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1 Direito Urbano Ambiental Estudo da Legislação de Linhares/ES Linhares: princípios e instrumentos de regularização fundiária - Plano Diretor de Linhares e Lei de Uso do Solo Professora Maria Etelvina Guimaraens setembro de 2012 teliguimaraens@gmail.com 2 Princípios e diretrizes Política Urbana na CF – Art. 182 A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. 3 § 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º- A propriedade urbana cumpre a função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. 4 Diretrizes gerais fixadas em lei Lei Federal 10.257/2001 art. 1° parágrafo único: Para todos os efeitos, esta lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. 5 Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: 6 Diretriz (art.2º) Instrumento (4º) � direito à cidade sustentável �terra urbana, moradia �saneamento ambiental �infra-estrutura urbana �transporte e serviços públicos �trabalho , lazer para gerações presentes e futuras �plano diretor �parcelamento, uso e ocupação do solo �zoneamento ambiental �edificação e utilização compulsória do solo urbano �Unidades de conservação �EIA e EIV 7 Diretriz Instrumento � gestão democrática através da participação � audiência pública – empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos ao meio ambiente (natural ou construído), o conforto ou a segurança da população �plano diretor participativo �gestão orçamentária participativa �planos, programas e projetos setoriais �planos de desenvolvimento econômico e social �referendo popular e plebiscito �EIA e EIV 8 Diretriz Instrumento � evitar e corrigir distorções do crescimento urbano e efeitos negativos sobre o ambiente � ordenação e controle do uso do solo evitando: ⌧uso inadequado dos imóveis ⌧proximidade de usos incompatíveis e inconvenientes ⌧parcelamento, edificação e uso excessivo ou inadequado à infraestrutura ⌧subutilização ou não utilização especulativa ⌧deterioração das áreas urbanizadas � plano diretor � zoneamento ambiental � unidades de conservação � limitação administrativa � parcelamento, edificação e utilização compulsórios � direito de preempção � Operações Urbanas Consorciadas � EIA e EIV 9 Diretriz Instrumento � equipamentos, serviços adequados aos interesses e necessidades da população e características locais; � justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes da urbanização � recuperação dos investimentos públicos que geraram valorização imobiliária �Plano diretor �parcelamento, edificação ou utilização compulsória �planos de desenvolvimento econômico e social �direito de preempção �outorga onerosa do direito de construir �operações urbanas consorciadas �instrumentos fiscais e tributários 10 Diretriz Instrumento � cooperação entre governos e iniciativa privada …no processo de urbanização em atendimento ao interesse social � regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas para baixa renda, normas especiais de urbanização e uso do solo � usucapião especial � ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social � CDRU – Concessão de Direito Real de Uso � Concessão Especial p/ Moradia � Regularização Fundiária � Direito de superfície � Direito de preempção 11 Diretriz Instrumento � adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano - bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais � IPTU, Contribuição de Melhoria, incentivos e benefícios fiscais e financeiros � plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual � gestão orçamentária participativa � planos de desenvolvimento econômico e social 12 Legislação de Linhares – Plano Diretor – LC 11/2012 TÍT. II DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, DAS DIRETRIZES E DOS OBJETIVOS GERAIS DA POLÍTICA DE GESTÃO URBANA CAP. I - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS CAP. II - DOS OBJETIVOS E DAS DIRETRIZES CAP. III - DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE TÍT. III DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO CAP. I - DA HABITAÇÃO TÍT. IV DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO MUNICÍPIO CAP. I - DA ESTRUTURAÇÃO DO TERRITÓRIO DO MUNICÍPIO CAP. II-DA ZONA URBANA SEÇÃO I - DA ZONA URBANA DE DINAMIZAÇÃO I SEÇÃO II - DA ZONA URBANA DE DINAMIZAÇÃO II SEÇÃO III - DA ZONA URBANA DE CONSOLIDAÇÃO I SEÇÃO IV - DA ZONA URBANA DE CONSOLIDAÇÃO II SEÇÃO V - DA ZONA DE INTERESSE SOCIAL 13 TÍTULO V. DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA CAP.I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAP. II - DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA CAP. III - DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIA CAP. IV - DO DIREITO DE PREEMPÇÃO CAP. V - DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR CAP. VI - DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS CAP. VII - DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR CAP. VIII - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA CAP. IX - DOS PROJETOS URBANÍSTICOS ESPECÍFICOS CAP. X - DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA CAP. XI - DAS DIRETRIZES PARA REGULARIZAÇÃO DE ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS, LOTEAMENTOS IRREGULARES E EDIFICAÇÕES DESCONFORMES 14 SEÇÃO VI - DA ZONA DE EXPANSÃO URBANA SEÇÃO VII - DAS ZONAS URBANAS ESTRATÉGICAS SUBSEÇÃO I DO CORREDOR DE COMÉRCIO E SERVIÇO SUBSEÇÃO II - DA ZONA DO AEROPORTO SUBSEÇÃO III - DA ZONA INDUSTRIAL SUBSEÇÃO IV - DA ZONA DE INTERESSE PAISAGÍSTICO I SUBSEÇÃO V - DA ZONA DE INTERESSE PAISAGÍSTICO II SUBSEÇÃO VI - DA ZONA DE INTERESSE TURÍSTICO E DE LAZER � CAP. III - DA ZONA RURAL � SEÇÃO I - DA ZONA RURAL DE USO INTENSIVO � SEÇÃO II - A ZONA RURAL DE USO CONTROLADO � CAPÍTULO IV - DA ZONA DE INTERESSE ESPECIAL � SEÇÃO I - DA ZONA DE INTERESSE AMBIENTAL � SEÇÃO II - DA ZONA DE INTERESSE AMBIENTAL E TURÍSTICO 15 Art. 6º - princípios do PD I - justiça social e redução das desigualdades sociais e regionais; II - inclusão social, compreendida como garantia de acesso a bens, serviços e políticas sociais a todos os munícipes; III - direito à cidade para todos, compreendendo o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer; IV - realização das funções sociais da cidade e cumprimento da função social da propriedade; ... VI - direito universal à moradia digna; ... 16 Art. 7º - Objetivos do PD I - ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e seus bairros, dos distritos e dos aglomerados urbanos; II - elevar a qualidade de vida urbana, garantindo o bem-estar de seus habitantes, particularmente no que se refere à saúde, à educação, à cultura, às condições habitacionais, à infra- estrutura e aos serviços públicos; ... IV - reduzir as desigualdades existentesentre as regiões urbanas do Município; V - democratizar o acesso a terra e habitação, estimulando a oferta de moradias de interesse social; ... 17 Art. 8º - diretrizes gerais do PD habitação de interesse social e regularização fundiária ... II - cooperação com os demais Municípios, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; III - planejamento do desenvolvimento ... de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; IV - acesso à moradia, com a oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; 18 V - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; 19 VIII - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização; ... XIII - regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação considerada a situação socioeconômica da população e as normas ambientais; XIV - simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais; XV - isonomia de condições gerais para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social. 20 Art. 9º - diretrizes estratégicas habitação de interesse social e regularização fundiária XIV - criar condições para o estabelecimento de uma política habitacional que contemple tanto a produção de novas habitações, em localização e condições dignas, como a regularização e urbanização das ocupações informais; XV - definir os instrumentos, as diretrizes e as bases territoriais que permitam regularizar os assentamentos populares, permitindo a diversidade de formas de ocupação no Município; ... XX - conceder incentivos especiais à produção de habitação de interesse social de maneira a garantir o aumento da oferta de solo urbano; 21 XXV - garantir que a infraestrutura básica adequada, presente na cidade, se estenda ao meio rural, com especial atenção aos assentamentos, desde que devidamente aprovados pelo órgão competente; ... XXVII - promover a remoção e relocação da população e as edificações das margens dos rios, lagoas e áreas de encosta nas regiões urbanas e rurais, para prevenir a ocorrência de inundações, enchentes, deslizamentos e promover a recuperação das áreas degradadas; 22 Art. 10 A propriedade urbana cumpre sua função social quando: I - o exercício dos direitos inerentes à propriedade se submete aos interesses da coletividade; II - atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas nesta Lei Complementar e na legislação dela decorrente, em especial quando promove: 23 Quando promove a) a adequação do direito de construir às normas urbanísticas, aos interesses sociais e aos padrões mínimos de parcelamento, uso e ocupação do solo e de construção estabelecidos em lei; b) a compatibilidade do uso da propriedade com a infra- estrutura, equipamentos e serviços públicos disponíveis, com a preservação do meio ambiente e recursos naturais e com a segurança, bem estar e saúde de seus usuários e vizinhos; c) a recuperação da valorização acrescida pelos investimentos públicos à propriedade particular; d) a promoção do adequado aproveitamento dos vazios urbanos e dos terrenos subutilizados; e) a justa distribuição dos benefícios e dos ônus do processo de urbanização. 24 Art.31 - diretrizes específicas do desenvolvimento urbano na área de Habitação: I - promover a urbanização, regularização fundiária e a titulação das áreas de assentamentos já consolidados, respeitados os condicionantes ambientais; II - localizar os empreendimentos habitacionais em áreas sanitária e ambientalmente adequadas, integradas à malha urbana, que possibilite a acessibilidade aos locais de trabalho, serviços e lazer; III - implantar unidades habitacionais com dimensões adequadas e com padrões sanitários mínimos de abastecimento de água potável, de esgotamento sanitário, de drenagens, de limpeza urbana, de destinação final de resíduos sólidos, de obras de contenção em áreas com risco de desabamento; IV - promover a oferta de infraestrutura indispensável em termos de iluminação pública, transporte coletivo, sistema viário e equipamentos de uso coletivo; 25 V - destinar áreas públicas municipais, não utilizadas ou subutilizadas a programas habitacionais para a população de baixa renda e à instalação de equipamento de uso coletivo; VI - estimular a realização de parcerias com universidades e institutos de pesquisa para desenvolvimento de alternativas de menor custo e maior qualidade e produtividade das edificações residenciais, respeitados os valores e cultura locais; VII - garantir a participação popular na formulação e implementação da Política Municipal de Habitação; VIII - desenvolver programas habitacionais que considerem as características da população local, suas formas de organização, condições físicas e econômicas; 26 IX - garantir a diversidade de programas e agentes promotores da Política Municipal de Habitação, de acordo com as características diferenciadas da demanda; X - implantar programa de reassentamento das populações residentes em áreas de preservação permanente, nas áreas de proteção de mananciais e nas áreas sujeitas à inundação, promovendo o atendimento habitacional das famílias a serem removidas, preferencialmente na mesma região, ou, na impossibilidade, em outro local, com a participação das famílias no processo de decisão; � Conforme o parágrafo único, este programa deverá priorizar as ocupações existentes nas APPs das margens do rio Pequeno, das lagoas do Aviso, do Meio, do Tesch (Testa) e das áreas de risco, situadas na sede municipal; as ocupações das faixas de preservação permanente do rio Doce, nos núcleos urbanos de Regência e Povoação, do Rio Ipiranga em Pontal do Ipiranga e Barra Seca. 27 XI - priorizar, nas ações de remoção, a inclusão em programas habitacionais, das famílias comprovadamente por cadastro municipal, residentes no Município há pelo menos 5 (cinco) anos; XII - promover a melhoria das habitações existentes das famílias de baixa renda e viabilizar a produção de habitações de interesse social; XIII - coibir novas ocupações por assentamentos habitacionais em áreas de preservação ambiental, nas de uso comum do povo e nas áreas de risco, oferecendo alternativas habitacionais em locais apropriados e a destinação adequada a essas áreas. 28 DA ZONA DE INTERESSE SOCIAL Art. 56 - destinada prioritariamente à recuperação urbanística, regularização fundiária, produção de habitações de interesse social - programa habitacional do Município e programas de re- assentamento de habitações localizadas em áreas de preservação permanente, em áreas de risco ou impróprias para utilização. Parágrafo Único. compreendem: I - terrenospúblicos ou particulares ocupados por população de baixa renda, compreendendo favelas ou ocupações irregulares, em relação aos quais haja interesse público em se promover à regularização e urbanização; II - glebas ou lotes urbanos não edificados, subutilizados ou não utilizados; III - áreas localizadas na Zona de Expansão Urbana do Município. 29 Art. 58 – ZIS – projeto urbanístico específico I - diretrizes, índices e parâmetros urbanísticos específicos para o parcelamento, uso e ocupação do solo e para as edificações, caso necessário; II - projetos e intervenções urbanísticas necessárias à recuperação ou revitalização física da área; III - formas de participação da iniciativa privada, em especial dos proprietários dos terrenos, dos promotores imobiliários e das associações de moradores na viabilização do empreendimento; IV - forma de integração das ações dos diversos setores públicos que interferem na Zona de Interesse Social V - instrumentos aplicáveis para a regularização fundiária. 30 Art. 59 A Zona de Interesse Social será delimitada pelo Poder Público e submetida à aprovação da Câmara Municipal. Parágrafo Único. Os parâmetros de uso e ocupação do solo das Zonas de Interesse Social não previstos nesta Lei Complementar e na Lei de Uso e Ocupação do Solo serão encaminhados à aprovação da Câmara Municipal juntamente com a delimitação de que trata o presente artigo. 31 Instrumentos urbanísticos – art. 96, inciso II a) legislação urbanística municipal relativa ao parcelamento, uso e ocupação do solo; b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; c) desapropriação; d) concessão de direito real de uso; e) concessão de uso especial para fins de moradia; f) usucapião especial de imóvel urbana; g) direito de superfície; h) direito de preempção; i) outorga onerosa do direito de construir (solo criado); j) transferência do direito de construir; l) operações urbanas consorciadas; m) reurbanização e regularização fundiária; n) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos; o) servidão e limitações administrativas; p) Planos Urbanísticos Específicos; 32 DOS PROJETOS URBANÍSTICOS ESPECÍFICOS Art. 133 - elaborados pelo Poder Executivo, de acordo com as diretrizes estabelecidas no PD e na UOS, submetidos à apreciação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, previamente à sua aprovação pelo Município Parágrafo Único - projetos urbanísticos com definição de parâmetros de uso e ocupação do solo (não previstos no PD ou na LUOS) - submetidos à aprovação da Câmara Municipal 33 DIRETRIZES PARA A REGULARIZAÇÃO Art. 135 - legislação específica - definição de normas técnicas e procedimentos para regularizar: I - parcelamentos do solo implantados irregularmente; II - assentamentos precários ou favelas, definidos como Zona de Interesse Social; III - edificações executadas e utilizadas em desacordo com a legislação vigente. 34 Art. 136 - parcelamentos do solo para fins urbanos irregulares Regularização com base em lei que contenha no mínimo: I - requisitos urbanísticos e jurídicos, com base na Lei Federal nº 6.766/79, alterada pela Lei Federal nº. 9.785/99 e os procedimentos administrativos; II - procedimentos que garantam o cumprimento das obrigações do loteador irregular; III - possibilidade da execução das obras e serviços necessários à regularização pela Prefeitura ou associação de moradores, sem isentar o loteador das responsabilidades legalmente estabelecidas; 35 IV - normas que garantam condições mínimas de acessibilidade, habitabilidade, saúde, segurança; V - percentual de áreas públicas a ser exigido e alternativas quando for comprovada a impossibilidade da destinação; VI - ações de fiscalização necessárias para coibir a implantação de novos parcelamentos irregulares; VII - previsão do parcelamento das dívidas acumuladas junto ao erário público como o IPTU, quando houver. 36 Urbanização e regularização de ocupações Art. 137 – É responsabilidade do Poder Executivo Municipal urbanizar e promover a regularização fundiária de assentamentos precários e favelas, incorporando-as ao tecido urbano regular, garantindo aos seus moradores condições dignas de moradia, acesso aos serviços públicos essenciais e o direito ao uso do imóvel ocupado, respeitados os condicionantes físicos e ambientais. § 1º O Executivo poderá encaminhar leis para desafetação das áreas públicas municipais, da classe de bens de uso comum do povo, ocupadas por habitações de população de baixa renda. � 37 § 2º O Executivo poderá outorgar a concessão de uso especial para fins de moradia, prevista na Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade e na Medida Provisória nº 2.220, de 4 de setembro de 2001. § 3º A urbanização dos assentamentos precários e das favelas deverá respeitar normas e padrões urbanísticos especiais, definidos pelo Executivo. § 4º A urbanização deverá, em todas suas etapas, ser desenvolvida com a participação direta dos moradores e de suas diferentes formas de organização, quando houver. § 5º Os programas de urbanização deverão priorizar as áreas de risco e em áreas sujeitas à inundação e impróprias do ponto de vista ambiental, e estabelecer e tornar públicos os critérios e prioridades de atendimento. 38 Regularização de edificações Art. 138 As edificações em desacordo com a legislação vigente poderão ser regularizados com base em lei que contenha no mínimo: I - os requisitos técnicos, jurídicos e os procedimentos administrativos; II - as condições mínimas para garantir higiene, segurança de uso, estabilidade e habitabilidade, podendo a Prefeitura exigir obras de adequação quando necessário; III - a exigência de anuência ou autorização dos órgãos competentes, quando se tratar de regularização em áreas de proteção e preservação ambiental, cultural, paisagística, dos mananciais, nos cones de aproximação dos aeroportos, e quando se tratar de instalações e equipamentos públicos e atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. 39 Parágrafo Único. Não serão passíveis da regularização, as edificações que estejam localizadas em logradouros ou terrenos públicos ou que estejam situadas em faixas não edificáveis junto às represas, lagos, lagoas, córregos, rios, fundo de vale, faixa de escoamento de águas pluviais, galerias, canalizações, linhas de transmissão de energia de alta tensão, e demais áreas de preservação permanente. 40 41 42 Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS – LC 13/2012 Art. 16 - parâmetros básicos de controle da ocupação do solo: I - coeficiente de aproveitamento - fator pelo qual a área do lote deve ser multiplicada para se obter a área útil de edificação permitida (art. 17); II - áreas mínimas e máximas de lotes; III - taxa de permeabilidade do solo - percentual mínimo da área do lote onde é proibida a impermeabilização por edificação ou pavimentação (art. 22); IV - recuos ou afastamentos obrigatórios (fundos, laterais); 43 V - quantidade mínima de vagas para estacionamento de veículo; VI - gabarito; VII - taxa de ocupação; VIII - áreas mínimas para carga e descarga. 44 Lei de Uso do Solo – LC 13/2012 DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL – ZEIS Art. 42 As Zonas Especiais de Interesse Social são aquelas destinadas à produção e à manutenção de habitação de interesse social, com destinação específica, normas próprias de uso e ocupação do solo, compreendendo as seguintes situações: 45 I – ZEIS de assentamentos existentes autoproduzidos por população de baixa renda em áreas públicas ou privadas; II – ZEIS de loteamentos públicos ou privados irregulares ouclandestinos que possam atender às condições de habitabilidade nos termos do § 4° deste artigo; III – ZEIS destinadas à implantação de Habitação de Interesse Social. 46 § 1º As áreas instituídas como ZEIS, previstas nos incisos I e II, integrarão os programas de regularização fundiária e urbanística, com o objetivo da manutenção de habitação de interesse social, sem a remoção dos moradores, exceção feita às moradias em situação de risco e em casos de excedentes populacionais. 47 § 2º A delimitação e localização de áreas destinadas à produção de habitação de interesse social dar-se-á pela instituição de ZEIS, prevista inciso III, pelo Poder Executivo, considerado o déficit anual da demanda habitacional prioritária e os imóveis subutilizados, permitida a promoção de parcerias, incentivos ou outras formas de atuação para a consecução dos objetivos. 48 § 3º A instituição das ZEIS, bem como a regularização urbanística e recuperação urbana levadas a efeito pelos programas municipais, não exime o loteador das responsabilidades civis e criminais e da destinação de áreas públicas, sob a forma de imóveis, obras ou valor correspondente em moeda corrente a ser destinado ao Município. 49 § 4º Consideram-se condições de habitabilidade o atendimento a padrões essenciais de qualidade de vida e o equacionamento dos equipamentos urbanos e comunitários, circulação e transporte, limpeza urbana e segurança. 50 Art. 43 – Instituição de ZEIS Serão instituídas por decreto do Poder Executivo as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) de assentamentos autoproduzidos por população de baixa renda em áreas públicas ou privadas, e loteamentos públicos ou privados irregulares ou clandestinos que possam atender às condições de habitabilidade nos termos do artigo anterior. As ZEIS destinadas à implantação de habitação de interesse social serão instituídas mediante lei ordinária. 51 Regime Urbanístico Parágrafo Único. A definição de regime urbanístico nas ZEIS de regularização também será por decreto quando a sua alteração restringir-se ao uso e outros indicadores - não modificando índices de aproveitamento e densificação em relação ao entorno - e por lei ordinária quando as alterações modificarem índices de aproveitamento e densificação. 52 Kofi Anan, Global Report of Human Settlements, 2003. �Sin una accion consertada por parte de las autoridades municipales, gobiernos nacionales, agentes de sociedad civil y la comunidad internacional, el numero de residentes en “slums“ debe aumentar en los paises en desarrollo. Y si no si logra acciones concretas el numero a nivel global debe aumentarpara3 biliones en los proximos 30 anos. 53 teliguimaraens@gmail.com � Fontes: �Constituição Federal �Estatuto da Cidade – Lei Federal n. 10.257/2001 �Plano Diretor de Linhares �Lei de Uso e Ocupação do Solo de Linhares �Autores indicados ⌧Edésio Fernandes ⌧Betânia Alfonsin ⌧Liane Portilho ⌧Nelson Saule Jr. ⌧Victor Carvalho Pinto ⌧Jaqueline Severo
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