos Transitários (Freight Forwarders) e os Non Vessel Operator - Common Carrier - NVOCC não são habilitados juridicamente a emitir o Conhecimento de Carga Multimodal (Combined Bill of Lading - CBL). LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 10 Uma das importantes atividades da logística, inclusive a Internacional, é selecionar adequadamente os terminais para a saída e a chegada das mercadorias. O tempo de trânsito (transit time) internacional é um dos fatores importantes na competitividade, semelhante ao preço e à qualidade dos produtos. Entregas mais rápidas reduzem os estoques e os respectivos custos. O aumento do transit time prejudica a imagem das empresas, associando-as à ineficiência e a custos mais elevados, além de provocar: • Falta de estoque ou mesmo a paralisação de uma planta industrial quando se trata da importação de insumos; • Pagamento de multas contratuais pelo atraso no prazo de entrega a clientes, podendo até envolver a cobrança de lucros cessantes. Os portos e aeroportos são os terminais de integração entre as operações nacionais e internacionais de movimentação de cargas. Os grandes terminais internacionais que exercem o papel de concentradores e distribuidores de cargas são conhecidos como HUBS (ports ou airports). Um dos aspectos econômicos primordiais para o desenvolvimento de um HUB é a proximidade de zonas com forte intercâmbio na produção e consumo de produtos industrializados. A escolha do transporte deve levar em consideração três pontos primordiais, o chamado trinômio do transporte: quantidade, custo e tempo. Considerando que existe um trade-off entre o fator “quantidade” e o fator “custo”: quando aumenta a quantidade de produto transportado, tende a diminuir o custo unitário do frete. Outro assunto a ser considerado e estudado no transporte nacional, e, principalmente, no internacional, é o seguro das cargas. Fazer um transporte sem seguro é um risco que o dono da carga não deve correr. O conhecimento LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 11 das classes de riscos a que as mercadorias transportadas estão sujeitas pode trazer economias e a possibilidade de realização de trade-offs nesse segmento. Logística integrada e comércio internacional Agora falaremos sobre os termos dos contratos internacionais (Incoterms – International Commercial Terms). Os INCOTERMS surgiram em 1936, quando a Câmara Internacional do Comércio - International Chamber of Commerce, com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas formas contratuais que vinham sendo praticadas no comércio internacional, de forma a possibilitar a sua definição precisa em qualquer país. Os INCOTERMS constituem a base dos negócios internacionais e objetivam promover sua harmonia. Para acompanharem a dinamicidade do comércio internacional, sofrem atualizações, normalmente a cada dez anos. A última atualização foi em 2010, que passou a vigorar a partir de 01/01/2011, composta por onze termos. Esses modelos de contrato definem com precisão as obrigações que são da responsabilidade do vendedor (exportador) e do comprador (importador) nos contratos comerciais. Assim, antes de iniciar o planejamento do processo logístico internacional e a quantificação dos respectivos custos, analise atentamente qual foi a modalidade contratual negociada no contrato de compra e venda. São representados por siglas de três letras e simplificam os contratos de compra e venda internacional ao contemplarem os direitos e obrigações mínimas do vendedor e do comprador quanto às tarefas adicionais ao processo de elaboração do produto. Por isso, são também denominados "cláusulas de preço", pelo fato de cada termo determinar os elementos que compõem o preço da mercadoria, adicionais aos custos de produção. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 12 Atenção Os Incoterms são divididos em quatro grupos: • Grupo E (partida – entrega nas instalações do exportador) – EXW; • Grupo F (transporte internacional não pago pelo exportador) – FCA, FAS e FOB; • Grupo C (transporte internacional pago pelo exportador) – CPT, CIP, CFR e CIF; • Grupo D (Delivery – entrega no país de destino pelo exportador) – DAT, DAP e DDP. Nos termos EXW, FCA, FAS, FOB, DAT, DAP e DDP, o local nomeado é o de entrega e onde ocorre a transferência da propriedade e do risco ao comprador. Nos termos CPT, CFR, CIP e CIF, o local nomeado difere do local de entrega. O local nomeado é aquele até onde o transporte é pago. O local de entrega, com transferência da propriedade e do risco, é no país do vendedor, definido pelas partes. Quanto aos modos de transporte, EXW, FCA, CPT, CIP, DAT, DAP e DDP, podem ser utilizados para qualquer modalidade de transporte e o grupo FAS, FOB, CFR e CIF, somente podem ser utilizados no transporte aquaviário/hidroviário (marítimo, fluvial e lacustre). Significado Jurídico É importante observar que os INCOTERMS são de uso facultativo. Porém, ao serem definidos nos contratos, passam a ter força legal com o seu significado jurídico preciso e efetivamente determinado. Assim, simplificam e agilizam a elaboração das cláusulas dos contratos de compra e venda. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 13 É imprescindível que o profissional de logística domine os INCOTERMS, de forma a incluir todas as suas despesas no preço a ser combinado pela área comercial. EXW - Ex Work (na origem, local de entrega designado): Local de entrega é igual ao local designado, significando que riscos e custos transferem- se do vendedor para o comprador no mesmo local, normalmente nas instalações do vendedor: fábrica, armazém, produção, etc... FCA - Free Carrier (livre no transportador, local de entrega designado): Local de entrega igual ao local designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador no mesmo local, normalmente na transportadora, designada pelo importador. CPT - Carriage Paid To (transporte pago até... local de destino designado): Local de entrega diferente do local de destino designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador em locais diferentes. O produto é entregue ao importador no país de origem, em local por ele designado. Os riscos também são passados para o importador neste local, embora o exportador pague os custos (transporte internacional) até ao porto de destino. CIP - Carriage and Insurance Paid (transporte e seguro pago até... local de destino designado): Local de entrega diferente do local de destino designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador em locais diferentes. O produtoé entregue ao importador no país de origem, em local por ele designado. Os riscos também são passados para o importador neste local, embora o exportador pague os custos (transporte internacional e seguro internacional) até ao porto de destino. DAT - Delivered At Terminal (produto entregue no terminal, no porto ou local de destino designado): Custos e riscos para o vendedor até, e LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 14 inclusive, o descarregamento do veículo transportador. Local de entrega do produto no local de destino designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador no mesmo local, o terminal rodoviário, ferroviário, porto ou aeroporto no país de destino. DAP - Delivered At Place (produto entregue no local de destino designado): A mercadoria é entregue ao comprador no veículo transportador no destino designado, sem descarregamento. Isto pode ocorrer no navio ou em qualquer outro lugar designado pelo importador no país de destino. DDP - Delivered Duty Paid (produto entregue no destino designado, com “direitos” pagos): Local de entrega no local de destino designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador no mesmo local, no país de destino. Neste termo o exportador é responsável, inclusive, pela nacionalização da mercadoria no país do importador, pagando todos os impostos (direitos). Transporte Aquaviário/Hidroviário (marítimo, fluvial e lacustre) FAS - Free Alongside Ship (produto livre no costado do navio, porto de embarque designado): Local de entrega no local designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador no mesmo local. Este local é junto ao navio, no porto de origem. FOB - Free On Board (livre a bordo do navio, porto de embarque designado): Local de entrega no local designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador no mesmo local. O produto é entregue dentro do navio no porto de origem. CFR - Cost and Freight (custo e frete, porto de destino designado): Local de entrega diferente do local de destino designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador em locais LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 15 diferentes. O produto é entregue ao importador no porto do país de origem, dentro do navio. Os riscos também são passados para o importador neste local, embora o exportador pague os custos (transporte internacional) até o porto de destino designado pelo importador. CIF – Cost, Insurance and Freight (custo, seguro e frete, porto de destino designado): Local de entrega diferente do local de destino designado, significando que riscos e custos transferem-se do vendedor para o comprador em locais diferentes. O produto é entregue ao importador no porto do país de origem, dentro do navio. Os riscos também são passados para o importador neste local, embora o exportador pague os custos (transporte internacional e seguro internacional) até ao porto de destino designado pelo importador. Operações internacionais Chegamos ao último item da nossa matéria. Aprendemos a importância da gestão da cadeia de suprimentos no mercado interno e internacional e como as global players ou as empresas transnacionais (o termo multinacional está em desuso) vêm aplicando esses conceitos no mercado interno e no internacional. Aprendemos também que um dos itens importantes é o povo, pois biótipo e cultura, não raras vezes, alteram a apresentação do produto ou suas características (são os chamados produtos bond culture), o que leva a gastos diferenciados dos mercados internos. Conhecer a cultura local e, o mais importante, adaptar os produtos a essa cultura, são necessidades da empresa transnacional. Quanto aos produtos free culture (aqueles que independem de influências culturais), podem ser negociados em qualquer parte do mundo sem esse custo adicional. Como as empresas escolhem os mercados onde vão colocar os seus produtos e qual a melhor forma de fazê-lo? LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 16 Quanto aos mercados, elas podem optar pelos maduros, emergentes, em crescimento ou os classificados como plataformas. Essas decisões são próprias de cada empresa, elas definem a forma mais conveniente de se estabelecerem internacionalmente e em quais mercados. Observe algumas formas (modelos) que as empresas podem utilizar para colocar seus produtos no mercado internacional: Subsidiárias (Integrais) no Exterior: Empresa aberta em outro país, cuja empresa matriz detém 50% ou mais das suas ações. Quando não há incorporação, as empresas estrangeiras são denominadas filiais. Consome elevados recursos e oferece risco total, mas detém o controle das operações e do patrimônio em território estrangeiro. Exige boas relações governamentais e um forte comprometimento com o mercado local. Indicado para entrantes precoces nos mercados em crescimento. Joint Ventures: A empresa Transnacional compartilha o capital investido e os riscos de um novo negócio com uma empresa local de forma a dispor de uma maior escala operacional. Aumenta o conhecimento da legislação e peculiaridades locais. Permite maior acesso aos financiamentos e à rede de distribuição. Garante maior retorno do capital investido e possibilita um bom controle das operações gerando sinergia com o país anfitrião. Franquias (franchising ou franchise): Contratos com empresas locais para a cessão do direito de uso da sua marca, patente, infraestrutura, know-how e direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços, sob o pagamento de royalties. Demanda poucos recursos e contorna barreiras protecionistas, dando acesso a mercados fechados. Gera receitas pequenas e favorece a formação de um concorrente local em potencial, com o risco de perda da marca nesse local. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 17 Licenciamentos: O licenciamento é semelhante à franquia com a diferença de não envolver nenhuma assistência (somente a concessão de direitos) nem padrões do negócio. Exportação: Esta forma de inserção no mercado internacional pode ser realizada das seguintes formas: Exportação Direta: requer traders ou implantação de um escritório local, tem comprometimento de recursos e mão de obra. A empresa tem total controle sobre o processo, mas com alta exposição e risco. Exportação Cooperativa: A empresa faz acordos para uso da rede de distribuição de terceiros no país-alvo. Exige pouco investimento, mas assegura algum controle sobre o processo. Este método é indicado para empresas que não têm experiência no mercado internacional. Exportação Indireta: A empresa usa tradings ou corretores que atuem no mercado-alvo. Não exige investimento, mas a empresa não tem controle sobre o processo. Fusões e Aquisições: O novo entrante se funde ou adquire uma empresa já existente no local começando a operar de imediato. Corre o risco do choque cultural, compra de fábricas obsoletas, dívidas trabalhistas e xenofobia. É uma das opções mais indicada para entrantes tardios no mercado internacional. Regimes aduaneiros especiais Ao longo das nossas aulas, falamos de exportação, de importação de internacionalização de empresas e das formas mais usuais de fazê-lo. Os países, em geral, dão apoio aos importadores e, principalmente, aos exportadores, as empresas que distribuem os produtos nacionais no exterior e LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 18 contribuem paramanter positivo o saldo da balança comercial. Não poderia ser diferente no Brasil. Esse apoio pode ser sob a forma de legislação relacionada a procedimentos que facilitem as importações e as exportações, pode ser sob a forma de tributação (redução, isenção ou suspensão de impostos) ou ainda sob a forma de armazenagem na zona primária ou na zona secundária. Essas últimas disposições, no Brasil, são chamadas de regimes aduaneiros especiais. A Receita Federal, sob determinadas situações específicas, para fomentar negócios em algum setor econômico, isenta ou suspende temporariamente, os tributos incidentes sobre as importações. Portanto, antes de compor as planilhas de custo relativas à importação, é importante analisar esses aspectos. Observe para conhecer os tipos de regimes aduaneiros especiais. Trânsito Aduaneiro Especial: Iniciamos com este regime porque é ele que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro com suspensão do pagamento de tributos. Aplica-se a operações de importação e exportação em curso e tráfego de mercadorias estrangeiras. Exemplo: A empresa XYZ, localizada em Brasília, importou uma mercadoria para ser usada em Brasília, mas chegou através do Porto de Santos. Desembaraçando esta mercadoria em Santos pagará o ICMS de São Paulo, mas em Brasília, a alíquota do ICMS é inferior à do estado de São Paulo. Como a mercadoria será consumida (usada) em Brasília, é mais conveniente que ela seja desembaraçada neste estado. A mercadoria está sob controle aduaneiro, ou seja, ainda não foi nacionalizada, então se faz necessária uma autorização especial para o transporte que se chama DTA – Declaração de Trânsito Aduaneiro. Sempre que houver necessidade de deslocar uma mercadoria nestas condições, será utilizado este regime aduaneiro. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 19 Entreposto Aduaneiro: Utilizado na importação e na exportação, permite a armazenagem em local alfandegado com suspensão do pagamento dos tributos, sob controle fiscal. Na exportação, o regime classifica-se como comum ou extraordinário. Na modalidade comum, a mercadoria pode permanecer no regime pelo prazo de um ano, prorrogável por mais um ano, e na modalidade extraordinário o prazo de permanência no regime é de 90 dias. Na importação, permite a armazenagem em recinto alfandegado de uso público ou em feiras, congressos, ou outros eventos realizados em recinto alfandegado para este fim. A mercadoria pode permanecer no regime por um ano, prorrogável por mais um ano ou pelo prazo estabelecido para alfandegamento do recinto do evento. O recinto alfandegado que tenha sido credenciado para realizar atividades de industrialização denomina-se: aeroporto industrial, plataforma portuária industrial ou porto seco industrial, de acordo com o tipo de mercadoria importada. Depósito Alfandegado Certificado – DAC: Permite a realização de uma exportação sem a transferência física imediata da mercadoria para o exterior, mediante a emissão de um contrato denominado DUB (Delivery Under Customs Bond) e entrega da mercadoria em local alfandegado autorizado a operar o regime, designado pelo importador. Enquanto a mercadoria se encontrar sob o regime, estão suspensos todos os impostos referentes à operação, inclusive o ICMS. Este regime pode antecipar o recebimento da exportação pela segurança que transmite ao importador. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 20 Depósito Afiançado – DAF: Permite o estoque, com suspensão dos impostos de mercadorias importadas sem cobertura cambial, destinadas à manutenção e reparo de embarcações e aeronaves utilizadas no transporte comercial internacional, de empresas autorizadas a operarem neste ramo. Pode ser utilizado para provisões de bordo de empresas estrangeiras e para empresas estrangeiras que operem no transporte rodoviário. Depósito Especial – DE: O importador pode estocar no seu estabelecimento insumos importados sem cobertura cambial, com suspensão do pagamento dos impostos. A mercadoria pode ficar neste regime pelo prazo de 5 anos, a contar da data do seu desembaraço, na importação. Este regime permite às empresas dos setores de transportes (não incluindo o rodoviário), infraestrutura e outros, bem como às empresas de logística, um sistema semelhante ao Just In Time, proporcionando-lhes uma diminuição nos seus custos operacionais. Depósito Franco: Permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado para atender ao fluxo comercial de países limítrofes com terceiros países. Sua concessão é celebrada através de Acordo ou Convênio Internacional firmado pelo Brasil. Alguns Depósitos Francos: Belém/Peru, Corumbá/Bolívia, Manaus/Equador, Paranaguá/Paraguai e Bolívia, Porto Velho/Bolívia, Rio Grande/Paraguai e Santos/Bolívia e Paraguai. Drawback: Podemos definir drawback como o retorno do saque; no caso do regime, retorno dos impostos pagos em parte ou no todo, quando da importação ou compra no mercado interno, de produtos (matérias-primas, insumos, peças, LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 21 equipamentos, embalagens) que serão objeto de beneficiamento para serem exportados. O drawback tem como objetivo incentivar as exportações, tornando os preços dos produtos mais competitivos no mercado internacional (através da redução dos impostos). A economia é uma cadeia, logo, todos os segmentos produtivos são envolvidos no processo, gerando emprego e, consequentemente, riqueza. O drawback pode ser concedido para produtos que serão submetidos a operação que se caracterize como beneficiamento, industrialização, transformação, montagem, renovação, condicionamento, acondicionamento ou reacondicionamento com alteração do produto e agregação de valor. A princípio, todos os produtos passíveis de importação podem utilizar este regime. Não é permitido o seu uso para petróleo e seus derivados. O drawback funciona em três modalidades: Suspensão – Esta modalidade diz respeito à aquisição no mercado interno ou à importação de forma combinada ou não, de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser exportado, com suspensão dos tributos exigíveis na importação e na aquisição no mercado interno. Isenção – Refere-se à importação de mercadoria equivalente em qualidade e quantidade à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento do produto exportado, com isenção dos tributos exigíveis. Esta modalidade é utilizada como uma reposição de estoque dos produtos importados e já exportados. Restituição – Esta modalidade refere-se à restituição total ou parcial dos impostos que incidiram sobre a importação de mercadoria posteriormente exportada após beneficiamento ou fabricação, etc... Nesta modalidade, não há reposição de estoque e, sim, restituição dos tributos. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 22 O drawback tem prazo de validade de um ano, prorrogável por mais um ano, a contar da data de deferimento do Ato Concessório. Entreposto Industrial sob Controle Informatizado- RECOF: Permite a aquisição no mercado interno ou externo de mercadorias, com ou sem cobertura cambial, com suspensão do pagamento de impostos, sob controle aduaneiro informatizado (software desenvolvido pelo beneficiário que possa ser inteligado aos controles da RFB e gere relatórios mensais das mercadorias), a serem submetidas a processo de industrialização, beneficiamento,transformação ou montagem de produtos destinados à exportação. Caso os produtos venham a ser vendidos no mercado interno (em parte ou na sua totalidade), será obrigatório o recolhimento dos impostos. Atualmente, está restrito à indústria automotiva, aeronáutica, informática, telecomunicações, semicondutores e componentes de alta tecnologia para eletrônica, informática e telecomunicações. A RFB determina as mercadorias passíveis de admissão neste regime e dita outras medidas e exigências para uso do mesmo. Este regime é um incentivo às exportações, embora os incentivos sejam atribuídos às mercadorias importadas. Loja Franca: Este regime concede ao estabelecimento localizado na zona primária de porto ou aeroporto alfandegado a permissão para vender mercadoria nacional ou estrangeira, aos passageiros em viagem internacional, com pagamento em moeda nacional ou estrangeira (espécie, cheque-viagem, cartão de crédito). Os bens vendidos nas lojas francas ou free shops são importados obrigatoriamente em consignação. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 23 RECOM – Importação de Insumos Destinados à Industrialização por Encomenda de Produtos Classificados nas Posições 8701 a 8705 da NCM: As empresas podem importar, sem cobertura cambial, insumos destinados à industrialização por encomenda, de veículos rodoviários, por conta e ordem de pessoas jurídicas encomendantes, domiciliadas no exterior, com pagamento do II, mas com suspensão do IPI. O objetivo deste regime é atrair as montadoras de veículos, um dos maiores segmentos da indústria. REPETRO – Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural: Este regime, como o próprio nome indica, tem o objetivo de desonerar os investimentos nas atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural. Tem sido e continua sendo um grande impulso à produção nacional, contribuindo para a autossuficiência do país neste setor energético. Os bens listados pela RFB podem entrar no país através de três regimes especiais ou da combinação, entre eles: Através do Regime de Admissão Temporária para serem utilizados diretamente neste setor produtivo. Uso da Exportação Ficta: Processo de exportação normal, porém as mercadorias não deixam o território nacional. Devem ser entregues no local combinado com o importador, no Brasil, entrando em seguida no regime de Admissão Temporária. Uso do Regime Especial denominado Drawback Suspensão - Compra de produtos ou insumos no mercado externo ou nacional, que serão utilizados na LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 24 fabricação de bens a serem exportados no regime de Exportação Ficta e, em seguida, enquadrados no regime de Admissão Temporária. Este regime é utilizado na importação de plataformas e outros equipamentos destinados à indústria petrolífera. REPEX – Importação de Petróleo Bruto e seus Derivados: Como o próprio nome indica, este regime suspende o pagamento dos impostos na importação do petróleo bruto e seus derivados. O regime é extinto quando é comprovada a exportação de produto com as mesmas especificações de origem nacional ou importada. Este regime pode e deve ser utilizado no equilíbrio do mercado interno: importação de petróleo leve e exportação de petróleo pesado, por exemplo. Reporto – Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária: Possibilita aos beneficiários (operador portuário, concessionário de porto organizado, empresa de dragagem, concessionário de recinto alfandegado de zona secundária e outros), a aquisição de máquinas, equipamentos e outros bens, com suspensão de tributos, de forma a reduzir os custos de investimento em ativo imobilizado e, assim, reequipar e modernizar a área portuária nacional. Regimes aduaneiros especiais aplicados em áreas especiais Foram criados para atender a determinadas situações econômicas peculiares de polos regionais, através da desoneração de impostos, implementada por políticas de desenvolvimento e crescimento econômico para esses polos. Áreas de Livre Comércio – ALC: Constituem áreas de livre comércio de importação e de exportação as que, sob regime fiscal especial, são estabelecidas com a finalidade de promover o desenvolvimento de áreas fronteiriças específicas da região norte do país e de incrementar as relações LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 25 bilaterais com os países vizinhos. São configuradas por limites que envolvem, inclusive, os perímetros urbanos dos municípios de Tabatinga (AM), Guajará- Mirim (RO), Boa Vista e Bonfim (RR), Macapá e Santana (AP) e Brasiléia, com extensão para o município de Epitaciolândia, e Cruzeiro do Sul (AC). A entrada de produtos estrangeiros nas áreas de livre comércio será feita com suspensão do pagamento dos impostos de importação e sobre produtos industrializados, que será convertida em isenção quando os produtos forem destinados a: consumo e venda internos, beneficiamento, em seu território, de pescado, recursos minerais e matérias-primas de origem agrícola ou florestal, piscicultura, agropecuária, agricultura, instalação e operação de atividades de turismo e serviços, estocagem para comercialização no mercado externo e outras. Zona Franca de Manaus – ZFM: É uma área de livre comércio de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos. A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca de Manaus, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza, bem como a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação e sobre produtos industrializados. Entreposto Internacional da ZFM – EIZOF: O regime de entreposto internacional da Zona Franca de Manaus é o que permite a armazenagem, com suspensão do pagamento de tributos, de mercadorias estrangeiras importadas e destinadas à: Venda por atacado para a Zona Franca de Manaus e para outras regiões do território nacional; LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 26 Comercialização na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou nas áreas de livre comércio de matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, partes e peças e demais insumos, importados e destinados à industrialização de produtos na Zona Franca de Manaus; mercadorias nacionais destinadas à Zona Franca de Manaus, à Amazônia Ocidental, às áreas de livre comércio ou ao mercado externo e mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus e destinadas aos mercados interno ou externo. Zona de Processamento de Exportação – ZPE: Caracterizam-se como áreas de livre comércio de importação e de exportação, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior, objetivando a redução de desequilíbrios regionais, o fortalecimento do balanço de pagamentos e a promoção da difusão tecnológica e do desenvolvimento econômico e social do país. As importações efetuadas por empresa autorizada a operar em zonas de processamento de exportação serão efetuadas com suspensão do pagamentodo imposto de importação, do imposto sobre produtos industrializados, da COFINS-Importação, da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e do adicional ao frete para renovação da marinha mercante. Atividade proposta Imagine que uma produtora brasileira de cachaça, sem experiência no comércio internacional, tenha sido convidada a expor seus produtos na França, durante o ano França-Brasil. Logo na primeira semana, recebeu alguns pedidos de cachaça. Muito apreensivo, o dono da empresa procurou um consultor na área de comércio internacional que o aconselhou a negociar com o cliente de forma que a sua primeira exportação fosse realizada no INCOTERM Ex-Work. a. Por que a escolha para a primeira exportação recaiu sobre o INCOTERM Ex- Work? LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 27 b. Quando é usado o Ex-Work, o exportador agrega valor ao preço do produto nacional? Chave de resposta: a) Porque o exportador não tinha experiência nesta atividade e, neste INCOTERM, a responsabilidade dele é mínima. b) Não, o preço do produto é composto somente pelos custos fixos e variáveis mais o percentual de lucro da operação. Referências GARAY, Angela Beatriz Scheffer. Reestruturação produtiva e desafios de qualificação: algumas considerações críticas. Disponível em: http://www.cefetsp.br/edu/eso/globalizacao/desafioqualificacao.ht ml. Acesso em: 28 set. 2014. GIMENEZ, Ana Maria Nunes. A globalização e seu impacto na flexibilização das condições de trabalho. Disponível em: http://www3.unifai.edu.br/pesquisa/publica%C3%A7%C3%B5es/a rtigos- cient%C3%ADficos/professores/bacharelados/globaliza%C3%A7% C3%A3o-e-seu-impacto-na. Acesso em: 28 set. 2014. SANTOS, Iracema. Eficiência logística e seus impactos financeiros. Disponível em: < http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/eficiencia- logistica-e-seus-impactos-financeiros/57765/. Acesso em: 28 set. 2014. VASCONCELOS, Y. L. et al. Reflexos da globalização: uma análise das formas de inserção no mercado de trabalho. Disponível em: < http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/39/1.5_reflexos_da_globalizac ao_uma_analise_das_formas_de_insercao_no_mercado_de_trabalho. pdf. Acesso em: 28 set. 2014. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 28 Exercícios de fixação Questão 1 “Todo o processo pode ser subdividido em ________ e _________. A separação entre um ponto e outro é o ponto de entrada do pedido (do cliente).” Complete as lacunas com a única opção correta: a) Operacional/financeiro b) Físico/virtual c) Empurrado/puxado d) Real/especulativo e) Empurrado/especulativo Questão 2 O outsourcing deve ter como base a maximização do retorno dos investimentos em custos, qualidade, serviço e tempo de atendimento ao cliente final, liberando a empresa para o foco central da sua atividade fim. Um dos benefícios apontados ao outsourcing é: a) Gerar perda de credibilidade das empresas envolvidas junto ao mercado internacional. b) Abrir espaço para os concorrentes. c) Liberação de recursos internos para outras atividades relacionadas ao foco central do negócio da empresa. d) Aumento do lead-time interno. e) Redução na resposta às inovações tecnológicas do mercado global. Questão 3 Neste modal o transporte é realizado em caráter sistêmico, um único contrato de transporte (o OTM é o único responsável perante o dono da carga, emitindo o Combined Bill of Lading) e uma única apólice de seguro. Marque a única opção que corresponde à modalidade de transporte descrita na questão: a) Sucessivo b) Segmentado LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 29 c) Unimodal d) Multimodal e) Intermodal Questão 4 A gestão do estoque não é uma tarefa simples na cadeia produtiva, a falta de estoque pode provocar a perda de vendas para o concorrente, mas por outro lado, a manutenção de estoques pode ocasionar outros riscos como: obsolescência, furtos, danos, além do custo de manutenção dos mesmos, que é diretamente influenciada pelo custo do capital investido. Quais os fatores e variáveis devem ser considerados na gestão dos estoques? Marque a única opção errada. a) Especialização geográfica b) Desacoplamento c) Equilíbrio entre oferta e demanda d) Desequilíbrio das forças econômicas e) Proteção contra as incertezas do mercado Questão 5 Outro assunto a ser considerado e estudado no transporte nacional, e, principalmente, no internacional, é o _____________________. O conhecimento das classes de riscos a que as mercadorias transportadas estão sujeitas pode trazer economias e a possibilidade de realização de trade-offs neste segmento. a) Pagamento de tributos b) Controle dos caminhões c) Tamanho dos navios d) Gerenciamento dos hub ports e) Seguro das cargas LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 30 Questão 6 Os INCOTERMS são uma ferramenta essencial ao comércio internacional. Neste contexto, marque a opção correta para a seguinte hipótese: O vendedor transfere a propriedade da mercadoria ao comprador dentro do navio, afretado por ele, no porto do país de origem. a) EXW b) CPT c) FOB d) CIP e) FCA Questão 7 Os INCOTERMS surgiram em 1936, quando a _______________________, com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas formas contratuais que vinham sendo praticadas no comércio internacional, de forma a possibilitar a sua definição precisa em qualquer país. Preencha a lacuna com a única opção correta. a) Câmara de Comércio Internacional b) Agência de Apoio ao Exportador c) Câmara de Comércio Exterior d) Associação Latino Americana para Desenvolvimento e Integração e) Agência Multilateral do Comércio Questão 8 A internacionalização das empresas pode ser realizada através de traders ou abertura de escritórios locais com grande comprometimento de recursos e mão de obra. Nesta forma de internacionalização, a empresa tem controle total sobre o processo, mas alta exposição e risco. Assinale a única opção correta relativa a esse contexto: a) Exportação consignada b) Exportação direta c) Exportação temporária LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 31 d) Exportação indireta Questão 9 Um empresário brasileiro importa quadros de bicicletas, monta-as, colocando os pneus e os acabamentos em geral comprados no mercado interno, embala-as e exporta-as para Angola, seu principal mercado desse produto. Na importação, ele usa um regime especial que lhe permite desembaraçar os quadros sem pagar os impostos. Na realidade, os impostos ficam suspensos até efetuar a exportação de todas as bicicletas. Nas opções abaixo, marque a única que identifica essa operação: a) Repetro b) Drawback c) Repex d) Admissão Temporária e) Reporto Questão 10 O Repetro, como o próprio nome indica, tem o objetivo de desonerar os investimentos nas atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural. Tem sido e continua sendo um grande impulso à produção nacional, contribuindo para a autossuficiência do país neste setor energético. Fazem parte deste regime a _________________, a ________________ e o regime aduaneiro especial denominado __________________. Complete as lacunas com uma das opções abaixo: a) Exportação em Consignação/Exportação para Beneficiamento/Depósito Franco b) Importação para Beneficiamento Ativo/Importação em consignação/RECOF c) Admissão Temporária/Exportação Ficta/Drawback Suspensão d) Exportação em Consignação/ Admissão Temporária/ RECOF e)Exportação para Beneficiamento/ Exportação Ficta/ Drawback Suspensão LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 32 Combined Bill of Lading — CBL: Conhecimento de transporte utilizado na multimodalidade, emitido pelo OTM. Consolidação: Emissão de um conhecimento de embarque (Master), por parte do transportador, englobando diversos lotes de carga de diferentes embarcadores. Estes lotes são acondicionados em uma unidade de carga (o contêiner, por exemplo) e individualmente identificados por documentos emitidos pelo agente consolidador (Houses). Desconsolidação: Processo inverso ao da consolidação (o agente consolidador consolida a carga no porto de embarque e desconsolida-a no porto de descarga). OTM: Operador de Transporte Multimodal é a pessoa jurídica contratada como principal para a realização do transporte multimodal de cargas, da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros. Unitização: Emissão de um conhecimento de embarque (Master), por parte do transportador, englobando um único lote de carga de um único embarcador, acondicionado em uma unidade de carga, por exemplo, o contêiner. Aula 4 Exercícios de fixação Questão 1 - C Justificativa: Segundo a matéria apresentada, “empurrado – puxado” é a única alternativa correta. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 33 Questão 2 - C Justificativa: De acordo com o texto sobre o outsourcing, “Liberação de recursos internos para outras atividades relacionadas ao foco central do negócio da empresa” é a única opção correta. Questão 3 - D Justificativa: Multimodal é a única opção que atende à definição do modal descrita na questão. Questão 4 - D Justificativa: A opção “Desequilíbrio das forças econômicas” está errada porque não atende aos fatores e variáveis considerados na gestão dos estoques. Questão 5 - E Justificativa: De acordo com a matéria estudada e as opções sugeridas, “seguro das cargas” é a única que atende à questão proposta. Questão 6 - C Justificativa: Entre as opções sugeridas, “FOB” é o único termo que atende a esta questão. Questão 7 - A Justificativa: A Câmara de Comércio Internacional é a responsável pela compilação, atualização e divulgação dos INCOTERMS. Questão 8 - B Justificativa: Entre as opções sugeridas, “Exportação direta “ é a única que responde a esta questão. Questão 9 - B Justificativa: Entre as opções sugeridas, Drawback é o único regime especial que atende a esta questão. LOGÍSTICA INTEGRADA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS 34 Questão 10 - C Justificativa: Das opções sugeridas, “Admissão Temporária/Exportação Ficta/Drawback Suspensão” é a única opção que atende à composição do Drawback.