Leitura e construção de sentido

Prévia do material em texto

A LEITURA E A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO 
1
 
 “Além de ler muito, o jovem precisa ampliar seu vocabulário. Hoje, a imagem sobrepõe a palavra. Esta geração, que domina tão bem o computador, precisa buscar a palavra. Também é importante raciocinar sobre o que foi lido, desconfiar daquilo e tentar novas conclusões.”
Josué Montello
Autor de “Os tambores de São Luís”
2
RODÍZIO
DE LEITURA
3
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade
4
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada. 
 Vinícius de Moraes
Rosa de Hiroshima
A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER
Ler é uma competência indispensável para a aprendizagem em cada uma das áreas, uma competência que precisa ser ensinada pelos professores de cada uma delas.
O aluno precisa ser um leitor ativo, não pode apenas decifrar o texto que lê e aceitar o que decifrou passivamente. Para que o aluno seja um leitor ativo diante de atividades de leitura propostas, é condição inicial que a leitura seja uma situação efetiva de interlocução, de diálogo, e que sejam definidas para o aluno as finalidades das atividades de leitura que ele fará. 
O aluno precisa compreender o que lê. As atividades didáticas favorecem a compreensão do que é lido quando elas propõem a utilização/ativação de diversas capacidades de leitura. 
Para compreender o que lê, o leitor precisa ter conhecimento de que textos são discursos, isto é, espaços onde o autor diz alguma coisa para seus prováveis leitores. 
Além das atividades diretamente voltadas para a compreensão, é também preciso explorar aspectos discursivos como a relação crítica do leitor com o texto que lê e a relação entre diferentes textos. 
ATIVIDADES PROPOSTAS:
1 – Rodízio de leitura
2 – Leitura em dupla
Procedimentos:
Selecionar diversos textos conforme o fato histórico a ser estudado.
Leitura dos textos
Questionar os alunos a respeito do que foi lido.
Solicitar a seleção de duas palavras que o aluno desconheça o sentido, pesquisá-las no dicionário e adequá-las de acordo com o contexto.
Elaborar um painel ou um documento, expondo todas as palavras pesquisadas e seus respectivos significados.
 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
Compreender: decodificar os sinais que constituem o texto.
Interpretar: Reconhecer a função semântica das palavras de acordo com o contexto.
MUNHANHOS TRAFELNAM EM ZILME!
???
DETETIVE DA PALAVRA
 SIGA AS PISTAS E DESCUBRA O QUE NÃO ESTÁ ESCRITO.
1 - Qual é a informação óbvia contida no primeiro quadrinho?
2 – O que se pode concluir a respeito do marido de Irma a partir da leitura do segundo quadrinho?
PRESSUPOSTOS
Pressuposto: circunstância ou fato considerado como antecedente necessário de outro.
Há textos em que nem tudo o que importa para a interpretação está registrado.
O que não foi escrito deve ser levado em consideração para que se possa verdadeiramente interpretar um texto. 
 SIGA AS PISTAS E DESCUBRA O QUE NÃO ESTÁ ESCRITO.
1 – O que se pode concluir da fala de Helga no primeiro quadrinho?
2 – O que se subentende do diálogo das duas personagens no último quadrinho?
IMPLÍCITOS
Implícito: é algo que está envolvido naquele contexto, mas não é revelado, é deixado subentendido, é apenas sugerido.
Quando lidamos com uma informação que não foi dita, mas tudo que é dito nos leva a identificá-la, estamos diante de algo implícito.
A compreensão de implícitos é essencial para se garantir um bom nível de leitura.
 SIGA AS PISTAS E DESCUBRA O QUE NÃO ESTÁ ESCRITO
1- Segundo a personagem Hagar, o que denotam os chifres?
2 – O que se conclui a respeito de Helga, a partir da fala de Hagar no último quadrinho? 
INFERÊNCIAS
Inferir algo pode ser defenido como o processo de raciocínio segundo o qual se conclui alguma coisa a partir de outra já conhecida.
As informações obtidas na leitura de um texto devem ser confrontadas com o nosso conhecimento da realidade. É esse o processo analítico que permite a elaboração de conclusões a partir do que se infere no texto.
ATIVIDADE PROPOSTA:
1 – Detetive da palavra.
Procedimentos:
Leitura do texto.
Elaborar questões a partir dos pressupostos, implícitos e inferências do texto lido.
Registrar as perguntas em cartões e distribuí-las para alguns alunos.
Explicar para os mesmos que os cartões passarão de mão em mão. No momento em que o professor disser: Detetive da palavra - todos devem parar. 
Escolher um dos alunos que permaneceu com o cartão.
 Solicitar que leia a pergunta e a responda. 
Repetir os procedimentos até se esgotarem as perguntas.
INTERTEXTUALIDADE
CÃO QUE LADRA, NÃO MORDE...
...MAS ENGANA.
INTERTEXTUALIDADE:
É a relação que se estabelece entre dois textos, quando um deles faz referências a elementos existentes noutro. Esses elementos podem dizer respeito ao conteúdo, à forma, ou mesmo à forma e ao conteúdo.
 É fundamental verificar o sentido do texto original para, em seguida, procurar determinar com que intenção ele foi referido pelo autor do novo texto.
22
 SIGA AS PISTAS E DESCUBRA O QUE NÃO ESTÁ ESCRITO.
 1 – A quem são associadas, no texto, as imagens do lobo e do cordeiro?
 2 – Embora a fábula de La Fontaine não tenha sido citada, a campanha não pode ser entendida sem que ela seja tomada como referência. Por quê?
O lobo sempre diz que a culpa é do cordeiro.
23
ATIVIDADES PROPOSTAS
1 – Paródia:
Procedimentos:
Leitura de diversos fatos históricos.
Propor que os alunos recriem os mesmos, dando a eles uma nova versão.
2 – Paráfrase:
Procedimentos:
Leitura de diversos fatos históricos.
Pedir aos alunos que reescrevam o texto escolhido em forma de história em quadrinhos.
Coronel Paul W. Tibbets, de 31 anos, foi o piloto do avião que lançou a primeira bomba atômica da história sobre a cidade de Hiroshima. O avião modelo B-29 foi batizado de Enola Gay em homenagem à sua mãe
24
JUÍZO DE FATO
JUÍZO DE VALOR
25
ABORTO 
 Não sou a favor do aborto, nem tenho certeza se sou a favor mesmo nos casos de estupro. Porém ser contra o aborto não é o mesmo que ser contra o projeto de lei que o discriminaliza e explico por quê. Fico me perguntando que direito tenho eu de condenar mulheres à morte, sem julgamento justo, porque elas estão pecando ou agindo contra a vida. Não sou a favor do linchamento, mesmo que o cidadão mereça o castigo por parecer que ele tenha matado alguém. Sim porque uma mulher pobre, independente de seu ato ser ou não errado, pode morrer nas mãos de aborteiros sem técnica nem higiene. Creio que as pessoas têm o direito de o que fazem com suas vidas e, por isso, arcar com as conseqüências. Porém, não concordo que uma mulher deva morrer porque matou outro ser. Isso é barbárie. O que diminuirá o número de abortos no país não vai ser o fato de ele continuar sendo crime, mas, sim, de o Brasil se tornar habitável para todos os cidadãos. Então, que se legalize o aborto e se moralize o país.
Maria Thereza do Amaral. O Estado de São Paulo
26
JUÍZO DE FATO E JUÍZO DE VALOR
Juízo de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e porque são.
Juízo de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus,desejáveis ou indesejáveis.
27