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BENEFICIO-DE-PRESTACAO-CONTINUADA-BPC

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
 
SIDNÉA DE OLIVEIRA GAISSLER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2012
 
 
SIDNÉA DE OLIVEIRA GAISSLER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC. 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Direito da Faculdade de Ciências 
Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná como 
requisito parcial para a obtenção do grau de 
Bacharel em Direito. 
 
Orientadora: Profª Beatriz França. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2012 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
 SIDNÉA DE OLIVEIRA GAISSLER 
 
 
 
 
 BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC. 
 
 
 
 
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção de grau de Bacharel em 
Direito no Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade 
Tuiuti do Paraná. 
 
 
 
 
 
 
 Curitiba, ____ de _______________de 2012. 
 
 
 
 
 
 ______________________________ 
 Eduardo de Oliveira Leite 
 Coordenador do Núcleo de Monografia 
 
 
 
 
 
 
 Orientador: _______________________________ 
 Prof.ª Beatriz França 
 
 
 Examinador 1: _____________________________ 
 
 
 Examinador 2: ____________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao longo destes cinco, onde tive a oportunidade de dedicação ao curso de 
graduação, muitas pessoas fizeram-se presentes. Agora agradeço com sinceridade 
a todos que participaram desse processo e que contribuíram de alguma forma para 
a concretização deste sonho. 
Agradeço primeiramente a Deus que sempre esteve ao meu lado e pelas pessoas 
especiais que colocou em minha vida. Em especial a vida, fonte suprema de 
energia, por ter concedido saúde para realizar este trabalho e fé para acreditar na 
concretização de um sonho quase impossível. 
Aos meus pais, pessoas batalhadoras, que criaram seus quatro filhos com 
dificuldade e amor, pelos bons exemplos passados, pois sempre se esforçaram para 
dar para mim e aos meus irmãos uma educação com qualidade. 
A minha filha, Thaís, pelo incentivo ao longo do curso e meu genro, Marcell , por 
todo apoio, desde o Projeto até o TCC. 
Aos colegas de classe, pelos momentos que passamos juntos e pelas experiências 
trocadas. Especialmente, a Vania, companheira inseparável, e também a nossa 
amiga, Dil, por toda ajuda que nos foi dada no decorrer do curso, meu mais profundo 
reconhecimento e gratidão. 
Aos demais professores do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas, da 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
Em especial a professora e orientadora Beatriz França, pela honra de ser sua 
orientanda, pela sua paciência, dedicação e calma que me transmitiu ao longo da 
construção deste trabalho, exemplo dignificante de ser humano e professora. Você 
ficará para sempre em meu coração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “A educação é a arma mais poderosa 
 que você pode usar para mudar o mundo.” 
 (Nelson Mandela) 
 
 
“Ensinar não é transferir conhecimento, 
mas criar as possibilidades para a sua 
produção ou a sua construção. 
 Quem ensina aprende ao ensinar e quem 
 aprende ensina ao aprender.” 
 (Paulo Freire) 
 
 
“A vida sem reflexão não merece ser vivida” 
 (Sócrates). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha 
mãe Jacynira, por suas orações, por 
sempre acreditar e pelo amor 
incondicional. 
 
 
 
 
 RESUMO 
 
 
GAISSLER, Sidnéa de Oliveira. Benefício de Prestação Continuada- PBC. 2012. 
Monografia (Graduação em Direito) — Faculdade de Ciências Jurídicas da 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
 
O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo analisar o Benefício 
de Prestação Continuada – BPC, da Assistência Social, como um direito social, 
previsto na Constituição Federal de 1988(artigo 203, V) e na Lei 8.742/93, Lei 
Orgânica da Assistência Social - LOAS. A experiência como servidora do INSS, a 
longo do exercício profissional, foi o ponto de partida para a construção do objeto de 
pesquisa que indaga se o Beneficio de Prestação Continuada pode ser considerado 
um efetivo direito do idoso e do portador de deficiência no campo da assistência 
social. Para tanto, optou-se pela pesquisa documental-bibliográfica. Os resultados 
evidenciaram que os critérios para inclusão no BPC, são altamente excludentes. 
Conclui-se, que o Benefício de Prestação Continuada - BPC, constitucionalmente 
garantido e reconhecido, como direito social, ainda é restrito e insuficiente para 
reduzir as desigualdades, levando em conta que os critérios para sua obtenção são 
muitos rigorosos, embora definidos em lei, inviabilizando o propósito do benefício 
assistencial: a promoção da dignidade das pessoas as quais se destina. 
 
Palavras-chave: Beneficio de Prestação Continuada. Direitos Sociais. Idoso. Pessoa 
com Deficiência. Dignidade da Pessoa Humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
GAISSLER, Sidnéa de Oliveira. Benefício de Prestação Continuada- PBC. 2012. 
Monografia (Graduação em Direito) — Faculdade de Ciências Jurídicas da 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
 
This course conclusion work aims to analyze the Continuous Cash Benefit - BPC, 
Social Welfare as a social right, as provided in the Constitution of 1988 (Article 203, 
V) and the Law 8.742/93, the Organic Law of Welfare - LOAS. Experience as a 
servant of the INSS, long professional practice, was the starting point for the 
construction of the research object that asks whether the continuous benefits can be 
considered an effective right of the elderly and disabled in the field of assistance 
social. Therefore, we chose to document research-literature. The results showed that 
the criteria for inclusion in BPC, are highly exclusive. We conclude that the 
Continuous Cash Benefit - BPC, constitutionally guaranteed and recognized as a 
social right, is still limitedand insufficient to reduce inequalities, taking into account 
the criteria for obtaining them are very strict, although defined by law, invalidating the 
purpose of the assistance benefit: the promotion of the dignity of the people whom it 
is intended. 
 
Keywords: continuous benefits. Social Rights. Elderly. Person with Disabilities. 
Dignity of the Human Person. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 
2 A EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL ........................................ 11 
2.1 PRIMEIRAS REGRAS DE PROTEÇÃO .............................................................. 11 
2.2 A LEI ELOY CHAVES. ........................................................................................ 12 
2.3 OS INSTITUTOS DE CLASSE. ........................................................................... 12 
2.4 DA CRIAÇÃO DO INPS À CONSTITUIÇÃO DE 1988. ....................................... 13 
2.5 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A SEGURIDADE SOCIAL. ................................. 14 
2.6 A CRIAÇÃO DO INSS E AS PRIMEIRAS REFORMAS. .................................... 15 
2.7 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL. ............. 15 
3 CONSIDERAÇÕES INICIAIS. ................................................................................ 18 
3.1 DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. ................................................................................ 18 
3.2 PRINCÍPIOS DA LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS. ............ 19 
3.3 OBJETIVOS DA LEI 8.742/1993, LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – 
LOAS. ........................................................................................................................ 19 
3.4 DIRETRIZES DA LEI 8.742/1993, LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – 
LOAS. ........................................................................................................................ 20 
4 ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO 
CONTINUADA. ......................................................................................................... 21 
4.1 REQUISITOS LEGAIS PARA A CONCESSAO DO BENEFÍCIO DE 
PRESTAÇÃO CONTINUADA. ................................................................................... 22 
4.2 REQUISITOS ECONÔMICOS PARA FINS DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO 
DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ............................................................................. 23 
4.3 CANCELAMENTO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ............. 24 
5 ASPECTOS LEGISLATIVOS DA LEI 8.742/93- LEI ORGÂNICA DA 
ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS. ............................................................................. 26 
6 O BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DA LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
COMO INSTRUMENTO DE DEFESA DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA 
DAS PESSOAS. ....................................................................................................... 28 
7 A DESIGUALDADE DE TRATAMENTO ENTRE OS BENEFICIÁRIOS DO 
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC. ............................................ 30 
8 OS BENEFICIÁRIOS DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA-BPC. . 32 
8.1 COMPREENDENDO O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA- BPC. ... 32 
8.2 OS BENEFICIÁRIOS DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA - BPC.
 .................................................................................................................................. 34 
CONSIDERAÇÕES FINAIS. ..................................................................................... 35 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ........................................................................ 36 
ANEXOS ................................................................................................................... 37 
Anexo A – Requerimento do Benefício de Prestação Continuada – BPC e 
Declaração Sobre a Composição do Grupo e Renda Familiar. ................................. 37 
Anexo B – Lei n. 8.742, de 07 de Dezembro de 1993. ............................................. 40 
Anexo C – Decreto n. 1.744, de 08 de Dezembro de 1995. ..................................... 61 
Anexo D - Lei n. 9.720, de 30 de Novembro de 1998 ............................................. 71 
Anexo E - Decreto n. 6.214, de 26 de Setembro de 2007 ........................................ 74 
Anexo F – Lei n. 10.741, de 1.º de outubro de 2003 ................................................ 93 
Anexo G – Lei n. 12.435, de 06 de julho de 2011 ................................................... 116 
Anexo H – Lei n. 12.470, de 31 de agosto de 2011 ................................................ 125 
Anexo I – Decreto n. 7.617, de 17 de novembro de 2011. ..................................... 130 
 
 
 
 LISTA DE SIGLAS 
 
BPC – Benefício de Prestação Continuada. 
CF – Constituição Federal. 
CEME – Central de Medicamentos. 
CLPS – Consolidação das Leis da Previdência Social. 
CNSS – Conselho Nacional de Seguridade Social. 
CRAS – Centro de Referência da Assistência Social. 
FNAS – Fundo Nacional de Assistência Social. 
IAP – Institutos de Aposentadoria e Pensões. 
IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social. 
IAPB – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários. 
IAPC – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários. 
IAPI – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários. 
IAPM – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos. 
IAPETEC – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Transportes e Cargas. 
INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. 
IPASE – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado. 
INPS – Instituto nacional da Previdência Social. 
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. 
LBA – Legião Brasileira de Assistência. 
LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social. 
LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social. 
MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social. 
PcD – Pessoa com Deficiência. 
RGPS – Regime Geral da Previdência Social. 
SAS – Secretaria de Assistência Social. 
SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social. 
SUAS – Sistema Único de Assistência Social. 
SUDS – Sistema Único Descentralizado de Saúde. 
SUS – Sistema Único de Saúde. 
10 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Constituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Assistência Social — 
LOAS — Lei 8.742/93, constituem marcos históricos de redefinição da Assistência 
Social. Uma vez que a assistência social preconizada na Carta Magna e na LOAS 
passa a integrar o tripé da Seguridade Social, ao lado da previdência social e da 
saúde, prevendo a universalidade de cobertura no campo da proteção social e como 
política estratégica não contributiva, devendo ser desenvolvida no sentido de 
prevenir e superar as diferentes formas de exclusão social, asseverando os padrões 
de cidadania às parcelas desprotegidas e excluídas da população. 
Porém, a trajetória da Assistência Social no Brasil, iniciada na década de 
1930, teve seu acesso mediado no campo do favor, da benemerência e do 
assistencialismo praticado pelas "primeiras damas", sendo evidente o vínculo 
pessoal, e não público e de direito social. 
Nestes termos, o presente trabalho tem como principal indagação a questão 
do Beneficio de Prestação Continuada — BPC como direito no campo da assistência 
social. 
O tema pesquisado aborda o critério para fins de concessão do Benefício 
Assistencial no Brasil, previsto na Constituição Federal de 1988 e na Lei 8.742, de 
1993, e regulamentado pelo Decreto 1.744/1995, sendo a sua especificidade a 
inclusão social dos cidadãos em atividades promovidas pelo Estado, visando 
dar assistência aos “hipossuficientes”,o amparo no valor de um salário mínimo 
concedido às pessoas idosas e aos portadores de deficiência propicia a inclusão 
social e garante a subsistência aos que comprovem possuir renda per capita 
inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo por dependente(grifo nosso). 
Entretanto, ao mesmo tempo em que abrange os excluídos, incentiva o 
desemprego e/ou a busca desenfreada pelo trabalho informal. 
Este trabalho tem como objeto a análise do Benefício de Prestação 
Continuada – BPC, como direito adquirido pela pessoa idosa e pela pessoa 
portadora de deficiência. 
 
 
 
 
11 
 
 
2 A EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
 
A formação de um sistema de proteção social no Brasil se dá por um lento 
processo de reconhecimento da necessidade de que o Estado intervenha para suprir 
deficiências da liberdade absoluta, partindo do assistencialismo para o Seguro 
Social, e deste para a formação da Seguridade Social. 
O Brasil só veio a conhecer verdadeiras regras de caráter geral em matéria de 
previdência social no século XX. Antes disso, apesar de haver previsão 
constitucional a respeito da matéria, apenas em diplomas isolados aparece alguma 
forma de proteção a infortúnios. A Constituição de 1824 – art. 179, XXXI – menciona 
a garantia dos socorros públicos, em norma meramente programática; o Código 
Comercial, de 1850, em seu art. 79, garantia por três meses a percepção de salários 
do preposto acidentado, sendo que desde 1835 já existia o Montepio Geral da 
Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL) – primeira entidade de 
previdência privada no Brasil. 
 
 2.1 PRIMEIRAS REGRAS DE PROTEÇÃO 
 
As primeiras formas de proteção social dos indivíduos no Brasil eram de 
caráter eminentemente beneficente e assistencial. Assim, ainda no período colonial, 
foram criadas as Santas Casas de Misericórdia, sendo a mais antiga aquela 
fundada no Porto de São Vicente, depois Vila de Santos (1534), seguindo-se as 
Irmandades de Ordens Terceiras (mutualidades) e, no ano de 1785, estabeleceu-se 
o Plano de Benefícios dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha. 
Em matéria de previdência social no Brasil, foi expedido em 1821, pelo ainda 
Príncipe Regente, D. Pedro de Alcântara, Decreto de 1.º de outubro do mesmo ano, 
concedendo aposentadoria aos mestres e professores, após trinta anos de serviço, e 
assegurando um abono de ¼ (um quarto) dos ganhos aos que continuassem em 
atividade. 
Em 1888, o Decreto n. 9.912-A, de 26 de março, dispôs sobre a concessão de 
aposentadoria aos empregados dos Correios, fixando trinta anos de serviço e idade 
mínima de 60 anos. 
12 
 
 
Em 1890, o Decreto n. 221, de 26 de fevereiro, instituiu a aposentadoria para 
os empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, posteriormente estendida aos 
demais ferroviários do Estado pelo Decreto n. 565, de 12 de julho do mesmo ano. 
A Constituição de 1891, art.75, previu aposentadoria por invalidez aos 
servidores públicos. 
Em 1892, a Lei n. 217, de 29 de novembro, instituiu a aposentadoria por 
invalidez e a pensão por morte dos operários do Arsenal da Marinha do Rio de 
Janeiro. 
O peculiar em relação a essas aposentadorias é que não se poderia 
considerá-las como pertencentes a um regime previdenciário contributivo, já que os 
beneficiários não contribuíam durante o período de atividade. Essas 
aposentadorias eram concedidas de forma graciosa pelo Estado. Até então, não se 
falava em previdência social no Brasil. 
 
 2.2 A LEI ELOY CHAVES. 
 
A doutrina majoritária considerada em termos de legislação nacional, como 
marco inicial da Previdência Social a publicação do Decreto Legislativo n. 4.682, de 
24 de janeiro de 1923, mais conhecida como Lei Eloy Chaves, que criou as Caixas 
de Aposentadoria e Pensões nas empresas de estradas de ferros existentes, 
mediante contribuições dos trabalhadores, das empresas do ramo e do Estado, 
assegurando aposentadoria aos trabalhadores e pensão a seus dependentes em 
caso de morte do segurado, além de assistência médica e diminuição do custo de 
medicamentos. 
Entretanto antes mesmo da Lei Eloy Chaves, já existia a Caixa de 
Aposentadoria e Pensões dos Operários da Casa da Moeda, abrangendo os 
funcionários públicos daquele órgão(Decreto n. 9.284, de 30.12.11). 
Em seguida ao surgimento da Lei Eloy Chaves, criaram-se outras Caixas em 
empresas de diversos ramos da atividade econômica, estruturado por categoria 
profissional, surgindo os IAP – Instituo de Aposentadoria e Pensões (dos 
Marítimos, dos Comerciários, dos Bancários, dos Empregados em Transportes 
de Cargas). 
 
 2.3 OS INSTITUTOS DE CLASSE. 
13 
 
 
 
A primeira instituição brasileira de previdência social de âmbito nacional, com 
base na atividade econômica, foi o IAPM – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos 
Marítimos, criada em 1933, pelo Decreto n. 22.872, de 29 de junho. Seguiram-se 
IAPC – Instituo de Aposentadoria e Pensões dos Industriários e o IAPB – Instituto de 
Aposentadoria e Pensões dos Bancários, em 1934; o IAPI- Instituto de 
Aposentadoria e Pensões dos Industriários, em 1936; o IPASE - Instituto de 
Previdência e Assistência dos Servidores Públicos do Estado e o IAPETC- Instituto 
de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas, em 1938. 
Também foi regulamentada a aposentadoria dos funcionários públicos (1939). 
Em matéria de assistência social, foi criada a Legião Brasileira de Assistência 
- LBA, em 1942( Decreto-lei n. 4.890/42). 
Em 1960 foi criado o Ministério do Trabalho e Previdência Social e 
promulgada a Lei n. 3.807, Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, não unificou 
os organismos existentes, mas criou normas para o amparo a segurados e 
dependentes dos vários Institutos, continuando excluídos da Previdência, os rurais 
e os domésticos. 
Em 1963, foram criadas as Leis: n. 4.296, de 03 de outubro, do salário família 
e n.4.281, de 08 de novembro, do abono anual. 
 
 2.4 DA CRIAÇÃO DO INPS À CONSTITUIÇÃO DE 1988. 
 
Foram unificados os IAP, com o surgimento do Instituto Nacional do Seguro 
Social – INPS, a partir de 1.º de janeiro de 1967(Decreto-lei n. 72, de 21.11.66). 
A Constituição de 1967, estabeleceu a criação do seguro-desemprego, que 
até então não existia, regulamentado com o nome de auxílio desemprego. 
Os trabalhadores rurais passaram a ser segurados da Previdência Social a 
partir da edição da Lei Complementar n. 11/71(criação do FUNRURAL) e os 
empregados domésticos em função da Lei n.5.859/72, art. 4.º. Assim, a Previdência 
Social Brasileira passou abranger dois imensos contingentes de indivíduos que, 
embora exercessem atividade laboral, ficavam à margem do sistema. 
Em 1977, foi promulgada a Lei n. 6.435, que regulou a possibilidade de 
criação de instituições de previdência complementar. 
14 
 
 
A Lei n.6.439/77,trouxe novas transformações ao modelo previdenciário, 
quanto ao aspecto organizacional. Criou-se o SINPAS – Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social, que teria as atribuições distribuídas entre varais 
autarquias. Foram criados o IAPAS – Instituto de Administração Financeira da 
Previdência e Assistência Social(para arrecadação e fiscalização das contribuições) 
e o INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social(para 
atendimento dos segurados e dependentes na área da saúde), mantendo o 
INPS(para pagamento e manutenção dos benefícios previdenciários), a LBA – 
Legião Brasileira de Assistência(para atendimento a idosos e gestantes 
carentes), a FUNABEM( para atendimento a menores carentes), a CEME – Central 
de Medicamentos( para fabricação de medicamentos a baixo custo) e a 
DATAPREV(para o controle de dados do sistema), todos fazendo parte do SINPAS. 
Em 1984, a última Consolidação das Leis da Previdência Social– CLPS reuniu 
toda a matéria de custeioe prestações previdenciárias, mais as decorrentes de 
acidente do trabalho. 
O benefício do seguro desemprego, foi criado pelo Decreto –lei n. 2.284/86, 
para os casos de desemprego involuntário, garantindo um abono temporário. 
 
2.5 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A SEGURIDADE SOCIAL. 
 
A Constituição Federal de 1988, estabeleceu o sistema de Seguridade Social, 
como objetivo a ser alcançado pelo Estado brasileiro, atuando simultaneamente nas 
áreas da saúde, assistencial social e previdência social, de modo que as 
contribuições sociais passaram a custear as ações do Estado nestas três áreas, e 
não somente no campo da Previdência Social. Entretanto, antes da promulgação da 
Constituição, já havia disposição legal que determinava a transferência de recursos 
da Previdência Social para então Sistema Único Descentralizado de Saúde – 
SUDS, hoje Sistema Único de Saúde – SUS. 
O Regime Geral de Previdência Social- RGPS, não abriga a totalidade da 
população economicamente ativa, mas somente aqueles que mediante contribuição 
e nos termos da lei, fizerem jus aos benefícios, ficando excluídos do RGPS:os 
servidores públicos civis,regidos por sistema próprio de previdência; os militares;os 
membros do Poder Judiciário e do Ministério Público; e os membros do Tribunal de 
Contas da União, todos por possuírem regime de previdenciário próprio. A proteção 
15 
 
 
ao desemprego involuntário é considerada benefício da Previdência Social (seguro 
desemprego, Lei n. 7.998/90), embora sua concessão fique a cargo do Ministério do 
Trabalho. 
A habilitação e a reabilitação profissionais decorrentes da atividade laborativa 
são de encargos da Previdência Social, ficando a cargo das entidades de 
assistência social a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência 
congênita, ou não decorrente do trabalho (Ex: APAE). 
A Assembléia Nacional Constituinte ao dispor sobre a matéria em 1988, 
assegura direitos até então não previstos, como a equiparação dos Direitos Sociais 
dos trabalhadores rurais com os dos trabalhadores urbanos; a ampliação do período 
de licença maternidade para 120 dias e a adoção do Regime Jurídico Único para os 
servidores públicos da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas das 
esferas Federal, Estadual e Municipal, unificando todos os servidores em termos de 
direito à aposentadoria, com proventos integrais, diferenciada do restante dos 
trabalhadores vinculados ao RGPS. 
 
2.6 A CRIAÇÃO DO INSS E AS PRIMEIRAS REFORMAS. 
 
Em 1990, foi criado o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia 
que passou a substituir o INPS e IAPAS, nas funções de arrecadação e no 
pagamento de benefícios e prestações de serviços aos segurados e dependentes do 
RGPS. As atribuições no campo da arrecadação, fiscalização, cobrança de 
contribuições e aplicação de penalidades, bem como a regulamentação da matéria 
ligada ao custeio da Seguridade Social foram transferidas, em 2007, para a 
Secretaria da Receita Federal do Brasil(Lei n.11.457/2007). 
Entre os anos de 1993 a 1997, a legislação de Seguridade Social foram 
alteradas, sendo relevantes: a criação da Lei Orgânica da Assistência Social – 
LOAS(Lei n. 8.742, de 07.12.993), sendo extintos os benefícios: renda mensal 
vitalícia, auxílio natalidade e auxílio funeral;o fim do abono de permanência em 
serviço e do pecúlio; adoção de critérios mais rígidos para aposentadoria especial e 
o fim da aposentadorias do juiz classista do Trabalho e a do jornalista(Lei n. 
9.528/1997) 
 
 2.7 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL. 
16 
 
 
A Seguridade Social no Brasil consiste num conjunto de políticas sociais cujo 
objetivo visa amparar e assistir os cidadãos que se encontram em situações de 
necessidade. 
Posto isso, pode-se dizer que os indícios de direito de natureza securitária já 
pairavam na primeira Constituição do Brasil (1824), como era previsto em seu 
inciso XXXI, do artigo 179, que assegurava o socorro público em determinados 
casos, como, por exemplo, calamidades públicas, epidemias entre outras. 
Desta feita, as demais Constituições Brasileiras também trouxeram resquícios 
da seguridade social em seu texto, como pode ser percebido pelas disposições da 
Constituição de 1891, que apresentou pela primeira vez a palavra aposentadoria, 
ressaltando-se que, para a sua concessão não era necessário nenhum tipo de 
contribuição pelo beneficiário, uma vez que o custeio era ainda integralmente do 
Estado. 
Já a Constituição de 1934, trazia mais detalhes sobre a proteção social, 
como, por exemplo, na alínea c, inciso XIX, do artigo 5º, que atribuía à União 
competência para legislar sobre a assistência social. 
Com a promulgação da Constituição de 1937, com forte incidência dos 
dogmas do Estado Social, viu-se explícito a proteção do Estado ao direito das 
crianças, adolescentes e pais miseráveis, que em seu artigo 137 resguardava a 
proteção à velhice, vida, invalidez e acidentes de trabalho, uma prova clara da 
evolução da seguridade social. Não bastante, nesse mesmo ano, houve, também, a 
criação do Conselho Nacional de Seguridade Social (CNSS). 
Com o passar dos anos, a assistência social foi se fortalecendo, sendo que 
em 1974, foi criada a Renda Mensal Vitalícia, reconhecida como “amparo 
previdenciário”, instituído pela Lei 6.179/74, custeado pela Previdência Social que 
oferecia aos beneficiários uma quantia correspondente à metade do salário mínimo. 
Com o advento da Carta Magna de 1988, conhecida como a Constituição Cidadã, 
seu valor passou a ser o equivalente a um salário mínimo, e não podia ser 
acumulado com qualquer espécie de benefício do RGPS ou da Antiga Previdência 
Social Urbana e Rural, ou de outro regime. 
A Renda Mensal Vitalícia integrou o elenco de benefício da Previdência Social 
até a regulamentação do inciso V do art. 203 da Constituição Federal, que se deu 
pela Lei 8.742, de 07 de dezembro de 1993. 
17 
 
 
A lei Orgânica da Assistência Social foi regulamentada pelo Decreto 1.744, de 
08 de dezembro de 1995, que extinguiu, a partir de 1.º de janeiro de 1996, a Renda 
Mensal Vitalícia. 
Diante disso, as pessoas que faziam jus ao benefício seriam aquelas que 
apresentassem idade superior a 70 anos ou deficientes que não exercessem 
atividades remuneradas, não auferindo qualquer rendimento superior ao valor de 
sua renda mensal, nem fossem subsidiados por pessoas de quem dependessem 
obrigatoriamente, não tendo, portanto, outro meio de prover a própria subsistência, 
conforme percebe-se pela leitura do art. 1º, da lei 6.179/74 “in verbis”. 
 
“Os maiores de 70 (setenta) anos de idade e os inválidos, definitivamente 
incapacitados para o trabalho, que, num ou noutro caso, não exerçam 
atividade remunerada, não aufiram rendimento, sob qualquer forma, 
superior ao valor da renda mensal fixada no artigo 2º, não sejam mantidos 
por pessoa de quem dependam obrigatoriamente e não tenham outro meio 
de prover ao próprio sustento, passam a ser amparados pela Previdência 
Social, urbana ou rural, conforme o caso, desde que: 
I - tenham sido filiados ao regime do INPS, em qualquer época, no mínimo 
por 12(doze) meses, consecutivos ou não, vindo a perder a qualidade de 
segurado; ou 
II - tenham exercido atividade remunerada atualmente Incluída no regime do 
INPS ou do FUNRURAL, mesmo sem filiação à Previdência Social, no o 
mínimo por 5 (cinco) anos, consecutivos ou não, ou ainda: 
III - tenham ingressado no regime do INPS, após complementar 60 
(sessenta) anos de idade sem direito aos benefícios regulamentares.” 
 
 
Em nossa Constituição o direito à seguridade social está previsto nos arts. 
194 a 204. É um direito social, nos termos do art. 6.º da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988, são direitos prestacionais no rol dos direitos 
fundamentais. 
A seguridade socialno Brasil compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinada a assegurar os direitos 
relativos à saúde, previdência social e assistência social. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 3 CONSIDERAÇÕES INICIAIS. 
 
Ao tratar do Benefício de Prestação Continuada – BPC, requer, inicialmente, a 
abordagem da Assistência Social. 
 
 3.1 DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. 
 
 A Assistência Social é um dos pilares da Seguridade Social e está regida 
pela Lei 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social -LOAS. 
O texto constitucional na parte (título VII) em que versa sobre a ordem social 
aborda a Assistência Social(seção IV) e menciona que um dos objetivos é garantir o 
benefício assistencial de prestação continuada(artigo 203, V, Constituição da 
República). 
 A Constituição de 1988, também trouxe uma grande novidade ao apresentar 
e solidificar de vez a Seguridade Social em seu artigo 194, assegurando os direitos 
relativos à saúde, à previdência social e à assistência social. 
O Artigo 203, da CF/88, prescreve que a Assistência Social “será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”, 
sendo a proteção à família, à maternidade, à adolescência e à velhice; amparo às 
crianças e adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de 
trabalho; a habilitação e a reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de 
sua integração à vida comunitária; a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa 
com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família. 
A Assistência Social é o instituto que melhor atende o preceito de redução 
das desigualdades sociais e regionais, porque se destina a combater a pobreza, a 
criar as condições para atender contingências sociais e à universalização dos 
direitos sociais. 
O financiamento da Assistência Social é feito com recursos do orçamento da 
seguridade social, previstos no artigo 195 da CF, além de outras fontes (artigo 204 
da CF). E o financiamento das prestações assistenciais é feito com os recursos do 
Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS, das contribuições previstas no artigo 
195, da CF, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (artigo 28, 
da LOAS). 
19 
 
 
 3.2 PRINCÍPIOS DA LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS. 
 
Os princípios e diretrizes da Lei n.º 8.742, LOAS, estão inscritos na lógica da 
preservação do direito social. 
Conforme dispõe o artigo 4°, da lei 8.742/93, são princípios da Assistência 
Social: 
 
“I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as 
exigências de rentabilidade econômica; 
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da 
ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; 
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a 
benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e 
comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; 
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de 
qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e 
rurais; 
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos 
assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos 
critérios para sua concessão”. 
 
Diante do referido, nota-se que o benefício de prestação continuada é apenas 
um dos benefícios da Assistência Social, consistindo em um conjunto de ações que 
intentam, sobretudo, a dignidade da pessoa humana. Princípio este que norteia a 
ordem social, disposta na Constituição da República. 
 
 3.3 OBJETIVOS DA LEI 8.742/1993, LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – 
LOAS. 
 
A Lei Orgânica da Assistência Social — LOAS, regulamenta diretrizes 
apresentadas cinco anos antes, através dos artigos 203 e 204, da Constituição 
Federal de 1988, que dispõem acerca da assistência social. 
A Assistência Social tem por objetivos, elencados no artigo 2.º, da lei supra 
citada: 
“I – a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de 
danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente, (Redação 
dada pela Lei n. 12.435/2011): 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice;(Incluído pela Lei n.º 12.435/2011) 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;(Incluído pela Lei 
12.435/2011) 
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;(Incluído pela Lei 
n.º 12.435/2011) 
20 
 
 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; e (Incluído pela Lei n.º 
12.435/2011) 
e) a garantia de 1(um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa 
com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;(Incluído pela Lei n.º 
12.435/2011) 
II – a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a 
capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, 
de ameaças, de vitimizações e danos;( Redação dada pela Lei n.º 
12.435/2011) 
III – a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no 
conjunto das provisões socioassistenciais( Redação dada pela Lei n.º 
12.435/2011) 
Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social 
realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos 
sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e 
promovendo a universalização dos direitos sociais.(Redação dada pela Lei 
n.º 12.435/2011)”. 
 
3.4 DIRETRIZES DA LEI 8.742/1993, LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – 
LOAS. 
 
 As diretrizes da Lei Orgânica da Assistência Social, estão inscritas no 
artigo 5°, da lei, são elas: 
 
“I — descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de 
governo; 
II — participação da população, por meio de organizações representativas, 
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; 
III — primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de 
assistência social em cada esfera de governo”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
4 ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO 
CONTINUADA. 
 
A origem do Beneficio de Prestação Continuada- BPC, está intrinsecamente 
relacionada com as intenções da Constituição da República, pautada na dignidade 
da pessoa humana, sendo, inclusive, reputada de Constituição Cidadã. 
A criação deste benefício, pois, remonta ao artigo 203, V da Constituição 
Federal de 1988: 
 
“A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de 
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme 
dispuser a lei”. 
 
Conseqüentemente, desde 1988, a previsão de um meio apto a amparar (ou 
melhor, tentar amparar) algumas das pessoas geralmente mais necessitadas, os 
idosos e aos portadores de deficiência. 
O próprio artigo 203, supracitado, previu expressamente a necessidade de 
criação de um dispositivo legal para versar acerca de um benefício às pessoas 
portadoras de necessidades especiais e aos idosos. 
O Benefício de Prestação Continuada - BPC, também conhecido como 
Benefício Assistencial ou LOAS, foi, então, instituído pela Lei 8.742/93, a chamada 
Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. 
O benefício assistencial corresponde à garantiade um salário mínimo, devido 
à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais de idade que 
comprove não possuir meios de prover a própria manutenção e também não possa 
tê-la provida por sua família. 
O Benefício de Prestação Continuada é um benefício da assistência social, 
integrante do Sistema Único de Assistência Social – SUAS,pago pelo governo 
federal e assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e pessoas portadoras 
de deficiência condições mínimas de uma vida digna. 
O Beneficio de Prestação Continuada, consiste, portanto, em um dos meios 
de se concretizar alguns dos objetivos da República Federativa do Brasil, quais 
sejam construir uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a 
22 
 
 
marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de 
todos. (artigo 3° da Constituição da República). É um instrumento da Assistência 
Social. 
Cabe ressaltar, que o benefício de prestação continuada possui uma 
terminologia mais correta: benefício assistencial. 
No tocante a esta denominação é necessária fazer uma ressalva. A 
nomenclatura benefício de prestação continuada com intuito de referir-se ao 
benefício assistencial previsto na LOAS, não é correta. Pois, os benefícios 
assistencial ou previdenciário são de prestação continuada, sendo pagos por certo 
período e não apenas o benefício assistencial. 
O escopo do benefício assistencial é garantir o atendimento de necessidades 
básicas do cidadão que não consegue prover sozinho seu sustento. 
No entanto, há doutrinadores que amplia a destinação do benefício 
assistencial, incluindo o indígena não amparado por nenhum sistema de previdência 
social e ao estrangeiro naturalizado e domiciliado no Brasil, que não receba pensão 
ou aposentadoria de seu país de origem e até mesmo o indigente. 
Cabe frisar que a maior parte da doutrina cita que o BPC é destinado apenas 
para os portadores de deficiência e para os idosos com mais de 65 anos de idade 
que não tenham condições de proverem seu sustento ou de tê-lo provido pela 
família. 
 
 4.1 REQUISITOS LEGAIS PARA A CONCESSAO DO BENEFÍCIO DE 
PRESTAÇÃO CONTINUADA. 
 
- Pessoa Idosa – idoso deverá comprovar cumulativamente: ter 65 anos de idade ou 
mais; renda mensal bruta familiar, dividida pelo número de seus integrantes, inferior 
a um quarto do salário mínimo e não possuir outro benefício no âmbito da 
Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, salvo o de 
assistência médica e pensão especial de natureza indenizatória. 
- Pessoa com Deficiência – PcD, deverá comprovar de forma cumulativamente: a 
existência de impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou 
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, obstruam sua participação 
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas; 
renda mensal bruta familiar, dividida pelo número de seus integrantes, inferior a um 
23 
 
 
quarto do salário mínimo e não possuir outro benefício no âmbito da Seguridade 
Social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, salvo o de assistência 
médica e a pensão especial de natureza indenizatória, bem como a remuneração 
advinda de contrato de aprendizagem. A remuneração da pessoa com deficiência na 
condição de aprendiz não será considerada para fins do cálculo da renda per capita 
familiar (Lei 12.470/2011). 
A acumulação do benefício com a remuneração advinda do contrato de 
aprendizagem pela pessoa com deficiência está limitada ao prazo máximo de dois 
anos, de acordo com regra estipulada pelo Decreto 7.617/2011(ANEXO I). 
Para efeito de concessão deste benefício, em conformidade com as Leis 
12.435/2011 e 12.470/2011, considera-se: 
I – pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo de 
natureza física, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas 
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em 
igualdade de condições com as demais pessoas; 
II – impedimento de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência 
para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de dois anos. 
A Pessoa com Deficiência – PcD deverá ser avaliada se a sua deficiência o 
incapacita para a vida independente e para o trabalho, e esta avaliação é realizada 
pelo Serviço Social e pela Perícia Médica do INSS. E, ainda, segundo o art. 16 do 
Regulamento do LOAS: “a concessão do benefício à pessoa com deficiência ficará 
sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedimento, com base nos 
princípios da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde 
– CIF, estabelecida pela Resolução da Organização Mundial da Saúde n. 54.21, 
aprovada pela 54.ª Assembléia Mundial da Saúde, em 22 de maio de 2001.” 
(Redação dada pelo Decreto n. 7.617, de 2011). 
De acordo com a Súmula 29 da TNU: “ Para os efeitos do art. 20, § 2.º, da Lei 
n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela que 
impede as atividades elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover 
ao próprio sustento”. 
 
 4.2 REQUISITOS ECONÔMICOS PARA FINS DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO 
DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. 
24 
 
 
Para fins do cálculo da renda per capita, a família é composta pelo 
requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a 
madrasta ou padrasto, os irmãos solteiros, os filhos solteiros e os menores 
tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto (Lei n. 12.435/2011). 
A renda mensal bruta corresponde a: “soma dos rendimentos brutos auferidos 
mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos, pensões, 
pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, seguro-
desemprego, comissões, pró-labore, outros rendimentos de do trabalho não 
assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos 
do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada”Decreto 
n. 7.617/2011. 
 
 4.3 CANCELAMENTO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. 
 
O benefício deve ser revisto a cada dois anos para avaliação da 
continuidade das condições que lhe deram origem. 
A cessação do pagamento ocorrerá nas seguintes hipóteses: 
- superação das condições que lhe deram origem; 
- morte do beneficiário; 
- falta de comparecimento do beneficiário portador de deficiência ao exame médico–
pericial, por ocasião da revisão do benefício; 
 - falta de apresentação pelo beneficiário da declaração de composição do grupo 
familiar por ocasião da revisão do benefício. 
O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua 
concessão ou utilização. 
O benefício será suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa com 
deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de 
microempreendedor individual. 
A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a 
suspensão do benefício, limitado a dois anos o recebimento concomitante da 
remuneração e do benefício. 
O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a 
realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, 
25 
 
 
não constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com 
deficiência (Lei n. 12.435/2011). 
A cessação do benefício de prestação continuada concedido à pessoa com 
deficiência, inclusive em razão do seu ingresso no mercado de trabalho, não impede 
nova concessão do benefício, desde que atendidos os requisitos definidos em lei 
(Lei n. 12.470/2011). 
O benefício assistencial é intransferível e, portanto, não gera pensão por 
morte. No entanto, o valor do resíduo não recebido em vida pelo beneficiário será 
pago aos seus herdeiros ou sucessores, na forma da lei civil.26 
 
 
 5 ASPECTOS LEGISLATIVOS DA LEI 8.742/93- LEI ORGÂNICA DA 
ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS. 
 
 A Lei 8.742/1993 foi substancialmente alterada pelas Leis 12.435, de 
06/07/2011 e 12.470, de 31/08/2011. 
A idade para considerar a pessoa como idosa já foi objeto de mudanças, 
conforme segue: 
a) no período de 01/01/1996 a 321/12/1997, a idade mínima para o idoso era de 70 
anos, vigência da redação original do Artigo 20 da Lei n.º 8.742/1993(Anexo B); 
b) a partir de 010/01/1998 a 31/12/2003, a idade mínima para o idoso passou a ser 
67 anos, em razão da Lei n.º 9.720/1998(Anexo D ); 
c) com a aprovação do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003(Anexo F), a partir de 
01/01/2004, a idade mínima para o idoso passou a ser de 65 anos. Apesar do 
Estatuto do Idoso fixar a idade de 60(sessenta) anos como paradigma para a 
qualificação da pessoa idosa, o Benefício Assistencial restou limitado para os idosos 
com mais de 65(sessenta e cinco) anos; 
d) a Lei 12.435/2011 atualizou o art. 20, da Lei 8.742/1993, trazendo a idade mínima 
de 65 anos para o idoso fazer jus ao benefício. 
Até a edição da Lei 12.435/2011,(Anexo G) alterada posteriormente pela Lei 
12.470/2011,(Anexo H) considerava-se a pessoa portadora de deficiência aquela 
incapacitada para a vida independente e para o trabalho, em razão de anomalias ou 
lesões irreversíveis, de natureza hereditária, congênita ou adquirida (artigo 20, § 2.º , 
da antiga redação da Lei 8.742/1993). 
Com a publicação do citado diploma legal, passou-se a considerar pessoa 
com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, 
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem 
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas. 
Considera-se impedimento de longo prazo aquele que produza efeitos pelo 
prazo mínimo de dois anos. 
Então, parece-nos que o conceito trazido pelo LOAS, era equivocado e 
acabava por tornar iguais situações de desigualdade evidente. E não é só: ao exigir 
a comprovação a comprovação da incapacidade para a vida independente e para o 
27 
 
 
trabalho, o que não é previsto na Constituição, acabava por impedir a integração de 
muitas pessoas com deficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
6 O BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DA LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
COMO INSTRUMENTO DE DEFESA DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA 
DAS PESSOAS. 
 
O princípio da Dignidade da Pessoa Humana, trazido pela Constituição da 
Federal de 1988, como um de seus objetivos, está intrinsecamente ligado a 
efetivação dos direitos sociais, dentre os quais, mais especificamente, o beneficiário 
pela Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, tendo em vista que a referida 
legislação, resguarda um mínimo de dignidade para as pessoas que sobrevivem em 
estado de miserabilidade e aquelas que não tiveram a possibilidade de se inserir na 
sociedade, ficando, portanto a sua margem. 
Assim, mesmo que a LOAS tenha suas bases na busca de efetivação do 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, dentro de seu contexto ainda existem 
algumas incongruências, estas que só serão passíveis de solução ao se aplicar, 
caso a caso, os dogmas e preceitos que norteiam o referido princípio. 
Podemos perceber que a busca da Seguridade Social em efetivar as 
melhores e mais eficazes políticas assistenciais, para aqueles que necessitam de 
seus benefícios, ainda precisa de muito estudo e pesquisa, pois a Dignidade 
Humana ainda carece, e muito, de concretização no contexto daqueles que 
precisam de apoio para se afirmarem realmente como pessoas humanas. 
Nos dias atuais, as pessoas que são incapacitadas, por sua idade ou por 
terem algum tipo de deficiência, de prover o próprio sustento, estão cada dia mais 
esquecidas pela sociedade, que não se preocupa mais com o próximo, querendo-o 
somente enquanto possuir os meios laborais suficientes para ajudar no crescimento 
econômico do Estado. 
É válido lembrar inclusive, que as pessoas que sofrem de doenças como, por 
exemplo, a AIDS, ainda sofrem com preconceitos o que as impossibilita de 
conseguir um trabalho, e, conseqüentemente, são retiradas do contexto ativo dos 
quadros laborais, marginalizando estas pessoas. 
Por fim, a busca pela proteção da dignidade humana, ou seja, dos meios 
necessários para garantir-se o mínimo essencial àqueles que por um “golpe” do 
destino não forma agraciados com a possibilidade de sozinhos auferir as condições 
indispensáveis para o seu sustento e o de sua família, a LOAS, apresenta como 
29 
 
 
uma forma de dar àqueles esquecidos pela sociedade moderna, uma chance de 
viver dignamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
7 A DESIGUALDADE DE TRATAMENTO ENTRE OS BENEFICIÁRIOS DO 
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC. 
 
A CF/1988,em seu artigo 5.º, caput reza que “ todos são iguais perrante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes ...” 
A Lei n. 8.742/1993, em seu artigo 20 prescreve que “ o benefício de 
prestação continuada é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com 
deficiência e ao idoso com 65(sessenta e cinco anos) anos ou mais que comprovem 
não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua 
família(Redação dada pela Lei n. 12.435, de 2011). 
Uma comparação entre os benefícios revela-se que os destinatários são 
cidadãos carentes, pessoas de poucos recursos que precisam da assistência e 
amparo do Estado,direitos garantidos constitucionalmente, tratando de forma 
igualitária o idoso e o portador de deficiência. 
O direito ao Benefício de Prestação Continuada, previsto na Lei 8.742/1993, 
tratou em um único dispositivo legal, ou seja, no art. 20, da retro mencionada lei, da 
concessão do referido benefício tanto ao idoso quanto à pessoa portadora de 
deficiência, oferecendo assim o mesmo tratamento legal. 
Esta regra aplicava-se ao idoso e a pessoa portadora de deficiência até a 
entrada em vigor do Estatuto do Idoso em 1.º de outubro de 2003. 
Há uma distinção de tratamento criada pela entrada em vigor da Lei n. 
10.741/2003, aos destinatários da Lei 8.742/1993 e art. 203, V, da CF/1988. 
O art. 34 da Lei 10.741/2003(Estatuto do Idoso), estabelece em seu parágrafo 
único que “o benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do 
caput não será computado para fins de cálculo da renda familiar per capita a que se 
refere a LOAS” ( Lei 8.742/1993). 
Desta forma podemos vislumbrar a diferenciação de tratamento que foi dada 
aos beneficiários da Lei n. 8.742/1993, com a entrada em vigor do Estatuto do Idoso. 
Se o idoso foi tratado a princípio como beneficiário do amparo juntamente 
com portador de deficiência, foi em virtude de possuírem semelhanças que os 
enquadravam no mesmo dispositivo legal. 
31 
 
 
Ao invocarmos o princípio constitucional da igualdade para sanar essa lacuna 
que foi criada na lei, é indispensável rememorarmos a lição de San Tiago 
Dantas:”Quanto mais progridem e se organizam as coletividades, maior é o grau de 
diferenciação a que atinge seu sistema legislativo. A lei raramente colhe no mesmo 
comando todos os indivíduos; quase sempre atende a diferenças de sexo, de 
profissão, de atividade, de situação econômica, de posição jurídica, de direito 
anterior; raramente regula do mesmo modo a situação de todos os bens, quase 
sempre os distingue conforme a natureza, a utilidade, a raridade, a intensidadeda 
valia que oferecem a todos; raramente qualifica de um modo único as múltiplas 
ocorrências de um mesmo fato, quase sempre as distingue conforme as 
circunstâncias em que se produzem, ou conforme a repercussão que têm no 
interesse geral. 
Todas essas distinções, inspiradas no agrupamento natural e racional dos 
indivíduos e dos fatos, são essenciais ao processo legislativo, e não ferem o 
princípio da igualdade. Servem, porém, para indicar a necessidade de uma 
construção teórica, que permite distinguir as leis arbitrárias das leis conformes ao 
direito, e eleva até essa alta triagem a tarefa do órgão máximo do Poder Judiciário”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 8 OS BENEFICIÁRIOS DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA-BPC. 
 
 8.1 COMPREENDENDO O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA- BPC. 
 
O Beneficio de Prestação Continuada — BPC- é um beneficio da política de 
assistência social, sendo assim, não é contributivo, que consiste no valor de 1(um) 
salário mínimo mensal, é devido ao idoso a partir de 65 anos de idade e à pessoa 
com deficiência que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção 
e nem de tê-la provida por sua família; não está sujeito a desconto de qualquer 
contribuição, nem gera direito a abono anual, como o 13.º salário; não poderá ser 
acumulado com outro benefício da Previdência Social ou de outro regime 
assistencial ou previdenciário; além de ser intransferível, sendo assim, não gera 
pensão à sucessores ou herdeiros.. 
A renda familiar per capita deve ser inferior a 1/4 do salário mínimo por mês, 
ou seja, a soma total da renda de toda a família, dividida pelo número de membros 
que fazem parte do núcleo familiar. A renda mensal bruta familiar é considerada a 
soma dos rendimentos brutos obtidos mensalmente, como: salários, pensões, 
pensões alimentícias, proventos, pró-labore, benefícios de previdência pública ou 
privada, outros rendimentos do trabalho não assalariado, do mercado informal ou 
autônomo, rendimentos advindos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e BPC. 
O Benefício de Prestação Continuada é garantido pelo Estatuto do Idoso(Lei 
n° 10.741/2003). 
O valor do Benefício de Prestação Continuada -BPC concedido ao idoso não 
entra no cálculo da renda mensal bruta familiar para fins de concessão do beneficio 
a outro idoso da mesma família, conforme previsto no art.34, parágrafo único, Lei n. 
10.741/03( Anexo F). 
A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não 
prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação 
continuada. (Lei n. 12.435/2011). 
O Benefício de Prestação Continuada é assegurado pela Constituição Federal 
de 1988, nas disposições acerca da seguridade social (Arts. 203 e 204), foi instituído 
pela Lei. 8.742/1993 - Lei Orgânica de Assistência Social — LOAS, regulamentado 
pelo Decreto n. 1.744, de 08 de dezembro de 1995, revogado em 26 de setembro 
de 2007, pelo Decreto n°6.214 (Anexo E), que estabeleceu como competência do 
33 
 
 
Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS, por intermédio da Secretaria 
de Assistência Social - SAS, a implementação, coordenação geral, regulação, 
financiamento, monitoramento e avaliação da prestação dos benefícios, 
compartilhadas com as representações Municipais e Estaduais de Assistência 
Social, o que passou a ser de responsabilidade, a partir de 2004, do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate a Fome. 
O Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, através das Agências de 
Previdência Social, cabe a responsabilidade da operacionalização, ficando a cargo 
da Dataprev, o processamento dos dados. 
O Benefício de Prestação Continuada - BPC é financiado com recursos 
Federais situados no Fundo Nacional de Assistência Social, integrando a proteção 
social básica do Sistema Único de Assistência Social — SUAS e deve ser prestado 
em consonância com outras políticas e serviços da assistência social, com o intuito 
de ampliar a proteção das pessoas com deficiência e idosos, bem como de suas 
famílias. 
Para obter orientação quanto ao Benefício de Prestação Continuada - BPC, o 
usuário deve procurar uma Agência da Previdência Social, a Secretaria Municipal de 
Assistência Social de sua cidade, ou um Centro de Referência da Assistência Social 
- CRAS, caso a cidade possua. 
A solicitação do Benefício de Prestação Continuada se dá a partir da 
apresentação dos seguintes documentos: 
- Requerimento do Benefício de Prestação Continuada – BPC e Declaração sobre a 
Composição do Grupo e Renda Familiar.( Anexo A). 
- RG; 
- Cadastro de Pessoa Física — CPF; 
- Certidão de Nascimento ou Casamento; 
- Certidão de óbito do esposo(a) falecido(a). se o beneficiário for viúvo(a); 
- Comprovante de renda dos membros do grupo familiar; 
- Número de Identificação do Trabalhador — NIT (PIS/PASEP) ou número de 
inscrição do Contribuinte Individual Doméstico / Facultativo / Trabalhador Rural, se 
possuir; 
- Procuração nos casos necessários; 
- Tutela, no caso de menores de 21 anos, filhos de pais falecidos ou desaparecidos; 
- Curatela, no caso de pessoas inaptas para o exercício da vida civil; 
34 
 
 
- Documentação que comprove, em casos de divórcio, separação ou congênere. 
 
 8.2 OS BENEFICIÁRIOS DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA - BPC. 
 
Os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada – BPC são as 
pessoas idosas com mais de 65 anos e os deficientes, desde que a renda per capita 
familiar seja inferior a ¼ do salário mínimo e destinam-se apenas aos brasileiros 
natos e aos estrangeiros naturalizados e domiciliados no Brasil, desde que não 
estejam amparados pelo sistema previdenciário do país de origem. Os indígenas 
também podem usufruir destas prestações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS. 
 
O Benefício Assistencial, chamado pela lei de Benefício de Prestação 
Continuada - BPC,é instrumento da Assistência Social, expresso em nossa Carta 
Magna em favor dos necessitados, sendo garantido um salário mínimo mensal à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovarem não possuir meios de 
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. 
A proteção ao idoso e ao deficiente é um mecanismo real de garantia digna 
de vida a estas pessoas. Apesar desta grande conquista, não podemos elencar as 
dificuldades que estas pessoas possuem em gozar tais direitos. 
O destinatário da norma para se valer de direito fundamental de todo o 
cidadão que é a dignidade da pessoa humana e para conseguir o deferimento do 
benefício passa por regras como: renda per capita, idade e deficiência que são 
seletivas e excludentes. 
O objetivo do Benefício de Prestação é garantir uma renda mínima a dois 
grupos: idosos e portadores de deficiência que estão mais vulneráveis ao risco 
social de não exercer atividade remunerada que lhes garanta subsistência. 
Diante de toda a análise envolvendo o Benefício de Prestação Continuada - 
BPC, foi possível observar que o benefício constitucionalmente garantido e 
reconhecido, como direito social, ainda é restrito e insuficiente para reduzir as 
desigualdades, dado que os critérios para sua obtenção são muitos rigorosos, 
embora definidos em lei, inviabilizando o propósito do benefício assistencial: a 
promoção da dignidade das pessoas as quais se destina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
BRASIL. Lei n. 8.742, de 07 de dezembro de 1993. 
BRASIL. Decreto n. 1.744, de 08 de dezembro de 1995. 
BRASIL. Lei n. 9.720, de 30 de novembro de 1998. 
BRASIL. Lei n. 10.741,de 1.º de outubro de 2003. 
BRASIL. Decreto n. 6.214, de 26 de setembro de 2007. 
BRASIL. Lei n. 12.435, de 06 de julho de 2011. 
BRASIL. Lei n. 12.470, de 31 de agosto de 2011. 
BRASIL. Lei n. 7.617, de 17 de novembro de 2011. 
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito Previdenciário/Carlos Alberto 
Pereira de Castro, João Batista Lazzari. 14. ed. Florianópolis. Conceito Editorial, 
2012. 
COIMBRA, José dos Reis Feijó. Direito Previdenciário Brasileiro, 11. ed. Rio de 
Janeiro: Edições Trabalhistas, 2001. 
GONÇALES, Odonel Urbano. Manual de Direito Previdenciário, 13. Ed. São Paulo 
Atlas, 2009. 
KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 9. ed. revista, ampliada e 
atualizada. Salvador: Editôra Jus Podivm, 2012. 
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Comentários à Lei Básica da Previdência Social – 8. 
ed. São Paulo: Ltr, 2009. 
MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. 29. ed. São Paulo: Editôra 
Atlas S.A, 2010. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário Esquematizado. 2. ed. revista e 
atualizada. São Paulo: Saraiva, 2012. 
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social. 2. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2008, 2.ª tiragem 2010. 
 
 
 
 
37 
 
 
 ANEXOS 
 
Anexo A – Requerimento do Benefício de Prestação Continuada – BPC e 
Declaração Sobre a Composição do Grupo e Renda Familiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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40 
 
 
Anexo B – Lei n. 8.742, de 07 de Dezembro de 1993, Dispõe sobre a organização 
da Assistência Social e dá outras providências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993. 
Mensagem de veto
Regulamento 
Texto compilado 
Vide Decreto nº 7.788, de 2012 (Regulamenta 
o Fundo Nacional de Assistência Social) 
Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá 
outras providências. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono 
a seguinte lei: 
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
CAPÍTULO I 
Das Definições e dos Objetivos 
 Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social 
não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações 
de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. 
 Art. 2º A assistência social tem por objetivos: 
 I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
 II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
 III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
 IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
 V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e 
ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por 
sua família. 
 Parágrafo único. A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando 
ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para 
atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais. 
Art. 2o A assistência social tem por objetivos: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da 
incidência de riscos, especialmente: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; (Incluído pela Lei 
nº 12.435, de 2011) 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à 
vida comunitária; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
42 
 
 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso 
que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das 
famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; (Redação 
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das 
provisões socioassistenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma 
integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender 
contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011) 
 Art. 3º Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas que prestam, sem 
fins lucrativos, atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta lei, bem como as 
que atuam na defesa e garantia de seus direitos. 
Art. 3o Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins 
lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários 
abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos. (Redação dada 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 1o São de atendimento aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e 
planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação 
social básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco 
social e pessoal, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do Conselho Nacional de 
Assistência Social (CNAS), de que tratam os incisos I e II do art. 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 
2011) 
§ 2o São de assessoramento aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, 
prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento 
dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, 
dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as 
deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do art. 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 
2011) 
§ 3o São de defesa e garantia de direitos aquelas que, de forma continuada, permanente e 
planejada, prestam serviços e executam programas e projetos voltados prioritariamente para a defesa 
e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, 
enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, 
dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as 
deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do art. 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 
2011) 
CAPÍTULO II 
Dos Princípios e das Diretrizes 
SEÇÃO I 
Dos Princípios 
 Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios: 
43 
 
 
 I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade 
econômica; 
 II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial 
alcançável pelas demais políticaspúblicas; 
 III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de 
qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação 
vexatória de necessidade; 
 IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, 
garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; 
 V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como 
dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. 
SEÇÃO II 
Das Diretrizes 
 Art. 5º A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: 
 I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e 
comando único das ações em cada esfera de governo; 
 II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das 
políticas e no controle das ações em todos os níveis; 
 III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em 
cada esfera de governo. 
CAPÍTULO III 
Da Organização e da Gestão 
 Art. 6º As ações na área de assistência social são organizadas em sistema descentralizado e 
participativo, constituído pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas por esta lei, 
que articule meios, esforços e recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas compostas 
pelos diversos setores envolvidos na área. 
 Parágrafo único. A instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social é o 
Ministério do Bem-Estar Social. 
Art. 6o A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de 
sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com 
os seguintes objetivos: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os entes 
federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva; (Incluído pela Lei nº 
12.435, de 2011) 
II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de 
assistência social, na forma do art. 6o-C; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, regulação, 
manutenção e expansão das ações de assistência social; 
44 
 
 
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e municipais; (Incluído 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
V - implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social; (Incluído 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 
2011) 
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, 
de 2011) 
§ 1o As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por objetivo a proteção à família, à 
maternidade, à infância, à adolescência e à velhice e, como base de organização, o território.(Incluído 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 2o O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência 
social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas por esta Lei. (Incluído pela 
Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 3o A instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social é o Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
Art. 6o-A. A assistência social organiza-se pelos seguintes tipos de proteção: (Incluído pela Lei 
nº 12.435, de 2011) 
I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência 
social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de 
potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; (Incluído pela 
Lei nº 12.435, de 2011) 
II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo 
contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o 
fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o 
enfrentamento das situações de violação de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos instrumentos das proteções da 
assistência social que identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e seus 
agravos no território. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
Art. 6o-B. As proteções sociais básica e especial serão ofertadas pela rede socioassistencial, 
de forma integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de 
assistência social vinculadas ao Suas, respeitadas as especificidades de cada ação. (Incluído pela 
Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 1o A vinculação ao Suas é o reconhecimento pelo Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome de que a entidade de assistência social integra a rede socioassistencial. (Incluído 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 2o Para o reconhecimento referido no § 1o, a entidade deverá cumprir os seguintes requisitos: 
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
I - constituir-se em conformidade com o disposto no art. 3o; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 
2011) 
II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do Distrito Federal, na forma do art. 9o; (Incluído 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
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III - integrar o sistema de cadastro de entidades de que trata o inciso XI do art. 19. (Incluído 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 3o As entidades e organizações de assistência social vinculadas ao Suas celebrarão 
convênios, contratos, acordos ou ajustes com o poder público para a execução, garantido 
financiamento integral, pelo Estado, de serviços, programas, projetos e ações de assistência social, 
nos limites da capacidade instalada, aos beneficiários abrangidos por esta Lei, observando-se as 
disponibilidades orçamentárias. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 4o O cumprimento do disposto no § 3o será informado ao Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome pelo órgão gestor local da assistência social. (Incluído pela Lei nº 12.435, 
de 2011) 
Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial, serão ofertadas precipuamente no Centro de 
Referência de Assistência Social (Cras) e no Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social (Creas), respectivamente, e pelas entidades sem fins lucrativos de assistência social de que 
trata o art. 3o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 1o O Cras é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas com maiores 
índices de vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços socioassistenciais no 
seu território de abrangência e à prestação de serviços, programas e projetos socioassistenciais de 
proteção social básica às famílias. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou regional, 
destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco 
pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções 
especializadas da proteção social especial. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais instituídas no âmbito do Suas, que 
possuem interface com as demais políticas públicas e articulam, coordenam e ofertam os serviços, 
programas, projetos e benefícios da assistência social. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
Art. 6o-D. As instalações dos Cras e dos Creas devem ser compatíveis com os serviços neles 
ofertados, com espaços para trabalhos em grupo

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