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1 1. INTRODUÇÃO O presente resumo trata-se da apresentação das estruturas e suas respectivas funções do sistema corpóreo mais complexo, o Sistema Nervoso (SN). As diferentes partes do corpo precisam funcionar em conjunto, sendo o sistema nervoso o responsável pelo mecanismo de coordenação e do controle das atividades orgânicas, as quais estão em ação independente ou dependente da nossa vontade, trabalhando com sinais químicos e elétricos, num movimento contínuo de recepção de informações e conduzindo suas respostas por todo o corpo. Formado por bilhões de células nervosas, se dividindo em duas partes: Sistema Nervoso Central (SNC), o qual fica alojado na cavidade craniana, e a outra parte é Sistema Nervoso Periférico (SNP), formado pelos nervos que ligam o SNC a todos os locais do organismo. 2 2. ELEMENTOS ESTRUTURAIS Um estímulo pode vir referente à alguma mudança ambiental, sendo reconhecido por um órgão receptor, gerando uma resposta para esse estímulo através de um órgão efetor. Em organismos multicelulares, uma cadeia de neurônios, são responsáveis pela separação e conecção dos órgãos receptores e efetores. Quando há um estímulo, o neurônio receptor traduz em um potencial elétrico, esse impulso percorre toda a extensão do neurônio antes da transmissão à próxima célula da cadeia, podendo essa outra célula ser um outro neurônio ou um interneurônio, no término da cadeia, o neurônio motor atingirá um músculo efetor ou uma célula glandular. Sendo então os neurônios, as unidades básicas de construção do sistema nervoso. Fonte: K. M. Dyce/W.O. Sack/C.J.G. Wensing, Tratado de Anatomia Veterinária, editora Elsevier, 4ª edição, página 535; O neurônio é uma célula alongada formada por um corpo celular (pericárdio), e diversos processos que variam em número, extensão e forma, sendo de dois tipos diferenciados de maneira funcional conforme a transmissão dos impulsos. Um deles chama-se dendrito, normalmente ele é múltiplo e transmite impulsos em direção ao pericário; o outro é o axônio, é único em sua origem que transmite os impulsos para fora da célula, a qual é polarizada. Muitos neurônios são multipolares e apresentam uma quantidade de ramos de dendritos que se unem ao pericário em pontos dispersos. No segundo tipo, bipolar, os dendritos encontram-se em um tronco comum antes de chegar ao pericário, em um ponto distante da origem do axônio. Nos neurônios unipolares, a árvore dendrítica e o axônio se combinam em uma única extensão do pericário se ramificando; estas células podem ser também denominadas pseudounipolares, 3 pelo fato de inicialmente, se desenvolverem como células bipolares. Os dendritos e os axônios são geralmente descritos como fibras nervosas, eles são relativamente curtos e os axônios são relativamente longos. Fonte: K. M. Dyce/W.O. Sack/C.J.G. Wensing, Tratado de Anatomia Veterinária, Editora Elsevier, 4ª edição, página 536; Os neurônios, têm distribuições específicas que se dão através de suas funções particulares. Uma árvore dendrítica muito ramificada permite o neurônio a receber impulsos de diversas fontes. Um axônio muito ramificado, consegue estabelecer conexões com várias células, gerando estímulos a elas. As conexões interneuronais são conhecidas como sinapses, incluindo também as conexões neuromusculares. Um axônio consegue conexões sinápticas com os corpos, os dendritos ou os axônios de outros neurônios, conhecidos como: axossomáticas, axodendríticas ou axoaxônicas. A maioria dos neurônios estabelece muitas sinapses. As sinapses apresentam morfologias diferentes, mas sempre complexa. As células participantes são separadas por uma estreita fenda. Um impulso nervoso que chega à porção pré-sináptica de um axônio não pula de célula em célula; no entanto, esse impulso leva à liberação de uma substância química transmissora específica, que é difundido pela fenda. Essa substância chega à membrana plasmática pós-sináptica (da célula seguinte), 4 podendo ocorrer um destes dois efeitos: a membrana é despolarizada,iniciando um novo impulso, propagando-se pela extensão da célula pós-sináptica, ou a membrana é hiperpolarizada, produzindo um efeito bloqueador ou inibidor. As substâncias transmissoras são conhecidas; sendo as mais comuns a acetilcolina, glutamato (excitatória), GABA (inibitória), noradrenalina, serotonina e muitos neuropeptídeos. O tecido de suporte do cérebro e da medula espinhal é conhecido como neuroglia. As células da glia além de dar suporte aos neurônios, elas também auxiliam sua nutrição e neurotransmissão. Os grupos de pericários diferenciam-se pela sua coloração mais escura, permitindo uma fácil distinção entre a substância “cinzenta” e branca do encéfalo e da medula espinhal. Os feixes de fibras de origem, destino e função comum agregam-se no encéfalo e na medula espinhal em fascículos ou tratos. A maioria desses tratos é denominada com uma combinação de sua origem, como prefixo, e seu destino, como sufixo; o significado de tais nomes, como trato espinocerebelar ou trato cerebeloespinhal, sendo facilmente identificados. Nos nervos periféricos, os acúmulos neuronais formam aumentos de volume visíveis; essas estruturas, são conhecidas como gânglios. 3. APARATO DE ESTÍMULO-RESPOSTA Esse aparato/organização, é formado por cinco elementos: uma região receptora adaptada a responder a um estímulo ( de som, tato, etc); um neurônio aferente, que envia o impulso centralmente, em direção ao encéfalo ou a medula espinhal; uma sinapse; o restante do neurônio eferente, que envia o impulso do centro para a periferia; e um efetor, que pode ser um músculo, uma glândula ou uma célula neurossecretora. Essa sequência forma o arco reflexo primário, elementar ou monossináptico, sendo o arco reflexo monossináptico, a disposição mais incomum, embora seja a base do reflexo patelar. Ele é um reflexo que pode ser provocado por um golpe no ligamento patelar, o qual é a continuação funcional do músculo quadríceps femoral. A pancada estira o músculo e, estimula os receptores musculares e tendíneos; um impulso percorre pelas fibras aferentes do nervo femoral e chegando à medula espinhal, sendo projetado em neurônios eferentes (motores inferiores). Os axônios desses neurônios retornam através do nervo femoral, e então vai o impulso para as fibras deste músculo, 5 estimulando sua contração. Outro exemplo é a resposta dada pelo membro de um animal quando sofre um estímulo doloroso. O membro é retirado pela ação dos músculos flexores de diversas articulações. As vias ramificadas envolvidas nessa resposta se estendem por vários segmentos da medula, excitando ou inibindo os neurônios eferentes que inervam diversos músculos. Neste tempo, o animal irá remover uma de suas bases de suporte, redistribuindo o peso nos demais membros; as vias necessárias a essa remoção se estendem por porções consideráveis da medula espinhal. 4. AS SUBDIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO A divisão mais fundamental pode ser feita distinguindo o sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal ou neuroeixo) do sistema nervoso periférico (os troncos nervosos cranianos, espinhais e autônomo com seus gânglios associados). Uma divisão mais relacionada à função, pode ser baseada na direção de tráfego dos impulsos e na natureza da informação por eles carregada. Assim, os sistemas aferente e eferente são diferenciados. O Aferente conduz os impulsos em direção à medula espinhal e para algumas partes do encéfalo, nos nervos periféricos elassão chamadas de sensitivas; o eferente conduz os impulsos para longe dessas estruturas. As vias eferentes geralmente conduzem impulsos de níveis “superiores” a “inferiores” no encéfalo e na medula espinhal e deles para a periferia. A natureza da informação que é transmitida, assim como a natureza das atividades que são dirigidas, permite a diferenciação do sistema nervoso em somático e visceral, sendo o sistema somático relacionado à funções, como a locomoção, onde é relacionado o organismo com o mundo exterior; já sistema visceral está ligado com funções relacionadas ao ambiente interno; como a regulação da frequência cardíaca e, o controle dos processos digestivos. Portando esses dois sistemas trabalham sempre em uma associação. As vias somáticas aferentes têm origem nos receptores encontrados na pele e em tecidos somáticos mais profundos de paredes corpóreas e membros. As vias que se originam de receptores cutâneos são relacionadas a sensações exteroceptivas, como tato, temperatura e dor, que respondem a estímulos vindos de fora do organismo. Os receptores presentes em tecidos mais profundos, encontram-se na categoria proprioceptiva, que está relacionado com 6 sensações “profundas”, como as que informam a atual angulação das articulações e a tensão dos músculos e tendões, assim como as alterações dessas condições. As fibras somáticas aferentes são carreadas por todos os nervos espinhais e pelo quinto nervo craniano. As vias somáticas aferentes especiais possuem origem mais reduzidas, em certos órgãos sensoriais especiais: a retina dos olhos e os componentes cocleares e vestibulares da orelha interna, que estão relacionados à visão, à audição e ao equilíbrio. As fibras relacionadas à visão e à audição são exteroceptivas, ja as relacionadas ao equilíbrio são proprioceptivas. As vias aferentes viscerais originam-se de receptores (enteroceptivos) de vasos, glândulas e vísceras da cabeça e do tronco que mais respondem a estímulos químicos e de estiramento. As vias viscerais aferentes especiais surgem de órgãos sensoriais especiais que percebem odor e sabor. 5. MORFOLOGIA GERAL E EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL O encéfalo é um órgão muito irregular, seu formato é bem próximo ao da cavidade craniana onde está alojado, enquanto a medula, mais alongada, tem aparência mais regular e uniforme. O tamanho do encéfalo não tem relação linear com o do animal de onde é originário, mas é relativamente menor em espécies de grande porte e, proporcionalmente maior em mamíferos mais avançados. Fonte: K. M. Dyce/W.O. Sack/C.J.G. Wensing, Tratado de Anatomia Veterinária, editora Elsevier, 4ª edição, página 545; 7 As principais características do encéfalo são os hemisférios cerebrais e o cerebelo; tendo somente uma pequena parte da medula oblonga visível na continuidade da medula espinhal. Os hemisférios cerebrais são separados por uma fissura longitudinal e, do cerebelo por uma fissura transversa. Fonte: K. M. Dyce/W.O. Sack/C.J.G. Wensing, Tratado de Anatomia Veterinária, editora Elsevier, 4ª edição, página 546; A face ventral do encéfalo é mais achatada. A porção caudal é formada pela medula oblonga, que se expande até terminar em uma proeminência transversa, a ponte pela face lateral até se unir ao cerebelo. O mesencéfalo à frente dela, na vista dorsal, aparece como duas colunas divergentes, os 8 pedúnculos cerebrais, que continua rostralmente até desaparecer nos hemisférios, sendo essas estruturas separadas pela fossa interpeduncular. O prosencéfalo fica à frente; suas características ventrais medianas mais visíveis são o hipotálamo, e o cruzamento ou quiasma formado pelos nervos ópticos. A porção mais larga do prosencéfalo é formada pelo par de hemisférios cerebrais, limitando os pedúnculos cerebrais, e os tratos olfatórios, que se originam dos bulbos olfatórios, os quais estão presentes na extremidade rostral. As origens superficiais dos nervos cranianos, com exceção do par troclear (IV), também podem ser vistos na superfície ventral. Fonte: K. M. Dyce/W.O. Sack/C.J.G. Wensing, Tratado de Anatomia Veterinária, editora Elsevier, 4ª edição, página 546; Os hemisférios cerebrais e o cerebelo desenvolvem-se dorsalmente às demais partes e, quando removidos, todo o restante é chamado de tronco encefálico, o qual é uma continuação modificada, da medula espinhal. 9 6. DESENVOLVIMENTO O Aparecimento do sistema nervoso é precoce, sendo observado no estágio de disco embrionário como um espessamento alongado (placa neural) do ectoderma ficando sobre a notocorda e o mesoderma paraxial. As partes laterais da placa neural se elevam acima da superfície adjacente, com o crescimento do mesoderma subjacente, formando pregas neurais bilaterais que se inclinam em direção a uma prega axial, o sulco neural. Com a continuação do processo, as extremidades das pregas se tornam cada vez mais visíveis e então se curvam, uma em direção à outra; por fim, as pregas se encontram e se fundem, convertendo o sulco neural em tubo neural, que é a parte primordial do encéfalo. O tubo neural é fechado à região do occiptal, posteriormente se disseminando rostral e caudalmente, até onde haja apenas duas pequenas aberturas (neuroporos), aberturas essas as quais não permanecem por muito tempo, acabam se fechando, o primeiro a se fechar é o neuroporo rostral, sendo o caudal se fechando posteriormente, levando em torno de um à dois dias. Quando essas aberturas insistem em permanecer, ou seja, há um mal fechamento nelas, poderá surgir alterações na extremidade rostral, levando à uma má formação no prosencéfalo e no mesencéfalo, acompanhados por anomalias craniais, mais conhecidas como anencefalia (mal desenvolvimento encefálico). Quando há má formação na parte caudal, as alterações são associadas ao mal fechamento dos arcos vertebrais, conhecido como espinha bífida. Crianças e animais jovens que nascem com essa má formação, podem viver após o nascimento, porém viverão com uma grave deficiência funcional, geralmente os animais afetados são sacrificados. A parte do tubo neural que forma o encéfalo é maior, apresentando expansões antes mesmo do total fechamento do tubo, definindo as três vesículas encefálicas primárias: O presencéfalo (encéfalo anterior), mesencéfalo (encéfalo médio) e, o robencéfalo (encéfalo posterior), já o restante do tubo, acaba formando a medula espinhal. A diferenciação da medula espinhal, se da por um corte transversal no tubo, revelando a existência de três camadas em sua estrutura. Essas camadas se desenvolvem de forma desigual. A camada mais interna, que é ligada ao lúmen, é formada por células neuroepiteliais, que revestem o canal central e o sistema ventricular do encéfalo e da medula 10 espinhal de adultos. Essas células rapidamente se multiplicam e, muitas migram para a camada média (manto) da parede lateral, sendo essas células migratórias os neuroblastos, precursores de neurônios e células da glia. A camada media (manto), se transforma na substância cinzenta, onde os corpos dos neurônios ficam concentrados. O prolongamento das células do manto para o exterior, formam a camada mais externa (marginal), compostas por dendritos e axônios. A camada marginal forma a substância branca da medula espinhal. Os neurônios, que possuem funções somáticas, são separados dos de funções viscerais. Em grande parte do encéfalo a complementação total de neurônios já é estabelecida após o nascimento, às vezes até mesmo antes. O crescimento do encéfalo é mais rápido que os dos tecidos que o envolve. Um par de evaginaçõeslaterais a partir das placas alares do prosencéfalo, os futuros hemisférios cerebrais, formam o telencéfalo. A parte mediana não pareada do prosencéfalo, é denominada diencéfalo. As vesículas telencefálicas se expandem em todas as direções, se sobrepondo ao diencéfalo, com o qual acaba se fundindo de forma secundária. Fonte: K. M. Dyce/W.O. Sack/C.J.G. Wensing, Tratado de Anatomia Veterinária, editora Elsevier, 4ª edição, página 555; O cerebelo, inicialmente de desenvolve através de formações bilaterais, nas placas alares do metencéfalo, que, futuramente é estendido para uma fusão mediana. 11 O tubo neural recebe um revestimento precoce por células mesodérmicas, que acabam formando duas membranas (pia-máter e aracnoide). Um revestimento mais externo (dura-máter) é formado pela transformação do mesoderma circundante e separada da aracnoide por um espaço muito estreito. 12 7. CONCLUSÃO No capítulo em estudo, foi possível observar as estruturas para um melhor entendimento das funções do sistema nervoso, o qual tem como principal função, relacionar o animal com o meio ambiente, não somente controlando e coordenando as funções de todos os sistemas do organismo, como também recebendo e interpretando estímulos, sendo capaz de desencadear uma resposta à eles, voluntariamente ou involuntariamente, como exemplo, o ato de caminhar sendo algo voluntário e, a salivação sendo involuntário. O sistema nervoso divide-se em duas partes, sendo o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP), um atuando na recepção de estímulos e desencadeando respostas e, o outro conduzindo os estímulos ao sistema nervoso central. 13 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 1. K. M. Dyce/W.O. Sack/C.J.G. Wensing, Tratado de Anatomia Veterinária, editora Elsevier, 4ª edição, páginas 534 à 556.
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