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UNIVERSIDADE PAULISTA Diego Gasparoto Granado Lucimara Nefer Graça Cláudia Granado Bastos ANÁLISE CRÍTICA ____________________________ Supervisor (a) Acadêmico (a) assinatura e carimbo ____________________________ Supervisor (a) de Campo (a) assinatura e carimbo RIBEIRÃO PRETO/SP 2019 O DESEMPREGO COMO ANÁLISE EM FACE AOS FAMILIARES DOS USUÁRIOS QUE FREQUENTAM A INSTITUIÇÃO (CAMPO DE ESTÁGIO) Entende-se “Questão social como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura [...]” (IAMAMOTO, 2001, p.27). Em relação à abordagem de SANTOS (2012), fica destacado o estimulo ao debate em relação à “questão social”, como sendo um dos objetivos que o Assistente Social precisa tratar em face de sua práxis profissional. Assim, Netto (2009, p. 693-694) assevera que, [...] todo/a assistente social, no seu campo de trabalho e intervenção, deve desenvolver uma atitude investigativa: o fato de não ser um/a pesquisador/a em tempo integral não o/a exime quer de acompanhar os avanços dos conhecimentos pertinentes ao seu campo de trabalho, quer de procurar conhecer concretamente a realidade de uma área particular de trabalho. A autora destaca a problemática envolvida as questões sociais, enfatizando as relações capitalistas que ocorreram ao longo do tempo, tendo como abordagem as práticas neoliberais ocorridas em vários países, inclusive no Brasil, onde através de práticas e politicas econômicas fundamentadas neste contexto, diminui-se o trato social cada vez mais. Não muito diferente do que ocorre atualmente em nosso país, no que diz respeito ao desemprego, pode-se analisar junto ao campo de estágio essa “questão” junto aos familiares dos usuários que ali frequentam. Fundada nos anos 80 do século passado a Associação São Francisco de Assis – Gewo Haus é uma instituição que executa dois serviços de Proteção Social, o Serviço de Convivência e fortalecimento de Vínculos que atende crianças e adolescentes de 06 a 15 anos e o serviço de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida que atende adolescentes e jovens de 12 a 18 anos e excepcionalmente até 21 anos. A instituição esta localizada em um bairro muito carente - que apresenta muitos contrastes sociais - da cidade de Ribeirão Preto/SP, não por acaso, mas sim como algo estratégico pelas irmãs que ali se instalaram, por justamente quererem desenvolver um trabalho social junto às crianças e adolescentes do bairro. Inserida na esfera do 3º Setor a instituição administra e conquista cada vez mais credibilidade para atuar com as demandas sociais que a todo o momento batem a sua porta, onde a ineficácia do Estado que não consegue atender a politicas sociais de forma geral, veem como questão de estratégia esse trabalho do 3º Setor em vistas aos cortes e gastos na área social. Neste contexto, Austin (2001, p.58) afirma que: A sociedade não pode mais olhar para o Estado como sendo o principal solucionador de problemas. A confiança no governo e nos políticos diminuiu e os limites que o Estado tem em intervir foram reconhecidos. Isso desencadeou uma maciça transferência das funções sociais do nível federal para os níveis locais e do setor público para o setor privado [...]. Realmente, o discurso de insuficiência estatal embasou e fomentou a entrada dos demais setores da área social, ocasionando uma maciça transferência das funções sociais, que, até então, eram exigidas do nível federal, agora se passa para os níveis locais e sob a gerência de empresas e ONGs. [...] À medida que a massa do povo se torna mais complicada e a identidade dos responsáveis menos transparente, a cooperação emerge como um novo mandato. Em análise a levantamentos realizados através de banco de dados institucional, onde se podem analisar questões como, n.º de atendidos, condições de moradia, se estão inclusos em Programas de Transferência de Renda, tipos de composições familiares entre outros aspectos, algo muito relevante a se tratar é o desemprego entre os familiares dos usuários. Pelo levantamento realizado junto a este banco de dados, constata-se o equivalente a quase 28% dos familiares, estarem atualmente desempregados, números bastante expressivos, mais do que o dobro da média nacional. Disto entendem-se as particularidades levantadas por SANTOS (2012), onde os aspectos econômicos são muito evidentes as particularidades do desemprego que ocorrem atualmente. Outro ponto característico relevante é dito pela informalidade nas relações de trabalho, onde se pode constatar que quase 14% dos pais destes usuários da instituição, possuem essa relação de informalidade de trabalho, causas estas que são o resultado de politicas econômicas que não visam o social, ou seja, a qualidade de vida e os direitos trabalhistas das pessoas. Alia-se a isso a suas condições de moradia e a escolaridade, percebe-se que as politicas sociais precisam ser inseridas cada vez mais, onde estas não podem ser vistas como algo que traz algum tipo de “prejuízo econômico” como é evidenciado pelo neoliberalismo em si. Precisa-se entender que politicas econômicas precisam ser trabalhas em um contexto em que as suas práticas sejam evidenciadas a melhora da um todo, onde a sociedade em si possa ser valorizada e não apenas um segmento ou que algo seja favorecido em detrimento de algo. As politicas sociais são importantes e necessárias para o bem estar de todos, mais ainda dessa parcela da população que tanto precisa de novas perspectivas para o seu futuro. Entende-se que o trabalho realizado junto aos usuários da instituição é algo muito relevante no dia a dia daquela família, pois trabalhos como estes, podem se considerados como a “engrenagem” de um novo funcionamento da sociedade, com a inserção de direitos – cotidianamente - pelo Assistente Social a estes familiares, garantindo a preservação dos direitos sociais, na busca da sua autonomia e fortalecimento dos vínculos familiares junto à sociedade. O Assistente Social ganha cada vez mais espaço, onde a sua atuação profissional pode contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, e conforme a situação apresentada poderá ir além do trabalho desenvolvido aos usuários da instituição, orientando seus familiares sobre as formas de prevenção da violência, negligência e fortalecimento da relação protetiva familiar. Assim todo o contexto dado por práticas neoliberais, onde as mais diversas questões sociais são evidenciadas, como no caso retratado por SANTOS (2012) do desemprego, percebe-se o trato que todos os envolvidos precisam ter em relação a este debate, onde o trabalho precisa ser em conjunto entre Estado, com práticas econômicas voltadas para a sociedade de forma geral e não visando a só aquilo que o mercado exige e também em relação a atuação profissional dos Assistentes Sociais, onde a sua atitude exige uma atuação como um a de um Gestor, alinhando- se cada vez mais a novas práticas e atuações frente a resolução destas questões. Referências AUSTIN, J. E. Parcerias: fundamentos e benefícios para o terceiro setor. São Paulo: Futura, 2001. IAMAMOTO, M. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. NETTO, J. P. Introdução ao método na teoria social. In: CFESS/ABEPSS (Orgs.) Serviço Social: Direitos e competências profissionais. Brasília: CFESS/ Abepss, 2009. SANTOS, J. S. Questão Social – particularidades no Brasil.São Paulo: Cortez, 2012. (Coleção biblioteca básica de serviço social; v.6). .
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