Buscar

Artigo A Escola e os tipos de inclusão

Prévia do material em texto

A ESCOLA E OS TIPOS DE INCLUSÃO
MORAIS, Karina de. RU 1284073.
POLO ITS São José dos Campos - SP
UNINTER
Resumo
O artigo acadêmico buscou pesquisar um tipo de deficiência específica e elaborar uma proposta de escola inclusiva para o aluno com esse tipo de deficiência, compreendendo a importância e as responsabilidades de uma escola inclusiva no contexto atual de sociedade e de educação.
A escolha pela pesquisa sobre deficiência visual partiu da observação sobre as dificuldades enfrentadas pelos cegos no dia a dia e pela linda história da criação do Instituto Benjamin Constant no Brasil. A cegueira é uma deficiência que pode ser natural, quando o individuo já nasce dessa forma, ou ser adquirida ao longo da vida através de acidentes, doenças degenerativas e ou por algum outro acontecimento.
Dessa forma diante da pesquisa realizada conheceremos um pouco mais sobre a deficiência visual e as formas corretas de tratar o indivíduo e promover a inclusão escolar.
Palavras-chave: Inclusão, educação, deficiência, escola.
 A inclusão social tem sido um grande desafio, no nosso mundo globalizado. Buscando, conhecer mais a fundo esse contexto me deparei com a deficiência visual.
	A deficiência visual é o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão, pode ocorrer de forma congênita ao nascer, ou pode ocorrer em qualquer situação em um determinado momento da vida, podendo ser ocasionado por algum motivo.
	Com a perda da visão total ou parcial, a pessoa precisa reaprender a se deslocar de um lugar para o outro e a executar tarefas do dia-a-dia, será necessário aprender e aprender. Mas, para isso o deficiente visual necessita de estímulo.
	Paulo Freire (2005) em sua obra cita a importância da reflexão sobre o fazer pedagógico e a humanização, no caso dos deficientes visuais a importância da orientação e mobilidade:
 “A libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-los”.
	A pessoa com deficiência visual não é inútil e muito menos incapaz. Não devemos sentir pena dela, é muito importante incentivá-la a fazer o que já sabe e deve fazer sozinha, dando-a oportunidades.
	De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a deficiência visual pode ser classificada em diferentes graus:
	- Baixa visão (leve, moderada ou profunda);
	- Próximo à cegueira;
	- Cegueira
A deficiência visual pode ser diagnosticada bem cedo, exceto nos casos de doenças degenerativas como a catarata e o glaucoma, que evoluem com o passar dos anos.
Mas como podemos lidar com o aluno, portador de deficiência visual?
O aluno com deficiência visual tem o direito constitucional assegurado de ser incluído educacionalmente, tem o direito de usar materiais adaptados, como livros paradidáticos para o braile ou reglete (prancha com régua que contem as celas do alfabeto, para que qualquer letra possa ser escrita) para escrever durante as aulas.
A família do aluno deve ser acompanhada de perto, tendo a oportunidade de aprender a lidar com a deficiência e garantir o apoio emocional à criança.
O Braile é um método que foi desenvolvido por Louis Braille, um francês que perdeu a visão quando tinha apenas três anos. Ele descobriu um jeito de mudar a realidade de muitos cegos. 
Atualmente, temos o belíssimo exemplo do Instituto Benjamin Constant que é mais do que uma escola e atende crianças e adolescentes cegos, surdocegos, com baixa visão e deficiência múltipla; é também um centro de referência, a nível nacional, para questões da deficiência visual, capacitando profissionais e assessorando instituições públicas e privadas nessa área, além de reabilitar pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão.
O Instituto nasceu do sonho do professor então adolescente chamado José Álvares de Azevedo que, em 1850, decidiu iniciar uma verdadeira cruzada no Brasil em prol das pessoas fadadas à exclusão social pelo fato de não enxergarem.
Ele era cego de nascença, inteligente e filho de uma família abastada do Rio de Janeiro, José foi enviado à França, aos 10 anos de idade, para estudar na única instituição especializada no ensino de cegos do mundo – o Real Instituto dos Meninos Cegos de Paris. Lá, ele teve contato com uma tecnologia que viria a revolucionar não só a vida dele como a dos cegos de todo o mundo – o Sistema Braile de leitura, criado pelo educador francês Louis Braille, em 1825.
O Instituto Benjamin Constant é hoje referência nacional no tratamento da deficiência visual, promovendo a educação de deficientes visuais, reabilitação e promovendo o desenvolvimento pedagógico, elaborando e produzindo material didático pedagógico e especializado, para a vida de pessoas cegas ou de visão reduzida.
Também é comprometido com a produção e difusão de pesquisa acadêmica no campo da Educação Especial.
Mas, olhando para a nossa realidade, em 2018 temos realmente a percepção de inclusão social ou ainda vivemos a era da integração?
Temos uma legislação ampla que assegura a inclusão dos alunos com deficiência, nelas se encontram as especificações sobre o tratamento, a infraestrutura que as escolas e estabelecimentos precisam seguir o acolhimento e apoio a família da pessoa com deficiência, os objetivos e metas dos professores especializados, ou seja, a garantia por lei que a pessoa com deficiência seja tratada como qualquer pessoa com desejos, sonhos e acima de tudo com respeito.
Contextualizando, a Integração é o ato de se adaptar as exigências criadas pelas escolas e instituições, a fim de selecionar quais critérios os alunos precisam melhorar para então estarem aptos a frequentarem as chamadas “salas especiais”, criando assim a falsa promoção de educação especial. Já na inclusão vemos a defesa das crianças e pessoas com deficiência, pois a escola deve acolher e garantir a educação junto com todas as outras crianças, nas mesmas salas, garantindo o acesso a todos os ambientes escolares e adquirindo e provendo os materiais necessários, o aluno se sente parte do todo, gozando dos mesmos direitos e tendo a chance de desenvolvimento para uma mesma realidade.
As escolas públicas são as protagonistas na inclusão das crianças com deficiência, vemos alunos cegos, surdos, autistas, cadeirantes e com superdotação inseridos nas salas de aula, assistindo as aulas, participando, fazendo amigos, com todo o respeito e afeto de todos os envolvidos, professores empenhados em garantir que todos os alunos consigam aprender. 
A escola ideal no meu ponto de vista inclui o aprendizado regular em salas de aula, onde tenha o professor titular da série e que o mesmo obtenha ajuda através dos agentes educadores e estagiários, que devem possuir conhecimento sobre o braile para um acolhimento total das crianças com deficiência visual. Os corredores da escola e as salas precisam ter marcação no chão para a devida locomoção, os banheiros precisam ser adaptados, deve ser reservado um lugar específico na sala com mesa e prancheta com reglete para a escrita em braile. Também devem ser ofertadas as crianças a máquina de escrever em braile, para facilitar o aprendizado e acompanhar as aulas sem nenhuma defasagem.
Paralelamente ao andamento das aulas, o aluno deve ter acesso às salas de recurso, onde é trabalhado a fundo o processo ensino aprendizado com as especificações e materiais pedagógicos adequados ao nível de desenvolvimento que a criança se encontra, superando dessa maneira as dificuldades encontradas nas aulas comuns. Também deve ser disponibilizado a esses alunos demais profissionais como psicólogas, psicopedagogas e terapeuta ocupacional que promovam o devido acompanhamento e permitam o crescimento educacional do aluno.
Sendo assim, ao proporcionar aos alunos com deficiência o acesso à educação e a garantia de seus direitos, oferecendo as mesmas oportunidades entregamos a sociedade pessoas que virão a se destacar profissionalmente, com desempenhoigual ou maior que os outros, podendo ocupar cargos em indústrias, escolas, clínicas, empresas e hospitais, como fez José Álvares de Azevedo, que mesmo nascendo cego se tornou um grande professor e pesquisador brasileiro e patrono do ensino dos cegos no Brasil. 
Referências
Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 27° ed, 2005.
Disponível em: http://www.ibc.gov.br/ - Acesso em 19/06/2018

Continue navegando