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Obras Hidráulicas Sistemas de Bombeamento e Recalque Slides próprios e obtidos de Porto, Neves, Cirilo e M. Wanderley Felipe Eugenio de Oliveira Vaz Sampaio Engenheiro Civil Analista do MPU/Perícia/Engenharia Civil Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos (UnB - PTARH) Sistemas de bombeamento e recalque É o conjunto de tubulações, acessórios, bombas e motores necessário para transportar água de um ponto localizado a uma cota inferior para outro em cota superior O escoamento somente é possível porque há introdução de energia externa no sistema As bombas transformam energia mecânica, recebida de motores, em energia hidráulica sob a forma de energias de pressão, cinética ou de posição SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Casa de bombas do perímetro irrigado Várzea de Souza (PB) Sistemas de bombeamento e recalque Quanto ao processo de transformação da energia, uma bomba pode ser classificada em • Volumétrica ou hidrostática – utilizam a variação de volume de uma câmara para promover uma variação de pressão na água em seu interior. A água é admitida na câmara quando esta aumenta o seu volume interno e é expelido quando a câmara diminui de volume • Turbobombas ou hidrodinâmicas – um rotor dotado de pás ou palhetas recebe a água e a empurra pelo contato com as pás. A água ganha energia cinética que é convertida parcialmente em energia de pressão e de posição SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Sistemas de bombeamento e recalque As turbobombas são compostas por • Corpo (carcaça) – é a parte externa que envolve o rotor, acondiciona a água e direciona a mesma para a tubulação de recalque • Rotor (impelidor) – constitui-se de um disco provido de pás (palhetas) que impulsionam a água • Eixo de acionamento – ligado ao motor, transmite a sua força motriz ao rotor, causando o movimento rotativo do mesmo SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Carcaça Rotor Eixo de acionamento Sistemas de bombeamento e recalque As turbobombas podem ser classificadas em • Centrífugas ou de fluxo radial – o rotor recebe a água pelo seu centro e a expulsa radialmente, desenvolvendo uma força centrífuga que transfere energia para a água. Mais empregadas em instalações que necessitam vencer grandes alturas com vazões relativamente baixas • Diagonais ou de fluxo misto – o rotor recebe a água pelo seu centro e a expulsa diagonalmente. A energia é transferida para a água em parte pela força centrífuga e em parte pela sucção gerada pelas pás. Mais empregadas em instalações que precisam vencer alturas medianas • De fluxo axial – o rotor recebe a água axialmente e a transfere também axialmente. Mais empregadas em instalações com maiores vazões e alturas relativamente baixas SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Sistemas de bombeamento e recalque Quanto à instalação, uma bomba pode ser • Não afogada ou de sucção positiva – a cota de instalação do eixo da bomba encontra-se acima do nível d’água do ponto de captação • Afogada ou de sucção negativa – a cota de instalação do eixo da bomba encontra-se abaixo do nível d’água do ponto de captação • Bomba submersa – a carcaça da bomba encontra-se dentro d’água (poços) SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Sistemas de bombeamento e recalque Instalação típica de um sistema de bombeamento SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Motor Bomba Válvula de pé com crivo Curva longa de 90º Redução excêntrica Válvula de retenção Registro Curvas ou cotovelos Sistemas de bombeamento e recalque Instalação típica de um sistema de bombeamento • Válvula de pé com crivo – usada principalmente em sistemas não afogados, é uma válvula que só permite a passagem de água no sentido da bomba. No caso de parada da bomba, a água mantém-se na tubulação, mantendo a bomba escorvada (preenchida com água) • Válvula de retenção – é uma válvula que só permite o fluxo a partir da bomba. No caso de parada da bomba, impede que o peso da coluna d’água passe para a carcaça da bomba. Também possibilita escorvar a bomba por um by-pass • Redução excêntrica – tem a função de evitar a formação de bolsas de ar na entrada da bomba • Registro de recalque – destinado a controlar a vazão recalcada. Para bombas centrífugas e mistas, é recomendável que esteja fechada nas operações de partida e parada do sistema. Para bombas axiais, nas operações de partida recomenda-se que esteja aberta SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Sistemas de bombeamento e recalque Componentes de um sistema de bombeamento • Tubulação de sucção – canalização que liga o ponto de captação à bomba, incluindo as peças acessórias (válvulas de pé com crivo, registros, curvas, reduções etc.) • Conjunto elevatório ou casa de bombas – uma ou mais bombas em conjunto e seus respectivos motores • Tubulação de recalque – canalização que liga a bomba ao ponto de descarga, incluindo as peças acessórias SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Conjunto elevatório Tubulação de sucção Tubulação de recalque Parâmetros hidráulicos dos sistemas de bombeamento Altura manométrica • Quantidade de energia que deve ser absorvida por 1 quilograma de água que atravessa a bomba, necessária para que a água vença o desnível da instalação, a diferença de pressão entre os pontos de captação e descarga e a resistência natural que as tubulações e acessórios oferecem ao seu escoamento (perda de carga) SISTEMAS DE BOMBEAMENTO HMS HMR HM HS HR HR HS HG HG – altura geométrica de elevação HS – altura geométrica de sucção HR – altura geométrica de recalque HS – perda de carga na sucção HR – perda de carga no recalque HMS – altura manométrica de sucção HMR – altura manométrica de recalque HM – altura manométrica total Altura manométrica • Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2, considerando a energia fornecida pela bomba, dada pela altura manométrica – Se os pontos 1 e 2 estiverem locados em reservatórios P1/ = 0 e P2/ = 0 v1 0 e v2 0 resultando em HM = z2 – z1 + H1-2 – Como HG = z2 – z1 HM = HG + H1-2 expressão que vale somente para o caso dos pontos 1 e 2 estarem em reservatórios SISTEMAS DE BOMBEAMENTO 21 22 2M 11 1 H g2 ²vp zH g2 ²vp z 21 1212 12M H g2 ²v g2 ²vpp zzH 1 2 Parâmetros hidráulicos dos sistemas de bombeamento Potência e rendimento do conjunto motor-bomba • Potência hidráulica PH é o trabalho realizado pela bomba sobre a água em um segundo PH = ·Q·HM com PH em Watts, sendo em N/m³, Q em m³/s e HM em m • É comum especificar a potência em cv PH = ·Q·HM/75 com PH em Watts, sendo em kgf/m³, Q em m³/s e HM em m • Nem toda a potência transmitida pela bomba é absorvida pela água, ocorrendo perdas no seu interior – Atritos entre a água e a bomba – Atritos entre partes da bomba SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Parâmetros hidráulicos dos sistemas de bombeamento Potência e rendimento do conjunto motor-bomba • Define-se rendimento da bomba a razão entre a potência efetivamente transformada em potência hidráulica PH e a fornecida pela bomba PB B = PH/PB PB= PH/B (potência da bomba) • Define-se rendimento do motor a razão entre a potência efetivamente transformada em potência pela bomba PB e a fornecida pelo motor P M =PB/P P = PB/M (potência do motor) • Assim, a potência do conjunto motor-bomba é dada por P = ·Q·HM/ em Watts P = ·Q·HM/(75·) em cv sendo = B·M SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Fator de conversão: 1 cv = 735,5W = 0,7355 KW Potência e rendimento do conjunto motor-bomba EXEMPLO Determinar a potência da bomba e do motor necessárias para o sistema de bombeamento da figura, que necessita conduzir uma vazão de 80 L/s, através de uma tubulação de ferro fundido novo com diâmetro de 400 mm, cujo comprimento total equivalente é de 880 m O conjunto motor-bomba a ser utilizado tem rendimentos de 70% para a bomba e 85% para o motor A perda de carga é determinada pela fórmula de Hazen-Williams (C = 130) Como os pontos inicial e final do sistema encontram-se em reservatórios p1/ = 0, p2/ = 0, v1 = 0 e v2 = 0 A altura manométrica da bomba pode ser então determinada HM = z2 – z1 + H1-2 = 48 + 0,93 = 48,93 m SISTEMAS DE BOMBEAMENTO 48 m mL DC Q H 93,0880 40,0130 08,0 65,1065,10 87,485,1 85,1 87,485,1 85,1 Potência e rendimento do conjunto motor-bomba EXEMPLO Com essa altura manométrica, a potência da bomba necessária para o sistema é PB = PH/B = ·Q·HM/B = 9810·0,08·48,93/0,7 PB = 54857,5 W 55 KW 75 CV A potência do motor necessária para acionar o sistema é P = PB/M = 54857,5/0,85 = 64538,3 W P 65 KW 88 CV O rendimento do conjunto motor-bomba é = B·M = 0,7·0,85 = 0,595 = 59,5% SISTEMAS DE BOMBEAMENTO 48 m Potência e rendimento do conjunto motor-bomba EXEMPLO Para o sistema de bombeamento anterior, como ficaria a potência da bomba se a tubulação de recalque descarregasse acima do reservatório, com jato livre? A perda de carga permaneceria praticamente inalterada H1-2 = 0,93 m Como os pontos inicial e final do sistema encontram-se em reservatórios p1/ = 0, p2/ = 0 e v1 = 0 A velocidade na saída, neste caso, deve ser considerada v2 = Q/A = Q/(D²/4) = 0,08/(·0,4²/4) v2 = 0,637 m/s A carga cinética na saída seria v2²/2g = 0,637²/2·9,81 = 0,02 m A altura manométrica da bomba pode ser então determinada HM = z2 – z1 + v2²/2g + H1-2 = 48 + 0,02 + 0,93 HM = 48,95 m Com valores praticamente iguais de HM, as potências e os rendimentos não se alteram SISTEMAS DE BOMBEAMENTO 48 m Curvas características Curvas características das bombas • Denominam-se curvas características das bombas as relações funcionais que relacionam os diversos parâmetros envolvidos no funcionamento das bombas • São obtidas experimentalmente e fornecidas pelos fabricantes nos catálogos dos produtos – Normalmente, a vazão é o parâmetro independente da relação – Curvas HM = f(Q), P = f(Q) e = f(Q) SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q HM Q Q P Bombas axiais Bombas centrífugas Curvas características das bombas • A rotação do motor tem influência significativa no desempenho das bombas e, consequentemente, nas suas curvas características – É possível o uso de diferentes motores para acionar um mesmo tipo de bomba ou de motores com rotação controlada • Logicamente, ao diminuir a rotação do motor transfere-se menos energia à água, diminuindo também a vazão, a altura manométrica e a potência • O mesmo acontece ao variar o diâmetro do rotor – Assim, o fabricante pode alterar o diâmetro do rotor utilizando a mesma carcaça de bomba SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q HM N1 N2 Q HM 1 2 Curvas características das bombas • É usual e bastante prático o fabricante unir num só gráfico as relações funcionais de HM e para diferentes rotações e diferentes diâmetros de rotores – A relação de é apresentada na forma de isolinhas de rendimento SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Curvas características das tubulações • As equações de perda de carga nas tubulações mostram que a perda de carga varia com a velocidade e, consequentemente, com a vazão H1-2 = ·Q n • As equações mais utilizadas apontam para n = 1,85 (Hazem- Williams) e n = 2 (fórmula universal), ou seja, para uma mesma tubulação, a perda de carga aumenta com o aumento da vazão • Dessa forma, por exemplo, para a situação do sistema de bombeamento levar água de um reservatório a outro, a altura manométrica pode ser expressa por HM = HG + H1-2 = HG + ·Q n que é uma função crescente com a vazão • Esse curva é denominada curva característica da tubulação SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q HM HG H1-2 Ponto de funcionamento de uma bomba • As bombas não operam necessariamente com valores fixos de vazão e altura manométrica, mas dentro de faixas de valores determinadas pelas suas curvas características • Para funcionar em conjunto com as tubulações, a energia fornecida pela bomba deve ser igual à energia solicitada pelas tubulações – Ou seja, a bomba precisa fornecer exatamente a energia necessária para vencer a altura geométrica e as perdas de cargas das tubulações • Assim, o ponto de funcionamento ou ponto de operação de uma bomba num dado sistema acontece quando há equilíbrio de energia fornecida e requerida • Esse ponto de equilíbrio pode ser obtido de forma gráfica, sobrepondo as curvas características da bomba e da tubulação – Este ponto pode não corresponder ao ponto de maior eficiência da bomba SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q HM HG QOP HOP Seleção do conjunto motor-bomba A seleção de uma bomba é um dos problemas práticos mais comuns da engenharia hidráulica Os vários tipos de bombas e as várias formas de instalação levam a uma ampla gama de situações Os fabricantes apresentam em seus catálogos os chamados mosaicos de utilização • Gráficos de altura manométrica contra vazão com faixas de aplicação de vários modelos de bombas • Após pré-selecionar a bomba neste mosaico, consulta-se o catálogo da bomba para maiores detalhes SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Seleção do conjunto motor-bomba EXEMPLO Com base nas curvas características, determinar a bomba recomendada para elevar 12 L/s por uma altura manométrica de 10 m Modelo 100-200 1450 rpm rotor 195 mm com rendimento de 67% e NPSH de 2 m SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Associação de bombas Existem situações em que são necessárias variações na vazão ou na altura manométrica do sistema de bombeamento • Aumento da demanda ao longo dos anos, variações de nível dos reservatórios etc. A associação de bombas é a solução mais viável • Normalmente, utilizam-se bombas iguais, o que permite uma curva final da associação mais estável e facilita a manutenção As associações podem ser de dois tipos • Em série – a saída de uma bomba é conectada à entrada da bomba seguinte • Em paralelo – as entradas e as saídas das bombas são pontos comuns SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Associação em série • Como a saída de uma bomba é conectada à entrada da bomba seguinte, a vazão é a mesma para cada uma – É mais utilizada quando se necessita de maiores alturas manométricas • A altura manométrica final do conjunto é a soma das alturas manométricas individuais Q1 = Q2 → HT = H1 + H2 SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q HM H1 Q1 = Q2 HT = H1 + H2 HT Associação em série • Para um sistema de tubulações, a introdução de uma bomba em série altera o ponto de funcionamento do sistema – Há aumento da altura manométrica do sistema, passando de H1’ para HF – Também há aumento da vazão bombeada, passando de Q1’ para QF – Ao final, cada bomba fornecerá uma altura manométrica H1 igual à metade da altura manométrica final HF – Note que o ponto de funcionamento final (QF, HF) nunca será igual ao dobro do ponto de funcionamento deuma só bomba (Q1’, H1’) SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q HM H1’ QF HF CT Q1’ H1 Associação em paralelo • Como as entradas e as saídas das bombas são pontos comuns, a altura manométrica é a mesma para cada uma – É mais utilizada em sistemas que necessitam de flexibilidade na operação e na manutenção • A vazão final do conjunto é a soma das vazões individuais H1 = H2 → QT = Q1 + Q2 SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q QT Q1 H1 = H2 QT = Q1+ Q2 HM Associação em paralelo • Para um sistema de tubulações, a introdução de uma bomba em paralelo altera o ponto de funcionamento do sistema – Há aumento da vazão bombeada do sistema, passando de Q1’ para QF – Também há aumento da altura manométrica, passando de H1’ para HF – Ao final, cada bomba bombeará uma vazão Q1 igual à metade da vazão final QF – Note que o ponto de funcionamento final (QF, HF) nunca será igual ao dobro do ponto de funcionamento de uma só bomba (Q1’, H1’) SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q QF Q1’ HF HM CT Q1 H1’ Escolha do tipo de associação de bombas • Para a escolha do tipo de associação de bombas, cada associação deve ser estudada individualmente – Nos dois casos, há aumento da vazão e da altura manométrica • O melhor tipo de associação de bombas dependerá das curvas características das bombas e das tubulações • No geral, quando se necessita de maiores alturas manométricas, a associação em série é mais recomendada • A associação em paralelo garante uma maior flexibilidade ao sistema – No caso de paradas para manutenção, uma das unidades pode ser facilmente substituída por outra reserva – Se não houver bomba reserva, as outras podem continuar trabalhando, ainda que com menor capacidade – Assim, é conveniente planejar o sistema com uma bomba reserva SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Cavitação É o fenômeno de formação de bolhas (ou cavidades) na massa d’água devido ao abaixamento da pressão ao nível da pressão de vapor da água • A pressão de vapor é a pressão que promove a transformação da água em vapor É um fenômeno extremamente danoso para a instalação • As bolhas de vapor, ao deslocarem-se para o interior da instalação, encontram locais onde a pressão é superior à pressão de vapor • Com o aumento da pressão, o vapor tende a se condensar novamente • Se esse aumento de pressão for súbito, como na passagem dos rotores das bombas, as bolhas de vapor condensam-se muito rapidamente, implodindo e gerando uma onda de sobrepressão local • Essa sobrepressão pode atingir partes sólidas do sistema, criando um processo erosivo que danifica as pás ou as paredes da bomba • Isso gera também queda de rendimento do sistema de bombas SISTEMAS DE BOMBEAMENTO O problema da cavitação No caso das bombas, a cavitação ocorre na entrada do rotor Problemas decorrentes da cavitação • Barulho e vibração provocado pelo colapso das bolhas • Alteração das curvas características do sistema, ocasionados pela presença de bolhas na água e pela maior turbulência • Danificação do material que se encontra na região de colapso das bolhas SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Fonte: Grupo de Hidráulica – Dept. de Ciências e Eng. do Ambiente – Univ. Nova de Lisboa N.P.S.H (Net Positive Suction Head) O controle da cavitação em sistemas de bombeamento é feito com base no NPSH • Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 • É conveniente utilizar como referência de pressão a pressão absoluta • Assim, se o reservatório for aberto p1/ = pATM/ • No reservatório, v1 = 0 • A perda de carga H1-2 é soma das perdas na sucção HS e das perdas na entrada da bomba HB • Na iminência da cavitação, a pressão no ponto 2 estará exatamente sob a pressão de vapor da água p2/ = pV/ SISTEMAS DE BOMBEAMENTO 21 22 2 11 1 H g2 ²vp z g2 ²vp z 1 2 HS N.P.S.H (Net Positive Suction Head) • Assim, substituindo e separando os termos que dependem do sistema de tubulações e os que dependem da bomba, tem-se Define-se NPSH disponível (NPSHD) como a energia que a água possui em um ponto imediatamente antes do flange de sucção da bomba • Corresponde à carga disponível na tubulação que permite a sucção da água sem cavitar • Como depende das perdas de carga na tubulação, varia com a velocidade da água SISTEMAS DE BOMBEAMENTO B 2 S V S ATM H g2 ²v H p H p S V S ATM D H p H p NPSH 1 2 HS N.P.S.H (Net Positive Suction Head) Define-se NPSH requerido (NPSHR) como a energia que a bomba necessita para succionar a água sem cavitar • É a energia necessária para fazer a água chegar ao ponto onde ganhará energia (rotor), a partir do flange de sucção, vencendo todas as perdas de carga internas da bomba • Corresponde à carga necessária, na entrada do flange de sucção, para permitir a sucção da água • É uma característica da bomba e deve ser fornecida pelo fabricante • Como varia com a velocidade e, consequentemente, com a vazão, normalmente á apresentada sob a forma de curvas SISTEMAS DE BOMBEAMENTO 1 2 HS B 2 R H g2 ²v NPSH N.P.S.H (Net Positive Suction Head) Assim, a condição necessária para que não ocorra cavitação no sistema de bombeamento é que o NPSHD seja sempre maior ou igual ao NPSHR NPSHD NPSHR • Na prática, utiliza-se uma margem de segurança de 20% dos valores teóricos, minorando o NPSHD, ou uma folga de 0,5 m na carga disponível de projeto NPSHD/1,2 NPSHR ou NPSHD – 0,5 NPSHR (alguns autores sugerem 0,6 m) • Motivos: – Presença de impurezas na água que podem alterar a sua pressão de vapor – Gases dissolvidos na água podem formar bolhas antes de se atingir a pressão de vapor da água – Segurança quanto às imprecisões no cálculo das perdas de carga localizadas e distribuídas SISTEMAS DE BOMBEAMENTO N.P.S.H (Net Positive Suction Head) Plotando em um mesmo gráfico as curvas de NPSHD e NPSHR, pode-se avaliar a máxima vazão de operação do sistema • Sempre observar a margem de segurança Máxima altura estática de sucção do sistema • Pode-se determinar a máxima altura estática de sucção permitida para o sistema • No limite da cavitação, SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Q NPSH NPSHD QMAX OP NPSHMAX OP NPSHR S V MAX ATM DR H p H p NPSHNPSH 1 2 HS RS VATM MAX NPSHH pp H N.P.S.H (Net Positive Suction Head) Para determinar o NPSH disponível é necessário o conhecimento das pressões atmosféricas e de vapor da água • Pressão atmosférica – varia com a altitude local com pATM/ e Z em metros, sendo Z a altitude local em relação ao nível do mar – Ao nível do mar, pATM/ = 10,33 m • Pressão de vapor da água – varia com a temperatura SISTEMAS DE BOMBEAMENTO 1000 Z081,0760 6,13 pATM T (ºC) 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 pV/ (m) 0,09 0,13 0,17 0,24 0,32 0,43 0,57 0,75 0,98 1,25 T (ºC) 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 pV/ (m) 1,61 2,03 2,56 3,20 3,96 4,86 5,93 7,18 8,62 10,33 Dimensionamento econômico da tubulação de recalque Normalmente, o dimensionamento de uma tubulação de recalque não considera somente critérios técnicos Deve-se levar em consideração um compromisso entre os requisitos técnicos de desempenho e segurança e o custo global de instalação e operação do sistema• Diâmetros pequenos são mais baratos, mas ocasionam maiores perdas de carga, conduzindo, consequentemente, a maiores alturas manométricas, necessitando de bombas maiores e mais potentes. Com isso, o custo global do sistema de bombeamento pode aumentar consideravelmente. • Diâmetros maiores são mais caros, mas ocasionam menores perdas de carga, conduzindo, consequentemente, a menores alturas manométricas, necessitando de bombas menores e menos potentes. Com isso, o custo global do sistema de bombeamento pode diminuir consideravelmente. • Dessa forma, o custo das tubulações de recalque se contrapõe aos custos dos sistemas de bombeamento SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Dimensionamento econômico da tubulação de recalque Logicamente, o diâmetro econômico é aquele que gera menores custos de instalação com funcionamento adequado do sistema O estudo do diâmetro econômico envolve diversas variáveis • Custos diretos – relacionados ao material – Diâmetro, espessura e tipo de material • Custo indiretos – relacionados à instalação – Transporte, assentamento, mão-de-obra etc. De forma geral, o custo unitário de uma tubulação depende do seu diâmetro, podendo ser colocado na forma Custo = ·D onde o coeficiente deve incorporar todos os custos relacionados ao diâmetro da tubulação SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Dimensionamento econômico – fórmula de Bresse Para um sistema de funcionamento contínuo, 24 horas por dia, o diâmetro econômico pode ser determinado pela fórmula de Bresse DR = K·Q 1/2 com DR em metros e Q em m³/s • O coeficiente K deve incorporar todos os custos diretos e indiretos relacionados ao diâmetro da tubulação, não sendo um valor fixo, variando para cada local e para cada época • Observações – Essa formulação simples deve ser aplicada na fase de anteprojeto – Em sistemas de menor porte, diâmetros menores que 6”, essa formulação conduz a resultados aceitáveis – Em sistemas de maior porte, o resultado deve ser considerado como uma primeira aproximação – Em sistemas elevatórios, as velocidades variam entre 0,6 e 3,0 m/s, sendo mais comuns entre 1,5 e 2,0 m/s – Devem ser selecionado o diâmetro comercial mais próximo do resultado SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Dimensionamento econômico – fórmula de Bresse Para um sistema de funcionamento descontínuo, a ABNT recomenda o uso da expressão DR = 0,586·X 1/4·Q1/2 sendo X o número de horas de funcionamento diário, com DR em metros e Q em m³/s • Este é o caso de um sistema de bombeamento de residências e edifícios com caixas d’água inferior e superior De forma geral, a tubulação de sucção tem diâmetro comercial imediatamente superior ao da tubulação de recalque, de forma a reduzir a velocidade e minimizar as perdas de carga na sucção SISTEMAS DE BOMBEAMENTO Recomendações de projeto e utilização O conjunto motor-bomba deve ser instalado em local seco, espaçoso, iluminado, arejado e de fácil acesso As tubulações de sucção e recalque devem ser devidamente apoiadas para evitar a transmissão de esforços para a bomba A tubulação de sucção deve ser a mais curta e retilínea possível para diminuir as perdas de carga na sucção • No caso da necessidade de curvas, estas devem ter os maiores raios para diminuir as perdas de carga O bocal da sucção deve ter uma boa submergência para evitar a entrada de ar na tubulação • Recomenda-se como submergência mínima hSUB = 3·DS • Observar o nível mínimo do reservatório inferior A bomba deve ser escorvada (preenchida com água) antes de entrar em funcionamento Bombas em paralelo devem estar ligadas ao mesmo reservatório inferior e ter tubulações de sucção independentes SISTEMAS DE BOMBEAMENTO DNOCS 2010 – Engenheiro Área 1 (FCC) Questão 49 A potência de uma bomba centrífuga de um conjunto elevatório para abastecimento de água potável é de 1,325·105 Watts. Considerando- se a água com massa específica de 1 000 quilos por metro cúbico, a aceleração da gravidade local de 9,81 metros por segundo ao quadrado, o transporte de 1,0 metro cúbico por segundo de água e a altura manométrica de 10 metros, o rendimento global desse conjunto elevatório corresponde a (A) 84%. (B) 74%. (C) 80%. (D) 75%. (E) 77%. O rendimento global é dado por P = ·Q·HM/ (em Watts) = ·Q·HM/P = ·g·Q·HM/P Com os valores, = 1000·9,81·1,0·10,0/1,325·105 = 0,74 = 74% QUESTÃO DE PROVA X DNOCS 2010 – Engenheiro Área 1 (FCC) Questão 55 O diâmetro interno de um conduto de recalque de um pequeno sistema elevatório de água deve ser conveniente, com custo mínimo. A fórmula de Bresse determina esse diâmetro econômico, sendo aplicável em instalações (A) com funcionamento descontínuo, mas esporádico. (B) apenas de ferro dúctil, com funcionamento contínuo. (C) apenas de ferro dúctil, com funcionamento descontínuo. (D) quaisquer, com funcionamento descontínuo. (E) com funcionamento contínuo. QUESTÃO DE PROVA X COMPESA 2004 – Engenheiro (IPAD) Questão 23 Não se pode afirmar acerca da cavitação: A) O fenômeno pode provocar problemas nas bombas hidráulicas. B) É a formação de bolhas toda vez que há uma subpressão na tubulação. C) Pode ser provocada pela rotação excessiva do rotor. D) Pode ser provocada pelo excesso de altura de sucção. E) Somente ocorre em tubulações de aço. Há uma discordância sobre o gabarito. O item B) não está exatamente correto. Por que? QUESTÃO DE PROVA X DESO/SE 2004 – Engenheiro Civil (CESPE) Considerando o sistema de recalque apresentado na figura acima e a respectiva linha piezométrica, em que a água é recalcada do reservatório 1 para o reservatório 2 com o auxílio de uma bomba, julgue os itens seguintes. (71) O valor de a depende da velocidade da água na entrada do tubo de aspiração de água no reservatório 1. (72) A linha AB é o trecho da linha piezométrica no tubo de aspiração, e a sua posição independe da velocidade da água no tubo. QUESTÃO DE PROVA C E Reservatório 1 Reservatório 2 DESO/SE 2004 – Engenheiro Civil (CESPE) Considerando o sistema de recalque apresentado na figura acima e a respectiva linha piezométrica, em que a água é recalcada do reservatório 1 para o reservatório 2 com o auxílio de uma bomba, julgue os itens seguintes. (73) A dimensão b corresponde à perda de carga no tubo de aspiração. (74) Quanto maior a dimensão c menor a possibilidade de ocorrência de cavitação da água na bomba. (75) A potência que deve ser transferida à água pelo conjunto de recalque é diretamente proporcional à dimensão d na figura. QUESTÃO DE PROVA C E C Reservatório 1 Reservatório 2 QUESTÃO DE PROVA
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