Buscar

1_ Trabalho Penal III

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
TRABALHO DE DIREITO PENAL III 
 Trabalho elaborado pelos alunos:
 Cassino Rodrigues Gimenes - 200966011-9
 Jean Carlo da Silva - 201166018-1
 Mariana Vieira de Carvalho - 201266060-4
 Natália Oliveira Silva - 201166043-0
 Thais Santos Duarte – 201166038-4
 Thaís Satiro de Araújo - 201166033-3
Professor: Gabriel Borges da Silva
Três Rios, 17/07/2013
PROJETO DE LEI 0001/2013
Dispõe sobre a Alteração dos artigos 227, 228, 229, 230, 231 e 231-A, do Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, que tratam da exploração sexual.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei altera os artigos 227, 228, 229, 230, 231 e 231-A, do Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, que dispõe sobre os crimes de exploração sexual.
Art. 2o  Os artigos 227, 228, 229, 230, 231 e 231-A, do Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações: 
 “TÍTULO VI”
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
“CAPÍTULO V”
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL 
CONSTRANGIMENTO PARA ATO LIBIDINOSO
Artigo 227. Coagir incapazes e vulneráveis a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (anos).
§ 1.° Se a vítima é maior de 14 (catorze) anos e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:
	Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
	§ 2.° Se a vítima for incapaz ou vulnerável e o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
	Pena – reclusão de 4 (quatro) a 16 (dezesseis) anos.
§ 3.° Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
Artigo 228. Forçar alguém a praticar a prostituição ou outra forma de exploração sexual, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 7 (sete) anos, e multa.
§ 1.º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregado da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§2.º Se o agente usar de violência, grave ameaça ou manobra fraudulenta, ou se aproveitar de incapacidade mental da vítima
	Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da pena correspondente à violência.
§3.º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa em valor proporcional ao lucro obtido com a exploração forçada.
CASA COM FINS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL FORÇADA
Artigo 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual forçada ou obrigatória, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
		Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa proporcional a vantagem obtida ao lucro apurado.
RUFIANISMO
Artigo 230. Tirar proveito da prostituição alheia, sendo a vítima menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: 
		Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
	§ 1.º Se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
		Pena - reclusão, de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, e multa. 
	§ 2.º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima, incapaz ou não:
Pena - reclusão, de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOA PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
Artigo 231. Promover ou facilitar a entrada, no território nacional ou a saída para território estrangeiro de alguém que neles venha a sofrer alguma forma de exploração sexual:
		Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
	§ 1º Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la.
	§ 2º A pena é aumentada da metade se: 
	I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;
	II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato;
	III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou
	IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
	§ 3º Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
TRÁFICO INTERNO DE PESSOA PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
Artigo 231-A. Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para fins de exploração sexual:
	Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
	§ 1º Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la.
	§ 2º A pena é aumentada da metade se:
	I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;
	II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato;
	III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou
	IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
	§ 3º Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
JUSTIFICAÇÃO
O Código Penal vigente está atrelado à moralidade, por ser um reflexo da sociedade. 
Com o passar do tempo, novas ideias surgem na sociedade e assim, o Direito deve adequar-se a essas novas concepções para que consiga uma equiparação com esse desenvolvimento que antes de ocorrer em toda a sociedade, ocorre dentro de cada indivíduo.
Duas questões complexas e ao mesmo tempo a base de sustentação do nosso direito penal, sendo elas a moralidade e a modificação de pensamentos da sociedade, uma vez que todo esse direito está respaldado naquilo que a sociedade julga importante a ser protegido pelo Estado. Portanto, é certo que o direito penal deve cuidar apenas e tão somente daqueles bens jurídicos que são relevantes para uma determinada sociedade. Com o seu desenvolvimento, esses bens vão sendo substituídos, visto que em um certo momento se entendeu como sendo de primordial importância, depois de algum tempo, com o nosso pensamento do grupo social, deixou de ter tanta relevância. E o direito penal deve acompanhar isso. Essas modificações, esse desenvolvimento da sociedade.
Entretanto, em todo e qualquer momento percebe-se a necessidade de prover uma proteção e cuidado maior aos incapazes, que não são por si só, capazes de discernir o que é certo ou o que é errado. Da mesma maneira, aquele que de certa forma obriga ou coage alguém a fazer algo deve ser punido na medida de sua interferência para determinado cometimento e acontecimento. 
A proposta aqui apresentada procura fazer essa separação e readaptação da lei para com a atual sociedade. Aquilo que se tornou aceito e socialmente permitido deve ser descriminalizado.Com relação às penas, julgamos necessário o aumento em alguns casos, uma vez que consideramos a atual legislação um tanto quanto branda em certos quesitos. 
Com relação a cada artigo modificado, passamos a expor as nossas conclusões:
Artigo 227: No que concerne ao Código Penal e a sua mínima intervenção nas divergências sociais, não há o porquê da interferência do Poder Punitivo Estatal no direito fundamental que é a liberdade com relação aos maiores e capazes. Acreditando que, o cidadão capaz está apto para diferenciar suas escolhas. Não haveria razão pela qual o Direito Penal tenha que assegurar um capaz quanto à indução, sendo que quanto a este, é acreditado ter a capacidade efetiva para suceder a distinção do que lhe convém.
Artigo 228: Em vez de tipificar a indução ou atração da pessoa para a prática da prostituição, julga-se necessário proteger apenas aquela pessoa que foi forçada ou coagida à prática sexual. 
Quanto aos capazes, não nos atemos a eles por entendermos que se julgam sensatos para tais escolhas. 
O §1º foi praticamente todo mantido, aumentando, porém, a pena para essa modalidade prevista. Com o acréscimo no §2º tentamos proteger o incapaz de forma mais rígida, cominando-lhe assim uma pena mais alta. Da mesma forma, essa pena deve ser aumentada caso o agente utilize de violência ou outras formas de ameaça. E a multa prevista no § 3º funciona como uma forma de punição maior quanto ao intuito de que a infração se dê por motivos de lucro. A qual foi mantida da atual legislação.
Artigo 229: Nas casas de prostituição onde há prestação de serviços, as condições de trabalho dignas não são punidas, ao contrário das casas de exploração sexual onde as pessoas, geralmente mulheres, são obrigadas e escravizadas. Sendo então punidas as casas que praticarem tais atos contra a dignidade sexual.
Quanto à descriminalização das casas de prostituição entende-se que deve ser criminalizada a conduta daquele que mantém local de exploração sexual, não só com menores que não tenham como discernir a prática desse ato, assim como com adultos que forçosamente tenham que cumprir com esse trabalho. 
Artigo 230: Não deve ser facultado àqueles que não gozam de plena capacidade jurídica, escolhas que dizem respeito à utilização da liberdade sexual como ferramenta de trabalho, de modo que deverá constituir crime a coação bem como a indução de tais práticas por menores de 18 anos.
A pena agrava-se caso o ato criminoso seja praticado por pessoa que se utiliza de posição afeto-parental haja vista a maior capacidade coercitiva em que se encontra. Em equidade se apresenta aquele que agir com utilização de violência tendo em vista a igual incapacitação e usurpação da capacidade de escolha.
Artigo 231: Foi retirado do caput do artigo em análise a parte que trata da prostituição, uma vez que o projeto visa descriminalizar o rufianismo. Sendo assim, promover ou facilitar a entrada no território nacional de pessoa que venha a se prostituir deixa de ser crime. Outrossim, caso essa promoção e/ou facilitação tenha o intuito de explorar sexualmente terceiro a pena será aumentada - em relação ao Código atual - em 1 (um) ano na pena mínima e em 2 (dois) anos na pena máxima.
O §1º do referido artigo se refere à pessoa traficada sob o conhecimento do seu aliciador. Já o §2º em seus incisos, trata das qualificadoras do delito e, por isso, a pena deve ser aumentada da metade. O §3º elucida os casos em que o crime é cometido com fins lucrativos e, devido a este fato, é acrescida pena de multa além da pena de reclusão já imposta no caput do artigo.
Artigo 231-A: Da mesma forma que os artigos 230 e 231 deixam de criminalizar as práticas de promoção ou facilitação da prostituição, o artigo 231-A também o faz, criminalizando somente o agente que agir com o intuito de promover ou facilitar a exploração sexual.
Segundo o sociólogo e jurista francês H. Lévy-Bruhl, o qual possui uma concepção sociológica do Direito, a sociedade é regida por leis que se formam a partir do surgimento da sociedade. O Direito surge a partir do momento que o homem vive em sociedade, não podendo se conceber uma sociedade humana em que não há ordem jurídica. Isso é exprimido pelo ditado em latim conhecido como Ubi Societas, Ibi jus (onde há sociedade, há Direito). É nessa esteira que devemos avançar quanto ao ordenamento jurídico que vivemos. A sociedade não é estática, ela está em constante mudança e as leis devem acompanhar toda a sua mutação, com base nisso, é que alternativas foram apresentadas, buscando que as leis sejam aplicadas de forma efetiva, porque o Direito é a representação da manifestação coletiva, é o resultado das relações sociais existentes nas sociedades.
________________________________________
Cassiano Rodrigues Gimenez
________________________________________
Jean Carlo da Silva
________________________________________
Mariana Vieira de Carvalho
________________________________________
Natália Oliveira Silva
________________________________________
Thais Santos Duarte
________________________________________
Thaís Satiro de Araújo

Continue navegando