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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU AGRONOMIA BIANCA BURGARELLI DA SILVA KAMILLY HELOYSE DOS SANTOS SILVA VITÓRIA FUKAMATSU MARIANO DA SILVA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: FERTIRRIGAÇÃO E LAVOURA CACOAL 2024 BIANCA BURGARELLI DA SILVA KAMILLY HELOYSE DOS SANTOS SILVA VITÓRIA FUKAMATSU MARIANO DA SILVA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: FERTIRRIGAÇÃO E LAVOURA Trabalho apresentado ao Curso de Agronomia do Centro Universitário Maurício de Nassau - UNINASSAU, como parte das exigências da disciplina de Fisiologia Vegetal. Orientador: Dr. Fernando Martins de Almeida CACOAL 2024 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 4 1. OBJETIVOS............................................................................................................ 5 3.MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................6 3.1 MATERIAIS...................................................................................................... 6 3.2 METODOLOGIA...............................................................................................6 3.2.1 VIVEIRO: MUDAS DE CAFÉ..................................................................6 3.2 LAVOURA DE CAFÉ...................................................................................8 3.3 SISTEMA DE FERTIRRIGAÇÃO..............................................................12 2. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 13 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 14 4 1. INTRODUÇÃO A produção de café representa uma das principais atividades econômicas no agronegócio brasileiro, possuindo uma grande relevância do ponto de vista social e econômico nas regiões onde está instalado (SENAR, 2017). De acordo com dados do IBGE (2022), entre os anos de 2021 e 2022, a produção de café no estado de Rondônia aumentou em cerca de 24,1%. O salto na produção foi de 162 mil toneladas para 201 mil toneladas. O estado é responsável por cerca de 6,4% da produção nacional, ocupando o 5º lugar no ranking. Dentre os 100 maiores municípios produtores de café, Cacoal se destaca no 63º com uma produção de cerca de 13 mil toneladas. Um quesito indispensável para se alcançar elevados níveis de produtividade está relacionado com as mudas utilizadas durante o plantio. De acordo com Costa (2022), mudas de alta qualidade, com um elevado vigor e de procedência idônea são um dos principais requisitos quanto a implantação de uma lavoura de café produtiva. O principal método de propagação vegetativa utilizada no café conilon é através da clonagem por estaquia, representando cerca de 95% na produção de mudas dessa espécie dentro do país. Canhoto (2016) descreve a produção de mudas através da estaquia como nada mais do que a retirada de alguns centímetros do caule da planta que se deseja multiplicar e colocada em um substrato para enraizar e assim originar um clone idêntico. Cararo, Espindula & Paye (2022) descrevem que uma das técnicas que podem ser empregadas na nutrição do solo em lavouras cafeeiras é aplicar os nutrientes via água através do sistema de irrigação, em concentrações definidas através da demanda fenológica da cultura. Esse processo também é chamado de fertirrigação. Com o intuito de ensinar aos alunos sobre como ocorre a produção de mudas de café e a nutrição das mudas e da lavoura através da fertirrigação, o Prof. Fernando Martins de Almeida ministrou uma aula prática no dia 09 de Março de 2024 com os alunos do terceiro período do curso de Agronomia do Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau) na propriedade do Sr. Elias Peterd, com o nome de Viveiro Dois Irmãos. Na ocasião da aula, quem acompanhou os alunos e o professor durante o trajeto e a visita foi o Sr. Lusciano Peterd, filho do Sr. Elias e que atualmente atua como responsável na produção das mudas e da lavoura 5 de café. A aula ocorreu na Linha 06 km 14 do município de Cacoal/RO, entre 08h às 10h. 6 2. OBJETIVOS O objetivo principal da aula prática foi conhecer alguns dos processos relacionados à produção de mudas de café, bem como entender um pouco sobre o funcionamento de sistemas de fertirrigação. Objetivos específicos: ● Compreender as medidas legais na produção de mudas de café; ● Entender quais critérios são utilizados quanto a produção, venda e transporte das mudas; ● Entender qual o procedimento a ser seguido em caso de contaminação das mudas; ● Aprender sobre a relação da água nas planta; ● Aprender sobre o funcionamento de um sistema de fertirrigação e quais equipamentos podem auxiliar o produtor; ● Apresentar as instalações do sistema de fertirrigação e como ele funciona. 7 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS ● Aparelho celular. 3.2 METODOLOGIA A aula prática foi realizada em conjunto com o Sr. Luciano Peterd, que 3.2.1 VIVEIRO: MUDAS DE CAFÉ A primeira etapa realizada na aula prática foi a visita ao viveiro, (Figura 01) onde o produtor Lusciano contou aos alunos um pouco sobre a história dele, de sua família e também sobre os tratos culturais do seu viveiro. Começaram o cultivo de café em 2008, e em 2017, por estar insatisfeito com as mudas adquiridas para realizar o plantio, a família teve a iniciativa de começar a produzir as suas próprias mudas, e logo em seguida começaram a comercializar. Atualmente eles produzem cerca de 350.000 sacolas por ano para o uso próprio e para comercialização, seu valor de comercialização é de R$1,30 por muda até a presente safra, mas as demais safras a seguir passarão a ter um valor de R$1,50 por muda. O seu sistema de irrigação no viveiro é por bailarina, (Figura 02) sua vazão máxima é de 35 Litros por hora, eles utilizam a fertirrigação como método de nutrição das mudas. Figura 01: Viveiro de café na propriedade 8 Fonte: SILVA, Kamilly (2024) De acordo com o relato do Sr. Luciano, alguns anos atrás ele sofreu uma perda de 50 mil mudas de café por causa de uma infestação de nematóides, a forma com a qual ele encontrou para evitar este problema em futuras mudas foi realizar algumas mudanças como no tipo de solo utilizado no enchimento das sacolas e no desvio da origem da água de irrigação, feita anteriormente através do rio para um poço artesiano, além de realizar um controle preventivo biológico. A fim de realizar o controle de nematoides, o IDARON (Instituto de Defesa Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia) através de seus profissionais realizam testes com algumas mudas em laboratório. Uma data específica é marcada com antecedência e os profissionais vão à propriedade coletar os materiais de forma aleatória. Enquanto o resultado dos testes não chegam, o viveiro deve permanecer fechado. A época de realizar o teste é quando as plantas estão com 80% das folhas. O órgão do IDARON é o responsável por fazer o acompanhamento e a lacração do viveiro. Cerca de 20 a 25 dias o resultado chega, após a chegada se testa positivo, e necessário fazer o enterramento de todas as mudas do viveiro no prazo de 20 a 30 dias. Para controle de outros tipos de doenças são feitas em 15 a 15 dias são feitas o uso de fungicidas, pelo modo costal e o controle biológico é feito pela fertirrigação. 9 Figura 02: Bailarina utilizado na irrigação Fonte: SILVA,Kamilly (2024) 3.2 LAVOURA DE CAFÉ A segunda etapa da aula prática foi conhecer a lavoura cafeeira, a propriedade Dois Irmãos do Sr. Lusciano Peterd possui uma área total composta por 11 hectares de lavoura (Figura 3), incluindo: lavoura recém-plantada e lavoura no último ano de colheita que será submetida à poda programada. O espaçamento das plantas em determinados talhões é de 3 x 1,30 metros. Figura 3: lavoura de café 10 Fonte: MONTEIRO, Robson (2024) No ano de 2022, o produtor Lusciano produziu em torno de 1.270 sacas de café. Quandoo material (clone) tem uma genética boa, na 5° safra realiza-se a formação da nova planta, removendo algumas hastes e deixando somente uma haste para produzir no próximo ano. Na propriedade possui sistema de Fertirrigação sendo ele a utilização de Tensiômetro (Figura 4), embora o Sr. Lusciano confia mais na observação visual. O melhor horário para leitura do Tensiômetro é a partir das 16 horas, quando a planta está potencialmente mais estressada. A adubação é realizada exclusivamente através da fertirrigação, com correção de calcário e potássio em granulado feito manualmente. Figura 4: Tensiômetro 11 Fonte: SILVA, Kamilly (2024) Os gotejadores são com vazão de 4,2 L/h por metro, distribuídos a cada 50 centímetros. A produtividade almejada é de 80 sacas por hectare, o Sr. Lusciano utiliza a frequência de adubação três vezes por semana, durante a madrugada. O número de hastes por plantas geralmente é de 2 a 3 hastes, a distribuição de setores e plantas é de 13 setores por talhão, com cerca de 2.150 plantas por talhão. O sistema de irrigação utilizado é de 3 talhões com gotejamento e 13 com microjet. O Sr. Lusciano possui um clone precoce que evoluiu uma infecção por Antracnose (Figura 5), já apresentando esporulação. A antracnose é uma doença fúngica que pode causar danos significativos às plantas de café. 12 Figura 5: Clone precoce Fonte: SILVA, Kamilly (2024) A colheita de café verde resulta em um produto com alto teor de água, levando a grandes prejuízos. A prática usual é colher 80% dos grãos no estágio cereja ou mais avançado, pois nesse estágio o grão já está formado. Estudos demonstram que a cada 100 sacas de café colhidas verde, o produtor perde o rendimento equivalente a 23 sacas de café, resultando em uma perda financeira de R$17.940,00. O talhão do Viveiro Dois Irmãos, plantado com o clone 102, apresentou excesso de nutrientes, resultando em folhas com deficiência de Ferro (Fe) (Figura 6), caracterizadas por um sintoma conhecido como Simetria. Os sintomas desta deficiência incluem o amarelecimento das folhas novas, enquanto as nervuras podem permanecer verdes por algum tempo, criando um padrão de reticulado fino. Figura 6: Simetria nas folhas 13 Fonte: SILVA, Kamilly (2024) 3.3 SISTEMA DE FERTIRRIGAÇÃO 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da aula prática foi possível compreender todos os processos que permeiam a produção de mudas de café clonal. Além disso, aprendeu-se também sobre a importância que a água tem sobre a planta, sendo um elemento essencial para seu desenvolvimento. Ainda, pôde-se entender sobre o funcionamento dos sistemas de fertirrigação e como se pode utilizá-los na lavoura cafeeira e no viveiro. Por fim, pode-se concluir que os conhecimentos práticos são muito importantes quando se fala em agricultura. 15 REFERÊNCIAS CANHOTO, Jorge M. A clonagem de plantas. Ciência Elementar. v.4, n.1. pg 1-6. Disponível em: https://www.journals.ufrpe.br/index.php/apca/article/download/122/111#:~:text=A%20 clonagem%20vegetal%2C%20ou%20micropropaga%C3%A7%C3%A3o,fitopatologi a%2C%20gen%C3%A9tica%2C%20entre%20outras. Acesso em 10 de Março de 2024. CARARO, D. C.; ESPINDULA, M. C.; PAYE, H. S.. Manual para recomendação de NPK via fertirrigação para café Robusta em fase de produção na Amazônia. EMBRAPA. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1141907/manual-para-re comendacao-de-npk-via-fertirrigacao-para-cafe-robusta-em-fase-de-producao-na-a mazonia. Acesso em 10 de Março de 2024. COSTA, Marcos Roberto da. Produção de mudas clonais de cafeeiro: Avanços na padronização dos cortes e dimensões de estacas. Incaper. Disponível em: https://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/handle/item/4105. Acesso em 10 de Março de 2024. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Café: construção de viveiros e produção de mudas. 1 ed. Brasília: SENAR, 2017.
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