Buscar

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - texto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
1 
 
FACULDADE FACLIONS 
 
 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E 
PRIVADO 
 
 
 
 
 
PROFESSORA MS. ELIETTE R. AMORIM 
 
 
 
 
 
20120.1 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
2 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
PROFª MS. ELIETTE R. AMORIM 
 
EMENTA: 
Introdução e Desenvolvimento Histórico do Direito Internacional Público - Sujeitos de 
Direito Internacional Público – - Organizações Internacionais - Normas de DIP – Costume 
- Tratados - Princípios Gerais do Direito – Atos das Organizações Internacionais - Conflitos 
de Normas no DIP - Responsabilidade Condição do Estrangeiro – Domínio Público 
Internacional – Domínio territorial e internacional – Jurisdição do Estado – Imunidades - 
Proteção Diplomática - aéreo – Condição jurídica do estrangeiro – Conflitos interespaciais - 
Aplicação, prova e interpretação do direito estrangeiro – Questões de Direito Civil 
Internacional – Questões de Contratos Internacionais – Questões de Direito Processual Civil 
Internacional. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: 1. Noções introdutórias. 2. Evolução 
Histórica do Direito Internacional Público: 2.1. antiguidade; 2.2. Idade Média; 2.3. Idade 
Moderna; 2.4 Idade Contemporânea; 2.5. século XX; 3. Fontes do Direito Internacional 
Público: 3.1. Convenções Internacionais; 3.2. Usos e Costumes internacionais; 3.3. 
Princípios gerais do Direito Internacional; 3.4 Doutrina e Jurisprudência; 3.5. Jus Cogens 
e Soft Law; 4. Sujeitos de direito de internacional: 3.1. Estado; 4.2. Organizações 
Internacionais; 4.3. Pessoa humana; 5. Conflito entre Direito Internacional e Direito 
Interno: 5.1. Teorias – dualismo e monismo; 6. Responsabilidade Internacional e 
meios de solução de controvérsias internacionais: 6.1. Solução pacífica de 
controvérsias; 6.2. solução violenta de controvérsias. 
 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: 1. Domínio do Direito Internacional Privado: 
1.1 objeto, denominação e relação com outras disciplinas; 1.2. Conflitos interespaciais e 
interpessoais; 2. Nacionalidade; 3. Condição jurídica do estrangeiro: 3.1. entrada, direitos 
e saídas; 4. Aplicação, prova e interpretação do direito estrangeiro: 4.1. natureza jurídica 
da lei estrangeira; 4.2. aplicação do direito estrangeiro; 4.3. prova do direito estrangeiro; 
5. Questões de direito civil internacional: 5.1. Família, casamento e divórcio e a criança 
no direito internacional; 6. Obrigações e contratos internacionais; 7. Questões de Direito 
Processual Civil Internacional: 7.1. Princípios gerais de direito processual civil 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
3 
internacional; 7.2. Aplicação do direito estrangeiro no processo civil; 7.3. Competência 
Internacional e imunidade de jurisdição: 7.4. Homologação de sentença estrangeira; 7.5. 
Regime das provas no processo com conexão internacional; 7.6. Capacidade processual 
da parte; 7.7. Regime jurídico dos documentos de procedência estrangeira. 
Atividade Interdisciplinar: Direitos humanos e os atos terroristas 
 
Bibliografia Básica: 
MARTINS, Sergio. Instituições de direito público e privado. São Paulo: Atlas, 2005 
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o D. Constitucional Internacional. 9ª. ed, São 
Paulo: Saraiva, 2008. 
SILVA, Roberto Luiz. Direito internacional público. 4ª ed. Rio de Janeiro: Del Rey, 
2010. 
 
Bibliografia Complementar: 
BEVILAQUA, Clovis. Princípios Elementares de Direito Internacional Privado. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2007. 
 CASTRO, Amilcar de. Direito internacional privado. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2001. 
FERREIRA, Lier Pires, Direito Internacional, Petróleo e Desenvolvimento. São Paulo: 
Saraiva, 2010. 
GUERRA, Sidney. Curso de Direito Internacional Público. 9ª Edição, Editora Saraiva, 
São Paulo, 2015. 
MAZUOLLI, Valério de Oliveira. Direito Internacional Privado. Editora Forense- GEN, 
Rio de Janeiro. 2015 
MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de direito internacional público. 15 ed. Rio 
de Janeiro: Renovar, 2004. Vol 01 e 02 
PEREIRA, Bruno Yepes. Curso de Direito Internacional Público. 2ªed. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. 15. ed. rev. e atual. – Saraiva, 
São Paulo, 2014 
 
 
 
 
http://www.livrosdedireito.com.br/defaultlivros.asp?Origem=Pesquisa&TipoPesquisa=Autor&PalavraChave=ROBERTO%20LUIZ%20SILVA
http://www.livrosdedireito.com.br/defaultlivros.asp?Origem=Pesquisa&TipoPesquisa=Editora&PalavraChave=Del%20Rey%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20&Ordenado=MaisVendido
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
4 
CRONOGRAMA DE AULAS E ATIVIDADES 
 
1ª AULA - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA E PLANO DE AULA 
 
2ª AULA - Direito Internacional Público: 1. Noções introdutórias. 2. Evolução Histórica 
do Direito Internacional Público: 2.1. antiguidade; 2.2. Idade Média; 2.3. Idade Moderna; 
2.4 Idade Contemporânea; 2.5. século XX; 
 
3ª AULA - Fontes do Direito Internacional Público: 3.1. Convenções Internacionais; 3.2. 
Usos e Costumes internacionais; 
 
4ª AULA - Princípios gerais do Direito Internacional; 3.4 Doutrina e Jurisprudência; 
 
 3.5. Jus Cogens e Soft Law; 4. Sujeitos de direito de internacional: 
 
5ª AULA - 3.1. Estado; 4.2. Organizações Internacionais; 4.3. Pessoa humana; 
 
6ª AULA - 5. Conflito entre Direito Internacional e Direito Interno: 
 
7ª AULA - 5.1. Teorias – dualismo e monismo; 6. Responsabilidade Internacional e meios 
de solução de controvérsias internacionais: 
 
8ª AULA - 5.1. Teorias – dualismo e monismo; 6. Responsabilidade Internacional e meios 
de solução de controvérsias internacionais: 
 
10ª AULA - 6.1. Solução pacífica de controvérsias; 6.2. solução violenta de controvérsias. 
 
AVALIAÇÃO DE N1 
 
11ª AULA - Direito Internacional Privado: 1. Domínio do Direito Internacional Privado: 
1.1 objeto, denominação e relação com outras disciplinas; 1.2. Conflitos interespaciais e 
interpessoais; 
 
12ª AULA - 2. Nacionalidade; 3. Condição jurídica do estrangeiro: 3.1. entrada, direitos 
e saídas; 4. Aplicação, prova e interpretação do direito estrangeiro: 4.1. natureza jurídica 
da lei estrangeira; 4.2. aplicação do direito estrangeiro; 4.3. prova do direito estrangeiro; 
 
13ª AULA - 5. Questões de direito civil internacional: 5.1. Família, casamento e divórcio 
e a criança no direito internacional; 
 
14ª AULA - 6. Obrigações e contratos internacionais; 7. Questões de Direito Processual 
Civil Internacional: 7.1. Princípios gerais de direito processual civil internacional; 
 
15ª AULA - 7.3. Competência Internacional e imunidade de jurisdição: 7.4. 
Homologação de sentença estrangeira; 
 
16ª AULA - 7.5. Regime das provas no processo com conexão internacional; 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
5 
17ª AULA - 7.6. Capacidade processual da parte; 7.7. Regime jurídico dos documentos e 
procedência estrangeira. 
 
18ª AULA - 7.6. Capacidade processual da parte; 7.7. Regime jurídico dos documentos e 
procedência estrangeira. 
 
19ª AULA - REVISÃO 
 
20ª AULA - Atividade Interdisciplinar (entrega) 
 
AVALIAÇÃO DE AP2 
 
21ª AULA - ENTREGA DE PROVAS, TRABALHOS E NOTAS 
 
 
 
ROTEIRO PARA ACOMPANHAMENTO DAS AULAS 
ATENÇÃO: Este material é meramente informativoe não exaure a matéria. Foi retirado 
da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos 
complementares. Este material constitui mera orientação e roteiro para acompanhamento 
das aulas e estudo. 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
1ª AULA 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
O universo e as perspectivas de inserção em sociedade tomam amplitude significativa na 
medida em que as pessoas procuram se adequar a uma nova ordem jurídica mundial. 
Aristóteles já apregoava o objetivo de lucro, evidencia-se que hodiernamente, num 
mundo globalizado onde é preponderante o capital, a necessidade de se adequar a este 
novo paradigma é fundamental. 
 
O que é o Direito Internacional Público? 
Desde os primórdios da Humanidade homem já se apresentava como ser perfeitamente 
constituído, com características fundamentais e na posse de qualidades comuns que 
transcendiam as divisões que o mundo viria a sofrer, principalmente após a chamada era 
das descobertas impulsionada pela navegação marítima. 
 
Exploração do globo terrestre em busca de novas rotas de comércio 
A Era dos descobrimentos decorreu entre o século XV e o início do século XVII, durante 
o qual, inicialmente, portugueses, depois espanhóis e, posteriormente, alguns 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espanh%C3%B3is
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
6 
países europeus exploraram intensivamente o globo terrestre em busca de novas rotas de 
comércio. 
 
A descoberta de outras comunidades espalhadas pela terra 
O agrupamento de seres humanos pelas várias regiões do planeta fomentou a criação de 
blocos de indivíduos com características (sociais, culturais; religiosas, políticas etc.) em 
quase tudo comum. Desse agrupamento humano cuja origem primitiva é a família) nasce 
sempre uma comunidade ligada por um laço espontâneo e subjetivo de identidade. Na 
medida em que essa dada comunidade humana (assim como tudo o que caracterizava a 
vida na polis, no sentido aristotélico) passa a ultrapassar os impedimentos físicos que o 
planeta lhe impõe (montanhas, florestas, desertos, mares etc.) e a descobrir que existem 
outras comunidades espalhadas pelos quatro cantos da terra, surge a necessidade de 
coexistência entre elas. Em consequência; a civilização. passa a ter por meta a luta 
constante contra as dificuldades dessa coexistência. 
 
Entre povos com características tão diferentes não se vislumbra um vínculo espontâneo e 
subjetivo de identidade capaz de unir ou conjugar (como nas relações comunitárias) os 
sujeitos que os compõem. O que passa a existir é uma relação de suportabilidade entre 
eles, como que numa relação contratual, em que se desprezam as características sociais, 
culturais, econômicas e políticas de cada uma das partes, para dar lugar a uma relação 
negocial entre elas. 
 
Por isso, desde o momento em que o homem passou a conviver em sociedade, com todas 
as implicações que esta lhe impõe tornou-se necessária a criação de determinadas normas 
de conduta a fim de reger a vida em grupo lembre-se da afirmativa de Aristóteles de que 
o homem é um ser social, harmonizando e regulamentando, os interesses mútuos. 
 
O Direito, entretanto, em decorrência de sua evolução, passa a não mais se contentar em 
reger situações limitadas às fronteiras territoriais da sociedade que, modernamente, é 
representada pela figura do Estado. Assim como as comunidades de indivíduos não são 
iguais, o mesmo acontece com os Estados, cujas características variam segundo vários 
fatores (econômicos, sociais, políticos. culturais; comerciais, religiosos, geográficos etc.). 
A medida que estes se multiplicam e na medida em que crescem os intercâmbios 
internacionais, dos mais variados setores da vida humana. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Explora%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rota_de_com%C3%A9rcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rota_de_com%C3%A9rcio
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
7 
 
ANTECEDENTES E CONCEITO DE SOCIEDADE INTERNACIONAL 
A sociedade internacional já existia na mais remota Antiguidade, quando os povos 
mantinham relações entre si, podendo-se afirmar que o direito internacional é tão antigo 
quanto a civilização em geral, posto que seja consequência necessária e inevitável de toda 
a civilização. 
Primeiro registro de um tratado refere-se à paz entre HATUSUIL III E RAMSÉS II 
Francisco Rezek lembra que o primeiro registro seguro da celebração de um tratado é o 
que se refere à paz entre Hatusil III, reis dos hititas, e Ramsés II, faraó egípcio da XIX 
dinastia: Esse tratado pondo fim à guerra nas terras sírias, num momento situado entre 
1280 e 1272 a.C. dispôs sobre a paz perpétua entre os dois reinos, aliança contra inimigos 
comuns, comércio, migração e extradição. As duas grandes civilizações entrariam, mais 
tarde, em processo de decadência, sem que haja notícia de uma quebra sensível de 
compromisso. 
 
ORIGEM DO DIREITO INTERNACIONAL – TRATADOS DE VESTFÁLIA 
Grande parte do grupo de pensadores, asseveram que a origem do Direito Internacional 
tem nos Tratados de Vestfália. 
 
Estado Moderno 
Foi com a Paz de Vestfália que se consolidou o Estado Moderno como potência soberana 
e politicamente independente, afirmando-se como núcleo duro da sociedade internacional 
no mundo moderno, ou seja, em um mundo em que o Estado Moderno, configura-se como 
sujeito fundamental, senão único de novo e duro jogo político: o jogo das relações 
internacionais centrado na luta pelo poder. 
Assim a criação do Estado Moderno está estreitamente vinculada com os princípios de 
Vestfália, sendo, portanto o marco inicial da sociedade internacional no mundo moderno. 
A chamada Paz de Vestfália (ou de Vestefália, ou ainda Westfália), também 
conhecida como os Tratados de Münster e Osnabrück (ambas as cidades 
atualmente na Alemanha), designa uma série de tratados que encerraram a Guerra 
dos Trinta Anos e também reconheceram oficialmente as Províncias Unidas e 
a Confederação Suíça. 
O Tratado Hispano-Neerlandês, que pôs fim à Guerra dos Oitenta Anos, foi 
assinado no dia 30 de janeiro de 1648 (em Münster). Já o tratado de Vestfália, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Trinta_Anos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Trinta_Anos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_das_Sete_Prov%C3%ADncias_Unidas_dos_Pa%C3%ADses_Baixos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Oitenta_Anos
https://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_janeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BCnster
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
8 
assinado em 24 de outubro de 1648, em Osnabrück, entre Fernando III, Sacro 
Imperador Romano-Germânico, os demais príncipes alemães, França e Suécia, pôs 
fim ao conflito entre estas duas últimas potências e o Sacro Império. O Tratado dos 
Pirinéus (1659), que encerrou a guerra entre França e Espanha, também costuma 
ser considerado parte da Paz de Vestfália. 
 
SISTEMA INTERNACIONAL 
Este conjunto de diplomas inaugurou o moderno Sistema Internacional, ao acatar 
consensualmente noções e princípios como o de soberania estatal e o de Estado 
nação. Embora o imperativo da paz tenha surgido em decorrência de uma longa 
série de conflitos generalizados, surgiu com eles a noção embrionária de que uma 
paz duradoura derivava de um equilíbrio de poder, noção essa que se aprofundou 
com o Congresso de Viena (1815) e com o Tratado de Versalhes (1919). Por essa 
razão, a Paz de Vestfália costumaser o marco inicial nos currículos dos estudos 
de Relações Internacionais. 
 
PERSONALIDADES JURÍDICAS PRÓPRIA DO DIREITO DAS GENTES 
Recentemente, a partir da segunda metade do século passado, o direito internacional 
passou a vivenciar uma nova era, com o surgimento de novas personalidades jurídicas, 
além dos Estados, a atuar em seu âmbito: as organizações internacionais. A sociedade 
internacional organizada passou a criar entes com as mais variadas formas de 
organização e de função, formados pela congregação de Estados-parte, e lhes 
conferiu personalidade jurídica própria de direito das gentes, permitindo-lhes desde 
a sua concepção celebrar tratados e ser titular de direitos e deveres perante Estados 
soberanos. 
 
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS - ONU 
Com a evolução do direito, e principalmente com o surgimento da declaração dos direitos 
humanos no âmbito da Organização das Nações Unidas, reacendeu-se nos ciclos 
acadêmicos o pensamento de que não apenas os Estados soberanos e as organizações 
internacionais, mas também indivíduos são pessoas jurídicas de direito internacional 
público, levando outros a aceitar que isso possa se estender a empresas. 
FASE ATUAL DO DIREITO INTERNACIONAL: PESSOAS JURÍDICAS E 
EMPRESAS, SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL? 
https://pt.wikipedia.org/wiki/24_de_outubro
https://pt.wikipedia.org/wiki/1648
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osnabr%C3%BCck
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_III_da_Germ%C3%A2nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sacro_Imp%C3%A9rio_Romano-Germ%C3%A2nico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sacro_Imp%C3%A9rio_Romano-Germ%C3%A2nico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A9cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_dos_Pirin%C3%A9us
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_dos_Pirin%C3%A9us
https://pt.wikipedia.org/wiki/1659
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Equil%C3%ADbrio_de_poder
https://pt.wikipedia.org/wiki/Congresso_de_Viena
https://pt.wikipedia.org/wiki/1815
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes
https://pt.wikipedia.org/wiki/1919
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_Internacionais
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
9 
Para alcançar esse objetivo observar-se-á o fato jurídico da personalidade jurídica e 
verificar-se-á, objetivamente, se na fase atual do direito internacional público ocorre 
efetivamente a incidência do complexo de normas que tornariam indivíduos e 
empresas sujeitos de direito internacional. 
 
O mundo globalizado 
O mundo globalizado vivencia uma crescente circulação de pessoas, bens e 
serviços. Como consequência, os Estados passam a enfrentar situações nas quais 
necessitam de auxílio para o exercício da jurisdição. A cooperação entre os Estados no 
âmbito jurídico faz-se, assim, imprescindível e, por isso, constitui área de grande 
desenvolvimento nos dias atuais. 
Isso se deve ao fato de as transformações ocorridas nas sociedades refletirem-se nos 
ordenamentos jurídicos, forçando-os a amoldarem-se às novas realidades. 
 
O Direito, entretanto, em decorrência de sua evolução, passa a não mais se contentar em 
reger situações limitadas às fronteiras territoriais da sociedade que, modernamente, é 
representada pela figura do Estado. Assim como as comunidades de indivíduos não são 
iguais, o mesmo acontece com os Estados, cujas características variam segundo vários 
fatores (econômicos, sociais, políticos. culturais; comerciais, religiosos, geográficos etc.). 
À medida que estes se multiplicam e na medida em que crescem os intercâmbios 
internacionais, dos mais variados setores da vida humana. 
 
O Direito transcende os limites territoriais da soberania estatal rumo à criação de um 
sistema de normas jurídicas capaz de coordenar vários interesses estatais simultâneos, de 
forma a poderem os Estados, em seu conjunto, alcançar suas finalidades e interesses 
recíprocos. 
 
Verifica-se, com esse fenômeno, que o Direito vai deixando de somente regular questões 
internas para também disciplinar atividades que transcendem os limites físicos dos 
Estados, criando um conjunto de normas capazes de realizar esse mister sistema de 
normas jurídicas (dinâmico por excelência) que visa disciplinar e regulamentar as 
atividades exteriores da sociedade dos Estados (e também atualmente, as organizações 
Internacionais e dos próprios indivíduos) é o que se chama de Direito Internacional 
Público ou Das Gentes. 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
10 
 
Ideia de sociedade: 
➢ Em um sentido mais lato, refere-se à totalidade das relações sociais entre as 
criaturas humanas; 
➢ Cada agregado de seres humanos de ambos os sexos e de todas as idades, unidos 
num grupo que se autoperpetua e possui suas próprias instituições e culturas 
distintas em maior ou menor grau, pode ser uma sociedade; 
➢ As instituições e a cultura de um grupo de ambos os sexos e de todas as idades, 
grupo esse, inclusive, mais ou menos distinto e que se perpétua. 
Sociedade Internacional e Comunidade Internacional e Sociedade 
Os conceitos de sociedade e comunidade são apenas questões nominativas, pois a 
relações devem se situar em centros de poder independentes. 
 
DEFINIÇÃO DE DIREITO INTERNACIONAL 
O Direito Internacional é composto por princípios e conjunto de normas que regula 
as relações externas dos sujeitos que compõem a sociedade internacional, 
principalmente, os Estados nacionais, como também as organizações internacionais. 
 
O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
DEFINIÇÃO: Caracteriza-se pelo conjunto de normas que regulam as diversas 
relações existentes entre os múltiplos atores que compõem a sociedade internacional. 
 
A NORMA INTERNACIONAL 
As normas internacionais possuem características próprias, como tais: são poucas em 
número; são abstratas, são atributivas, por estabelecerem uma competência sem 
assinalarem a materialidade da ação a executar. (Enquanto norma jurídica, as regras são 
gerais e abstratas. São gerais porque não são prescritas para um indivíduo específico, mas 
para todos os que se enquadrem na regra; e são abstratas porque aplicáveis a todas as 
situações que se subsumirem à norma, e não apenas a um específico caso concreto. 
 
Uma Norma Atributiva é aquela que atribui em decorrência a coercibilidade. Tem a 
possibilidade de atribuir o direito de exigir o cumprimento do dever imposto para o 
indivíduo. Ex. A Constituição atribui à família a obrigação de amparar o idoso. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_internacionais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacional
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
11 
 
Caberá aos magistrados identificar e aplicar a regra jurídica equivalente ao caso concreto). 
Surge com as fontes do Direito Internacional, expressas no art. 38 do Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça. (estabelecida pela Carta das Nações Unidas) 
 
JUS COGENS E SOFT LAW 
As regras imperativas (jus cogens) são as normas que impõem aos Estados obrigações 
objetivas, que prevalecem sobre quaisquer outras. Assim, o jus cogens compreende o 
conjunto de normas aceitas e reconhecidas pela comunidade internacional, que não 
podem ser objeto de derrogação pela vontade individual dos Estados, de forma que essas 
regras gerais só podem ser modificadas por outras de mesma natureza. 
 
Fundamentação: 
Artigos 53 e 64 do Decreto nº 7.030/09 
 
CONVENÇÃO DE VIENA SOBREO DIREITO DOS TRATADOS 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, 
inciso IV, da Constituição, e Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por 
meio do Decreto Legislativo no 496, de 17 de julho de 2009, a Convenção de Viena 
sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, com reserva aos 
Artigos 25 e 66; 
Considerando que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação da 
referida Convenção junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas em 25 de setembro 
de 2009; 
DECRETA: 
Art. 1o A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio 
de 1969, com reserva aos Artigos 25 e 66, apensa por cópia ao presente Decreto, será 
executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém. 
 
Artigo 53. Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional 
Geral (jus cogens) 
 
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa 
de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa 
de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade 
internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é 
permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral 
da mesma natureza. 
 
http://www.jusbrasil.com/topico/10628446/artigo-84-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com/topico/10695563/inciso-iv-do-artigo-84-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/23496841/art-1-do-decreto-7030-09
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
12 
Artigo 64. Superveniência de uma Nova Norma Imperativa de Direito Internacional 
Geral (jus cogens) 
Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer tratado 
existente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se. 
 
SOFT LAW - O QUE É SOFT LAW 
Pode-se conceituar soft law, no âmbito do direito internacional, como espécie de norma, 
entre as muitas exaradas pelas entidades internacionais, quer na esfera das organizações 
internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e suas Agências, quer na 
de organizações regulatórias, tal qual a Câmara Internacional do Comércio (CIC). 
Diferencia-se a soft law de outras normas pelo seu caráter de flexibilidade e dependência 
de governança. 
 
Quando do surgimento da expressão soft law no mundo globalizado, alguns países 
tentaram uma tradução que se amoldasse à compreensão de seus falantes: derecho brando 
(direito brando - espanhol); diritto mite (direito suave -italiano); droit mou (direito macio 
- francês). Ocorre que não se tem uma real compreensão desse tipo de norma por essas 
traduções. Elas acabam por apoucar o verdadeiro sentido e a abrangência dessa norma 
especial. 
 
Por mais que se tenha incitado a criatividade, não foi diferente no Brasil. Algumas 
tentativas apontaram para direito flexível, direito brando, quase-direito, direito não 
cogente etc. Ainda, alguns autores entendem a soft law como direito verde (não maduro). 
Entretanto, logo se percebeu que as traduções eram inúteis, preferindo a maioria dos 
juristas e doutrinadores permanecer no anglicismo, mantendo-se a expressão tal qual 
usada internacionalmente. 
 
SOFT LAW E HARD LAW 
Para a doutrina clássica, o termo soft law é posto em paralelo com a expressão hard law 
para identificar as normas cogentes (tratados e costumes internacionais) e aquele, para 
indicar a espécie de norma flexível e, nessa visão, não obrigatória. Não se pode mais 
negar que os efeitos da soft law estão traduzidos em um corte horizontal, nas relações 
multilaterais, que atinge inexoravelmente o direito internacional público e o privado. 
Como negar as diferenças provocadas pela Declaração Universal dos Direitos do Homem 
(Assembleia Geral da ONU em 1948) e as mudanças nas atividades dos países pela 
Agenda 21 (Eco-92)? Como não reconhecer, no meio internacional privado, a validade e 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
13 
a obrigatoriedade do uso dos padrões adotados pela International Organization for 
Standardization (ISO)? 
 
Destarte, a soft law não é tratado internacional, na concepção posta pela Convenção 
de Viena, e tampouco se harmoniza ao conceito de costume. Mas, por outro lado, o 
novo desenho feito pela comunidade internacional para as relações entre Estados e 
sociedades transnacionais não mais permite que tais normas sejam enquadradas como de 
menor importância ou que delas não se espere obediência. 
 
FUNDAMENTOS 
Formas de justificar a existência e a validade do Direito Internacional Público. 
➢ Corrente Voluntarista – Tem por fundamento a própria vontade dos Estados. O 
princípio do Pacta Sunt Servanda nos tratados firmados pelos Estados. 
➢ Corrente Naturalista – Tem por fundamento razões objetivas, que se encontram 
acima do caráter volitivo do Estado. 
 
Obs. É na Corrente Naturalista que se encontra o jus cogens – tipificado no art. 53 da 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, que entrou em vigor em 1980, mas 
só foi promulgada pelo Brasil em 2009. 
 
PACTA SUNT SERVANDA E JUS COGENS 
 
➢ A máxima Pacta Sunt Servanda é a base dos direitos dos tratados e diz respeito 
apenas aos Estados que pactuaram livremente. 
➢ Já o Jus Cogens (normas cogentes de direito internacional) é calcado no 
reconhecimento da existência de direitos e de obrigações, independentemente da 
existência de algum tratado internacional. 
 
PERSPECTIVA 
O DPI sempre concebido como a expressão da vontade dos Estados no plano 
Internacional. 
 
DIREITO INTERNACIONAL RAMO DE DIREITO SUI GENERIS 
O direito internacional é, portanto, sui generis, peculiar, entre os ramos do direito. 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
14 
 
HIERARQUIA DAS NORMAS 
Discute-se se existe uma hierarquia das normas de direito internacional, se um tipo de 
norma seria superior a (e, portanto, prevaleceria contra) outro tipo de norma. 
Embora alguns juristas reconheçam, por exemplo, a superioridade dos princípios de 
direito internacional (tais como os princípios da igualdade jurídica dos Estados e da não-
intervenção), grande parte dos estudiosos entende que inexiste hierarquia. 
 
RELAÇÕES ENTRE O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E O DIREITO 
INTERNO ESTATAL 
 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE 
Uma questão antiga, mas particularmente importante no campo da nossa disciplina, diz 
respeito à situação (eficácia e aplicabilidade) do Direito Internacional na ordem jurídica 
interna dos Estados. Ainda tergiversa a doutrina, sobre como resolver, o problema das 
relações entre o Direito Internacional Público Interno estatal. 
 
ASPECTOS JURÍDICOS DA EFICÁCIA E APLICABILIDADE DO DIP NA ORDEM 
JURÍDICA INTERNA 
Esse problema apresenta dois aspectos: 
➢ um teórico, consistente no estudo da hierarquia do Direito Internacional frente ao 
Direito interno; 
➢ e outro prático, relativo à efetiva solução dos conflitos porventura existentes entre 
a normativa internacional e as regras de direito interno. 
 
NATUREZA DA NORMA JURÍDICA INTERNACIONAL – ÂMBITO DE 
APLICAÇÃO 
O Estado é dotado de soberania, que se manifesta de duas maneiras, segundo o âmbito de 
aplicação. 
➢ Na vertente interna de aplicação da soberania, o Estado encontra-se acima dos 
demais sujeitos de direito, constituindo-se na autoridade máxima em seu território. 
➢ Na vertente externa, por outro lado, o Estado está em pé de igualdadecom os 
demais Estados soberanos que constituem a sociedade internacional. 
DICOTOMIA ENTRE AS VERTENTES EXTERNA E EXTERNA 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
15 
Esta dicotomia entre as vertentes interna e externa do âmbito de aplicação da soberania 
do Estado reflete-se, também, na natureza da norma jurídica, conforme seja de direito 
interno ou de direito internacional. No direito interno, a norma emana do Estado ou é por 
este aprovada. O Estado impõe a ordem jurídica interna e garante a sanção em caso de 
sua violação. 
 
IGUALDADE DOS ESTADOS NO DIREITO INTERNACIONAL 
No direito internacional, os Estados são juridicamente iguais (princípio da igualdade 
jurídica dos Estados) e, portanto, não existe uma entidade central e superior ao conjunto 
de Estados, com a prerrogativa de impor o cumprimento da ordem jurídica internacional 
e de aplicar uma sanção por sua violação. 
 
5ª e 6ª AULA 
RELAÇÕES ENTRE O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E O DIREITO 
INTERNO ESTATAL 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE 
Uma questão antiga, mas particularmente importante no campo da nossa disciplina, diz 
respeito à situação (eficácia e aplicabilidade) do Direito Internacional na ordem jurídica 
interna dos Estados. 
Ainda tergiversa a doutrina, sobre como resolver, o problema das relações entre o Direito 
Internacional Público Interno estatal. 
 
FASE ATUAL DO DIREITO INTERNACIONAL: PESSOAS JURÍDICAS E 
EMPRESAS COMO SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL 
Para alcançar esse objetivo observar-se-á o fato jurídico da personalidade jurídica e 
verificar-se-á, objetivamente, se na fase atual do direito internacional público ocorre 
efetivamente a incidência do complexo de normas que tornariam indivíduos e empresas 
sujeitos de direito internacional. 
Devido à correlação entre conceitos jurídicos, a personalidade jurídica será estudada em 
conjunto com a capacidade jurídica e o sujeito de direito, uma vez que sua coexistência 
não pode prescindir. 
 
LÓGICA JURÍDICA KELSENIANA E PONTIANA 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
16 
 A lógica jurídica kelseniana e pontiana servirão de embasamento para o estudo da 
incidência normativa que dá origem à personalidade jurídica de direito internacional e aos 
sujeitos de direito internacional, de tal forma que serão aplicadas à realidade jurídica 
internacional hodierna com o fito de verificar o que este estudo se propõe a fazer. 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚPLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO - 
DISTINÇÃO ENTRE DIP E DIPr 
O direito internacional, também chamado de direito internacional público, distingue-se 
da disciplina jurídica do direito internacional privado. 
 
ADOÇÃO DE FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL 
A comunidade internacional adotou como fontes formais do direito internacional (DI) as 
elencadas no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ): tratados, 
costume e princípios gerais do direito internacional. Ainda, admite o mesmo artigo, 
como fontes subsidiárias, a doutrina e a jurisprudência. 
 
ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA 
 
Sob a denominação de Corte Internacional de Justiça, é o principal órgão judiciário 
da Organização das Nações Unidas, consoante artigo 92 da Carta das Nações Unidas: 
 
“Artigo 92 – A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das 
Nações Unidas. Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado no Estatuto 
da Corte Permanente de Justiça Internacional e forma parte integrante da presente 
Carta”. 
 
A Corte Internacional de Justiça está instalada no Palácio da Paz, em Haia, na 
Holanda e está ligada à Organização das Nações Unidas. 
 
A Corte é o órgão judiciário das Nações Unidas, descrito na carta de São Francisco. 
Existindo desde o pós guerra ao tempo da Sociedade das Nações, estando todos os 
Estados-Membros ipso facto, integrados a ela. 
 
A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Holanda), é o principal órgão 
judiciário das Nações Unidas. Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte – 
que é parte da Carta das Nações Unidas – podem recorrer a ela. Somente países, nunca 
indivíduos, podem pedir pareceres à Corte Internacional de Justiça. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
17 
Além disso, a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança podem solicitar à Corte 
pareceres sobre quaisquer questões jurídicas, assim como os outros órgãos das Nações 
Unidas. 
 
COMPOSIÇÃO DA CORTE 
A Corte Internacional de Justiça se compõe de quinze juízes de diferentes Estados 
chamados “membros” da Corte. São eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de 
Segurança em escrutínios separados, sendo as candidaturas apresentadas pelos grupos 
nacionais da chamada Corte Permanente de Arbitragem – que é na verdade uma lista de 
aproximadamente trezentas pessoas detentoras de conhecimento na área de Direito 
Internacional e em regra patrocinadas pelos seus respectivos governos. 
 
A Corte Internacional de Justiça julga litígios entre Estados soberanos; por vezes atende 
consultas da Assembleia Geral (ONU) e de outras instituições no âmbito das Nações 
Unidas. 
Rui Barbosa ainda é lembrado em Haia, por sua participação na Conferência da Paz de 
1907; todavia eleito para a primeira composição, não chegou a atuar sobre nenhum 
processo. Posteriormente José Francisco Rezek, laureado, posto que anteriormente 
exerceu por duas vezes o munus de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 
 
A carta das Nações Unidas foi assinada em São Francisco, no dia 26/06/1945 após o 
término da Conferência sobre Organização Internacional e entrou em vigor no dia 
24/10/1945 junto com o Estatuto da Corte Internacional de Justiça e onde a França, 
Inglaterra, EUA, China e URSS obtiveram uma representação permanente e o 
direito de veto no Conselho de Segurança. 
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU 
A Sede da Organização das Nações Unidas está localizada em Nova Iorque, Estados 
Unidos. Foi construída entre 1949 e 1952 e está localizada no setor leste de Manhattan. 
As Nações Unidas possuem três sedes adicionais, subsidiárias e regionais. Estas foram 
abertas em Genebra em 1946, em Viena em 1980 e em Nairóbi, em 2011. Todas estas 
sedes adicionais representam conjuntamente os interesses das Nações Unidas, facilitam 
atividades diplomáticas e gozam de extraterritorialidade; porém somente o complexo em 
Nova Iorque sedia os principais organismos da organização, incluindo a Assembleia 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Iorque
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/1949
https://pt.wikipedia.org/wiki/1952
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manhattan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Genebra
https://pt.wikipedia.org/wiki/1946
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viena
https://pt.wikipedia.org/wiki/1980
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nair%C3%B3bi
https://pt.wikipedia.org/wiki/2011
https://pt.wikipedia.org/wiki/Extraterritorialidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
18 
Geral e o Conselho de Segurança. Todas as quinze agências especializadas das Nações 
Unidas estão sediadas em locais fora da cidade de Nova Iorque. 
 
A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA 
O Tribunal Internacional de Justiça ou Corte Internacionalde Justiça é o principal 
órgão judiciário da Organização das Nações Unidas (ONU). Tem sede em Haia, 
nos Países Baixos. Por isso, também costuma ser denominada como Corte de 
Haia ou Tribunal de Haia. Sua sede é o Palácio da Paz. 
Foi instituído pelo artigo 92 da Carta das Nações Unidas: 
"Artigo 92. A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das Nações 
Unidas. Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado no Estatuto da Corte 
Permanente de Justiça Internacional e faz parte integrante da presente Carta." 
 
FUNÇÃO 
Sua principal função é resolver conflitos jurídicos a ele submetidos por Estados e emitir 
pareceres sobre questões jurídicas apresentadas ordinariamente pela Assembleia Geral 
das Nações Unidas ou pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. 
Extraordinariamente, poderão solicitar parecer consultivo órgãos e agências 
especializadas autorizados pela Assembleia Geral da ONU, desde que as questões 
submetidas estejam dentro de sua esfera de atividade (artigo 96, inciso II do Estatuto da 
Corte Internacional de Justiça). 
Foi fundado em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, em substituição à Corte 
Permanente de Justiça Internacional, instaurada pela Sociedade das Nações. 
 
O Tribunal Internacional de Justiça não deve ser confundido com a Corte Penal 
Internacional, que tem competência para julgar indivíduos e não Estados. 
Corte Penal Internacional ou Tribunal Penal Internacional (TPI) é o primeiro 
tribunal penal internacional permanente. Foi estabelecido em 2002 em Haia, Países 
Baixos, local da sua sede atual, conforme estabelece o Artigo 3º do Estatuto de Roma. 
O objetivo do TPI é promover a justiça, julgando e condenando indivíduos suspeitos de 
cometer crimes contra os direitos humanos. Basicamente conhece dos casos em que se 
alegue que um dos Estados-membros tenha violado um direito ou liberdade protegido 
pela Convenção, sendo necessário que se tenham esgotados os procedimentos previstos 
nesta. As pessoas, grupos ou entidades que não sejam o Estado não têm capacidade de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Seguran%C3%A7a_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ag%C3%AAncias_especializadas_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ag%C3%AAncias_especializadas_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Haia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_da_Paz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Seguran%C3%A7a_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/1945
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Permanente_de_Justi%C3%A7a_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Permanente_de_Justi%C3%A7a_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Penal_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Penal_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/2002
https://pt.wikipedia.org/wiki/Haia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_de_Roma
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
19 
impetrar casos junto à Corte, mas podem recorrer à Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos. A Comissão pode, então, levar os assuntos diante desta. o Direito 
internacional, e seu mandato é de julgar os indivíduos e não os Estados (tarefa 
do Tribunal Internacional de Justiça). Por exemplo o caso de Maduro na Venezuela. 
 
ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA 
 
A carta das Nações Unidas foi assinada em São Francisco, no dia 26/06/1945 após o 
término da Conferência sobre Organização Internacional e entrou em vigor no dia 
24/10/1945 junto com o Estatuto da Corte Internacional de Justiça e onde a França, 
Inglaterra, EUA, China e URSS obtiveram uma representação permanente e o direito de 
veto no Conselho de Segurança. 
 
DO ESTATUTO 
 
Artigo 1 
A Corte Internacional de Justiça, estabelecida pela Carta das Nações Unidas como o 
principal órgão judiciário das Nações Unidas, será constituída e funcionará de acordo com 
as disposições do presente Estatuto. 
 
CAPÍTULO I 
 
ORGANIZAÇÃO DA CORTE 
 
Artigo 2 
A Corte será composta de um corpo de juízes independentes, eleitos sem atenção à sua 
nacionalidade, dentre pessoas que gozem de alta consideração moral e possuam as 
condições exigidas em seus respectivos países para o desempenho das mais altas funções 
judiciárias ou que sejam jurisconsultos de reconhecida competência em direito 
internacional. 
 
Artigo 3 
A Corte será composta de quinze membros, não podendo figurar entre eles dois nacionais 
do mesmo Estado. 
 
A pessoa que possa ser considerada nacional de mais de um Estado será, para efeito de 
sua inclusão como membro da Corte, considerada nacional do Estado em que exercer 
ordinariamente seus direitos civis e políticos. 
 
Artigo 38 
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que 
lhe forem submetidas, aplicará: 
 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras 
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal_Internacional_de_Justi%C3%A7a
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
20 
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas 
mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das 
regras de direito. 
 
(...) 
Artigo 59 - A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito 
do caso em questão. 
 
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex 
aequo et bono, se as partes com isto concordarem. 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
FUNDAMENTO DO DIREITO INTERNACIONAL 
Serão demonstradas através das teorias do voluntarismo (vontade dos Estados); 
Sociológica desenvolvida por Duguit (o direito provém do meio social e que a norma 
social decorre da solidariedade que brota no âmago do referido grupo; e Jusnaturalista ( 
evidencia-se que a admissibilidade da existência de um direito superior ao direito positivo 
se apresenta desde a antiguidade, onde são observados escritos tanto na Grécia como em 
Roma). 
 
O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E AS RELAÇÕES DO DIREITO 
INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
O Direito Internacional, trata das relações do Direito Internacional Público, e do Direito 
Internacional Privado, e do âmbito normativo, podendo ser positivado ou costumeiro. 
 
TEORIAS: DA SUBORDINAÇÃO, DOS INTERESSES 
➢ O Direito internacional privado, de acordo com a teoria de subordinação, é o 
direito que soluciona as relações entre particulares, e o direito internacional 
público, a relação do cidadão com o poder público. 
➢ E, segundo a teoria dos interesses, o direito privado serve para a proteção de 
interesses particulares, eo direito público, procura servir aos interesses públicos. 
 
DISTINÇÕES ENTRE DIREITO INTERNACIONAL E PÚBLICO 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
21 
Ao analisarmos as distinções entre Direito internacional privado e público, devemos 
inicialmente entender o que é Direito internacional público e privado, necessariamente 
temos que mencionar que nem todos os sistemas jurídicos diferenciam os dois termos, 
sendo que no Brasil usamos a dicotomia que é direito privado e direito público. Podemos 
afirmar que existe afinidade entre ambas as disciplinas jurídicas, bem como, visto que em 
ambas as disciplinas estão voltadas à regulamentação de dimensões específicas da 
sociedade internacional. 
 
CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO 
INTERNACIONAL PRIVADO 
O direito internacional público é o conjunto de regras e princípios que regula a sociedade 
internacional. A sociedade internacional é composta por Estados, Organizações 
Internacionais. É um ramo que nasce na Idade Média, com a própria formação do estado, 
mas que ganha maior importância a partir da consolidação dos Estados europeus e a 
expansão ultramarina. 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – DIREITO DAS GENTES 
O direito internacional público também pode ser chamado de “direito das gentes”: que 
vem do direito romano jus gentium, que designa o direito aplicável entre os cidadãos 
romanos e os estrangeiros ou entre estrangeiros, um direito com menos formalismo, mais 
guiado pela equidade. Esse ramo do direito não deveria ser um direito entre Estados, mas 
um direito entre indivíduos de todo o mundo. O Estado seria apenas uma ficção jurídica 
que tenderia a desaparecer com o tempo. 
 
SISTEMA JURÍDICO DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
O Direito internacional público é um sistema jurídico autônomo, sendo ele regulador das 
relações entre os estados. Um conceito clássico do Direito Internacional Público é o de 
Alberto do Amaral Júnior, que o define como o ramo do Direito que “tem sido 
tradicionalmente entendido como o conjunto das regras escritas e não escritas que regula 
o comportamento dos Estados”, lembrando que essa concepção remonta à Paz de 
Vestfália, que “consolidou o sistema moderno dos Estados”. 
 
SISTEMA JURÍDICO AUTONOMO ENTRE ESTADO SOBERANOS 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
22 
Na mesma linha, Francisco Rezek alude a um “sistema jurídico autônomo, onde se 
ordenam as relações entre os Estados soberanos”. O Direito Internacional Público, foi 
criado com a distinção de construir relações jurídicas, com o objetivo de orientar todas as 
organizações no âmbito internacional, bem como estabelecer ordens, e leis comuns que 
regue os comportamentos que extrapolar a esfera da soberania. 
 
ESTATUTO DA CORTE DE HAIA 
De acordo com o livro do VARELLA as fontes do Direito Internacional Público são as 
formas nas quais as normas internacionais se manifestam. De acordo com o art. 38 do 
Estatuto da Corte de Haia (o “rol das fontes”), são considerados fontes do Direito 
Internacional: os tratados, os costumes e os princípios gerais do direito. Como meios 
auxiliares, consideram-se a jurisprudência e a doutrina, facultando o emprego da 
equidade. 
O Tribunal Internacional de Justiça ou Corte Internacional de Justiça é 
o principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas. Tem sede 
em Haia, nos Países Baixos. Por isso, também costuma ser denominada 
como Corte da Haia ou Tribunal da Haia. Sua sede é o Palácio da Paz. 
Foi instituído pelo artigo 92 da Carta das Nações Unidas: "A Corte 
Internacional de Justiça constitui o órgão judiciário principal das Nações 
Unidas. Funciona de acordo com um Estatuto estabelecido com base no 
Estatuto da Corte Permanente de Justiça Internacional e anexado à presente 
Carta da qual faz parte integrante." 
Sua principal função é de resolver conflitos jurídicos a ele submetidos 
pelos Estados e emitir pareceres sobre questões jurídicas apresentadas 
pela Assembleia Geral das Nações Unidas, pelo Conselho de Segurança das 
Nações Unidas ou por órgãos e agências especializadas acreditadas pela 
Assembleia da ONU, de acordo com a Carta das Nações Unidas. 
Foi fundado em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, em substituição 
à Corte Permanente de Justiça Internacional, instaurada pela Sociedade das 
Nações. 
O Tribunal Internacional de Justiça não deve ser confundido com a Corte 
Penal Internacional, que tem competência para julgar indivíduos e não 
Estados. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Haia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_da_Paz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Seguran%C3%A7a_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Seguran%C3%A7a_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/1945
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Permanente_de_Justi%C3%A7a_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Penal_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Penal_Internacional
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
23 
O trabalho da Corte é um conjunto variado de atividades judiciais. Até hoje, 
a CIJ já lidou com relativamente poucos casos. Entretanto, desde da década 
de 80, vem havendo um aumento na vontade de se fazer uso da Corte, 
especialmente entre os países em desenvolvimento. 
 
DA UNIVERSALIDADE DO FATO JURÍDICO 
 Ademais, a universalidade do fato jurídico, requisito imprescindível para que 
determinada norma figure no âmbito do direito das gentes, pode também ser questionada. 
Isto porque uma fonte jurídica convencional de direito das gentes para ser considerada 
norma geral de direito internacional deve ter abrangência universal, ou no mínimo, algo 
que muito se aproxime disso, haja vista que caso não possua essa característica o 
dispositivo legal estará fadado a ser comparado com acordos regionais. 
Nesta senda, a carência de universalidade da personalidade jurídica do indivíduo em 
tribunais que se propõem a ser de jurisdição universal, à exemplo do TPI, pode ser 
constatada pela não ratificação de seu tratado constitutivo pelos EUA, China, Rússia, 
Etiópia, Egito, Arábia Saudita, dentre outros países do globo com influência no direito da 
gentes, os quais representam contingente significante da população mundial. 
A estes indivíduos a personalidade de direito Internacional não incide. 
 
SISTEMA JURÍDICO AUTÔNOMO 
O direito internacional público é um sistema jurídico autônomo que “regulamenta a 
conduta mútua de Estados”. Também denominado direito das gentes, ele é baseado no 
consentimento, no princípio pacta sunt servanda. Na relação entre Estados e indivíduos 
na ordem interna, evidencia-se a subordinação. Diferentemente, na ordem jurídica 
internacional, a convivência entre países é regida pelo princípio da coordenação. Somente 
a aquiescência de um Estado soberano pode convalidar a autoridade de um foro judiciário 
ou arbitral sobre ele. 
 
A ORDEM JURÍDICA UNIVERSAL 
“A ordem jurídica universal demonstra, de modo notável, o alto grau da sua 
descentralização, se comparada com o tipo de ordensjurídicas com as quais está mais 
intimamente relacionada: um Estado federal ou uma confederação de Estados.” 
Trata-se de um direito criado para reger a relação entre Estados, entre países soberanos. 
Por isso diz-se que a personalidade jurídica do Estado é originária, porque o Estado é 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
24 
antes de tudo uma realidade física, um espaço territorial sobre o qual vive uma 
comunidade de indivíduos. 
 
DIREITO INTERNACIONAL EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO 
Trata-se de um ramo do direito que nasce na Idade Média, com a própria formação do 
Estado, mas que ganha maior importância a partir da consolidação dos Estados europeus 
e a expansão ultramarina. Cresce com a maior interdependência global, no século XX, e 
sofre uma expansão importante, sobretudo, a partir dos anos noventa. Como o próprio 
mundo moderno, o direito internacional é um ramo do direito em constante 
transformação. É um dos ramos do direito que mais sofre transformações nos últimos 
anos. 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚPLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO - 
DISTINÇÃO 
O direito internacional, também chamado de direito internacional público, distingue-se 
da disciplina jurídica do direito internacional privado. 
Em uma determinada ordem, os homens se agrupam estabelecendo dois tipos de 
relação: a comunalização e a socialização. 
➢ A comunalização designa a atividade social unificadora que se fundamenta no 
sentimento subjetivo dos participantes de pertencerem a um mesmo conjunto. 
➢ A socialização designa atividade social que unifica os seres na base de um 
compromisso ou de uma coordenação de interesses segundo o esquema da 
racionalização por valor ou por finalidade. 
 
A Comunalização repousa em um sentimento de ordem tradicional ou afetivo que pode 
ser de caráter religioso, doméstico, étnico. 
A socialização repousa em um comprometimento comum, querido por motivos racionais 
(troca e mercado, associação para defender interesses, associação ideológica etc). 
 
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 
Apesar de não constituir novidade na área jurídica, o estudo da cooperação jurídica 
internacional adquire particular relevo na atualidade, diante da conjuntura internacional 
de um mundo multicultural, por possibilitar o dinamismo e a eficácia da prestação da 
tutela jurisdicional estatal. Isso se deve ao fato de as transformações ocorridas nas 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
25 
sociedades refletirem-se nos ordenamentos jurídicos, forçando-os a amoldarem-se às 
novas realidades. 
 
DOS FATORES FUNDAMENTAIS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
A intensificação das relações internacionais no período seguinte à Segunda Guerra 
Mundial, segundo Eduardo Felipe P. Matias, deve-se, principalmente, a dois fatores 
fundamentais: 
➢ “O primeiro relaciona-se com a consciência dos Estados quanto ao fato de que 
não são auto-suficientes, de que o isolamento representa um retrocesso e de 
que o crescimento está vinculado à cooperação. 
➢ O segundo fator é a coexistência de múltiplos Estados independentes.” 
 
O contexto atual fez com que os Estados deparassem com problemas que não 
conseguiriam resolver sozinhos, ou, pelo menos, resolveriam melhor por meio da 
cooperação. Nessa nova ordem global, é inevitável que haja uma série de políticas 
públicas que não podem ser implementadas sem a cooperação de outros países, enquanto 
várias funções tradicionais dos Estados não poderiam ser cumpridas sem se recorrer a 
formas internacionais de colaboração. 
 
COOPERAÇÃO JURÍDICA 
Cooperação pressupõe trabalho conjunto, colaboração. É nesse sentido que toda e 
qualquer forma de colaboração entre Estados, para a consecução de um objetivo comum, 
que tenha reflexos jurídicos, denomina-se cooperação jurídica internacional. 
 
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 
Cooperação jurídica internacional, que é a terminologia consagrada, significa, em 
sentido amplo, o intercâmbio internacional para o cumprimento extraterritorial de 
medidas processuais do Poder Judiciário de outro Estado. Tradicionalmente também 
incluir-se-ia nessa matéria o problema da competência internacional. Além disso, hoje há 
novas possibilidades de uma atuação administrativa do Estado nessa matéria, em 
modalidades de contato direto entre os entes estatais. 
 
COOPERAÇÃO JURÍDICA: ATIVO E PASSIVO- PRESERVAÇÃO DA 
SOBERANIA 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
26 
A cooperação jurídica internacional pode ser classificada nas modalidades ativa e passiva, 
de acordo com a posição de cada um dos Estados cooperantes. A cooperação será ativa 
quando um Estado (requerente) formular a outro (requerido) um pedido de assistência 
jurídica; a cooperação, por outro lado, será passiva quando um Estado (requerido) receber 
do outro (requerente) um pedido de cooperação. 
Hoje em dia, no entanto, já não se pode vincular os conceitos tradicionais de soberania à 
cooperação jurídica internacional. A cooperação jurídica entre Estados pode ser vista, de 
certa forma, como um meio de preservar a própria soberania. 
Não existe uma definição absoluta de soberania. No entanto, no âmbito da cooperação 
jurídica internacional, a soberania pode ser vista como “o poder do Estado em relação às 
pessoas e coisas dentro de seu território”. Dessa forma, cabe ao Estado soberano 
proteger-se de ingerências externas e, ao mesmo tempo, garantir o seguimento e a 
execução das regras estabelecidas em seu território. 
4ª AULA 
 
ESTADO E ESTADO MODERNO 
O termo Estado (do latim status,us: modo de estar, situação, condição), segundo 
o Dicionário Houaiss, data do século XIII e designa o "conjunto das instituições que 
controlam e administram uma nação"; "país soberano, com estrutura própria 
e politicamente organizado" (não confundir com governo). 
Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos procedem de tal forma 
a chegarem à ideia de Estado, cujas bases foram determinadas na história mundial com a 
Ordem de Wetsfalia (Paz de Vestfália), em 1648. 
A instituição estatal, que possui uma base de prescrições jurídicas e sociais a serem 
seguidas, evidencia-se como "casa-forte" das leis que devem regimentar e regulamentar 
a vida em sociedade. 
 
ESTADO – COISA PÚBLICA 
Para Kant, o Estado tanto é designado por coisa pública (res publica), quando tem 
por liame o interesse que todos têm em viver no estado jurídico, como 
por potentia (poder), quando se pensa em relação com outros povos, ou por gens (nação), 
por causa da união que se pretende hereditária. Entende o Estado 
como comunidade, soberania e nação, se utilizadas categorias de hoje, dado que o Estado 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Houaiss
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIII
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs
https://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paz_de_Vestf%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/1648
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caixa-forte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kant
https://pt.wikipedia.org/wiki/Res_publica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_direito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%A3o
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
27 
é ao mesmo tempo Estado-comunidade,ou república, Estado-aparelho, ou principado, e 
comunidade de gerações, ou nação. 
Segundo o jurista italiano Norberto Bobbio, a palavra foi utilizada pela primeira vez, com 
o seu sentido contemporâneo, no livro A Arte da Guerra, pelo general estrategista Sun 
Tzu, e posteriormente no livro denominado “O Príncipe”, do diplomata e 
militar Nicolau Maquiavel. Desse modo, o Estado representa a forma máxima de 
organização humana, somente transcendendo, a ele, a concepção de "comunidade 
internacional". 
O Estado é o mais importante ator e também considerado sujeito originário da 
sociedade internacional. 
 
ESTADO - ORGANIZADO POLÍTICA, SOCIAL E JURIDICAMENTE OCUPANDO 
UM TERRITÓRIO 
É organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido onde, 
normalmente, a lei máxima é uma constituição escrita. É dirigido por um governo que 
possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado soberano é 
sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território". 
 
ESTADO RESPONSÁVEL PELA ORGANIZAÇÃO E PELO CONTROLE SOCIAL 
O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max 
Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal). Segundo a 
divisão setorial sociológica mais comum, considera-se o Estado o Primeiro Setor, ficando 
o Mercado e as Entidades da Sociedade Civil respectivamente como Segundo e Terceiro 
Setores. 
 
INDEPENDÊNCIA DE UM ESTADO – ACORDOS INTERNACIONAIS 
O reconhecimento da independência de um Estado em relação aos outros, permitindo, ao 
primeiro, firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para 
estabelecimento da soberania. O Estado pode também ser definido em termos de 
condições internas, especificamente (conforme descreveu Max Weber, entre outros) no 
que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência (coercitibilidade legal). 
 
6ª AULA 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jurista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Norberto_Bobbio
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Arte_da_Guerra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sun_Tzu
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sun_Tzu
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Pr%C3%ADncipe
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Maquiavel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Territ%C3%B3rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
https://pt.wikipedia.org/wiki/Soberano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Povo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Controle_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber
https://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coer%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_setor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_Civil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segundo_Setor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terceiro_setor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terceiro_setor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monop%C3%B3lio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
28 
A Organização Internacional foi constituída, em 1945, por 51 Estados e atualmente 
conta com 193 Estados. 
A Organização Internacional é uma organização com membros, adesão ou 
presença internacional. Existem dois tipos principais: 
• Organização intergovernamental: O tipo de organização mais associado com o 
termo "organização internacional", composta principalmente de Estados soberanos. 
Exemplos notáveis incluem a Organização das Nações Unidas (ONU), Organização 
para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Organização para a 
Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Conselho da Europa e Organização 
Mundial do Comércio (OMC). A ONU tem adotado o termo "organização 
intergovernamental" ao invés de "organização internacional" para maior clareza do 
perfil da organização. 
• Organização internacional não governamental: Organizações não 
governamentais que operam internacionalmente. Incluem organizações sem fins 
lucrativos que atuam a nível internacional e empresas como o Comitê Internacional da 
Cruz Vermelha e Médicos sem Fronteiras, que atuam em diversos países. 
 
CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL 
A sociedade internacional sofreu grandes mudanças com o passar dos tempos, e para 
compreender essas alterações o estudo das características ganha relevo. Assim, pode-se 
afirmar que a sociedade internacional é universal, aberta, paritária e 
descentralizadora. 
➢ UNIVERSAL – A universalização do Direito Internacional ocorreu após a 
Segunda Grande Guerra Mundial, em especial pela ocorrência da descolonização, 
haja vista que somente a metrópole tinha acesso à sociedade internacional. 
 
No início do Século XX, a sociedade internacional comportava a existência de 
apenas 43 Estados, sendo 21 americanos, 21 europeus e apenas 1 asiático (o 
Japão), em razão da classificação (que não existe mais) dos Estados em 
civilizados, semicivilizados e não civilizados. A classificação de Von List, 
concebia os Estados civilizados como sendo os Estados cristãos e se beneficiavam 
do Direito Internacional. Os Semicivilizados (China, Pérsia e Marrocos) não 
integravam a sociedade internacional. Com o fim da Guerra, e o aparecimento de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_intergovernamental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_para_a_Coopera%C3%A7%C3%A3o_e_Desenvolvimento_Econ%C3%B3mico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_para_a_Coopera%C3%A7%C3%A3o_e_Desenvolvimento_Econ%C3%B3mico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_para_a_Seguran%C3%A7a_e_Coopera%C3%A7%C3%A3o_na_Europa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_para_a_Seguran%C3%A7a_e_Coopera%C3%A7%C3%A3o_na_Europa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_da_Europa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_do_Com%C3%A9rcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_do_Com%C3%A9rcio
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacional_n%C3%A3o_governamental&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o_governamental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o_governamental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_sem_fins_lucrativos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_sem_fins_lucrativos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comit%C3%AA_Internacional_da_Cruz_Vermelha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comit%C3%AA_Internacional_da_Cruz_Vermelha
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dicos_sem_Fronteiras
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
29 
novos Estados, é que a Sociedade internacional passa a assumir contornos 
universalistas. 
 
➢ ABERTA – A Sociedade internacional é aberta pelo fato de que não existe um 
número determinado de atores que façam parte das relações internacionais. 
➢ DESCENTRALIZADA – A Sociedade internacional não possui uma 
organização institucional, a exemplo do que ocorre nos Estados. 
➢ PARITÁRIA – É paritária porque consagra a igualdade jurídica. 
 
7ª AULA 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
As Organizações internacionais se apresentam como entes formados por um acordo 
concluído entre Estados e são dotados de personalidade jurídica própria,como por 
exemplo a ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU); ORGANIZAÇÃO DOS 
ESTADOS DA AMÉRICA (OEA); A AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA 
ATÔMICA (AIEA) (é uma organização internacional autônoma, com relações diretas 
com a ONU (Organização das Nações Unidas). É voltada para o uso seguro e pacífico da 
energia atômica. Estabelecida em julho de 1957 e sua sede fica na cidade de Viena 
(Áustria)). 
 
CRIAÇAO E ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) 
Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações Unidas, é 
uma organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional. 
Uma substituição à Liga das Nações, a organização foi estabelecida em 24 de outubro de 
1945, após o término da Segunda Guerra Mundial, com a intenção de impedir outro 
conflito como aquele. 
 
ESTADOS MEMBROS DA ONU 
Na altura de sua fundação, a ONU tinha 51 estados-membros; hoje são 193. A 
sua sede está localizada em Manhattan, Nova York, e possui extraterritorialidade (Está 
em um território que ultrapassa os limites federativos do País/Estado em que se encontra). 
 
OBJETIVOS DA ONU 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_intergovernamental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados-membros_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sede_da_Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manhattan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_York
https://pt.wikipedia.org/wiki/Extraterritorialidade
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
30 
Outros escritórios situam-se em Genebra (cidade da Suíça, capital Berna), Nairóbi 
(Quênia) e Viena (capital da Austria). A organização é financiada com contribuições 
avaliadas e voluntárias dos países-membros. Os seus objetivos incluem manter 
a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar 
no desenvolvimento econômico e no progresso social, proteger o meio ambiente e 
prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados. 
 
CRIAÇÃO DA ONU E A CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS 
Durante a Segunda Guerra, o presidente estadunidense, Franklin D. Roosevelt, começou 
a discutir a criação de uma agência que sucederia a Liga das Nações, e a Carta das Nações 
Unidas foi elaborada em uma conferência em abril–junho de 1945; a carta entrou em 
vigor a 24 de outubro de 1945, e a ONU começou a operar. 
 
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS OU CARTA DE SÃO FRANCISCO 
A Carta das Nações Unidas ou Carta de São Francisco é o acordo que formou 
a Organização das Nações Unidas logo após a Segunda Guerra Mundial, em substituição 
à Liga das Nações, como entidade máxima da discussão do direito internacional e fórum 
de relações e entendimentos supranacionais. A Carta foi assinada em São 
Francisco em 26 de junho de 1945, após o término da Conferência das Nações Unidas 
sobre Organização Internacional, entrando em vigor a 24 de outubro daquele mesmo ano. 
 
 O Estatuto da Corte Internacional de Justiça é parte integrante da Carta. 
Como Carta, trata-se de um acordo constitutivo, e todos os membros estão sujeitos aos 
seus artigos. Ademais, a Carta postula que as obrigações às Nações Unidas prevalecem 
sobre quaisquer outras estabelecidas em tratados diversos. Grande parte dos 
países ratificaram-na. 
 
A Carta consiste de um preâmbulo e uma série de artigos divididos em capítulos. 
• Capítulo I: propõe os princípios e propósitos das Nações Unidas, incluindo as 
provisões importantes da manutenção da paz internacional e segurança. 
• Capítulo II: define os critérios para ser membro das Nações Unidas. 
• Capítulos III-XV: a maior parte do documento, descreve os órgãos da ONU e seus 
respetivos poderes. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Genebra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nair%C3%B3bi
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paz_mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_econ%C3%B4mico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Progresso_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_ambiente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Franklin_Delano_Roosevelt
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_sobre_Organiza%C3%A7%C3%A3o_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/San_Francisco
https://pt.wikipedia.org/wiki/San_Francisco
https://pt.wikipedia.org/wiki/26_de_junho
https://pt.wikipedia.org/wiki/1945
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_sobre_Organiza%C3%A7%C3%A3o_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_sobre_Organiza%C3%A7%C3%A3o_Internacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/24_de_outubro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Internacional_de_Justi%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ratifica%C3%A7%C3%A3o
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
ELIETTE RODRIGUES DE AMORIM 
______________________________________________________________________ 
 
31 
• Capítulos XVI e XVII: descrevem os convênios para integrar-se à ONU com a lei 
internacional estabelecida. 
• Capítulos XVIII e XIX: proporcionam os critérios para retificação e ratificação da 
Carta. 
 
O principal propósito da Carta das Nações Unidas foi o de transferir o monopólio da força 
legítima de cada Estado para um gendarme mundial. Como explica Max Weber, o 
Estado soberano moderno se define pelo "monopólio da força legítima": sobre seu 
território, ele assegura soberanamente a polícia; em relação ao exterior, ele é o senhor da 
guerra que se contrapõe a toda agressão externa. 
 
Segundo a Carta, a guerra é um ato legítimo, "natural" nas relações entre Estados, uma 
delinquência que compete ao gendarme (força militar encarregada de manter a ordem 
pública no âmbito da população civil) mundial, o Conselho de Segurança das Nações 
Unidas, prevenir ou fazer cessar. Entretanto, a Carta não garante, a nenhum Estado, que 
a ONU virá necessariamente protegê-lo em caso de ataque. O compromisso da Carta é 
que, se um Estado for agredido por outro Estado, o Conselho de Segurança irá deliberar 
sobre o conflito e, se seus membros chegarem a um acordo, alguma medida poderá ser 
tomada. Diante de um conflito, cada um dos cinco membros permanentes pode vetar ou 
bloquear qualquer proposta de resolução referente a esse conflito. 
 
Durante a Guerra Fria, por exemplo, a guerra do Vietnam e a guerra do 
Afeganistão escaparam do Conselho de Segurança, já que uma 
das superpotências indicava claramente que recorreria ao veto se o caso fosse levado ao 
Conselho. A Carta reconhece esses seus limites no artigo 51, que estabelece que "nada na 
presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no 
caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das Nações Unidas". Portanto, 
o gendarme mundial age, se puder agir, de modo que "todo Estado pode se ver só diante 
do seu agressor." 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monop%C3%B3lio_da_viol%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monop%C3%B3lio_da_viol%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gendarme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber
https://pt.wikipedia.org/wiki/Soberano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moderno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Legitimidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_natural

Outros materiais