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Como manejar o aleitamento materno em situações especiais Professora: Thaisa Alvim Alunos: Ana Carolina, Charles, Giovana, Kethlem, Loyane, Luciana e Valquíria Fissura labiopalatina Fissura labial, ou lábio leporino, é uma abertura que começa sempre na lateral do lábio superior, dividindo-o em dois segmentos. Essa falha no fechamento das estruturas pode restringir-se ao lábio ou estender-se até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingir a gengiva, o maxilar superior e alcançar o nariz. Estas malformações são congênitas e de apresentação variável e ocorrem no 1º trimestre gestacional. Fissura labiopalatina Prováveis causas: consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação, aplicação de raios X na região abdominal, deficiências nutricionais e algumas doenças maternas na gestação, certos medicamentos, fumo e hereditariedade. Fissura labiopalatina Estatística: Brasil – 1 caso a cada 650 nascimentos. Mundo – 1 caso a cada 1 mil nascimentos. Diagnóstico: ultrassonografia a partir da 14ª semana de gestação. Grande parte dos diagnósticos, porém, continua sendo realizada depois do parto. Fissura labiopalatina Tratamento: As fissuras labiopalatinas não são alterações de caráter estético, apenas. São a causa de problemas de saúde que incluem má nutrição, distúrbios respiratórios, de fala e audição, infecções crônicas, alterações na dentição. Da mesma forma, elas provocam problemas emocionais, de sociabilidade e de autoestima. Por isso, o tratamento requer abordagem multidisciplinar, isto é, a participação de especialistas na área de cirurgia plástica, otorrinolaringologia, odontologia, fonoaudiologia, por exemplo. As principais dificuldades na amamentação relatadas pelas mães de bebês com malformações orofaciais são: Sucção fraca; Dificuldade de pega; Refluxo de leite pelas narinas; Engasgos do bebê; Ganho de peso insuficiente; Pouco leite; Ingurgitamento mamário; Trauma mamilar. Fissura labiopalatina Dificuldades na Amamentação Fissura labiopalatina Amamentação Os bebês portadores da FLP devem ser posicionados semieretos, de frente para o corpo da mãe. Essa posição vertical é de extrema importância para evitar que haja refluxo do leite pelas narinas e também impede que o alimento passe para o ouvido, causando otite e até perda de audição. Nessa posição, a ação da gravidade permite que o mamilo e a aréola do seio penetrem com mais facilidade dentro da boca do bebê, proporcionando maior vedação da fenda, promovendo um melhor escoamento do alimento para a orofaringe e o esôfago, reduzindo a fadiga e a energia gasta pelo bebê durante a alimentação. A correta apreensão da região mamiloareolar é um passo importante para o início da mamada. A criança deve estar com os lábios voltados para fora, a boca bem aberta, as bochechas arredondadas e o queixo tocando o peito da mãe (BIANCUZZO, 2000; TERUYA; SERVA, 2002). Quando não houver possibilidade de oferecer-lhe o seio, existem mamadeiras especiais que podem ser usadas, com bicos de silicone ou látex. Neste caso a mãe ordenha o leite e introduz através das mamadeiras. Durante a mamada, garanta que o bico esteja sempre cheio de leite e que não contenha ar, evitando desta forma cólicas e redução do tempo de mamada devido a sensação de “barriga cheia”. O ideal é que o período de alimentação dure menos que 30 minutos. Depois, a indicação é colocar o bebê para arrotar – outra medida para impedir que o alimento vá aonde não deve! Fissura labiopalatina Amamentação Bico fissura palatina Bico ortodôntico Bico fenda labial Fissura labiopalatina Amamentação Refluxo Gastroesofágico Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o refluxo gastroesofágico é a volta do conteúdo do estômago para o esôfago. Entre eles existe uma região (esfíncter esofágico inferior) que tem como função controlar este retorno, abrindo somente para a passagem dos alimentos, quando são engolidos. Algumas vezes, o esfíncter se abre, independentemente das deglutições, permitindo a passagem do conteúdo do estômago para o esôfago. Isto é o que se classifica como “refluxo gastroesofágico”. Refluxo Gastroesofágico Refluxo Gastroesofágico As regurgitações pós alimentares surgem entre o nascimento e os quatro meses de idade,podendo ter resolução espontânea, na maioria dos casos entre um e dois anos (NORTON, 2000). Prevalência do Refluxo no primeiro ano de vida: 67% Entre quatro e cinco meses 21% Entre seis e sete meses > 5% aos 12 meses ( GUIMARÃES, 2006) Refluxo Gastroesofágico A frequência de regurgitações diminui após seis meses de idade, devido a introdução de uma alimentação mais sólida e posição mais ereta da criança (NORTON, 2000). Em geral não é recomendado interromper o aleitamento materno e substituir por fórmulas mais espessas; (FREITAS,2004) Refluxo Gastroesofágico Amamentação Para diminuir o desconforto o bebê deve amamentar em posição vertical (barriga c/ barriga) Realizar a troca das fraldas antes da amamentação Não vestir roupas apertadas no bebê Observar se a boquinha do bebê está bem fixada na mama para que ela não engula ar durante as mamadas (aerofagia) Amamentar com menor volume e mais vezes Refluxo Gastroesofágico Amamentação Colocar o bebê para arrotar após todas as mamadas Evitar fumar no mesmo ambiente da criança, pois pode piorar o refluxo Manter a criança ereta no período de 20 a 30 minutos pós prandial A recomendação é utilizar um travesseiro antirrefluxo ou deixar a cabeceira do berço elevada a 30 graus. É importante que todo o tórax do bebê esteja mais alto, não só a cabeça. Refluxo Gastroesofágico Sociedade Brasileira de Pediatria Gemelaridade Amamentação de gêmeos é possível e recomendável! Sociedade Brasileira de Pediatria Gemelaridade O organismo da mãe é capaz de produzir leite para duas ou até mais crianças, pois a produção do leite é proporcional à quantidade de leite que está sendo consumida. Em geral, a recomendação de amamentar os bebês ao mesmo tempo é muito útil para que a mulher possa ganhar tempo para outras atividades ou mesmo descanso, já que essa prática favorece que as crianças também durmam ao mesmo tempo. É importante que a mulher tenha, inicialmente, um apoio de profissionais da saúde e/ou da família no sentido de ser ajudá-la a posicionar as crianças no seio materno. Gemelaridade A “preparação física” das mamas deve ser particularmente desaconselhada em gestações múltiplas, pelo risco de parto prematuro. É importante discutir com a gestante a necessidade de ajuda, principalmente após o nascimento das crianças. Ter alguém para ajudar nas tarefas de casa antes e após o nascimento de gêmeos não é um luxo, mas uma necessidade. O melhor momento de iniciar o aleitamento materno de gêmeos é logo após o nascimento, sempre que possível. Se um ou mais bebês não está em condições de ser amamentado, a mulher deve iniciar a extração manual ou com bomba de sucção o mais precocemente possível. Gemelaridade - Amamentação Caso a amamentação ocorra para os bebês ao mesmo tempo: A mãe deve estar sentada confortavelmente, usando uma almofada grande que a envolva na cintura e sirva deapoio aos pequenos. O ideal é colocar no seio primeiro o bebê que tem mais facilidade de pega. A sucção dele estimula a outra mama, que começará a gotejar leite, facilitando a busca do segundo. Cada um mamará o tempo que quiser. Para retirar o bebê do peito, coloque o dedo mínimo no canto da bochecha da criança para que ela desfaça a veda entre os lábios e a mama. Gemelaridade - Amamentação Caso a amamentação ocorra para os bebês ao mesmo tempo: O recém-nascido que terminar primeiro será colocado para arrotar, o que deve ser feito pela pessoa que está ajudando na tarefa. Alternar os seios para cada criança a cada mamada, tendo em vista as possibilidades de diferenças entre as mamas (produção láctea e de mamilos). No caso de extração do leite, é necessário fazer o esvaziamento das mamas no mínimo 8 a 9 vezes ao dia, totalizando 100 a 120 minutos. Gemelaridade - Amamentação Caso a amamentação ocorra para os bebês ao mesmo tempo: É preciso considerar as necessidades de cada criança, percebendo se elas têm fome nos mesmos horários. Caso isso não aconteça, o melhor é amamentar uma de cada vez. Se um ou mais bebês não está em condições de ser amamentado, a mulher deve iniciar a extração manual ou com bomba de sucção o mais precocemente possível. Pode-se sugerir que a mãe ou outra pessoa anote as mamadas e o número de fraldas molhadas e sujas de cada criança. Isto pode ajudar a mãe a ter uma ideia se a criança está recebendo leite suficiente. Gemelaridade - Amamentação Posições para amamentar Em uma das posições apropriadas para amamentar gêmeos, os recém-nascidos ficam dispostos de maneira invertida: um em cada peito e com o corpinho embaixo dos braços da mãe. Gemelaridade - Amamentação Posições para amamentar Outra maneira para que o aleitamento simultâneo seja feito com conforto é manter um dos bebês na posição tradicional e o outro, na invertida. Gemelaridade - Amamentação Posições para amamentar Numa terceira opção, os dois são colocados na posição tradicional, com as pernas se enroscando. Crianças Portadoras de Distúrbios Neurológicos Distúrbios neurológicos são doenças que afetam o cérebro, a medula espinhal e os nervos(LEVIN, 2016). Crianças que sofreram asfixia perinatal grave, portadoras de síndromes genéticas, com diversos tipos de infecções congênitas e com malformações do sistema nervoso central podem ter distúrbios neurológicos. Distúrbios Neurológicos - Amamentação Eventualmente não aceitam a alimentação (risco de desnutrição) Características de crianças com distúrbios neurológicos: Não possuem coordenação motora-oral Dificuldades na deglutição e sucção Dificuldade de coordenar a deglutição, sucção e respiração Refluxo gastroesofágico Se a criança estabelecer coordenação entre sucção, deglutição e respiração, a mãe pode oferecer cuidadosamente o seio, com supervisão profissional. Distúrbios Neurológicos - Amamentação Quando a criança não tem condições de sugar a mama ou tem sucção fraca, a mãe deve ser orientada a realizar ordenha com frequência e oferecer o leite ordenhado; Estimular a região perioral da criança e incentivar a sucção introduzindo o dedo mínimo na sua cavidade oral; Distúrbios Neurológicos Síndrome de Down Síndrome de Down é uma alteração genética causada por erro na divisão celular. As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual Hipotonia muscular global - flacidez da musculatura de todo o corpo. Na amamentação este aspecto merece atenção, pois a hipotonia da língua, que fica maior, mais mole e, muitas vezes, para fora da boca, gera dificuldades nos reflexos orais. Distúrbios Neurológicos Síndrome de Down Suporte multidisciplinar (pediatra, nutricionista, fisioterapeuta) Realizar exercícios que estimulem o movimento que essa criança precisa fazer para mamar (usar algodão para auxiliar) Importante estimular a língua para que ela desencadeie o movimento de sucção A amamentação em si já é um tipo de exercício, pois fortalece musculatura e consequentemente a criança estará melhor preparada para a introdução alimentar É importante assegurar que mãe e filho estejam confortáveis e, principalmente, que o bebê não está aspirando o leite para os pulmões A fisioterapia auxilia no fortalecimento da musculatura da cabeça, pescoço e abdômen, proporcionando força e sustentação durante as mamadas. Distúrbios Neurológicos Microcefalia Microcefalia é uma malformação neurológica que faz com que o bebê nasça com um crânio menor do que o normal. Pode ser causada por diversos fatores além do vírus zika – infecções congênitas, como toxoplasmose, rubéola, sífilis, HIV e citomegalovírus. A microcefalia compromete o desenvolvimento cognitivo e motor, acarretando dificuldades na amamentação. Isso acontece porque o sistema neurológico não está bem preparado e os reflexos não estão bem instalados, o que gera uma falta de coordenação entre a respiração, a deglutição e a sucção. Bebê com microcefalia Bebê sem microcefalia Distúrbios Neurológicos Microcefalia Necessário orientar a mãe sobre a amamentação, para evitar que o bebê aspire o leite materno para os pulmões durante a mamada. Em relação ao recém-nascido, na UTI neonatal, é importante os cuidados serem realizados por equipe multiprofissional. Com o trabalho da musculatura facial, da força, mobilidade e da sensibilidade desse bebê, o objetivo é que ele consiga fazer a sucção durante a amamentação (pois é comum que essas crianças precisem se alimentar por sonda no começo). A mãe também precisa de cuidados especiais, ter uma rede de apoio consistente, apta para orientá-la e oferecer carinho. A insegurança de cuidar de um bebê com microcefalia pode afetar a produção de leite. Amamentação: bebê voltado para o corpo da mãe, com sustentação do quadril adequada; boca na altura do mamilo e aréola. Mães com necessidades especiais Em algumas ocasiões, o profissional de saúde pode deparar-se com mães com necessidades especiais como, por exemplo, limitações físicas, auditivas ou visuais que dificultem certas técnicas de amamentação. Mães com necessidades especiais O apoio do serviço de saúde também concorre para o aumento do vínculo entre os profissionais e a dupla mãe-bebê e a família, bem como consolidam direitos humanos de forma inclusiva. Responsabilidade do profissional de saúde e rede de apoio: Habilidade de comunicação; Orientações no pré natal e acompanhamento pós parto; Entender as dúvidas e medos dessa mãe, trazendo-lhe conforto e segurança para cuidar de seu bebê; Auxílio para superar as eventuais dificuldades inerentes ao manejo do aleitamento materno; Nova gravidez Quando uma mulher amamenta durante a gestação chamamos isso de lactogestação. Sociedade Brasileira de Pediatria Nova gravidez Na maioria das vezes, é seguro amamentar durante a gestação. Exceto em casos de gravidez de risco/parto prematuro. É comum o desmame ocorrer naturalmente pois a nova gestação altera o sabor do leite; redução de leite; perda do espaço destinado ao colo com o avanço da gravidez ou aumento; sensibilidade dos mamilos e fadiga materna; pelas alterações hormonais que costumam causar sonolência principalmente no início da gestação. Se a mãe optar por continuar amamentando o filho mais velho após o nascimento do bebê, é importante orientá-la que eladeve dar prioridade à criança mais nova no que diz respeito à amamentação.
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