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Visões Alternativas do Direito No Brasil

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Visões Alternativas do Direito No Brasil:
 O rótulo ‘’direito alternativo’’ encontra-se difundido dentre correntes diferentes, com propostas distintas, que visam dentro de suas perspectivas analisarem duas correntes: A primeira designa: ‘’o uso alternativo do direito’’conduzido por magistrados gaúchos apresentam o uso Arcabouço lega da Justiça, sendo assim, leis e decisões judiciais dariam sustentação a um determinado fato jurídico. Mediante a essa premissa, o termo ‘’alternativo’’tem sido objeto controvérsias no campo do direito. 
Nesse caso, o direito alternativo no Brasil, seria uma busca, por uma maneira de derrubar o Ordenamento jurídico existente, ou seja, através de uma mobilização do Estado ou de fora com a mobilização dos setores organizados da sociedade. Assim sendo, o ‘’ uso alternativo do direito oficial vigente para colocar a justiça do lado dos ‘’ mais fracos/ oprimidos’’. Havendo dois olhares sob o mesmo assunto, uma perspectiva procurava por adaptação das normas para suprir as necessidades dos setores populares. Já a outra propusera a prestação de serviços jurídicos para os trabalhadores, gerando assim, a conscientização das grandes massas, através da educação ‘’legal e política ‘’, mostrando-os a necessidade da criação de um direito ‘’insurgente’’ dos menos favorecidos, sendo gerando fora do Estado. Inscrever novos direitos a parir da perspectiva dos próprios dominados.
O uso Alternativo do Direito surge no Brasil, se solidificando no Rio Grande do Sul, com o intuito de questionar as estruturas d funcionamento do Poder Judiciário. O objetivo seria serrar os pés da mesma para todos ficarem da mesma altura, sendo assim, olha para todos de maneira ampla, quebrando o paradigma de se estar por cima. O uso do direito alternativo seria mediado, através da procura de um instrumento, que se envolve de maneira teórica e prática o profissional que tivesse o desejo de exercer sua função em prol do serviço da ‘’ Emancipação popular’’. Uma vez que a democracia é pouco desenvolvida, o direito se tornaria um indispensável meio para que as classes resistissem à ‘’dominação/ exploração‘’. Diante disso, o judiciário se encontraria em uma ‘’Arena democrática’’ que visa um cidadão livre e apto para lutar pelos seus direitos.
Desse modo, segundo Amilton Carvalho: ‘’ O uso alternativo do direito do direito não se caracteriza pela negatividade da lei, já que está é um ‘’conquista’’ da humanidade’’, diante disso, dentro de uma sociedade sem normas,escritas ou não, não seria possível o convívio, mas não haveria empecilho para que as leis sejam ‘’justas’’ e ‘’compreendidas’’ por todos. É válido ressaltar, que um ponto fundamental do uso alternativo do direito seria a distinção entre direito e lei, quando necessário. Por meio desse pensamento, há a necessidade de superar o ‘’legalismo estrito’’ sem perder de vista os princípios gerais do direito, visto como ‘’ conquista da humanidade’’
Partindo dessa premissa, os magistrados gaúchos sofreram muitas críticas, pois seus pensamentos apontavam para um pretensão de substituição do legislador, pois o legislador estaria a serviço da classe dominante, concebendo assim, a legislação sem pensar nas particularidades. Através disso, a lei, embora boa, poderia gerar ‘’ injustiças flagrantes’’ por isso, cabe ao judiciário buscar o que é melhor para o povo, já que a lei seria apenas um referencial. Pois o que gera instabilidade são as leis injustas que geram desconfianças no povo.
Com isso, é possível dizer, é possível dizer que essa prática se utiliza do sistema jurídico positivado e já instruído, através das seguintes possibilidades: ‘’utilização das contradições, ambigüidades e lacunas do direito legislado, sob uma ótica democratizante’’ com vistas a buscar, ‘’ via interpretação qualificada e diferenciada’’, espaços que possibilitem o avanço da lutas populares e permitam uma democratização das normas’’.
Positivismo de combate seria a valorização das leis que representem conquistas populares. Pois as leis deveriam estar de acordo com os ‘’ princípios norteadores universais’’ os direitos inerentes ao homem. Mas se a lei contrariar esses princípios o agente jurídico, em especial o juiz, estaria autorizado a negar vigência a essa lei. Diante disso, as posições inerentes ao uso alternativo do direito, recusam a visão de uma imparcialidade do direito e da justiça em relação ao alinhamento dos setores menos favorecidos, pois um juiz aplica uma lei injusta se abandona sua dignidade humana. Com isso o uso alternativo do direito nega a validade de uma lei injusta, procurando usufruir, em alguns casos das contradições, curvas e ambigüidades no ordenamento, por isso, a hermenêutica é o instrumento principal nesse processo, pois o juiz utilizaria os fins sociais, e as exigências do bem comum para a interpretação da lei. 
A jurisprudência alternativa?
O direito achado na rua estaria entrelaçado a não prática institucionais, ou seja, nos quais os autores seriam os profissionais jurídicos, mas relacionado ao pensamento de que os grupos sociais produziriam um novo direito, um direito não-burguês. Esse pensamento seria encontrado na convicção de que é necessário ‘’educar’’ politicamente e legalmente, as classes trabalhadoras, visando à conscientização. O movimento parte da premissa, de que o Estado inviabiliza um representante da classe dominada, com isso, se tornaria necessário, fundar uma nova democracia fora do Estado, constituída por novos agentes, criando um novo direito, denominado ‘’insurgência’’ das classes oprimidas. 
Pois o direito burguês capitalista baseia-se em preposições legais e abstratas, geradas e centralizadas pelo Estado e aplicada pelos seus órgãos e funcionários, os juízes. Por ser um direito estatal, seria desconsiderado sem suas fontes as diversas manifestações dos relacionamentos não-jurídicos oficiais, desenvolvido por grupos sociais. Por conta desse quadro de direito insuficiente, que não desempenha suas funções, haveria a necessidade de um novo ordenamento que contemple amplamente as grandes massas, mas não há espaço para o surgimento de novos paradigmas, marcados pela desmistificação do direito oficial, quanto pela implementação de novas propostas baseadas num pluralismo legal-alternativo. Esse novo direito visa lutar pelo questionamento de valores, pela redescoberta de um novo sujeito histórico e pelo reconhecimento dos movimentos e práticas sociais como fonte do pluralismo jurídico.
Legalidade alternativa visa uma forma alternativa de direito que representaria, uma maneira interna de resolução de conflitos que vigoraria paralelamente ao direito oficial. Entre o direito alternativo e o uso alternativo do direito. Segundo esse autor, o direito alternativo parte da idéia de que "nem todo direito emana do Estado, sobretudo na América Latina, onde predomina a instabilidade institucional e hã uma impermeabilidade do sistema jurídico". Por isso mesmo, os diversos grupos sociais acabam produzindo e praticando um direito "com maior legitimidade" do que o direito oficial, sem se importar se esses direitos são reconhecidos pelo Estado, como demonstra a prática das associações de moradores e do movimento sindical. Segundo o autor, há "formuladores" buscando dotar esse "direito alternativo" de fundamentação teórica para justificar sua prática com ênfase, não no Judiciário, mas na comunidade, com a produção de um saber que "oriente a prática libertadora de tais grupos no sentido de sua emancipação. Mediante a isso o ordenamento apresentaria obstáculos para a sociedade, por isso o jurista deveria aderir o movimento, acreditando num direito supralegal, embasado no direito positivo, sendo essa a única forma de recuperar a justiça. Pois o direito-burguês seria uma ocultação das relações de poder e dominação, por isso, os magistérios deveriam considerar esse direito com opção, não sendo inferior ao direito oficial, apoiando a idéia de negação do monopólio na produção e circulação do direito pelo Estado moderno. Tal movimento, segundo o autor, envolve tanto os magistradosgaúchos ligados à Associação de Juízes do Rio Grande do Sul (AJURlS), quanto o Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos da UnB. Reconhece o autor que a "perspectiva crítica" não forma um bloco monolítico e ressalta que a corrente do uso alternativo do direito é "menos radical" do que a do direito alternativo, exatamente por suas propostas de mudança jurídica "pelo alto". Já o direito alternativo pregaria não SÓ a utilização dos direitos já existentes, mas a necessidade de "inscrever novos direitos a partir da perspectiva dos próprios dominados". A principal crítica que Luciano Oliveira reserva ao direito alternativo está na recusa geral dessa corrente ao formalismo e ao positivismo dos juristas. Em tal recusa, procura os alternativos rechaçar o direito estatal e seu "racionalismo positivista". Considera Oliveira que, talvez por força da "vocação" militante dos juristas "alternativos", não há nesse segmento um esforço de reconhecimento das diferenciações existentes no interior do direito oficial. As diferenciações deveriam se dirigir para a clássica divisão existente entre os direitos civis e políticos e os Direitos socio-econômicos

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