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Apostila 18 - Injúria

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INJÚRIA (art. 140 CP)
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro;
Pena: detenção, de um a seis meses, ou multa.
1 – conceito
É a ofensa à dignidade ou decoro de outrem. É uma manifestação de desrespeito e desprezo, um juízo de valor depreciativo capaz de ofender a honra da vítima no seu aspecto subjetivo.
Dignidade – qualidades morais;
Decoro – qualidades físicas e intelectuais.
2 – objeto jurídico
É a honra subjetiva, ou seja, o sentimento que cada qual tem a respeito de seus atributos (autoestima);
Obs: segundo Bitencourt, havendo dúvida razoável a respeito à atribuição do fato ou qualidade negativa, o intérprete deve optar pela injúria, não apenas por ser a figura menos grave das três que lesam a honra, mas especialmente por ser a mais abrangente, pois toda calúnia ou difamação injuriam o destinatário, mas nenhuma injúria o calunia ou difama.
3 – sujeito ativo
Trata-se de crime comum.
Obs: não existe autoinjúria como fato típico, mas pode ela constituir crime se, ultrapassando da órbita da personalidade do agente, vem ela atingir terceiro.
Assim, há crime quando alguém afirma ser filho de uma prostituta ou que é marido traído, sendo vítimas a mãe e a esposa do agente.
4 – sujeito passivo
Qualquer pessoa, desde que tenha capacidade de discernimento do conteúdo da expressão ou atitude ultrajante.
O consentimento do ofendido exclui o crime;
Inimputáveis – são vítimas desde que tenham capacidade de compreender a expressão ofensiva;
Pessoas jurídicas – não, porque não possuem honra subjetiva, mas nada impede que a ofensa venha atingir os diretores e sócios;
Memória dos mortos – o morto não pode ser injuriado, por ausência de expressa previsão legal. O fato poderá compor o crime de vilipêndio a cadáver (art. 212 CP).
Obs:é preciso que a vítima seja pessoa determinada, embora não seja necessária a sua identificação nominal. Basta que seja possível a sua identificação com certa facilidade.
5 – elemento objetivo
Injuriar alguém é ofender a honra subjetiva da vítima, atingindo seus atributos morais, físicos, intelectuais e sociais.
É crime de forma livre;
Obs: pode ocorrer a injúria por omissão;
 * Consiste a injúria na atribuição de qualidades negativas ou de defeitos;
RESSALTE-SE QUE AINDA QUE A QUALIDADE NEGATIVA SEJA VERDADEIRA, ISSO NÃO RETIRA O ASPECTO INJURIOSO DA MANIFESTAÇÃO;
Na injúria, ao contrário da calúnia e difamação, não há imputação de fatos, mas emissão de conceitos negativos sobre a vítima, que atingem esses atributos pessoais, a estima própria, o juízo positivo que cada um tem de si mesmo;
De acordo com a classificação doutrinária, a injúria pode ser:
Imediata – quando proferida pelo próprio agente;
Mediata – quando o agente se vale de outro meio para executá-la;
Obliqua – quando se refere a alguém que o ofendido ama ou estima;
Direta – quando se refere ao próprio ofendido;
Indireta ou reflexa – quando ao ofender alguém, também atinge a honra de 3ª pessoa;
 f) Equívoca – quando por meio de expressões ambíguas;
 g) Explícita – quando são empregadas expressões que não deixam dúvidas;
 h) irônica, simbólica ou truncada.
6 – elemento subjetivo
É o dolo de dano, direto ou eventual, consistente na vontade livre e consciente de injuriar alguém, atribuindo-lhe qualidade negativa;
A doutrina majoritária entende ser necessário, além do dolo, um fim especial de agir, consistente na vontade de ofender a honra subjetiva da vítima;
Trata-se do ANIMUS INJURIANDI
Inexiste o crime se o agente atua com animus jocandi, narrandi, consulendi;
Parte da doutrina entende que também não há crime se as expressões injuriosas são proferidas em razão de discussão ou exaltação emocional.
7 – consumação
É delito formal;
É crime instatâneo;
Consuma-se quando a vítima toma conhecimento da imputação ofensiva;
Ao contrário da calúnia e difamação, para consumar-se não é necessário que alguém, além da vítima tenha conhecimento da imputação ofensiva, pois não é o aspecto externo da honra que é lesado pelo crime, mas o interno, ou seja, aquele sentimento de valor e respeito que cada um deve ter de si próprio;
A INJÚRIA NÃO PRECISA SER PROFERIDA NA PRESENÇA DO OFENDIDO, BASTA QUE CHEGUE AO SEU CONHECIMENTO, POR INTERMÉDIO DE 3º, CORRESPONDÊNCIA OU QUALQUER OUTRO MEIO.
Obs: se o sujeito passivo é funcionário público, e o fato foi praticado na sua presença e em razão da função, poderá configurar crime de desacato. Porém, o agente deve saber que a vítima exerce tal função.
8 – tentativa
Em regra, não é possível, salvo se o crime for praticado por meio escrito;
Obs: não há modalidade culposa deste crime.
9 – exceção da verdade
É inadmissível. 
“Se é natural que fatos possam ser provados, o mesmo não ocorre com a atribuição de “qualidades negativas” (defeitos) a alguém, sob pena de consagrar-se o direito à humilhação alheia” (Bitencourt).
10 – formas
Simples – caput – detenção de um a seis meses ou multa;
Majorada – art. 141;
Qualificadas – art. 141, §§ 2º e 3º.

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