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Seguridade Social

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SEGURIDADE SOCIAL
AULAS 1 E 2 (07 E 08/02
DISPOSIÇÕES GERAIS – SEGURIDADE SOCIAL
· Eficaz sistema de proteção social
· Proteção do povo contra eventos previsíveis, ou não, aptos a causar a sua miséria e intranquilidade social
· Mantença do mínimo existencial = dignidade humana
· Dever do Estado Social de Direito intervir quando se fizer necessário
· Circunstâncias históricas
· No estado absolutista, ou mesmo no liberal, eram tímidas as medidas governamentais de providências positivas (não existia um Estado de Direito)
· Crise no estado liberal – Guerras Mundiais, Revolução Soviética de 1917 e a crise econômica mundial de 1929
· Inexistência de interesse regulatório da suposta mão de obra livre do mercado
· Nascimento progressivo do Estado Social
· Poder Público obrigado a sair da sua contumácia
· Assume gradativamente a responsabilidade pela efetivação das prestações positivas econômicas e sociais (Direitos Fundamentais de 2a Geração)
· Constituição Federal de 1988
· Primeira a instituir no Brasil o Sistema de Seguridade Social
· Expressão que havia sido usada pela primeira vez no “Social Security Act” (1935), editado pelos Estados Unidos como política do “New Deak” (idealizada pelo Presidente Roosevelt), que abarcava Previdência e Assistência Social naquele país
· Conjunto de normativo e harmônico e por órgãos e entidades estatais que objetivam concretizar os direitos fundamentais à saúde, à previdência e à assistência social
· Destina um capítulo inteiro (arts. 194 a 204) para tratar a Seguridade Social
· Seguridade Social (gênero) = previdência social + assistência social + saúde (espécies)
· Conceito de Seguridade Social
· Conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade nas áreas de saúde, previdência e assistência social, conforme disposto no Capítulo II do Título VIII da Constituição Federal, sendo organizada em Sistema Nacional, que é composto por conselhos setoriais, com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil (art. 194).
· Consiste na proteção que a sociedade proporciona a seus membros mediante uma série de medidas públicas contra as privações econômicas e sociais que de outra forma derivariam no desaparecimento ou em forte redução de sua subsistência como consequência da enfermidade, maternidade, acidentes do trabalho ou enfermidade profissional, desemprego, invalidez, velhice e morte e também a proteção em forma de assistência médica e de ajuda às famílias como filhos. (Convenção no 102 da OIT de 1952)
· Direito de Seguridade Social
· Formado por um conjunto de princípios e normas + instituições e entidades, que o criam e aplicam
· Sistema de seguridade social está centralizado nas mãos do Estado
· Responsável por organizar o custeio e conceder os benefícios e os serviços
· Toda sociedade participa do sistema da seguridade social, juntamente com o Poder Público
· O fato de eventuais insuficiências financeiras ficarem a cargo da União não desnatura a participação de todos os cidadãos
· Deve o Estado atender às necessidades que o ser humano vier a ter nas adversidades, possibilitando um nível de vida aceitável
· A priori, o interessado deve suportar suas próprias necessidades, apenas quando não for possível é que, subsidiariamente, aparecerá a Seguridade Social para auxiliá-lo
· Direito de Seguridade Social
· A Previdência Social exige contribuição por parte do próprio segurado (art. 201), ao passo que à Assistência Social e à Saúde não
· Subsistema Contributivo
· PREVIDÊNCIA SOCIAL – abrange a cobertura de contingências decorrentes de doença, invalidez, velhice, desemprego, morte e proteção à maternidade, mediante contribuição, concedendo aposentadorias, pensões, entre outros;
· Subsistemas não contributivos
· ASSISTÊNCIA SOCIAL – atende aos hipossuficientes, destinando pequenos benefícios a pessoas que nunca contribuíram para o sistema, a exemplo do benefício de prestação continuada;
· SAÚDE – pretende oferecer uma política social e econômica destinada a reduzir riscos de doenças e outros agravos, proporcionando ações e serviços para a proteção e recuperação do indivíduo.
· Objetivo geral do Sistema de Seguridade Social
· Preservar a dignidade da pessoa humana, mediante a realização do bem estar e a justiça social
· Natureza jurídica
· Atualmente ostenta simultaneamente a natureza jurídica de direito fundamental de 2a e 3a dimensão ou geração
· Possui natureza prestacional positiva = Direito Social = 2a dimensão
· Possui caráter universal = Natureza Coletiva = 3a dimensão
· Competência legislativa
· Em regra, cabe privativamente à União legislar sobre a Seguridade Social (art. 22, XXIII, CF)
· A competência é concorrente entre as entidades políticas para legislar sobre previdência social, proteção e defesa da saúde, dos portadores de deficiência, da infância e juventude (art. 24, XII, XIV e XV, CF)
· Municípios também entrarão na repartição dessas competências, cabendo legislar sobre assuntos de interesse local, assim como suplementar a legislação estadual e federal no que couber (art. 30, I e II, CF)
· Estados, Distrito Federal e Municípios também poderão editar normas jurídicas a acerca da previdência complementar dos seus servidores públicos (art. 40, §14, CF)
· Apenas a União possui competência para legislar sobre a previdência complementar privada (art. 202, CF e Leis Complementares 108 e 109/2001)
· Saúde e assistência social possuem competência concorrente, cabendo a União editar normas gerais
· Aparente antinomia
· Apenas a União poderá legislar sobre previdência social, exceto no que concerne ao regime de previdência dos servidores públicos efetivos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios que poderão editar normas jurídicas para institui-los e discipliná-los, observadas as normas gerais editadas pela União e as já postas na própria CF
PRINCIPIOS
· Constitucionalismo pós-positivista = princípio passou à categoria de normas jurídicas ao lado das regras
· Não possui mais apenas a função de integrar o sistema quando ausentes as regras regulatórias
· São dotados de coercibilidade e servem de alicerce para o ordenamento
· Axiologicamente inspiram a elaboração das normas gerais
· Definição
· Norma jurídica com maior carga de abstração, generalidade e indeterminação das regras
· Não disciplinam por via direta as condutas humanas, dependendo de uma intermediação valorativa do exegeta para a sua aplicação
· Conflito entre princípios
· Atualmente, o conflito aparente entre princípios não se resolve com o sacrifício abstrato de um deles, devendo ser equacionada a tensão de acordo com o caso concreto (Proporcionalidade)
PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL
· Maioria dos princípios informadores estão no art. 194, CF, sendo tratados como objetivos do sistema pelo constituinte
· Interpretação e grau de aplicação variará dentro da seguridade social, a depender do campo de incidência, se no subsistema contributivo ou no não contributivo
· UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E ATENDIMENTO (CF, art. 194, parágrafo único, I)
· A proteção social deve alcançar todos os riscos sociais que possam gerar o estado de necessidade, aos quais qualquer pessoa está sujeita
· Riscos sociais são os infortúnios da vida (doenças, acidentes, velhice, invalidez, entre outros) como
· Visa tornar a Seguridade Social acessível a todos os residentes no país, inclusive estrangeiros
· Não se deve confundir universalidade da cobertura com universalidade de atendimento:
· Para assistência social, será aplicado a todos que necessitem de suas prestações
· No tocante à previdência, em virtude do seu caráter contributivo, todos que contribuam podem participar
· A universalidade de atendimento ocorre apenas na Saúde, pois todos têm direito a socorrer-se do sistema, independentemente do pagamento de contribuições, sendo direito da pessoa e dever do Estado (art. 196 da Constituição).
· UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ENTRE AS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS (CF, art. 194, parágrafo único, II)
· Visa corrigiros defeitos da legislação previdenciária rural que sempre discriminava o trabalhador rural
· Uniformidade diz respeito às contingências que irão ser cobertas
· As mesmas contingências (morte, velhice, maternidade, entre outras) serão cobertas tanto para os trabalhadores urbanos como para os rurais
· Equivalência refere-se ao aspecto pecuniário dos benefícios ou à qualidade dos serviços, que não serão necessariamente iguais, mas equivalentes, na medida do possível, dependendo do tempo de contribuição, coeficiente de cálculo, sexo e idade, por exemplo
· O valor dos benefícios previdenciário que substituam o rendimento do trabalho do segurado (urbano ou rural) nunca será inferior a um salário-mínimo (CF, art. 201, §2o)
· Equivalência dos benefícios – Uso da mesma fórmula para ambos
· Equivalência dos serviços – Igual qualidade de serviço para ambos
· Lei no 8.213/91 foram instituídos benefícios aos trabalhadores urbanos e rurais, sem qualquer distinção, tanto que a denominação empregada é Regime Geral de Previdência Social.
· SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS (CF, art. 194, parágrafo único, III)
· Seletividade atua na delimitação do rol de prestações, ou seja, na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos pela Seguridade Social
· Distributividade direciona a atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau de proteção
· Nem todos terão benefícios: algumas pessoas o terão, outras não
· Por exemplo: benefícios da assistência social são concedidos apenas aos necessitados; benefícios de salário família e auxílio reclusão só serão concedidos aos beneficiários de baixa renda
· Compete ao legislador – baseado em critérios equitativos de solidariedade e justiça social, conforme as possibilidades econômico-financeiras do sistema – definir quais benefícios serão concedidos a determinados grupos de pessoas, considerando suas particularidades
· Princípio que objetiva amenizar os efeitos do princípio da universalidade
· Universalidade e seletividade devem ser aplicados de forma harmônica e equilibrada
· IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS (CF, art. 194, parágrafo único, IV)
· Não há consenso na definição doutrinária desse benefício
· 1a CORRENTE – Visa a preservação do valor real do benefício (Fábio Zambitte Ibrahim, Marcelo Leonardo Tavares, Kerlly Bragança, Ivan Kertzman e Ítalo Romano, por exemplo)
· 2a CORRENTE – Finaliza impedir a diminuição do valor nominal do benefício (Sérgio Pinto de Martins, Carlos Alberto Pereira, Daniel Machado Rocha e José Paulo Baltazar Jr., por exemplo)
· O Regulamento da Previdência Social o interpreta como um princípio que visa preservar o poder aquisitivo, ou seja, a preservação do valor real (art. 1o, parágrafo único, IV)
· A jurisprudência predominante no STF entende que o princípio veda apenas a redução do valor nominal dos benefícios 
· Desse modo, a redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade
· Ressalta-se que o §4o do art. 201, CF, assegura “o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei”
· Assim, o princípio da irredutibilidade é a garantia contra a redução do valor nominal e o último dispositivo em referência assegura o reajustamento para preservar o valor real
· O princípio da irredutibilidade, por si, não assegura reajustamento de benefícios. Este o é assegurado, de acordo com critérios definidos em lei ordinária, é o princípio da preservação do valor real dos benefícios
· EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO (CF, art. 194, parágrafo único, V)
· É um desdobramento do princípio da igualdade
· Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades
· Tratar com igualdade os desiguais seria aprofundar suas desigualdades; não é esse o objetivo da seguridade social
· Em relação ao custeio, significa dizer que quem tem maior capacidade econômica irá contribuir com mais; quem tem menor capacidade contribuirá com menos
· Por exemplo: o §9o, art. 195 da CF dispõe que as contribuições para a Seguridade Social a cargo das empresas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
· É uma norma programática, enquanto meta a ser alcançada, e não uma regra concreta
· DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO (CF, art. 194, parágrafo único, VI)
· Até a EC no 1, de 1969, havia uma tríplice forma de custeio da Previdência Social (ente público, empregador e trabalhador), com a CF/88, passa a haver uma diversidade da base de financiamento
· Possuir diversas fontes de custeio permite uma maior segurança para o sistema
· Art. 195, caput, CF – A Seguridade Social será financiada por toda sociedade de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes da U, E, DF e M (indireta) e das seguintes contribuições sociais (direta):
· I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
· a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
· b) a receita ou o faturamento;
· c) o lucro;
· II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
· III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
· IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
· A União contribuirá com parte do financiamento, previsto na lei orçamentária anual, assim como irá cobrir eventuais insuficiências financeiras do sistema
· Não há impedimento da instituição de outras fontes de custeio, desde que por lei complementar, não tendo fato gerador ou base de cálculo de imposto previsto na CF, nem sendo cumulativa (art. 195, § 4o c/c art. 154, I, da CF)
· A CF veda a redução da base de financiamento
· Com a adoção desse princípio, está prejudicada a possibilidade de estabelecer-se o sistema não-contributivo, decorrente da cobrança de tributos não-vinculados, visto que o financiamento deve ser feito por meio de diversas fontes e não de fonte única.
· CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO – GESTÃO QUADRIPARTITE (CF, art. 194, parágrafo único, VII)
· Confirma o que já estava normatizado no art. 10, CF de que os trabalhadores e os empregadores teriam participação nos colegiados dos órgãos em que se discutam ou haja deliberação sobre questões previdenciárias
· A gestão dos recursos, programas, planos, serviços e ações nas três vertentes da Seguridade Social, em todas as esferas de poder, deve ser realizada mediante discussão com a sociedade
· São exemplos da materialização desse princípios a criação dos órgãos colegiados de deliberação:
Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS (art. 3o da Lei 8.213/91): discute a gestão da Previdência Social; Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS (art. 17 da Lei 8.742/93): delibera sobre a política e ações nesta área; Conselho Nacional de Saúde – CNS (Lei no 8.080/90): discute a política de saúde.
· Ressalte-se que todos estes conselhos têm composição paritária e são integrados por representantes do Governo, dos trabalhadores, dos empregadores e dos aposentados.
· SOLIDARIEDADE
· Princípio fundamental do Direito da Seguridade Social, consistindo na contribuição da maioria em benefício da minoria
· É um dos pilares da seguridade social
· O art. 195, caput, CF, prevê que, obrigatoriamente, toda a sociedade contribua direta (quando há determinação direta e concreta das partes envolvidas) e indiretamente para a Seguridade Social (quando há desconhecimento mútuo e indeterminação das partes)
· Visa à proteção social coletiva
Várias pessoas economizam em conjunto para assegurar benefícios quandoas pessoas do grupo necessitarem, de forma que quando uma pessoa é atingida por determinada contingência, todas as outras continuam contribuindo para a cobertura do benefício do necessitado.
· PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AO BENEFÍCIO (CF, art. 195, §5o)
Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total
· Visa assegurar o equilíbrio financeiro da Seguridade Social
· O “caixa” só pode pagar o benefício se existir dinheiro para isso
· Para a criação, a majoração ou a extensão de determinado benefício ou serviço da Seguridade Social, é mister que exista previamente a correspondente fonte de custeio total, sob pena de inconstitucionalidade da lei ordinária
· O legislador ordinário necessita observar a precedência do custeio quando da criação ou majoração de novo benefício ou prestação da seguridade social
· STF entende que esse princípio só diz respeito à Seguridade Social financiada por toda sociedade, sendo alheio às entidades de previdência privada (RE 583687 AgR/RS)
· ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (CF, art. 195, §6o)
As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
· Também conhecido como princípio da noventena ou da anterioridade mitigada
· Objetiva proteger o contribuinte contra o fator surpresa
· As contribuições tratadas no art. 194, da CF, que vertem para o RGPS e custeiam também as políticas de Saúde e Assistência Social, possuem o prazo de 90 (noventa) dias após a vigência da lei que as instituiu ou majorou
· Esse princípio não é aplicado a leis que venham a reduzir o valor das contribuições, ou isentar do recolhimento
· Hipótese em que a vigência se dará a partir da data prevista no próprio diploma legal, ou no prazo do art. 1o da LINDB, ou seja, 45 dias a partir da publicação).
· As modificações sujeitas à anterioridade nonagesimal são as que representam uma efetiva onerosidade ao contribuinte
· ORÇAMENTO DIFERENCIADO (CF, art. 195, §§1o e 2o)
Art. 195 (...)
§1o - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§2o - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
· O Sistema de Seguridade Social é um instrumento tão importante de realização da Justiça Social que o legislador constitucional criou uma peça orçamentária exclusiva para fazer frente às despesas no pagamento de benefícios e na prestação de serviços.
· A CF estabelece no art. 165, §5°, inciso III e no art. 195, §§1o e 2o, que a receita da Seguridade Social constará de orçamento próprio, distinto daquele previsto para a União Federal.
· Os recursos do orçamento da seguridade social são afetados ao custeio do referido Sistema Nacional, não podendo ser utilizado para outras despesas da União, em regra.
· COMPULSORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO E FILIAÇÃO OBRIGATÓRIA (CF, art. 201)
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei [...]
· Segundo o jurista Carlos Alberto Pereira de Castro “nenhuma pessoa que exerça trabalho remunerado pode ficar isenta de contribuir com parcela de seus ganhos, seja este trabalhador vinculado à iniciativa privada ou ao serviço público – uma vez que mesmo os servidores públicos contribuem para os chamados regimes próprios de previdência”
· Ninguém pode escusar-se de recolher contribuição social, caso a lei estabeleça como fato gerador alguma situação em que incorra
· Apesar de serem prestadas independente de contribuição, a saúde e a assistência social possuem fontes de custeio, que são oriundas das contribuições sociais arrecadadas de toda a sociedade
· Quanto à filiação obrigatória, o trabalhador que exerça alguma atividade remunerada abrangida pelo RGPS, será obrigatoriamente filiado
· No tocante aquelas pessoas que não exerçam atividade nesse modo, a CF permite a filiação de forma facultativa
· EQUILÍBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL (CF, art. 201)
· Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei [...]
· Determina a observação de critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema
· EQUILÍBRIO FINANCEIRO – É a garantia de equivalência entre as receitas auferidas e as obrigações do regime previdenciário em cada exercício financeiro
· EQUILÍBRIO ATUARIAL – É a garantia de equivalência, a valor presente, entre o fluxo das receitas estimadas e das obrigações projetadas, apuradas atuarialmente, a longo prazo
AULAS 3 E 4 (14 E 15/02)
ASSISTÊNCIA SOCIAL – 
CONTEXTUALIZAÇÃO
· Noções gerais e contexto mundial
· Conceito de cidadania (Marshall, 1967)
· Elemento civil, político e social
· Viver bem, de acordo com os padrões da sociedade
· Princípio de justiça
· Parte da construção dos Estados Nacionais
· Autoridade nacional x Individualista
· Igualdade abstrata (Tocqueville)
· Movimentos sociais do sec. XIX
· Tipos de proteção social:
· Assistência social
· Modelo de seguro social
· Seguridade social
· Exemplos de modelos
· Pressupostos
· Existência de Estados nacionais fortes
· Padrão de desenvolvimento que absorva a mão de obra e permita financiar
· Critérios de discriminação + Igualdade complexa
· Volta da ideologia liberal, aumento da expectativa de vida, crise econômica e população no mercado informal
ASSISTÊNCIA SOCIAL
· Histórico
· No Brasil, o assistencialismo, como na maioria dos países é anterior à criação da previdência social – Consequência da passagem de Estado absolutista ao social, passando pelo liberal, até chegar à seguridade social, com o advento da CF
· Nos Estados liberais, a proteção estatal se dava especialmente através de tímidas medidas assistencialistas – Figuravam mais como liberalidades governamentais do que como direito subjetivo do povo
· Estado de providência
· Com seu advento, de meras liberalidades, tais medidas passaram a categoria de mais um dever governamental, pois o Poder Público passou a obrigar-se a prestá-las a quem delas necessitasse
· Previsão legal
· Arts. 203 e 204 da Constituição Federal
· Em termos infraconstitucionais:
· Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS)
· Lei 9.720/98 (Organização da Assistência Social)
· Lei 8.842/94 (Política Nacional do Idoso e cria o Conselho Nacional do Idoso)
· Financiada pelo orçamento da Seguridade Social e outras fontes
· Modelo CF, art. 206, Política Social
· Interface: Estado Social e Mercado
· Aspectos da gestão da política social
· Objetivos
· Construção de planos, documentos, técnicas e estratégias
· Desempenho do papel econômico e político
· Compatibilização de diferentes projetos sociais
· Referenciais éticos
· DEFINIÇÃO
· Medidas públicas (dever estatal) ou privadas a serem prestadas a quem delas precisar, para o atendimento das necessidades humanas essenciais, de índole não contributiva direta, normalmente funcionando como um complemento ao regime de previdência social, quando este não puder ser aplicado ou se mostrar insuficiente para a consecução da dignidade humana
· Assevera o art. 1o da Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS):
· Art. 1o A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimentoàs necessidades básicas.
· Caracterização = caráter não contributivo + função de suprir as necessidades básicas das pessoa
· Em regra, apenas as pessoas não cobertas por um regime previdenciário ou pela família farão jus às medidas assistencialistas
· OBJETIVOS
· De acordo com o art. 203, I a V, CF:
· Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
· I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
· II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
· III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
· IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
· V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
· O art. 2o da Lei 8.742/93 arrola, ainda, como objetivos:
· Art. 2o A assistência social tem por objetivos:
· I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente:
· a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
· b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
· c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;
· d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e
· e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;
· II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;
· III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais.
· Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.
· PRINCÍPIOS INFORMADORES
· De acordo com o art. 4o da Lei 8.742/93:
· Art. 4o A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:
· I - Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;
· II - Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
· III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
· IV - Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
· V - Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
· Atestam o “espírito” da assistência social
· Realizar as necessidades básicas das pessoas em situação de vulnerabilidade social, buscando restaurar ou preservar a sua dignidade, e não obter rentabilidade econômica, mesmo porque as prestações assistenciais independem de contribuição dos beneficiários
· Em decorrência do Princípio da Universalidade de Cobertura e do Atendimento, busca o assistencialismo a inclusão social dos necessitados, através do maior alcance dos direitos sociais
· DIRETRIZES
· Traçadas pelo art. 5o da Lei 8.742/93:
· Art. 5o A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes:
· I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;
· II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;
· III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo.
· Possui caráter descentralizado cabendo à União a coordenação geral e a execução dos programas assistenciais aos Estados e Municípios, existindo apenas um órgão de cúpula na área em cada esfera de governo
· Há participação da sociedade, através de pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos (entidades filantrópicas) e de pessoas naturais que ajudam os carentes, mas a responsabilidade principal é do Poder Público
· ORGANIZAÇÃO E GESTÃO
· A coordenação da Política Nacional de Assistência Social compete ao Ministério da Cidadania
· Essa política será aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
· Órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura do Ministério, composto por 18 membros, sendo 9 representantes do Poder Público e outros 9 da sociedade civil
· Competências previstas no art. 18, Lei 8.742/93, a exemplo da normatização das ações e regulação da prestação de serviços no campo da assistência social
· Instituição do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) – responsável pela melhoria da assistência social no Brasil
· Surgiu pela edição da Resolução 130, de 15.07.2005 do CNAS que aprovou a Norma Operacional do SUAS
· Com a Lei 12.435/2011 que alterou a Lei 8.742/93 passou a ter previsão legal na LOAS
· Define e organiza os elementos necessários à execução da política pública de assistência social
· Composição (art. 6o-A, Lei 8.742/93):
· PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL – destinada a famílias e indivíduos com situação de risco pessoal e social, oriunda da privação de direitos. Ex.: abuso sexual, uso de substância psicoativa, entre outros.
· PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA – destinada à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação e/ou fragilização de vínculos afetivos e de pertencimento social. Ex.: ausência de renda, discriminação étnica
Art. 3º Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos. (Redação dada pela Lei no 12.435, de 2011).
· Categorias das entidades e organizações assistenciais – de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos:
· ATENDIMENTO – concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos a famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal
· ASSESSORAMENTO – fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social
· DEFESA e GARANTIA DE DIREITOS – defesa na efetivação dos direitos sócio assistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência social
· Para se vincularem ao SUAS, as entidades e organizações precisam ser reconhecidas pelo Ministério da Cidadania, devendo cumprir as exigências legais (art. 6o-B, Lei 8.742/93)
· Há previsão, ainda, dos projetos de enfrentamento da pobreza e a instituição do Fundo Nacional de Assistência Social, administrado pelo Ministério da Cidadania, visando proporcionar recursos e meios para o benefício de prestação continuada
· Projetos de enfrentamento da pobreza
· Previstos pela Lei 8.742/93
· Compreendem a instituição de investimento econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para a melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida,a preservação do meio ambiente e sua organização social
· Condição para percepção de repasses
· Para que estados, o Distrito Federal e os Municípios recebam repasses da União destinados aos benefícios e serviços assistenciais, é indispensável à prévia criação de um Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e sociedade civil; de um Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos Conselhos de Assistência Social e de um Plano de Assistência Social
· Proteções Sociais Básica e Especial
· Serão ofertadas pela rede socioassistencial, de forma integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de assistência social vinculadas ao SUAS, respeitadas as especificidades de cada ação.
· A vinculação ao SUAS é o reconhecimento pelo Ministério da Cidadania de que a entidade de assistência social integra a rede socioassistencial
· Requisitos para o reconhecimento da entidade de assistência social e vinculação
· 1. Constituir-se em conformidade com a LOAS, ou seja, ser uma entidade sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, presta atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos;
· 2. Inscrever-se em Conselho Municipal ou do Distrito Federal de Assistência Social; e
· 3. Integrar o sistema de cadastro de entidades referente a Política Nacional de Assistência Social.
· Possibilidades
· As Entidades e Organizações de Assistência Social (EOAS) vinculadas ao SUAS celebrarão convênios, contratos, acordos ou ajustes com o poder público para a execução de serviços, programas, projetos e ações de Assistência Social aos beneficiários abrangidos por esta Lei, garantindo o financiamento integral por parte do Estado nos limites das disponibilidades orçamentárias.
· A celebração de tais atos será informada ao Ministério da Cidadania pelo órgão gestor local da Assistência Social.
· Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Entidades e Organizações de Assistência Social (EOAS), que não apresentam fins lucrativos
· Ofertam as proteções sociais, básica e especial  O CRAS e o CREAS são unidades públicas estatais instituídas no âmbito do SUAS, que possuem interface com as demais políticas públicas, e articulam, coordenam e ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social.
· As instalações dos CRAS e dos CREAS devem ser compatíveis com os serviços neles ofertados, com espaços para trabalhos em grupo e ambientes específicos para recepção e atendimento reservados às famílias e aos indivíduos, assegurada a acessibilidade às pessoas idosas e com deficiência.
· Aspecto financeiro
· Quanto à parte financeira, os recursos do cofinanciamento do SUAS, destinados à execução das ações continuadas de Assistência Social, poderão ser aplicados no pagamento dos profissionais que integrarem as equipes de referência, responsáveis pela organização e oferta daquelas ações, conforme percentual apresentado pelo Ministério da Cidadania e aprovado pelo CNAS.
· A formação das equipes de referência deverá considerar o número de famílias e indivíduos referenciados, os tipos e modalidades de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários, conforme deliberações do CNAS.
· Normativos a serem observados
· As ações de assistência social, no âmbito das Entidades e Organizações de Assistência Social (EOAS), observarão as normas expedidas pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).
· O funcionamento dessas Entidades e Organizações depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social, ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso.
· A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, observados os princípios e diretrizes estabelecidos na LOAS, fixarão suas respectivas Políticas de Assistência Social.
· Esses entes políticos podem celebrar convênios com entidades e organizações de assistência social, em conformidade com os Planos aprovados pelos respectivos Conselhos.
· Construção de indicativos no apontamento das articulações
· As ações das três esferas de governo na área de assistência social realizam-se de forma articulada, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos programas, em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
· Com a inclusão legal operada pela Lei n.o 12.435/2011 na LOAS, a União apoiará financeiramente o aprimoramento à gestão descentralizada dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, por meio do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do Sistema Único de Assistência Social.
· Índice de Gestão Descentralizada do SUAS
· Segundo sítio eletrônico do Ministério da Cidadania, essa é a definição de IGD:
· O IGD é um indicador que mostra a qualidade da gestão descentralizada do Programa Bolsa Família (PBF), além de refletir os compromissos assumidos pelos estados e municípios na sua adesão ao Programa, como a gestão do Cadastro Único e das condicionalidades.
· O índice varia entre zero e 1.
· Quanto mais próximo de 1, melhor a avaliação da gestão desses processos.
· Com base nesse indicador, o Ministério repassa recursos a estados e municípios para a realização da gestão do Bolsa Família.
· Quanto maior o valor do IGD, maior será também o valor dos recursos a serem repassados.
· Destino do IGD, na seara dos E, M e DF
· Sem prejuízo de outras ações a serem definidas em regulamento, destina-se a:
1. Medir os resultados da gestão descentralizada do SUAS, com base na atuação do gestor estadual, municipal e do Distrito Federal na implementação, execução e monitoramento dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, bem como na articulação intersetorial;
2. Incentivar a obtenção de resultados qualitativos na gestão estadual, municipal e do Distrito Federal do SUAS, e;
3. Calcular o montante de recursos a serem repassados aos entes federados a título de apoio financeiro à gestão do SUAS.
· Resultados alcançados são considerados pelo ente federado na gestão do SUAS (prestação de contas)
· As transferências para apoio à gestão descentralizada do SUAS adotarão a sistemática do Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família, previsto na Lei n.o 10.836/2004, e serão efetivadas por meio de procedimento integrado àquele índice.
· Para fins de fortalecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito Federal, percentual dos recursos transferidos deverá ser gasto com atividades de apoio técnico e operacional àqueles colegiados, na forma fixada pelo Ministério da Cidadania, sendo vedada a utilização dos recursos para pagamento de pessoal efetivo e de gratificações de qualquer natureza a servidor público estadual, municipal ou do Distrito Federal.
· A LOAS define expressamente qual será a competência de cada ente político.
· Instâncias deliberativas do SUAS definida pela LOAS
· Com caráter permanente e composição paritária entre o Governo e Sociedade Civil:
1. O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS);
2. Os Conselhos Estaduais de Assistência Social (CEAS);
3. O Conselho de Assistência Social do Distrito Federal (CASDF); e
4. Os Conselhos Municipais de Assistência Social (CMAS).
· Os Conselhos de Assistência Social estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, que deve prover a infraestrutura necessária ao seu funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos e financeiros, inclusive com despesas referentes a passagens e diárias de conselheiros representantes do governo ou da sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas atribuições.
· Conselho Nacional de Assistência Social
· Órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, cujos membros, nomeados pelo Presidente da República, têmmandato de 2 anos, permitida uma única recondução por igual período.
· O CNAS é composto por 18 membros e respectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao órgão da Administração Pública Federal
· Critérios de composição do CNAS
· 9 representantes governamentais, incluindo 1 representante dos Estados e 1 dos Municípios; e
· 9 representantes da sociedade civil, dentre representantes dos usuários ou de organizações de usuários, das Entidades e Organizações de Assistência Social (EOAS) e dos trabalhadores do setor, escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Ministério Público Federal.
· O CNAS é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre seus membros, para mandato de 1 ano, permitida uma única recondução por igual período.
· Contará com uma Secretaria Executiva, a qual terá sua estrutura disciplinada em ato do Poder Executivo.
· Acompanhamento da execução da política de assistência social
· Os CEAS, CAS-DF e CMAS, com competência para acompanhar a execução da política de assistência social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em consonância com as diretrizes das conferências nacionais, estaduais, distrital e municipais de acordo com seu âmbito de atuação, deverão ser instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, mediante lei específica.
TEORIA GERAL DA SEGURIDADE SOCIAL
· Origem e Evolução legislativa da Previdência Social
· Santas Casas de Misericórdia
· Primeiras formas de proteção social
· A mais antiga, de Santos, fundada em 1543
· Montepio para a Guarda Pessoal de D. João VI (1808)
· Montepio Geral dos Servidores do Estado – Mongeral (1835)
· Lei Eloy Chaves (1923)
· Lei Eloy Chaves e as Caixas de Aposentadorias e Pensões
· Lei Eloy (Decreto Legislativo 4.682 de 24.01.1923)
· O aniversário da Previdência Social Brasileira é comemorado nessa data
· Instituiu as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) para ferroviários
· Considerada pela doutrina majoritária como o marco inicial da Previdência Social, por força de seu desenvolvimento estrutural
· Porém não é o primeiro diploma legal, vez que já existiam leis concedendo aposentadorias para algumas categorias de trabalhadores
· LEI ELOY CHAVES E AS CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES
· Lei Eloy (Decreto Legislativo 4.682 de 24.01.1923)
· O aniversário da Previdência Social Brasileira é comemorado nessa data
· Instituiu as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) para ferroviários
· Considerada pela doutrina majoritária como o marco inicial da Previdência Social, por força de seu desenvolvimento estrutural
· Porém não é o primeiro diploma legal, vez que já existiam leis concedendo aposentadorias para algumas categorias de trabalhadores
· Assegurava benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (equivalente à atual aposentadoria por tempo de contribuição), pensão por morte e assistência médica
· Empregados e diaristas que executavam serviços de caráter permanente nas empresas de ferro eram beneficiados
· As CAPs tinham os regimes organizados por empresa
· Ganharam popularidade na década de 20, chegando ao número de 183
· Great Western do Brasil: primeira empresa a criar uma CAP
· Decreto Legislativo 5.109 de 1926
· Estendeu os benefícios da Lei Eloy Chaves aos empregados portuários e marítimos
· Decreto 5.485 de 1928
· Abrangeu trabalhadores das empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos
· Decreto 19.497 de 1930
· Foram instituídas CAPs para os empregados de força, luz e bondes
→ A administração das CAPs ficava a cargo dos empregadores
· O Estado, mediante lei, apenas estabelecia as regras de funcionamento
→ A administração estatal da previdência social passou a ocorrer com o surgimento dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IPAs)
· INSTITUTOS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (IPAS)
· Após a Revolução de 1930, o novo Ministério do Trabalho incorporou as CAPs
· Providências para que essa garantia trabalhista fosse estendida a um número significativo de trabalhadores
· Assim, criados os institutos que eram autarquias de nível nacional, centralizadas no governo federal, organizadas em torno de categorias profissionais
· CAPs organizadas por empresas
· IAPs organizados por categorias profissionais
· Abrangiam classes de trabalhadores no âmbito nacional
· 1933 - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM)
· 1934 - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC)
· 1934 - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB)
· 1936 - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI)
· 1938 - Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado (IPASE)
· 1939 - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Operários Estivadores
· 1945 - Decreto Lei 7.720/45: o instituto dos estivadores foi incorporado ao IAPETEC, passando a ser chamado de Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas
· 1945 - Decreto Lei 7.720/45: unificou todas as CAPs de empresas ferroviárias e serviços públicos, surgidas a partir da Lei Eloy Chaves, originando o Instituto dos Trabalhadores em Ferroviais e Serviços Públicos (IAPFESP)
· A presidência desses institutos era exercida por pessoas livremente nomeadas pelo presidente da República
· Após 1945, os Institutos de Aposentadoria e Pensões expandiram suas áreas de atuação, que passaram a incluir serviços na área de alimentação, habitação e saúde
· Ampliação de funções não acompanhada da necessária reformulação da sua gestão financeira, acarretando sérios problemas, em especial as disparidades na qualidade do atendimento
· Ao final dos anos 50 quase a totalidade da classe trabalhadora (com vínculo empregatício) estava filiada a um Plano de Previdência Social, por meio de um Instituto
· O Decreto 35.558/54 aprovou o Regulamento Geral dos Institutos de Aposentadorias e Pensões, uniformizando todos os princípios gerais aplicáveis a todos os IAPs
· Em 1966, os institutos que atendiam aos trabalhadores do setor privado foram unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)
· FUNDO DE ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA AO TRABALHADOR RURAL (FUNRURAL)
· Início da proteção social na área rural
· Criado pela Lei 4.124/63
· O Decreto-lei 276/67 previu o custeio da prestação de assistência médico-social ao trabalhador rural e seus dependentes
· Foi constituído, dentre outros recursos, por contribuição do produtor rural no valor correspondente a 1% (um por cento) sobre o valor comercial de seus produtos
· Lei Complementar 11/71 instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (Prorural) e atribuiu ao Funrural, a execução do programa
· Instituiu uma contribuição para financiamento do programa
· Esta contribuição é a ancestral próxima da atual contribuição chamada Funrural
· O trabalhador rural tinha direito à aposentadoria por velhice, invalidez, pensão e auxílio funeral, todos no valor de meio salário-mínimo
· Não havia contribuição por parte do trabalhador
· Funrural passou a ser uma autarquia com a responsabilidade de administrar o Prorural
· INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (INPS)
· Criado pelo Decreto-lei 72 de 21.11.1966, cuja vigência data de 01.01.1967, sendo unificados os Institutos de Aposentadorias e Pensões IAPs
· NOVOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
· Lei 4.266/63 – Salário família
· Lei 5.859/72 – Incluiu os empregados domésticos como segurados obrigatórios da previdência social
· Lei 6.136/74 – Incluiu salário maternidade no rol de benefícios previdenciários
· Lei 6.179/74 – Criou o amparo previdenciário para as pessoas com idade superior a 70 anos ou inválidos, no valor de meio salário-mínimo
· Lei 6.226/75 – Estabeleceu a contagem recíproca do tempo de serviço em relação ao serviço público federal r na atividade privada, para efeito de aposentadoria
· SISTEMA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL (SINPAS)
· Instituído pela Lei 6.439/77
· Visava a integração das atividades da previdência social, da assistência médica e da assistência social
· Agregava várias entidades:
· Instituto NacionaI de Previdência Social (INPS):Tratava da concessão e manutenção dos benefícios
· Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS): Cuidava da arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições previdenciárias
· Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS)
· Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA): Prestava assistência social à população carente
· Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM): Executava a política voltada para o bem estar do menor
· Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV): Cuida do processamento de dados da previdência social
· Central de Medicamentos (CEME): Distribuía medicamentos gratuitamente ou a baixo custo
· A Lei 8.689/93 extinguiu o INAMPS; posteriormente, a LBA, a FUNABEM e a CEME
· DATAPREV continua em atividade, sendo uma empresa pública vinculada ao Ministério da Previdência Social
· INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS)
· Instituído pela Lei 8.029/90
· Autarquia federal vinculada ao então Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante a fusão do IAPS com o INPS
· MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
· Lei 3.782/60, em 1.02.1961 o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio passou a denominar-se Ministério e Previdência Social (Previdência ganhou status de Ministério)
· Lei 6.036 de 1o de maio de 1974 – Criado o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), desvinculando do Ministério do Trabalho
· Lei 8.028/90 extinguiu o Ministério da Previdência e Assistência Social e restabeleceu o Ministério do Trabalho e da Previdência Social
· Lei 8.490/92 extinguiu o Ministério do Trabalho e da Previdência Social e restabeleceu o Ministério da Previdência Social e o Ministério do Trabalho
· Medida Provisória 813 de 1.01.1995 transformou o Ministério da Previdência Social em Ministério da Previdência e Assistência Social
· Lei 10.683/03 reorganizou os Ministérios: o Ministério da Previdência e Assistência Social passou a ser denominado Ministério da Previdência Social
· Em 2004 passou a ser vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, criado para tratar da superação da pobreza e da fome
· Em setembro de 2016, com a publicação da Lei 13.341, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome foi transformado em Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA)
· Com a medida provisória no 782, de maio de 2017, o Órgão passa a ser nomeado como Ministério do Desenvolvimento Social (MDS)
· Atualmente é chamado de Ministério da Cidadania
· Formado por dois regimes básicos, de filiação obrigatória, que são o Regime Geral de Previdência Social e os Regimes Próprios de Previdência Social dos Servidores Públicos e Militares
· Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
· Possui caráter contributivo e filiação obrigatória (art. 201, CF)
· Regime mais amplo, responsável pela proteção da grande maioria dos trabalhadores brasileiros
· Regimes Próprios de Previdência Social dos Servidores públicos e Militares (RPPS)
· Beneficiários: Magistrados (art. 93, VI, CF), ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas (arts. 73, §3o e 75, CF), membros do Ministério Público (art. 129, §4o, CF), militares (arts. 42, §1o e 142, §3o, X, CF) e servidores públicos ocupantes de cargo efetivo de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações (art. 40, CF)
· Não são aparadas pelo RPPS as pessoas físicas que trabalham em empresas públicas e sociedades de economia mista (empregados públicos), vez que são segurados do RGPS
· De igual modo, os ocupantes de cargo em comissão e cargo temporário
· Se o Município não possui regime próprio, os servidores ocupantes de cargo efetivo serão assegurados do RGPS
· Há, ainda, o Regime de Previdência Complementar, ao qual o participante adere facultativamente
· A adesão não exclui a obrigatoriedade da filiação do RGPS ou, no caso de militar ou servidor titular de cargo efetivo, ao regime próprio
· Podem ser entidades abertas ou fechadas (LC 109/2002, art. 4o)
· ABERTAS – constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas, visando instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas (LC 109/2002, art. 36)
· FECHADAS – aquelas acessíveis, na forma regulamentada pelo órgão regulador e fiscalizador, exclusivamente: aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos servidores da U, E, DF e M, entes denominados patrocinadores e aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores (LC 109/2002, art. 31)
· São organizadas sob forma de fundação ou sociedade civil sem fins lucrativos
· A pessoa física que o adere é denominada participante, quando o próprio ou seu beneficiário estiver em gozo de benefício será chamado de assistido
· As empresas e os entes federativos que instituam entidades fechadas de previdência complementar em benefício de seus empregados ou servidores serão chamados de patrocinadores. Ex.: PREVI (Banco do Brasil) e PETRUS (Petrobras)
· Já as pessoas jurídicas de caráter profissional, que instituam entidades fechadas de previdência complementar são denominadas de instituidoras
PREVIDÊNCIA SOCIAL NAS CONSTITUIÇOES FEDERAIS
· CONSTITUIÇÃO DE 1824
· O primeiro documento legislativo a tratar sobre a Previdência Social no Brasil (inciso XXXI de seu art. 179)
· Garantia aos cidadãos o direito aos então denominados “socorros públicos”
· Não houve utilidade prática desse dispositivo, pois os cidadãos não dispunham de meios para exigir o efetivo cumprimento de tal garantia, ou seja, apesar de previsto constitucionalmente, o direito aos “socorros públicos” não era dotado de exigibilidade
· Porém, inegável o valor histórico da inserção de direitos relacionados à Previdência Social na Constituição de 1824
· Historicamente relevante o fato de tal direito (por exigir uma prestação positiva por parte do Estado, não consistindo tão somente em uma liberdade individual), ter encontrado proteção constitucional já nessa época
· CONSTITUIÇÃO DE 1891
· A Constituição brasileira de 1891 previu em seu bojo dois dispositivos relacionados à Previdência Social, quais sejam, o art. 5o e o art. 75, sendo que o primeiro dispunha sobre a obrigação de a União prestar socorro aos Estados em calamidade pública, se tal Estado solicitasse, e o último dispunha sobre a aposentadoria por invalidez dos funcionários públicos
· A aposentadoria concedida aos funcionários públicos que viessem a ficar inválidos, não dependia de qualquer contribuição por parte do trabalhador, sendo completamente custeada pelo Estado.
· A doutrina majoritária não considera esses dispositivos como regras relacionadas com a Previdência Social, conferindo-lhes apenas valor histórico.
· Nesse período, a legislação relativa à Previdência Social, foi editada de forma infraconstitucional, não obstante sob a égide da Constituição republicana, a exemplo da Lei Elói Chaves (Decreto Legislativo 4.682/1923)
· CONSTITUIÇÃO DE 1934
· Previu, inicialmente, o sistema tripartide de financiamento da Previdência Social, tal qual o conhecemos hoje
· Foi a primeira Constituição a prever que o trabalhador, o empregador e o Estado deveriam contribuir para o financiamento da Previdência Social, significando um grande progresso
· Também pioneira na utilização do termo “previdência”
· CONSTITUIÇÃO DE 1937
· Instituiu seguros em decorrência de acidente de trabalho, sendo eles os seguros de vida, de invalidez e de velhice.
· Teve como particularidade a utilização da expressão “seguro social”
· No plano infraconstitucional, sob a égide da Constituição Federal de 1937, vários foram os documentos editados:
· Decreto-Lei 288 (23.02.1938) – criação do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado
· Decreto-Lei 651 (26.08.1938) – transformou a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Trabalhadores em Trapiches e Armazéns, criando o Instituto de Aposentadoriase Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas
· Decreto-Lei 1.142 (09.03.1939) – responsável pela filiação dos condutores de veículos ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas, também fez uma ressalva no que tange ao princípio da vinculação pela categoria profissional, utilizando como critério a atividade genérica da empresa
· Decreto-Lei 1.355 (19.07.1939) – instituiu o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Operários Estivadores
· Decreto-Lei 1.469 (01.08.1939) – criação do Serviço Central de Alimentação do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários
· Decreto-Lei 2.122 (09.04.1940) – dispunha sobre o regime de filiação de comerciantes ao sistema da Previdência Social, passando a ser misto
· Decreto-Lei 7.835 (06.08.1945) – estabeleceu um percentual mínimo de 70% e 35% do salário-mínimo para as aposentadorias e pensões, respectivamente
· Decreto-Lei 8.742 (19.01.1946) – criou Departamento Nacional de Previdência Social.
· CONSTITUIÇÃO DE 1946
· Não representou nenhuma mudança de conteúdo no que tange à Previdência Social se comparada com a Constituição anterior
· Cai em desuso o termo “seguro social”, o qual foi substituído, pela primeira vez em termos constitucionais no Brasil, pelo termo “Previdência Social”
· Sob sua égide foi editada a Lei Orgânica da Previdência Social, em 1960, a qual teve o condão de unificar todos os dispositivos infraconstitucionais relativos à Previdência Social que até então existiam, bem como instituiu o auxilio-reclusão, o auxilio-natalidade e o auxilio-funeral tendo, portanto, representado grandes avanços também no plano substancial
· Em 1965, a EC 11 acrescentou o princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço
· Nenhuma prestação de serviço de caráter assistencial ou de benefício compreendido na previdência social poderá ser criada, majorada ou estendida sem a correspondente fonte de custeio total
· CONSTITUIÇÃO DE 1967 (Emenda no 1 de1969)
· A maior inovação trazida foi a instituição do seguro-desemprego, bem como a inclusão do salário família no texto constitucional, que antes só havia recebido tratamento infraconstitucional
· Sob a sua égide também ocorreram várias inovações no plano infraconstitucional, a saber:
· Lei 5.316 (14.09.1967) – passou a incluir na Previdência Social o seguro de acidentes de trabalho
· Decreto-Lei 564 (01.05.1969) – passou a comtemplar o trabalhador rural na Previdência Social
· LC 7 (07.09.1970) – responsável pela criação do PIS (Programa de Integração Social)
· LC 8 (03.12.1970) – criação do PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).
· LC 11 (25.05.1971) – substituiu o plano básico de Previdência Social Rural pelo Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRÓ-RURAL)
· Lei 5.859 (11.12.1972) – incluiu os empregados domésticos na previdência
· Lei 6.036 (01.05.1974) – desmembrou o Ministério do Trabalho e Previdência Social, dando origem ao Ministério da Previdência e Assistência Social.
· Lei 6.125 (04.11.1974) – autorizou a criação, pelo Poder Executivo, da Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV)
· Decreto 77.077 (24.01.1976) – instituiu a Consolidação das Leis da Previdência Social.
· Lei 6.439 (01.09.1977) – criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS)
· Decreto 89.312 (23.01.1984) – aprovou uma nova Consolidação das Leis da Previdência Social
· A EC 18, em 1981, concedeu aposentadoria privilegiada para os professores, após 30 e 25 anos para homens e mulheres, respectivamente
· CONSTITUIÇÃO DE 1988
· Destina um capítulo inteiro (arts. 194 a 204) para tratar a Seguridade Social
· Seguridade Social (gênero) = previdência social + assistência social + saúde (espécies)
· Contribuições sociais passaram a custear as ações do Estado nestas três áreas, e não mais só no campo da previdência
· Primeira Carta a adotar a expressão “Seguridade Social”
· Principais modificações:
· Emenda Constitucional no 20/98
· Salário família e auxílio reclusão passaram a ser devidos somente aos beneficiários de baixa renda
· Novas regras para aposentadorias dos servidores públicos
· Não é possível estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício
· Aposentadoria dos professores de ensino superior perdeu o privilégio de cinco anos a menos no tempo de contribuição, passando a obedecer a regra geral (35 para homem e 30 para mulher)
· Extinção da aposentadoria proporcional de quem começou a trabalhar a partir da EC
· Emenda Constitucional no 41/2003
· Mudanças nos Regimes Próprio de Previdência Social
· Alterou a forma do cálculo da pensão por morte
· Excluiu a paridade entre ativos e inativos
· Fim da integralidade dos proventos de aposentadoria dos servidores que ingressassem no serviço público a partir de sua vigência
· Emenda Constitucional no 47/2005
· Modificou algumas regras de transição estabelecidas pela EC no 41/03
· Alterou a contribuição dos aposentados e pensionistas dos regimes próprios, na hipótese do beneficiário ser portador de doença incapacitante
· Permissão de que a lei crie um sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda, garantindo benefícios de valor igual a um salário mínimo (art. 201, §2o, CF), com alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do RGPS
· Emenda Constitucional no 103/2019 (principais mudanças)
· Previsão de idade mínima para aposentadoria (65 anos, se homem; 62 anos, se mulher)
· Os servidores públicos, aqueles segurados pertencentes ao Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, via de regra, também se aposentarão com a mesma idade dos segurados do RGPS
· Mudança do tempo de contribuição: o tempo mínimo de contribuição para requerer a aposentadoria por idade será de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens que começarem a contribuir para a Previdência Social após a promulgação da referida emenda constitucional.
· Alteração no valor do salário de benefício, o valor do benefício de aposentadoria corresponderá a:
· I) 60% da média aritmética correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 em diante; e
· II) Acréscimo de 2 pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, se homem;
· II) Acréscimo de 2 pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 15 anos de contribuição, se mulher.
· Período básico de cálculo (PBC): média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotadas como base para contribuições a RPPS e RGPS, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 (ou desde o início da contribuição se posterior a julho/1994) até a última contribuição efetuada.
· Antes da reforma era utilizada a média dos 80% maiores salários de contribuição desde 1994, desprezando-se os outros 20% menores.
· Pensão por morte: A partir da reforma, a pensionista irá receber apenas 50% do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez) na data do óbito, acrescida de 10% por dependente, até o máximo de 100%.
·  Professores: a carência para a aposentadoria por idade ao professor que comprove 25 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será:
· 57 anos de idade, se mulher; e
· 60 anos de idade, se homem.
· Os professores servidores, além da idade acima, terão que ter 10 anos de efetivo exercício de serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, para ambos os sexos.
· Novas alíquotas de contribuição para segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso
· I – até 1 salário-mínimo = 7,5%;
· II – acima de 1 salário-mínimo até R$ 2.000,00 = 9%;
· III – de R$ 2.000,01 até R$ 3.000,00 = 12%; e
· IV – de R$ 3.000,01 até o limite do salário-de-contribuição= 14%.
· Regras de transição:
· 1a Regra de Transição – Aposentadoria por Pontos
· 2a Regra de Transição – Idade Mínima + Tempo de Contribuição
· 3a Regra de Transição – Tempo de Contribuição com Pedágio de 50%
· 4a Regra de Transição – Tempo de Contribuição com Pedágio de 100%
· 5a Regra de Transição – Aposentadoria por Idade com 15 Anos de Contribuição
· PREVIDÊNCIA SOCIAL
· Diferenciada da assistência social e saúde pública por força do seu caráter contributivo, uma vez que apenas terão cobertura previdenciária as pessoas que vertam contribuições ao regime que se filiaram, de maneira efetiva ou nas hipóteses presumidas por lei, sendo pressuposto para a concessão de benefícios e serviços aos segurados e seus dependentes
· Em acepção ampla, “previdência social” abarca todos os regimes previdenciários existentes no Brasil (básicos, complementares, públicos e privados)
· O art. 201 da CF prevê a instituição de planos de Previdência Social, num regime geral, que, mediante contribuição devem atender:
· a) cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
· b) proteção à maternidade, especialmente à gestante;
· c) proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
· d) salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
· e) pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
· SISTEMA NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL
· Dentro da estrutura do Poder Executivo, os Ministérios da área social são os responsáveis pelo cumprimento das atribuições que competem à União em matéria de Seguridade Social.
1. FORMAÇÃO
· Como forma de gestão quadripartite, temos os conselhos setoriais – de Previdência Social (CNPS), de Saúde (CNS) e de Assistência Social (CNAS).
· Como entidade responsável pela arrecadação de contribuições e concessão de benefícios e serviços, o INSS.
· Existe, ainda, na Administração Indireta Federal, a CEME (Central de Medicamentos) e a DATAPREV (responsável pela gestão dos bancos de danos informatizados), entidades com atribuições específicas.
2. MINISTÉRIOS DA SEGURIDADE SOCIAL
· Na atual estrutura da Presidência da República e Ministérios, passam a compor a área da Seguridade Social os Ministérios: da Previdência Social; da Saúde; e da Cidadania.
· Segundo o art. 27 da Lei 10.869/04, os assuntos que constituem áreas de competência de cada ministério são os seguintes:
· XVIII - Ministério da Previdência Social:
· a) previdência social;
· b) previdência complementar;
· XX - Ministério da Saúde:
· a) política nacional de saúde;
· b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde;
· c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e dos índios;
· d) informações de saúde;
· e) insumos críticos para a saúde;
· f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;
· g) vigilância de saúde, especialmente quanto às drogas, medicamentos e alimentos;
· h) pesquisa científica e tecnologia na área de saúde;
· II - Ministério da Cidadania
· a) política nacional de desenvolvimento social;
· b) política nacional de segurança alimentar e nutricional;
· c) política nacional de assistência social;
· d) política nacional de renda de cidadania;
· e) articulação com os governos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais e a sociedade civil no estabelecimento de diretrizes para as políticas nacionais de desenvolvimento social, de segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e de assistência social;
· f) articulação entre as políticas e programas dos governos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as ações da sociedade civil ligadas ao desenvolvimento social, à produção alimentar, alimentação e nutrição, à renda de cidadania e à assistência social;
· [...]
· g) orientação, acompanhamento, avaliação e supervisão de planos, programas e projetos relativos às áreas de desenvolvimento social, segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e de assistência social;
· h) normatização, orientação, supervisão e avaliação da execução das políticas de desenvolvimento social, segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e de assistência social;
· i) gestão do Fundo Nacional de Assistência Social;
· j) coordenação, supervisão, controle e avaliação da operacionalização de programas de transferência de renda;
· l) aprovação dos orçamentos gerais do Serviço Social da Indústria - SESI, do Serviço Social do Comércio - SESC e do Serviço Social do Transporte - SEST;
· ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL
· A gestão da Seguridade Social está baseada em órgãos colegiados, em estrito cumprimento ao disposto no art. 194, parágrafo único, VII, CF:
· caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
· As áreas de saúde, previdência e assistência social serão organizadas em conselhos setoriais, com representantes da U, E, DF e M e da sociedade civil
· São órgãos colegiados da Seguridade Social:
· Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS
· Órgão superior de deliberação colegiada, criado pela Lei 8.213/91
· Objetiva o estabelecimento do caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da sociedade
· COMPOSIÇÃO DO CNPS
· Os membros e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da República, tendo os representantes da sociedade civil mandato de 2 anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez (Lei 8.213/91, art. 3, §1o)
· Já os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais (Lei 8.213/91, art. 3, §2o)
· COMPETÊNCIA DO CNPS (art. 2o da Resolução no 1.212, 10.04.2002)
· I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social;
· II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária;
· III – apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social, definindo objetivos, metas, prazos e mecanismos de controle, para avaliação de sua execução;
· IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social;
· V - acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da Previdência Social;
· VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previdência Social e propor o seu aperfeiçoamento;
· VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa;
· VIII – estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Diretor-Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para formalização de desistência ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 132 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991;
· IX – aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento dos benefícios por intermédio da rede bancária ou por outras formas;
· X – acompanhar e verificar os trabalhos de manutenção do Cadastro Nacional de Informações Sociais;
· XI – estabelecer normas de padronização sobre o processo de produção de informações e sobre a sua divulgação à sociedade;
· XII – pronunciar-se, previamente ao seu encaminhamento, sobre medidas legais que impliquem renúncia previdenciária;
· XIII – acompanhar ações, procedimentos e medidas relativamente às renúncias previdenciárias;
· XIV – acompanhar a cobrança administrativa e judicial dos créditos previdenciários do INSS, inclusive quanto à forma de pagamento;
· XV – acompanhar o pagamento de precatórios;
· XVI – acompanhar a qualidade e presteza dos serviços prestados pelo INSS;
· XVII –acompanhar e estabelecer mecanismos de controle do pagamento dos benefícios;
· XVIII – propor e acompanhar as medidas destinadas ao aumento da cobertura previdenciária;
· XIX – propor e acompanhar medidas de divulgação da política de Previdência Social, em especial dos direitos e obrigações dos segurados;
· XX – elaborar e aprovar o seu regimento interno;
· XXI – cumprir outras atribuições definidas em lei.
· COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS (art. 5º da Lei 8.213/91)
· I - prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento das competências do CNPS, fornecendo inclusive estudos técnicos;
· II - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima de 2 (dois) meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta orçamentária da Previdência Social, devidamente detalhada.
· PUBLICIDADE DAS DECISÕES
· As decisões proferidas pelo CNPS deverão ser publicadas no Diário Oficial da União (Lei 8.213/91, art. 4o, parágrafo único)
REUNIÕES:
Ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 dias se houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros (Lei 8.213/91, art. 3o, §7o)
A convocação extraordinária pode ser feita pelo presidente ou a requerimento de um terço de seus membros, conforme dispuser o Regimento Interno do CNPS (Lei 8.213/91, art. 3o, §4o)
As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais (Lei 8.213/91, art. 3o, §6o)
ESTABILIDADE NO EMPREGO DOS REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES
Aos membro do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial (Lei 8.213/91, art. 3o, §7o)
· Conselhos de Previdência Social – CPS
· Unidades descentralizadas do CNPS
· Funcionam junto às gerências executivas do INSS (RPS, art. 296-A)
· Nas cidades com mais de uma gerência executiva, o CPS será instalado naquela indicada pelo gerente regional do INSS cujas atribuições abranjam a referida cidade
· Terão caráter consultivo e de assessoramento, competindo-lhes disciplinar os procedimentos para seu funcionamento, suas competências, os critérios de seleção dos representantes da sociedade e o prazo de duração dos respectivos mandatos, além de estipular por resolução o regimento dos CPS
· COMPOSIÇÃO
· Dez conselheiros e respectivos suplentes, designados pelo titular da gerência executiva na qual for instalado, assim distribuídos:
· Os representantes dos trabalhadores, aposentados e empregadores serão indicados pelas respectivas entidades sindicais ou associações representativas
· Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS
· Colegiado integrante da estrutura do Ministério da Previdência Social, é o órgão de controle jurisdicional das decisões do INSS, nos processos referentes a benefícios (RPS, art. 303)
· Anteriormente possuía competência para julgar matérias de interesse dos contribuintes referentes às contribuições previdenciária. Por força do art. 25 da Lei 11.457/2007 c/c art. 25 do Decreto 70.235/72, o julgamento de processos sobre a aplicação da legislação previdenciária referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal compete:
· a) 1a instância: Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento;
· b) 2a instância: Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
· Terão caráter consultivo e de assessoramento, competindo-lhes disciplinar os procedimentos para seu funcionamento, suas competências, os critérios de seleção dos representantes da sociedade e o prazo de duração dos respectivos mandatos, além de estipular por resolução o regimento dos CPS
· COMPOSIÇÃO
· É presidido por um representante do Governo, com notório conhecimento da legislação previdenciária, nomeado pelo Ministro da Previdência Social, cabendo-lhe dirigir os serviços administrativos do órgão
· O mandato dos mentos do CRPS é de dois anos, permitida a recondução, atendidas determinadas condições
· O conselheiro afastado por qualquer das razões elencadas no Regimento Interno do CRPS, salvo quando decorrente de renúncia voluntária, não poderá ser novamente designado para o exercício desta função antes do transcurso de cinco anos, contados do efetivo afastamento
· Compete ao Ministro da Previdência Social aprovar o Regimento Interno do CRPS
· JUNTAS DE RECURSOS
· Possuem competência para julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de interesse de seus beneficiários
· São presididas por representantes do governo, compostas por quatro membros (conselheiros), nomeados pelo Ministro da Previdência Social, sendo dois representantes do governo, um das empresas e um dos trabalhadores
· CÂMARAS DE JULGAMENTO
· Com sede em Brasília, possuem competência para julgar, em segunda instância os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo e ministerial
· Presididas por representantes do Governo e compostas por quatro membros (conselheiros), nomeados pelo Ministro da Previdência Social, sendo dois representantes do governo, um das empresas e um dos trabalhadores
· CONSELHO PLENO
· Possui competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante a emissão de enunciados, ad referendum do Ministro da Previdência Social
· GRATIFICAÇÃO DOS MEMBROS DO CRPS
· O presidente do Conselho definirá o número de sessões mensais, que não poderá ser inferior a dez, de acordo com o volume de processos em andamento
· A gratificação de relatoria por processo relatado com voto corresponderá a um cinquenta avos do valor da retribuição integral do cargo em comissão do grupo Direção e Assessoramento Superior prevista para o Presidente da Câmara ou Junta a que pertencer o conselheiro
· O valor total da gratificação de relatoria do conselheiro não poderá ultrapassar o dobro da retribuição integral do cargo em comissão previsto para o presidente da câmara ou junta que pertencer
· Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS
· Conselho Nacional da Saúde – CNS
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
· Vigência
· Considerada como o período que a norma entra em vigor até o momento em que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração 
· Lei vigente é aquela suscetível de aplicação e exigibilidade
· Publicada a lei, deve-se identificar em que momento passará a ter vigência
· Em regra, pode iniciar a partir da sua publicação, se a lei expressamente determinar, ou;
· Poderá a ter vigência em todo país 45 dias após a sua publicação (art. 1°, LINDB)
· O período compreendido entre a data da publicação até a sua entrada em vigor (vigência) é a vacatio legis
· VIGÊNCIA ≠ VALIDADE ≠ EFICÁCIA
· A lei pode estar em vigor sem estar plenamente apta a produzir efeitos (vigente, mas não eficaz), mas jamais produzirá efeitos sem estar em vigor
· Ex.: Lei instituidora de contribuição social destinada ao financiamento da Seguridade Social pode entrar em vigor na data da sua publicação, mas a sua eficácia só iniciará após decorridos 90 dias da data de sua publicação (Princípio da Anterioridade)
· Hierarquia
· Ordem de graduação entre as normas
· Hierarquia da Legislação Previdenciária:
· 1o Constituição Federal (inclusas as Emendas Constitucionais) + tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e que tenham sido aprovados pelo Congresso Nacional em votação de 2 turnos, por 3/5 dos membros
· 2o Lei complementar, lei ordinária, medida provisória, lei delegada, decretos legislativos, resoluções do Senado e tratados internacionais que versem sobre as demais matérias
· 3o Decretos editados pelo Presidente da República
· 4o Portarias expedidas pelo Ministro da Previdência Social

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