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adrielson_rodrigues_TEMPO_COMUNIDADE_INSTRUMENTAL_I_MODIFICADO[1]

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ
CAMPUS – CAMETÁ
CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM AGROPECUÁRIA
I TEMPO COMUNIDADE:
IDENTIDADE, HISTÓRIA DE VIDA, SABERES, MEMÓRIAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS CAMPONESAS
CAMETÁ – PA
2019
NOME DO ALUNO
 JOSE ADRIELSON ALMEIDA RODRIGUES
I TEMPO COMUNIDADE:
IDENTIDADE, HISTÓRIA DE VIDA, SABERES, MEMÓRIAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS CAMPONESAS
Relatório de Tempo Comunidade I apresentado ao Curso Técnico Subsequente em Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA, Campus Cametá, como requisito parcial para aprovação na disciplina Tempo Comunidade.
CAMETÁ – PA
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................4
1. HISTÓRIA E MEMÓRIA DE VIDA .................................................................................5
 1.1 Educando, trajetória escolar e lugar ............................................................................5
2. TERRITÓRIO, MEMÓRIA E CONHECIMENTO DA REGIÃO DO BAIXO TOCANTINS.............................................................................................................................5
 2.1 Trabalho e identidade ...............................................................................................5
 2.2 Descrições de culturas ...............................................................................................6
 2.3 Festividades religiosas e manifestações culturais ...................................................6
 2.4 Expectativas e projetos de vida ................................................................................6
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................6
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................6
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade relatar, descrever, fazer análises, questionamentos, histórias de vidas, saberes e memórias. Será feito através de pesquisa que irá descrever fatos, acontecimentos, experiências ao longo de toda a trajetória de vida e prática agrícola, descrições culturais manifestações religiosas compreendendo as expectativas e projetos de vida. 
1. HISTÓRIA E MEMÓRIA DE VIDA
Minha trajetória de vida é marcada pela presença forte de lembranças memoráveis da vida no campo ou seja na roça, que contribuíram para meu desenvolvimento e aprendizado, onde obtive muitos conhecimentos com minha família, especialmente com meu avô João Correa de Almeida (falecido), uma pessoa sábia que fez sua história e deixou muito aprendizado.
1.1 Educando, trajetória escolar e lugar
Eu, José Adrielson Almeida Rodrigues, 26 anos filho de José Raimundo Rodrigues e Benedita Das Mercês Almeida Rodrigues. Sou brasileiro nascido no dia 22 de julho de 1992 na cidade de Cametá-Pa, mas morei e me criei na zona rural, sítio Mirititeua nas proximidades da vila onde moro atualmente Porto Grande. Meu pai lavrador, minha mãe funcionária pública a dezessete anos concursada. Meu pai, trabalhando na agricultura com o cultivo de pimenta-do-reino, farinha de mandioca, açaí e cacau.
Comecei a estudar um pouco tarde aos nove anos, na localidade de Mirititeua onde morava com minha família. Esse atraso, se deu por falta de professores que naquela época era bastante carente. Lembro-me que meu pai comprava material escolar e me ensinava em casa o básico, o alfabeto e a escrever meu nome. Tanto é verdade, que quando comecei a ir à escola já conhecia as letras do alfabeto e escrevia meu nome com letra maiúscula. Na época não havia escola nessa localidade, funcionava em um salão comunitário, era multiseriado e estudei de (1ª a 4ª série) até 2005, depois (5ª ao 2º) ano do Ensino Médio Vila de Porto Grande até 2011 e o 3º ano médio em Cametá, conclui em 2012 Senai (Centro Integrado de Formação Profissional em Cametá). No ano de 2013 viajei pra trabalhar em uma empresa de montagem industrial (Milplan) em Imperatriz (Maranhão) 2014 Mariana (Minas Gerais) 2015 Vila dos Cabanos (Barcarena) 2017 voltei e investi na agricultura (pimenta-do-reino). 
Pimenta-do-Reino (Mirititeua) Pimenta-do-reino (Mirititeua)
Minha principal expectativa com relação a este curso é estar apto a desenvolver atividades agricolas da melhor forma possível, e que eu me torne um profissional que consiga suprir as necessidades dos agricultores, para poder retribuir tudo o que eles fazem por mim, e que eu possa trazer melhorias para minha comunidade, desenvolver projetos de forma positiva, que será um orgulho ter pessoas capacitadas a elaborar projetos em nossa comunidade e localidades vizinhas.
Atualmente moro na Vila de Porto Grande, é uma vila bastante povoada que vem crescendo a cada dia. A origem desse nome se deu pelo fato onde os primeiros moradores que eram poucos, traziam seus produtos em carrocerias de (bois), comercializáveis e desembarcavam nesse pequeno porto, onde acontecia embarque e desembarquem de madeiras e produtos agrícolas. Apartir dai surgiu o nome Poerto Grande.
Hoje, ela se destaca pelas produções agrícolas cultivadas na região portugrandense como: Farinha de mandioca, pimenta-do-reino, açaí, cacau etc.
Moro nessa vila a 14 anos rua nova, minha irmã lado direito e esquerdo uma prima mas tenho uma relação amigável com os demais moradores da rua.
Eu gosto de tudo um pouco jogar futebol, viajar, ouvir musicas, frequentar igreja, não gosto de violências. Minha família é muito importante para mim, moro com meus pais minha irmã e dois sobrinhos. Acredito que a família é a base para tudo, inclusive nossa primeira escola, e que a educação continua sendo a arma que dará possibilidades de um sonho se torna realidade. 
2. TERRITÓRIO, MEMÓRIA E CONHECIMENTO DA REGIÃO DO BAIXO TOCANTINS
O cotidiano no mundo das águas da microrregião de Cametá, mais conhecida como Baixo Tocantins, é organizado pelos rios Moju, Pará e o caudaloso Tocantins. Sete municípios compõem a região: Abaetetuba, Igarapé Miri, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Mocajuba, Baião e Oreiras do Pará. Em maior ou menor profundidade, a região sofre os impactos da barragem de Tucuruí, com ênfase para a redução do pescado.
O Baixo Tocantins encontra-se numa zona de fronteira. A microrregião localiza-se entre a Amazônia Central e Amazônia Oriental, no nordeste do Pará, por onde passa a linha dividindo coincidentemente a microrregião do Baixo Tocantins e a de Tucuruí (Costa, 2006, p.21). A microrregião intrega a Bacia do Tocantins, considerada a segunda mais importante do país, superada apenas pela Bacia do Rio Amazonas. É ainda indicada como a de maoir potencial para a geração de energia hidrelétrica. A Bacia do Tocantins-Araguaia constitui um dos eixos de planejamento do governo federal, com enfoque em transporte e geração de energia, o que prenuncia outros impactos sociais e ambientais para as populações locais. 
Trabalho e identidade
Antigamente produzia o cultivo de farinha de mandioca e tapioca em grandes quantidades. Os agricultores faziam as derrubadas de capoeiras no mês de junho, julho e em agosto a queima dos roçados, cortavam as mudas nos períodos da faze da lua, nova, crescente e cheia, 15 dias antes de plantar para poder ter tempo suficiente a escorrer sua resina “por que brota em menos tempo” e fazer seu plantio na mesma faze da lua, com 5 meses depois fazer sua capina como fonte de matéria orgânica e com 12 meses sua colheita.
Seu cultivo era transportados por carrocerias de bois para as casas de fornos ou seja(casas de farinhas), onde começavam se processo de fabricação colocando no igarapé até amolecer entre 4 a 5 dias. Depois tiravam a casca e aperfeissoavam a massa com pedaços de paus chamados de “mossucas” para amaciar e colocar no tipiti, apartir que cecassem peneravam para ir ao forno de (cobre) até torrar entre 30 a 40 minutos.
Atualmente minha região produz farinha de mandioca, pimenta-do-reino, açaí em grande quantidade, cacau, laranja, abacaxi, maracujá em pequenas quantidades. Os agricultores fazem as derrubadas de capoeiras no mês de junho, julho e em agosto a queima dos roçados cortam as mudas nos períodos da faze da lua nova, crescente e cheia, 15 dias antes de plantar para ter tempo suficiente a escorrer sua resina e fazer seu plantio nas mesmas fazes da lua, com 5 meses depois fazer sua capina como fonte de matéria orgânica cobrindo o solo e com 12 meses sua colheita.
Seu cultivo é transportado por máquinas agrícolas como: trator e no saco de palinha por motocicletas, para as casas de farinhas, a começar sua fabricação. Primeiramente tiramos as cascas da mandioca e botamos na água em poços de concretos, igarapés e pneus de tratores cortados ao meio, por 2 a 3 dias. Apartir dai são retiradas e cortadas por catitus e colocada a massa no tipiti ou prença para secar, depois de alguns minutos vai peneirar para ir torrar em fornos de ferros por volta de 30 a 40 minutos, algumas pessoas ainda possuiem forno de cobre. Também se extrai da mandioca a massa e farinha de tapioca, pipoca, tucupi, beju e da folha da maniva se faz a maniçoba.
Hoje em dia alguns agricultores usam as técnicas de pessoas capacitadas para desenvolver sua produção de forma eficaz, gerando lucro para nós agricultores, que antigamente era muito difícil encontrarmos pessoas capacitadas em nossa região. A única técnica era o saber tradicional das pessoas mas velhas. 
Na minha região trabalhamos com convidados (multirão) durante a semana marca-se um dia pra cada pessoa, as pessoas criam porcos, galinhas, patos, perus, bois e quando chega o dia do convidado matam algum desses animais pra dar como alimentação.
A falta de capital e não ter conhecimentos para trabalhar da maneira correta, os trabalhadores rurais fazem um trabalho baseado somente nos seus conhecimentos tradicionais e assim não tendo uma produção que compense seu suor.
Nas minhas atividades no meu sítio dedico meu tempo por ser uma das partes que mais beneficia eu minha família e pessoas mas próximas, no dia a dia quase tudo que preciso posso ir na minha propriedade e colher como eu quiser. Por minha família serem agricultores e meu pai sempre me ensinou a praticar e desenvolver atividades e hoje pelo conhecimento que tenho acredito eu (60%) ter aprendido só através do saber tradicional (praticando).
Na época que morávamos no sítio (Mirititeua) criávamos bastantes patos, galinhas, perus, bois, e porcos. Atualmente uma tia com sua família que mora na localidade continua criando as mesmas espécies mas somente para seu consumo.
Descrições de culturas
A coleta de frutos e raízes constitui uma das mais primitivas maneiras de extração dos meios de subsistência do homem. No entanto, essa atividade, chamadade extrativismo vegetal, ainda é praticada. Corresponde à coleta de produtos retirados da natureza. 
Cupuaçu: fruta usada na fabricação de sucos, cremes, geleias, doces, sorvetes, entre muitas outras aplicações.
Açaí: fruta apreciada em diversas partes do Brasil, usada na fabricação de sucos, cremes, concentradas, poupas, entre outros.
Castanha-do-pará: é uma castanha oriunda da castanheira. Seu fruto serve para a fabricação de alimentos, cosméticos, óleos e remédios.
Em nossa região classificamos em:
	Frutas
	Hortaliças
	 Tubérculos
	
Abiu
Açaí
Ajuru
Araçá
Bacaba
Bacuri
Banana-pacovã
Biribá
Buriti
Camapu
Camu-camu
Camutim
Castanha-do-Pará
Cubiu
Cupuaçu
Cupuí
Cutite
Guaraná
Inajá
Ingá
Jambo
Manga
Mangaba
Maracujá
Marajá
Murta
Piquiá
Pupunha
Sapota-do-Solimões
Sorva
Taperebá
Tucumã
Umari
Uxi
	Alfavaca
Azedinha
Bertalha
Caruru
Celósia
Chicória
Coentro
Espinafre africano
Jambu
Maxixe peruano
Vinagreira
	
 Ariá
 Feijão-macuco
	
	
	
 Preparações especiais
	
	
	 Farinha de piracuí
 Maniçoba 
 Tucupi
	
	Leguminosas
	
	
	Feijão-de-asa
Feião-de-metro
	
	
	Raízes
	
	
	Mandioca
	
	
	
	
As principais fontes hídricas da minha região é o igarapé (olho d’agua), poços, rios, chuvas a água encanada em nossa vila vem de igarapé e poços (artesianos). 
2.3 Festividades religiosas e manifestações culturais
Na Vila de Porto Grande acontece a festividade do Glorioso São Tomé no mês de dezembro. Esta festividade é prestigiada por maior parte dos moradores da vila e regiões vizinhas. Durante o ano as pessoas trabalham plantam, criam se preparando para a época da festa. Na época das festas as pessoas fazem doações também de produtos do seu cultivo como pimenta-do-reino, farinha de mandioca, animais como galinhas, patos e porcos. Também nesse período reúnem-se as famílias, amigos e parentes que moram em outros lugares e fazem banquete mantando bois, porcos, galinhas, patos para a alimentação juntamente com maniçoba, tucupi, macaxeira, tapioca e frutos regionais.
Antigamente era bastante visível a presença das benzedeiras, rezadeiras e parteiras. Uma cultura que até nos dias atuais existem, mas em números bastantes reduzidos. Pois nessa época era difícil a presença de médicos e enfermeiros na área da saúde, eram essas pessoas citadas que faziam essas funções com remédios caseiros de plantas medicinais orações e faziam os partos das grávidas. O papel dessas pessoas era de total importância, ou seja essencial, pois eram os médicos do povo daquela época. Hoje em dias, ainda existem na comunidade portugrandense benzedeiras, rezadeiras e parteiras, mas são poucas pessoas que acreditam em seu trabalho, é uma cultura não tão valorizada como antigamente. 
Inicio da Festividade do Glorioso São Tomé. ( Vila de Porto Grande)
2.4 Expectativas e projetos de vida
	Minha expectativa é exercer e colocar em prática o que estou aprendendo em meu curso com eficiência e dedicação. Pretendo continuar meus estudos e se Deus quiser poder concluir e não parar por ai, me qualificar cada vez mais e assim, estar apto para o mercado de trabalho para poder colocar em prática meu conhecimento de forma eficaz.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A vivência e experiência desse relatório me fez relembrar fatos passados da minha infância no lugar (Mirititeua) onde morei e me criei juntamente com minha família que foram bastantes significativos para meu conhecimento e processo de aprendizagem no âmbito educacional e familiar. Lugar este que me traz lembranças de momentos de diversão e brincadeiras ao ar livre, perto da natureza, distante do trânsito e da violência. 
REFERÊNCIAS
Fatos contados por minha família oralmente.
SOUSA, R. et al. Multiplicadores dos conhecimentos agroecológicos: a experiência de extensão rural na região Tocantina (Pará). In: PETERSEN, P; DIAS, A. Contrução do conhecimento agroecológico. Articulação Nacional de Agroecologia. s. l.: s. n., 2007. P.8-102.
SOUSA. R. V. de. Campesinato na Amazônia: da subordinação à luta pelo poder.

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