Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 1 = F a m í l i a d e H i d r o c a r b o n e t o s = Hidrocarbonetos são compostos orgânicos homogéneos, isto é, compostos constituídos somente por C e H. C las s i f i cação : h i d r o c a r b o n e t o s a l i f á t i c o s insaturadossaturados c í c l i c o s aromáicosalicíclcos alcanos alcenos alcinos ciclanos ciclenos 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 2 Os hidrocarbonetos são compostos apolares, portanto, miscíveis em solventes apolares. São insolúveis em agua (hidrófobos) e em outros compostos polares. Os compostos de 1 – 4 carbonos são gasosos; Os compostos de 5 – 16 carbonos são líquidos; Os compostos de cadeias longas são sólidos. A densidade e os Pf e Pe aumentam com a cadeia; Pf de cadeias lineares > Pf de cadeias ramificadas. p r o p r i e d a d e s g e r a i sHidrocarbonetos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 3 o c o r r ê n c i a n a t u r a l Os hidrocarbonetos, como produtos do metabolismo secundário, actuam em: vegetais, como fito-hormonas (etileno para o amadurecimento de frutos, por exemplo) e óleos essenciais (terpenos); certos animais, como feromonas (comunicação nas espécies). O petróleo bruto, gás natural e carvão mineral são as principais fontes de hidrocarbonetos. Os seus jazigos são formados por misturas de hidrocarbonetos, fontes de energia e matéria-prima para a indústria química. Os hidrocarbonetos são extraídos do crude em torres, por destilação fraccionada, e os derivados de maior peso molecular são repartidos por cracking. Hidrocarbonetos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 4 D e st i lação f rac c io nada do petró le o br uto As fracções formadas são ainda submetidas ao processo de melhoramento de qualidade para a obtenção de componentes utilitários, de maior interesse comercial e/ou industrial. Fracção do crude T. de ebulição Cadeia carbónica Gás < 20 ºC C1 – C4 Éter de petróleo 20 – 60 ºC C5 – C6 Ligroína (nafta leve) 60 – 100 ºC C6 – C7 Gasolina (super) 40 – 250 ºC C5 – C10 + cíclicos Querosene 175 – 325 ºC C12 – C18 + aromáticos Gasóleo (diesel) ≥ 272 ºC C12 + cadeias longas Óleo lubrificante ≥ 300 ºC cadeias complexas Resíduos (oxibetume) alcatrão 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 5 To r re s de de st i lação f rac c io nada do petró le o 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 6 O cracking é a fragmentação de moléculas complexas, num processo de melhoramento de qualidade, e pode ser térmico sem O2 (pirólise), catalítico (reforming) e, ainda, por acção de vapor e outros, de acordo com o tipo e o tamanho de moléculas que se pretende obter. Além do cracking, os derivados lineares da gasolina, por exemplo, são submetidos à isomerização (alquilação) para aumentar a sua taxa de compressão (octanagem) antes da combustão no motor. CH3–CH2–CH2–CH2–CH2–CH3 CH3–CH3 + CH2═CH–CH2–CH3 CH2═CH2 + CH3–CH2–CH2–CH3 = C r a c k i n g d e d e r i v a d o s d o p e t r ó l e o = 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 7 = H i d r o c a r b o n e t o s A l i f á t i c o s = São hidrocarbonetos de cadeias carbónicas acíclicas, que podem ser lineares, ramificados e/ou saturados e insaturados, distribuídas em três séries homólogas: ALCANOS ALCENOS ALCINOS Fórmula geral CnH2n + 2 CnH2n CnH2n 2 1º composto CH4 H2C=CH2 HCCH Hibridização sp3 sp2 sp Geometria tetraédrica: 109o trigonal: 120o linear: 180o Reacção típica substituição adição adição Isómeros possíveis todos, excepto os de cis-tran e os de função todos, excepto os de função todos, excepto os de cis-tran e os de função 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 8 Hidrocarbonetos al i fát icos saturados: a l c a n o s , p a ra f i n a s o u h i d r o c a r b o n e to s m e tá n i c o s Série homóloga e propriedades físicas dos n-alcanos. Nº C Fórmula Nome P.f. (ºC) P.e. (ºC) (20ºC) 01 CH4 metano 183 162 ─ 02 C2H6 etano 172 89 ─ 03 C3H8 propano 187 42 ─ 04 C4H10 butano 138 0 ─ 05 C5H12 pentano 130 +36 0.626 06 C6H14 hexano 95 +69 0.659 07 C7H16 heptano 91 +98 0.684 08 C8H18 octano 57 +126 0.703 09 C9H20 nonano 54 +151 0.718 10 C10H22 decano 30 +174 0.730 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 9 Nº C Fórmula Nome P.f. (ºC) P.e. (ºC) (20ºC) 11 C11H24 undecano 26 +196 0.740 12 C12H26 dodecano 10 +216 0.749 13 C13H28 tridecano 6 +234 0.757 14 C14H30 tetradecano +6 +252 0.764 15 C15H32 pentadecano +10 +266 0.769 16 C16H34 hexadecano +18 +280 0.775 20 C20H42 icosano/eicosano +36 +334 ─ 30 C30H62 tricontano +66 +446 ─ 31 C31H64 hentricontano ─ ─ ─ 100 C100H202 hectano ─ ─ ─ 200 C200H402 dictano ─ ─ ─ 300 C300H602 trictano ─ ─ ─ 579 C579H1160 nonaheptacontapentactano ─ 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 10 2) Hidrogenação/redução catalítica (Pd/BaCO3) de alcanos halogenados 4) Síntese de Wurtz - reacção de alcanos halogenados com sódio metálico 1) Hidrogenação catalítica (Pt, Pd, Ni) de Alcinos e Alcenos 3) Hidrólise dos compostos de Grignard 5) Desalogenação de haletos de alquilos com metal e ácido (e CH3CO2H) R–X + H2 R–H + HX Pd/BaCO3 R1-C≡C-R2 R1-CH=CH-R2 R1-CH2-CH2-R 2 H2 H2 2R–X + 2Na R–R + 2NaX 200 – 300º C R–X + Mg R–Mg–X R–H + Mg(OH)XÉter H3O + 2R–X + Zn 2R–H + ZnX2 HCl s í n t e s e s l a b o r a t o r i a i sAlcanos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 11 8) Síntese de Kolbe - electrólise de sais de sódio dos ácidos carboxílicos R–CO2Na R–CO2 − + Na+ H2O H + + OH− 2R–CO2 − 2R. + 2CO2 + 2e − 2R. R–R ânodo: 2H+ + 2e− 2H H2 Na+ + OH− NaOH cátodo: sobra: 7) Síntese de Dumas - descarboxilação de ácidos carboxílicos R–CO2Na + NaOH R–H + Na2CO3 ∆ 6) Síntese de Berthelot – tratamento de alcanois com ácido iodídrico R–OH R–H + H2O + I2 2Hl 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 12 As fortes ligações sigma (C-C e C-H) apolares fazem dos alcanos compostos pouco reactivos. Não reagem em condições normais com ácidos, bases ou agentes oxidantes. Todavia, são combustíveis e reagem com halogénios (halogenação) e algumas substâncias sob condições apropriadas (calor ou radiação). As reacções características dos alcanos são as de Subst i tu ição rad ica la r (SR): homólise das ligações e formação de radical mais estável (3rio > 2rio > 1rio). T i p o s d e r e a c ç õ e sAlcanos: H3C C CH3 CH3 H3C CH2 CH2 H3C CH CH3 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 13 Mecanismos de Substituição radicalar (SR) Um ou mais átomos de H podem ser substituídos por um halogénio (Cl, Br, I) formando mistura de haletos separáveis por destilação. 1ª etapa – iniciação: Br2 2Br •h∂ 2ª etapa – propagação de radicais: CH3-CH2-CH3 + Br • CH3-CH •-CH3 + HBr CH3-CH •-CH3 + Br2 CH3-CHBr-CH3 + Br • 3ª etapa – finalização: CH3-CH •-CH3 + Br • CH3-CHBr-CH3 CH4 + Cl2 CH3Cl + CH2Cl2 + CHCl3 + CCl4h∂ 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 14 Hidrocarbonetos a l i fát icos et i lénicos : = a l c e n o s o u o l e f i n a s = São caracterizados por uma ou mais ligações duplas carbónicas e, devido as quais, são ligeiramente polares em comparação com os alcanos (apolares). Têm muita importância na indústria como matéria-prima para a produção do etanol, etanal, acetona, plásticos, fibras têxteis, borrachas sintéticas, etc. O etileno ocorre na natureza como hormona vegetal envolvido no amadurecimento de frutos. É usado como tal nos frutos colhidos e transportados ainda verdes, como tomate, banana, abacate, etc. Pois assim resistem melhor às condições de transporte. 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 15 Os alcenos (particularmente C2, C3 e C4) são obtidos na indústria pelo Cracking térmico (pirólise) de alcanos de origem petrolífera ou por desidrogenação catalítica de alcanos. No laboratório os alcenossão preparados por reacções de β-eliminação: 1) D e s idratação ác ida de a lcano is ( á lco o is ) : R-CH2-CH2-R R-CH=CH-R + H2 eliminação adição CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + H2O ácido forte OH m é t o d o s d e o b t e n ç ã oAlcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 16 métodos d e obtençãoAlcenos: 2) D e s i d r o h a l o g e n a ç ã o d o s h a l e to s d e a l q u i l o s : Regra de Zaitsev: na eliminação de um ligante também sai o H do carbono vicinal (β), de preferência, o menos hidrogenado. Ou seja o produto da eliminação (o alceno) maioritário será o que cuja dupla é mais substituída. É caso típico da reg iosse lec t i v idade : quando uma reacção forma produtos em quantidades diferentes, sendo um maioritário. CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + HX base forte X R2C=CR2 > R2C=CHR > RHC=CHR > H2C=CHR (tetra) (tri) (di) (mono) 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 17 Exemplos de regiosselectividade: 3) D e s a lo ge nação do s diha leto s v ic ina is : m é t o d o s d e o b t e n ç ã oAlcenos: CH3-CH-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + ZnX2 Zn X X maioritáriosminoritários 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 18 A ligação dupla entre os átomos de C, uma sigma forte e outra pi fraca, constituí o ponto fraco dos alcenos. Estes são, portanto, mais reactivos que os alcanos. Os alcenos podem reagir com diversas substancias: X2, HX, H2O, HONO2, HOSO3H, HOX, etc. A ligação dupla pode quebrar facilmente e permitir a adição de partículas electrofílicas ou então de radicais. Assim, as recções típicas dos alcenos são de adição à ligação dupla, sob mecanismos electrofílico e radicalar. H3C CH CH2 H3C CH CH3 H3C CH2 CH2 X X HX AE AR p r o p r i e d a d e s q u í m i c a sAlcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 19 Este tipo de reacções é catalisado por ácidos de Lewis (FeBr3, FeF3, AlCl3, etc.), compostos capazes de receber pares electrónicos. Ex: A partícula electrofílica (X+) induz a ligação à quebra heterolítica, formando um carbocatião estável. Ex: Regra de Markovn ikov (1870): na adição iónica em alcenos, o electrófilo (X+) se ligará ao carbono da dupla ligação de modo a formar o carbocatião mais estável. X2 + AlCl3 X + + AlCl3X − CH2=CH-CH3 + X + XCH2-CH-CH3 CH3 + < CH3CH2 + < (CH3)2CH + < (CH3)3C + < CH2=CH-CH2 + m a i o r e s t a b i l i d a d e d o c a r b o c a t i ã o a d i ç ã o e l e c t r o f í l i c a (A E )Alcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 20 1) E xe m plo de hidro - ha lo ge nação de a lc e no s : CH3 CH CH2 CH3 CH E CH2 CH3 CH CH2 E CH3 CH Nu CH2 E E Nu Θ complexo carbocatião CH2=CH-CH3 + H + CH3-CH-CH3 CH3-CH-CH3 Br Br− Iniciação: HBr + FeBr3 FeBr4 ─ + H+ HF << HCl < HBr < HI O r d e n s c r e s c e n t e s d e r e a c t i v i d a d e s : CH2=CH2 < RCH=CH2 < R2C=CH2 < R2C=CHR < R2C=CR2 Alcenos: m e c a n i s m o e l e c t r o f í l i c oAlcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 21 2) E xe m plo de hidro bo ra çã o de a lc e no s É um processo pelo qual hidreto de boro (borano) reage com alceno para formar um organoborano. 3) E xe m plo de fo r m a çã o de halo h idr inas A halogenação de alcenos produz dihaletos vicinais. Porém, em meio aquoso forma halohidrinas, compostos que contém um halogéneo e um hidroxilo, vicinais. Organoboranos em H2O2/OH ─ formam álcoois halohidrina 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 22 Esta reacção consiste na formação de um radical intermediário mais estável (3rio > 2rio > 1rio), pela quebra homolítica da ligação (pi) e decorre à custa do calor, da radiação (UV) ou presença de compostos susceptíveis de produzir radicais (peróxidos ou azocompostos). Segue, portanto, o princío da regra anti-Marvnikov. Iniciação: RO• + HBr ROH + Br• Propagação de radicais: CH2=CH-CH3 + Br • CH2Br-CH •-CH3 CH2Br-CH •-CH3 + HBr CH2Br-CH2-CH3 + Br • Finalização: CH2Br-CH •-CH3 + H • CH2Br-CH2-CH3 R e g r a a n t i - M a r k o v n i k o v a d i ç ã o r a d i c a l a r (A R )A lcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 23 Re ac çõ e s de po l im e r i zação de a lc e no s Reacções Adição electrofílica (AE) Adição radicalar (AR) Condições Ácido de Lewis Luz, calor, peróxidos, Partículas Electrófilo (E) Radical (X˚) Intermediário Carbocatião estável Radical estável Regras Markovnikov Anti-Markovnikov C C H H H H C C H H H H CC H H H H n n eteno ou etileno polietileno ou polieteno C C H H CH3 CH3 C C H H CH3 CH3 CC CH3 CH3 H H n n isobuteno ou isobutileno poliisobuteno (borracha butílica) monómeros polímeros r e s u m o d a r e g i o s s e l e c t i v i d a d eAlcenos: monómero polímero 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 24 Polietileno (pe) Cloreto de polivinilo (pvc) Polipropileno (pp) Polidicloroetileno (saran) Politetrafluoretileno (teflon) Poliestireno (ps) A l g u n s p o l í m e r o s e t i l é n i c o sAlcenos: 3 PVC polyvinyl chloride 1 PETE polyethylene terephthalate 4 LDPE low-density polyethylene 5 PP polypropylene 6 PS polystyrene 2 HDPE high-density polyethylene 7 O other 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 25 1) Numa solução aquosa diluída, neutra ou levemente alcalina (básica) o KMnO4 decompõe-se produzindo oxigénio atómico que vai atacar o alceno formando um diálcool (diol ou glicol). Esta oxidação é branda (pouco energética), conhecida como reacção de Baeyer para a identificação de alcenos, no decurso da qual a cor violeta do permanganato é substituída pelo castanho escuro do precipitado MnO2 formado. Ex: 2KMnO4 + H2O 2KOH + 2MnO2 + 3[O] CH2=CH2 + [O] + H2O HO-CH2-CH2-OH o x i d a ç ã o e i d e n t i f i c a ç ã o A equação global resulta do somatório das duas equações parciais. Alcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 26 CH3-CH=CH2 + 5[O] CH3-C=O + CO2 + H2O CH3-CH=C-CH3 + 3[O] CH3-C=O + O=C-CH3 OH CH3 OH CH3 2) Em solução aquosa ácida (com H2SO4) concentrada de KMnO4 ou de K2Cr2O7 o oxigénio atómico quebra o alceno na dupla ligação formando CO2 e H2O no C 1 rio, ácido carboxílico no C 2rio e cetona no C 3rio. Ex: 2KMnO4 + 3H2SO4 K2SO4 + 2MnSO4 + 3H2O + 5[O] K2Cr2O7 + 4H2SO4 K2SO4 + Cr2(SO4)3 + 4H2O + 3[O] Ex1: Ex2: Calcule o número de moles de cada oxidante necessário para cada caso. o x i d a ç ã o e i d e n t i f i c a ç ã oAlcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 27 3) Outra forma de identificação dos alcenos é a oxidação pelo ozono (ozonó l i se ). Neste processo é possível a formação de aldeídos (nos carbonos primário e secundário) pela adição do zinco em pó, que destrói o peróxido formado, impedindo que ele oxide o aldeído a ácido carboxílico. Por exemplo: CH3-CH=C-CH3 + O3 CH3-CH-O-C-CH3 o z o n í d e o CH3-CH-O-C-CH3 CH3-C=O + O=C-CH3 + H2O2 CH3 H CH3 OO OO CH3 CH3 H2O Zn em pó Escreva a equação sem o ozonídeo intermediário. o x i d a ç ã o e i d e n t i f i c a ç ã oAlcenos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 28 A l c a d i e n o s , d i o l e f i n a s o u d i e n o s São alcenos que contêm duas ligações duplas. Assim, se regem pela fórmula CnH2n - 2 De acordo com a distância entre as ligações duplas na cadeia, os dienos classificam-se em: acumulados ou alénicos, conjugados ou eritrémicos e isolados. H2C C CH2 H2C CH CH CH2 buta-1,3-dieno ou eritreno (dieno conjugado) propadieno ou aleno (dieno acumulado) H2C CH CH2 CH CH CH3 hexa-1,4-dieno (dieno isolado) 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 29 Os dienos não são comuns na natureza. Porém, o dieno i s op ren o é tido como precursor de certos polímeros naturais (te r p e n os ) que aparecem em vegetais. Ex: Na indústriaa preparação dos dienos é feita pelo cracking catalítico das fracções do petróleo. A preparação laboratorial dos dienos é semelhante à dos alcenos, mas feita em dobro. Ex: H2C CH CH CH2 H2C CH CH CH2 OHOH ácido forte HH 2H2O o c o r r ê n c i a e p r e p a r a ç ã oDienos: H2C C CH CH2 CH3 isopreno ou metilbuta-1,3-dieno CH2 C CH CH2 CH3 n npoliisopreno ou borracha natural 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 30 Os carotenóides constituem uma subclasse aparte dos terpenos (tetraterpenos). terpenóide unidades nº de C exemplos hemiterpeno 01 05 não ocorre monoterpeno 02 10 limoneno sesquiterpenos 03 15 artemisina diterpenos 04 20 fitol sesterpenos 05 25 farnesol triterpenos 06 30 α-amirina carotenóides 08 40 β-caroteno c l a s s i f i c a ç ã o d e t e r p e n o sDienos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 31 Em geral, os dienos apresentam reacções típicas dos alcenos (polimerizações, oxidações e adições AE e AR). Em condições brandas, os dienos conjugados exibem uma especial adição 1,4: A presença de um sacador de electrões desestabiliza o carbocatião alílico e favorece a adição 1,4. H2C CH CH CH2 H2C CH CH CH2 H2C CH CH CH2 BrBr BrBr Br2 vestigial predominante adição 1,2 adição 1,4 H2C CH CH CH2 H2C CH CH CH2 BrBr H2C CH CH CH2 Br Br reacções de adição 1 ,4Dienos conjugados: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 32 Hidrocarbonetos a l i fát icos acet i lénicos: = a l c i n o s o u a l q u i n o s = São hidrocarbonetos alifáticos insaturados com uma ligação tripla entre carbonos. As suas propriedades físicas se assemelham as dos alcanos porém, devido à ligação tripla, são mais polares que os alcenos. Os alcinos são classificados em dois grupos distintos: 1) verdadeiros ou terminais e 2) Falsos, internos ou não terminais. Exemplos: 1) alcino terminal 2) alcino interno H 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 33 As reacções de alcenos e alcinos são semelhantes, porém existem algumas diferenças significativas: 1) A adição de HX ou X2 a um alcino produz um alceno mono ou dihalogenado, respectivamente. Dando sequência a reacção, o produto formado é um alcano com o dobro de halogénios do alceno intermediário. Note que a adição de HX é regiosselectiva, segue a regra de Markovnikov, de princípio ao fim. 2-bromohex-1-eno 2,2-dibromohexano 1-hexino p r o p r i e d a d e s q u í m i c a sAlc inos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 34 2) Como os alcenos os alcinos podem ser hidratados por dois métodos: 2.a) A adição directa de H2O, catalisada por ião Hg 2+, gera um produto segundo a regra de Markovnikov. 2.b) A adição indirecta de água por hidroboração (BH3)2 seguida de oxidação (H2O2), produz um composto resultado de adição anti-Markovnikov. H3C (CH2)3 C CH H3C (CH2)3 C CH H3C (CH2)3 C CH3 OH H H2O Hg2+ O 1-hexino enol intermediário 2-hexanona H3C CH2 C CH H3C CH2 C CH H3C CH2 CH2 CH H OH O 2) H2O2 1) B2H6 1-butino enol intermediário butanal 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 35 3) Os alcinos são facilmente hidrogenados a alcanos pela adição de H2 com catalisador metálico, no mecanismo idêntico ao já visto nos alcenos. A reacção ocorre em duas etapas, por meio de um alceno intermediário. A hidrogenação de alcinos internos à alcenos pode ser: 3.1) s i nesté re a – forma alcenos cis e é catalisada com Ni, Pt, Pd, etc. 3.2) a nt i stérea – forma alcenos trans e é catalisada com sódio ou lítio em amoníaco líquido. H3C C C CH2 redução Na ou Li H2 / Pd NH3 liq. CH3 H3C C C CH2 CH3 H3C C C CH2 CH3 H H H H sin anti 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 36 Os alcinos terminais, por possuírem H geminal à tripla ligação, manifestam um caracter ácido e formam, com sais de Ag+ e de Cu+, precipitados coloridos. Os alcinos “ácidos” (terminais) formam, com amida de sódio, iões acetilidos fortemente nucleofílicos. c a r a c t e r a c e t i l é n i c o á c i d oAlc inos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 37 A SN2 ocorre quando um nucleófilo forte (anião) reage com um substracto (R-X) em substituição do grupo de saída (Xˉ), pelo lado oposto, numa única etapa. O ataque nucleofílico (SN2) de um ião acetilénico a um haleto de alquilo estereamente não impedido é um dos melhores métodos de síntese de alcinos não terminais. Entretanto, os iões acetilidos não reagem com os hidróxidos (OH–) nem com os alcóxidos (RO–). s u b s t i t u i ç ã o n u c l e o f í l i c a S N 2Alc inos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 38 No laboratório os alcinos podem ser preparados por eliminação de HX a partir de haletos de alquilo, como ocorre com os alcenos. O tratamento de um dihaleto vicinal de alquilo, com excesso de uma base forte, como KOH ou NaNH2, resulta na eliminação de duas moléculas de HX e formação de alcinos. Ex: H3C CH2 C CH H3C CH2 C CH HBr 2HBr KOH(excesso) H Br S í n t e s e l a b o r a t o r i a lAlc inos : 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 39 O acetileno obtém-se na indústria por dois processos: 1) Pet roqu í mi co – cracking, desihidrogenação, fusão de CH4 etc. 2) C a r b oq u í mi co – a partir de fusão calcário e coque: 2 CH4 HC CH + 3 H2 CaCO3 CaO + CO2 CaO + C CaC2 + CO CaC2 + H2O Ca(OH)2 + HC CH 1000 C 2500 C p r o d u ç ã o d o a c e t i l e n oAlc inos: 05/09/2022 Química Orgânica - Dr. Miguel Mussa 40 O acetileno era muito usado na indústria como matéria prima para a preparação de acetaldeídos, ácido acético, cloreto de vinilo e outros produtos importantes. Hoje, rotas mais eficientes têm o etileno como matéria prima disponível. Entretanto, o acetileno é ainda usado na preparação de, principalmente, polímeros acrílicos. Exemplo da preparação de polímeros acrílicos: H2C CH CN acrilnitrilo CH2 CHn n poliacrilnitrilo CN HC CH acetileno n n HCN A fiação de poliacrilnitrilo com algodão, lã ou seda produz orlon, acrilan ou dralon, respectivamente. p r o p r i e d a d e s d o a c e t i l e n oAlc inos:
Compartilhar