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1 Direito Internacional Público e Privado 2017

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Direito Internacional / Prof. Airton Berger Filho / UCS 
 
1 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO (DIP) 
 
 
O termo “Direito Internacional” foi empregado pela primeira vez em 1780, pelo inglês Jeremy 
Bentham, em sua obra An Introduction to the Principles of Moral and Legislation, com o intuito de diferenciar o 
Direito que cuida das relações entre os Estados, também designados em inglês como nations, do Direito 
nacional (National Law). Posteriormente, por influência francesa, foi incluído o termo “público”, aludindo ao 
interesse geral da matéria regulada pelo Direito Internacional, bem como para distingui-lo do Direito 
Internacional Privado, ramo do Direito cujo objeto principal é definir qual a ordem jurídica, nacional ou 
estrangeira, aplicável aos conflitos de leis no espaço em relações privadas com conexão internacional. 
A expressão é criticada por parte da doutrina, visto que a palavra nation também significa “nação”, 
noção que não se confunde com a de “Estado”. Entretanto, a denominação “Direito Internacional” é de uso 
corrente na atualidade. Em todo caso, ainda há autores que se referem ao Direito Internacional como “Direito 
das Gentes”, tradução literal do jus gentium do Direito Romano e que predominava até o século XVIII, ou jus 
inter gentes, expressão cunhada no século XV por Francisco de Vitória, que significaria “Direito entre 
Estados”.1 
 
Conceito: 
 
 
Silva e Accioly definem o Direito Internacional como: “o conjunto de normas jurídicas que rege a comunidade 
internacional, determina direitos e obrigações dos sujeitos, especialmente nas relações mútuas dos Estados 
e, subsidiariamente, das demais pessoas internacionais, como determinadas organizações, bem como dos 
indivíduos.2 
 
 
Objetivos Direito Internacional Público 
 
1. Solução de Controvérsias entre Estados 
2. Manutenção da Paz3 
3. Respeito aos Direitos Fundamentais 
4. Estabelecimento de regras para a cooperação internacional (Estados e Organizações Internacionais) 
 
Objeto de estudo Direito Internacional Público 
 
 Estado: Soberania, limites do território e jurisdição, reconhecimento, responsabilidade internacional... 
 Direito das Organizações Internacionais 
 Direito das Relações diplomáticas e consulares 
 Direito da Guerra e da Paz (Solução pacífica de litígios e Meios coercitivos de solução de litígios) 
 Direito de Integração e Direito Comunitário 
 Direito Marítimo Internacional 
 Direito Internacional do Meio Ambiente 
 Direito Internacional Econômico 
 Direito Internacional dos Direitos Humanos (...) 
 
 
 
 
1 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. 2. ed. rev. e atual. Bahia: jusPODIVM, 
2010. 
2 SILVA, Geraldo Eulálio do Nascimento; ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público. 17ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009. p. 12 
3 De acordo com Morgenthau: “[...] em um mundo em que a força motriz resulta da aspiração das nações soberanas pelo 
poder, a paz só poderá ser mantida por meio de dois instrumentos. O primeiro é o mecanismo autoregulador das forças 
sociais, que se manifesta sob a forma de luta em busca pelo poder na cena internacional, isto é, o equilíbrio de poder. O 
outro consiste nas limitações normativas dessa luta, sob roupagem do direito internacional, da moralidade internacional e 
da opinião publica mundial.” MORGENTHAU, Hans. Política entre as nações. Tradução de Kenneth W. Thompson. IPRI, 
2003. (Coleção Clássicos) p. 25. 
 
Direito Internacional / Prof. Airton Berger Filho / UCS 
 
2 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO (DIPR) 
 
 
Conceito: 
 
Segundo Ferre Correa: 
 
“O Direito Internacional Privado é o ramo da ciência jurídica onde se definem os princípios, se formulam os 
critérios, se estabelecem as normas a que deve obedecer a pesquisa de soluções adequadas para os 
problemas emergentes das relações privadas de caráter internacional. São essas relações (ou situações) 
aquelas que entram em contato, através dos seus elementos, com diferentes sistemas de direito. Não 
pertencem a um só domínio ou espaço legislativo: são relações ‘plurilocalizadas’.”4 
 
 
Pressupostos do Direito Internacional Privado: 
 
 Pluralidade de ordenamentos jurídicos nacionais. (Estados diferentes = sistemas jurídicos distintos). 
 Conflito de leis no espaço – as relações internacionais de ordem privada geram fatos jurídicos e conflitos 
passíveis de serem regulados por mais de um direito nacional. 
 Extraterritorialidade das leis - na maioria dos ordenamentos nacionais existe previsão legal para a 
aplicação da lei estrangeira e o reconhecimento de direito adquirido em outro país. 
 
Para a Escola Francesa o Direito Internacional Privado (“Droit International Prive”) possui cinco objetos: 
 
a) conflito de leis; b) conflito de jurisdição; c) os direitos adquiridos; d) a nacionalidade e e) condição jurídica 
do estrangeiro. 
 
Na América Latina os estudos sobre Direito Internacional Privado, os currículos e os manuais são fortemente 
influenciados pela escola francesa. 
 
Já para a escola anglo-saxônica o estudo do que conhecemos como Direito Interncional Privado, (Private 
International Law) está mais voltado para resolver “Conflit of Laws”. A matéria segundo essa corrente, nas 
palavras de Nádia Araújo procura responder três perguntas5: 
 
Questão Objeto do Direito Internacional Privado 
a) qual a lei aplicável? 
A definição do direito adequado a relações de Direito 
Privado passíveis de ser enquadrados em mais de um 
ordenamento jurídico nacional. “A utilização do 
método conflitual e suas regras.” 
b) em que local acionar? 
A resolução de “questões de direito de direito 
processual civil internacional, especialmente as 
relativas à competência internacional, também 
chamada de conflito de jurisdição.” 
 
c) como executar atos e decisões 
estrangeiras? 
“A cooperação interjurisdicional entre poderes 
judiciários de Estados diferentes especialmente nas 
questões relativas ao reconhecimento das decisões 
proferidas pelo justiça estrangeira.” 
 
 
 
 
 
 
4 CORREA, A. Ferrer. Lições de Direito Internacional Privado, Vol I, Coimbra, Almedina, 2000, p. 11. 
5 ARAÚJO, Nádia de. Direito Internacional Privado Teoria e Prática Brasileira . Rio de Janeiro: Renovar, 2007.p. 32. 
 
Direito Internacional / Prof. Airton Berger Filho / UCS 
 
3 
Diferenças entre Direito Internacional Público e Direito Internacional Privado: 
 
 
Fonte: Portela (2010)6 
 
 
 
DIREITO TRANSNACIONAL 
 
Atribui-se o primeiro esforço acadêmico de conceituação do termo “Transnational Law”, a Philip 
Jessup, em conferência realizada na Yale Law School, em fevereiro de 1956, publicada em inglês no mesmo 
ano e em português em 1965. Na concepção de Jessup, “as situações transnacionais” podem “envolver 
indivíduos, empresas, Estados, organizações de Estados e outros grupos”. Jessup propõe a superação da 
separação entre direito internacional público e internacional privado pela complementaridade, por se tratarem 
de relações humanas globais, que devem ser pensadas para além da fronteira clássica das relações entre 
atores estatais e não estatais.7 
Atualmente, diversos autores usam o termo Direito Transnacional. Entre eles, o jurista alemão 
Gunther Teubner atribuiu um novo significado, um direito produzido por sistemas autônomos como sua 
representação mais expressiva na regulação do comércio internacional (desenvolvida através da nova lex 
mercatoria) e também outros sistemas mundiais autorreprodutores, como a ciência, a cultura, a técnica, o 
transporte, o esporte, a mídia, o turismo, entre outros. Teubner aponta, nesses casos, para a desvinculação 
da produção das normas autônomas da política em uma sociedade global fragmentada.No lugar da 
hierarquia e da unidade do Direito no Estado constitucional, Teubner chama atenção para a “pluralidade 
heterárquica de ordens jurídicas”. Assim, a avaliação de Teubner do Direito na globalização propõe a 
existência uma diversidade de “Constituições civis globais”, em âmbitos setoriais específicos, mas fora da 
política exercida pelos Estados, por isso, tratadas de forma equivocada pela divisão clássica entre Direito 
Internacional Público e Direito Internacional Privado.8 
 
6 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. 2. ed. rev. e atual. Bahia: 
jusPODIVM, 2010. 
7 JESSUP, Philip C. Direito Transnacional. São Paulo: Fundo de Cultura, 1965. p. 12. 
8 TEUBNER, Gunter. Societal Constitutionalism: Alternatives to State-centred Constitutional theory? In: JOERGES, 
Christian; SAND, Inger-Johanne; TEUBNER, Gunther (Eds.). Transnational governance and constitutionalism. Oxford: 
Hart, 2004. p. 3-28.

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