Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Passo Fundo Curso de Agronomia Controle de Plantas Daninhas (AGR305) Interferência das Plantas Daninhas Prof. Dr. Diogo da Silva Moura Passo Fundo/RS - 2019 + - • Simbiose (mutualismo) + + • Epífitas (comensalismo) + 0 • Consórcio (protocoperação) + + • Competição - - •Alelopatia (amensalismo) 0 - • Parasitismo + - • Interferência indireta Interferência das Plantas Daninhas Interferência direta Interferência das Plantas Daninhas • Alelopatia • Amaranthus retroflexus inibe o comprimento de radicelas de milho e do hipocótilo em soja • Bidens pilosa reduz o crescimento das plântulas de alface, feijão, milho e sorgo • Cyperus esculentus tem efeito sobre várias plantas • Euphorbia prostrata interfere sobre Cynodon dactylon • Ipomoea spp. inibe Amaranthus leucocarpus e Echinochloa crusgalli Interferência das Plantas Daninhas • Alelopatia • Digitaria adscendens inibe a nodulação em soja • Digitaria decumbes inibe o desenvolvimento de Urochloa mutica • Urochloa decumbes inibe o desenvolvimento de mudas de eucalipto • Plantas cultivadas também exercem efeitos sobre outras plantas Exemplos ??? Introdução • É muito comum que plantas vizinhas interajam de maneira negativa – ANTIPATIA ENTRE AS PLANTAS • A alelopatia é definida como “qualquer efeito direto ou indireto, benéfico ou prejudicial, de uma planta ou de microrganismos sobre outra planta, mediante produção de compostos químicos que são liberados no ambiente” (Rice, 1984) • O efeito é realizado por biomoléculas (denominadas aleloquímicos) produzidas por uma planta e lançadas no ambiente • ALELOPATIA - do grego allelon = de um para outro, pathós = sofrer (Molisch,1937) Histórico • Desde a antiguidade, sabe-se que algumas espécies vegetais podem prejudicar o crescimento de outras que estão nas suas proximidades – “Doença da terra” • Século III , a.C. – Teofastro - Couve/videira • 1925 – Massey – morriam todos os tomates plantados a uma distância de 16m da nogueira – extensão das raízes Alelopatia Como ocorre o fenômeno? Aleloquímicos produzidos por uma planta pode influenciar na vegetação de um local, na sucessão de plantas, na indução de dormência, na germinação de sementes e esporos de fungos e na produtividade das culturas (Einhellig,1995) Folhas, raízes e resíduos são fontes de aleloquímicos Aleloquímicos • Encontram-se distribuídos de forma desuniforme no solo • Concentrando-se nas proximidades dos resíduos • Extensão dos efeitos depende da maior ou menor exposição entre o sistema radicular e os compostos alelopáticos • Grande maioria é oriundo de vias metabólicas secundárias - principalmente as do ácido chiquímico e do acetato • Extremamente difícil isolar os efeitos dos vários processos pelos quais as plantas afetam umas as outras: • Competição: redução ou remoção do ambiente de um fator de crescimento • Alelopatia: adição de um fator ao meio • Todas plantas são potencialmente capazes de sintetizar compostos alelopáticos plantas cultivadas e suas variedades comerciais tenham perdido muito essa capacidade Aleloquímicos Competição e Alelopatia Figura. Diagrama do mecanismo de interferência das plantas (competição e alelopatia). Fonte: Adaptado de Chou (2016) Aleloquímicos Natureza das substâncias alelopáticas • Fitotoxinas, aleloquímicos, produtos secundários • São resíduos do metabolismo celular ou são sintetizados pela planta com função específica? • Hipótese 1 concentração nos vacúolos – evitar o processo de autointoxicação • Hipótese 2 – são produzidas nas células, quando necessário, com finalidade específica – PROTEÇÃO Aleloquímicos Principais rotas biossintéticas das substâncias aleloquímicas Figura. Rota de biossíntese de classes químicas de aleloquímicos. Fonte: Einhelling (1995) Aleloquímicos Função das substâncias alelopáticas • Proteção - contra o ataque de fitopatógenos e pragas, ou invasão de outras plantas (compostos aromáticos voláteis e compostos com baixa palatabilidade) • Comunicação – permitem a comunicação entre as plantas • A atividade biológica desses produtos depende mais da sua concentração e mobilidade do que da sua composição química • Apresentam grande instabilidade, sendo rapidamente decompostos após sua liberação (material fresco > resíduos secos) Características dos Aleloquímicos • Especificidade diferenciada • Distribuídos em concentrações variadas nas diferentes partes das plantas Folhas, caules aéreos, rizomas, raízes, flores, frutos e sementes de diversas espécies, mas as folhas e as raízes são consideradas as fontes mais importantes de aleloquímicos • A concentração dos aleloquímicos varia ao longo do ciclo • A produção de aleloquímicos é influenciada pelo ambiente Características dos Aleloquímicos Luz • A qualidade, intensidade e duração da luz podem ser fatores reguladores da síntese de substâncias alelopáticas • A luz ultravioleta parece incrementar a produção de aleloquímicos • Ex: • Tabaco (ácido clorogênico) • Girassol (escopolina) • Redução de radiação fotossinteticamente ativa pode aumentar o conteúdo de alcaloides de plantas • Dias longos parece aumentar o conteúdo de ácidos fenólicos e terpenos de plantas Características dos Aleloquímicos Água • Estresse hídrico, isolado ou em combinação com outro tipo de estresse, pode induzir aumentos na concentração de ácidos clorogênico e isoclorogênico • Girassol - a combinação de estresse hídrico com deficiência de nitrogênio provocou aumento de 15x na concentração de ácidos clorogênico e isoclorogênico Temperatura • Aumento ou diminuição da temperatura afeta a produção e liberação de aleloquímicos • Temperaturas elevadas tendem a acentuar a volatilização de aleloquímicos Características dos Aleloquímicos Nutrição mineral • O desbalanço nutricional de uma planta altera sua produção de aleloquímicos. • Deficiências de B, Ca, Mg, N, P, K e S têm sido relatadas como causadoras do aumento na concentração de ácido clorogênico e de escopolina em várias plantas • A adição de K aumentou a ação alelopática de plantas de milho, indiretamente por aumentar a exsudação radicular • Fertilização nitrogenada aumentou o efeito alelopático de Lotus corniculatus Características dos Aleloquímicos Outros fatores • Estresse induzido pela aplicação de herbicidas • Ex: estímulo a produção de escopolina • Ataque de insetos • Incidência de doenças Características dos Aleloquímicos • O efeito é maior em solos arenosos do que naqueles argilosos e/ou ricos em matéria orgânica • Um mesmo composto pode ter efeito inibitório ou estimulantes dependendo da concentração deste no meio • A produção de aleloquímicos pode variar entre cultivares de uma cultura • A alelopatia pode se manifestar em diversas direções: • Planta daninha planta cultivada • Planta cultivada planta daninha • Entre plantas daninhas • Entre plantas cultivadas • Plantas daninhas ou cultivadas microrganismos • Microrganismos plantas daninhas ou cultivadas • Entre microrganismos Aleloquímicos Espécie Substância alelopática Aveia Escopoletina e escopolina Avenacina Ácidos fenólicos Sorgo Sorgoleone Durrina Ácidos fenólicos Centeio Ácidos fenólicos Girassol Ácido clorogênico e isoclorogênico Sesquiterpeno, lactonas Derivados do ácido cinâmico Escopoletina Trigo Ácidos fenólicos Exemplos de substâncias alelopáticas em culturas PLANTA CULTIVADA INIBIDORA PLANTA INIBIDA Amendoim (Arachis hypogea) Leiteiro (Euphorbia heterophylla) Tiririca (Cyperus rotundus) Cana-de-açúcar (Saccharum spp) Picão-preto (Bidens pilosa)Feijão (Phaseolus vulgaris) Tiririca (Cyperus rotundus) Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) Tiririca (Cyperus rotundus) Girassol (Helianthus annus) Capim-colchão (Digitaria horizontalis) Mandioca (Manihot utilissima) Feijão (Phaseolus vulgaris) Sorgo (Sorghum bicolor) Mucuna-preta (Mucuna aterrima) Tiririca (Cyperus rotundus) Picão-preto (Bidens pilosa) Nabo (Brassica rapa) Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) Leiteira (Euphorbia heterophylla) Picão- preto (Bidens pilosa) Tremoço (Lupinus spp) Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) Trigo (Triticum aestivum) Corda-de-viola (Ipomoea spp) Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) Picão-preto (Bidens pilosa) DEUBER (1992) Tabela. Exemplos de ação alelopática de plantas cultivadas, vivas ou seus restos, sobre plantas daninhas e cultivadas Aleloquímicos PLANTA DANINHA INIBIDORA PLANTA INIBIDA Ançarinha-branca (Chenopodium album) Soja (Glycine max) Tiririca (Cyperus rotundus) Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus) Capim-arroz (Echinocloa crusgalli) Milho (Zea mays) Capim-colchão (Digitaria horizontalis) Girassol (Helianthus annus) Capim-rabo-de-raposa (Setaria faberii) Milho (Zea mays) Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus) Soja (Glycine max) Tiririca (Cyperus rotundus) Cravo-de-defunto (Tagetes patula) Leiteira (Euphorbia heterophylla) Corda-de-viola (Ipomoea spp) Caruru (Amaranthus spp) Carrapicho-beiço-de-boi (Desmodium tortuosum) Grama-seda (Cynodon dactylon) Soja (Glycine max) Tiririca (Cyperus rotundus) Caruru (Amaranthus spp) Ançarinha-branca (Chenopodium album) Capim-arroz (Echinocloa crusgalli) Milho (Zea mays) Cana-de-açúcar (Saccharum spp) Soja (Glycine max) DEUBER (1992) Aleloquímicos Tabela. Exemplos de ação alelopática de plantas daninhas sobre plantas daninhas e cultivadas Aleloquímicos Exemplo prático de alelopatia • Teste com extrato de folhas de eucalipto [ ] do extrato Aleloquímicos Exemplo prático de alelopatia • Teste com extrato de folhas de eucalipto Liberação de Aleloquímicos no Ambiente • Volatilização – plantas aromáticas • Compostos aromáticos volatilizados das folhas, flores, caules e raízes que podem ser absorvidos por outras plantas • Esses compostos não são necessariamente nocivos • Determinam a composição florística do local Liberação de Aleloquímicos no Ambiente • Lixiviação - Compostos são lixiviados da parte aérea das plantas, pela chuva ou orvalho, e carregados até o solo • Ácidos orgânicos, alcalóides, compostos fenólicos, terpenóides Liberação de Aleloquímicos no Ambiente • Exsudação radicular – compostos podem ser provenientes diretamente das raízes ou produzidas pelos microrganismos a elas associadas • Ácidos orgânicos, alcaloides, compostos fenólicos, terpenoides Liberação de Aleloquímicos no Ambiente • Biodegradação • Lixiviação de substâncias presentes nos resíduos durante o processo de decomposição - glicosídeos cianogênicos, ácidos fenólicos, agropireno, cumarinas e flavonoides • Rompimento dos tecidos e células durante a decomposição e extravasamento do seu conteúdo • Ex: Retardo no desenvolvimento do trigo pela presença da fitotoxina exsudada pelo fungo Penicillium urticae, associado à decomposição da palhada da própria cultura Liberação de Aleloquímicos no Ambiente Prováveis vias seguidas pelos compostos alelopáticos após sua liberação Alelopatia • Formas de manifestação • Inibição de germinação (parcial ou total) • Inibição no crescimento de plântulas • Anomalias morfológicas • Alterações nas ramificações e folhas retorcidas • Zona pilífera muito desenvolvida • Coifa escurecida • Hipocótilo retorcido e engrossado, etc Tabela. Efeito da escopoletina sobre a germinação e o crescimento de azevém (Lolium multiflorum) FONTE: Jacobi & Fleck (2000) Alelopatia • Formas de manifestação Tratamento % de germinação das sementes de picão-preto Extrato de palha 40 Água pura 100 Lixiviado de palha 37 Água pura 100 Fonte: Lorenzi (1983). Tabela. Inibição da germinação de sementes de picão-preto (Bidens pilosa) pela palha de cana-de-açúcar Alelopatia • Formas de manifestação Alelopatia O efeito alelopático pode ser classificado em dois tipos: • Autotoxicidade • A planta libera determinada substância química que retarda a germinação e o crescimento de plantas da própria espécie (mecanismo intraespecífico) • Heterotoxicidade • A planta libera substâncias com efeito fitotóxico que afeta a germinação e o crescimento de plantas de outra espécie (mecanismo interespecífico) Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Doadora Receptora Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Doadoras Receptora Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Doadoras Receptora Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Alelopatia Interespecífica - heterotoxicidade Plantas com potencial alelopático Invasoras controladas ou plantas afetadas Aveia preta (Avena sativa) Capim-marmelada (Urochloa plantaginea); Amendoim bravo (Euphorbia heterophyla); Picão-preto (Bidens pilosa) e outras Azevém anual (Lolium multiflorum); Cravo de defunto (Tagetes patula) Guanxuma (Sida rhombifolia); Amendoim bravo, Corda-de-viola (Ipomea spp); Caruru (Amaranthus spp) e outras Crotalária (Crotalaria juncea) Tiririca (Cyperus rotundus); Picão-preto; Sapé (Imperata cilindrica) Palha de trigo (Triticum aestivum) Mata pasto (Senna obtusifolia) e outras Calopogônio (Calopogonium muconoides) Guanxumas (Sida spp); Assa-peixe (Vernonia polyanthes) Alelopatia Intraespecífica - autoxicidade Digitaria sanguinalis Conyza bonariensis Helianthus annus Alelopatia Intraespecífica - autoxicidade Alelopatia Interação recíproca Alelopatia Os efeitos alelopáticos de uma planta são aceitos desde que sejam comprovados: • Que a inibição NÃO SEJA por efeito de competição • Que um inibidor químico efetivo esteja sendo produzido Mecanismos de Ação Como os aleloquímicos modificam o crescimento e o desenvolvimento das plantas? • Geralmente os aleloquímicos são avaliados pelos seus impactos na: • Germinação das sementes • Desenvolvimento de plântulas • A ação dos aleloquímicos se resume à interferência nas atividades vitais das plantas - via de regra, os efeitos estão relacionados a processos fisiológicos na planta • Entretanto, os mecanismos de ação desses compostos ainda não estão completamente esclarecidos • Normalmente os aleloquímicos afetam mais de um processo fisiológico • Regulação do crescimento (divisão celular, síntese orgânica, interação com hormônios, efeito sobre enzimas, metabolismo respiratório) • Abertura e fechamento dos estômatos (fotossíntese) • Absorção de nutrientes • Inibição da síntese de proteínas • Mudanças no metabolismo lipídico Mecanismos de Ação Mecanismos de Ação • Regulação do crescimento • Atuação na divisão e elongação celular • Exemplos: • Cumarina inibindo a mitose em raízes de cebola, poucas horas após o tratamento • Aleloquímicos volatilizados de Salvia leucophylla cineole e canfeno reduziram a divisão e elongação celular em radículas e hepicótilos de plântulas de pepino • Metabolismo e distribuição do carbono • Interação com hormônios – AIA, GA e ABA - influenciando na ação desses reguladores de crescimento Mecanismosde Ação • Mecanismo respiratório • Podem inibir ou estimular a respiração • Monoterpenos – alteram a taxa respiratória de algumas plantas negativamente • Quinonas inibem a absorção de O2 • Ácidos aromáticos, compostos fenólicos, aldeídos, flavonóides: estímulo da respiração, resultando em desaclopamento na sequencia da fosforilação oxidativa, resultando em perdas na formação de ATP • Juglona: redução de 90% da respiração radicular de milho após uma hora de exposição Mecanismos de Ação • Fotossíntese e processos relacionados • Redução na taxa fotossintética • Escopoletina na cultura do tabaco e do girassol • Sorgoleone – inibidor do transporte de elétrons no FSII (mais potente que o diuron) • Resposta estomática • Escopoletina – fechamento estomático do tabaco e girassol • Conteúdo de clorofila • Ácido ferúlico – clorose em soja Mecanismos de Ação • Absorção de nutrientes • Reduz absorção de íons e minerais devido ao colapso de outras funções, como a da respiração e da permeabilidade da membrana celular • Alteração na seletividade das membranas • Efeito na relação hídrica da planta - potencial osmótico e pressão de turgor das células • Interrupção do fluxo normal da água na planta • Ácidos fenólicos provocam a redução da absorção de macro e micronutrientes em diversas espécies vegetais Mecanismos de Ação • Alterações na permeabilidade de membranas • Compostos fenólicos aumentaram o fluxo de K+ de tecidos radiculares de aveia • Ácido fusárico e ácido picolínico causam perdas de integridade de membranas • Ácidos salicílico, benzóico e cinâmico causam despolarização de membranas • Ácidos cumárico e ferúlico decresceram o potencial hídrico em folhas de sorgo e soja Mecanismos de Ação • Alteram a síntese e a função de enzimas • Ácido ferúlico e cumarinas inibem a incorporação de fenilalina em proteínas de sementes e embriões • Quinonas inibem a incorporação de carbono em proteínas • Ácidos clorogênico e caféico e o catecol inibem a atividade da fosforilase • Taninos inibem a atividade de uma série de enzimas como peroxidases, catalases, celulales e amilases • Ácido salicílico inibe a atividade da redutase do nitrato em milho Alelopatia Fatores que afetam a intensidade dos efeitos alelopáticos Alelopatia no Manejo de PD Qual a importância da alelopatia? • Reduzir de forma significante as aplicações de herbicidas • Desonerar os custos de produção • Reduzir as contaminações ambientais • Identificar as causas de insucesso no estabelecimento e persistência das pastagens, principalmente as consorciadas • Controle de plantas daninhas Resultado com o Uso Repetido de Herbicidas Alelopatia no Manejo de PD Alelopatia no Manejo de PD • As plantas daninhas podem ser suprimidas por meio de plantas vivas ou de seus resíduos • Três propostas: • 1. Transferência de genes responsáveis pela síntese de aleloquímicos-transgênicos • Plantas com > produção ou > liberação • Aumentar o número de órgãos onde o composto é produzido - > raízes ou pêlos radiculares • 2. Uso de rotação de culturas com potencial alelopático Alelopatia no Manejo de PD • Três propostas: • 3. Uso de aleloquímicos como herbicidas • Isolamento de novos compostos que tenham herbicida – novos sítios de ação – resistência Há milhares de potentes fitotoxinas naturais, mas poucas de uso comercial, por quê? • Síntese é extremamente cara • ½ vida extremamente curta • As propriedades físico-químicas não permitem que eles sejam bem absorvidos ou translocados na planta alvo 8. ALELOPATIA E O MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS Escolha da espécie a ser cultivada anteriormente à cultura, ou em consorciação • Levantamento das principais plantas daninhas infestantes da área • Escolha da(s) espécie(s) a ser(em) cultivada(s) anteriormente à cultura ou consorciadas produção e liberação de aleloquímicos que sejam tóxicos às plantas daninhas e não afetem à cultura • Definir a densidade populacional da espécie produtora de aleloquímicos (cultivo anterior e consórcio) • Adequação da taxa de decomposição e liberação dos compostos alelopáticos com a época de plantio da cultura Alelopatia no Manejo de PD Manejo da palhada • Difícil a diferenciação dos efeitos do impedimento físico com inibição alelopática • Incorporação dilui os aleloquímicos, sendo sua ação dependente da sua concentração • A decomposição do material sobre o solo é mais lenta, o que pode afetar o nível de concentração de aleloquímicos no solo • A decomposição lenta pode ser vantajosa quando se quer atingir as plantas daninhas que infestarão a cultura subsequente Alelopatia no Manejo de PD Manejo da palhada • Os sintomas dos efeitos alelopáticos provocados pelas coberturas mortas nas culturas são: • Inibição da germinação • Falta de vigor vegetativo ou morte de plantas jovens • Amarelecimento ou clorose das folhas • Redução do perfilhamento • Atrofiamento ou deformação das raízes Alelopatia no Manejo de PD Escolha de cultivares com maior produção e liberação de aleloquímicos • Exemplos: • Nível de produção de escopoletina em cultivares de aveia • Produção diferencial de aleloquímicos em cultivares de cana-de-açúcar, inibição de Bidens pilosa e Cyperus rotundus Aplicação de extratos de plantas que produzam aleloquímicos • Aplicação em pré ou pós-emergência • Ainda com pouca aplicação prática (agricultura orgânica) Alelopatia no Manejo de PD Identificação de moléculas herbicidas • Produção de herbicidas químicos a partir da identificação de compostos alelopáticos de plantas ou microrganismos Alelopatia no Manejo de PD Composto natural Fonte: Planta ou microrganismo Herbicida Fabricante Anisomicina Steptomyces spp. Methoxyphenone NIHON Cineole Várias plantas Cinmethylin SHELL Benzoxazizonas (ácido hidroxamico) Plantas gramíneas Benzazin BASF Iprexil Iprex pachyon Benzadox GULF Ácido fusárico Fusarium spp. Picloran DOW Moniliformina Fusarium moniliforme 3,4 - dibytoxymoniliformin CIBA GEIGY Ácido quinolínico Nicotiana tabacum Quincloral BASF Fosfinotricina Streptomyces viridochromegenes Glufosinate HOECHST Tabela. Herbicidas desenvolvidos a partir de aleloquímicos naturais. Banco de germoplasmas/melhoramento genético • Identificar cultivares, plantas não-domesticadas (centros de origem) com alta produção de aleloquímicos • Transferência da característica via melhoramento genético Biotecnologia • Identificação dos genes responsáveis pela produção de aleloquímicos • Transferência da característica via biotecnologia Alelopatia no Manejo de PD Alelopatia – Grande Desafio Entender melhor o fenômeno alelopático para aproveitá- lo em benefício do manejo de culturas em detrimento do desenvolvimento de plantas daninhas em agroecossistemas Interferência das Plantas Daninhas • Interferência direta • Parasitismo • Ornamentais e frutíferas • Interferência indireta • Quando hospedam pragas • As guanxumas são hospedeiras de pulgões e da mosca-branca, vetores do mosaico dourado em culturas como feijão, soja e algodão • Muitas PD hospedam nematoides como: • Carurus que hospedam Pratylenchus brachiaurus e Meloidogyne incognita • Tiririca que hospeda Meloidogyne incognita e M. javanica • Interferem nas práticas culturais • Prejudicam a atividade humana Interferência das Plantas Daninhas
Compartilhar