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CIÊNCIA MODERNA PROF. JONATHAN MELO A IDEIA DE MODERNIDADE • Período moderno da filosofia (séculos XVII-XIX) • “moderno” • “modo” = “agora mesmo” “neste instante” •Oposição ao antigo a partir de duas noções fundamentais • A ideia de progresso – o novo enquanto melhor • Valorização do indivíduo – em oposição à tradição, (o saber adquirido) às instituições, a autoridade externa A IDEIA DE MODERNIDADE • Fatores que contribuíram à origem e desenvolvimento da filosofia moderna • O humanismo renascentista • Oposição à visão hierárquica de mundo, às artes voltadas ao sagrado e à filosofia à serviço da teologia • A Reforma protestante • Combate à escolástica, às provas da existência de Deus e ao racionalismo, valorizando a consciência individual • A revolução científica • A metodologia científica surge quando se torna mais importante salvar os fenômenos e quando a observação, a experimentação e a verificação de hipóteses tornam-se critérios decisivos, suplantando o argumento metafísico (aristotélico) A REDESCOBERTA DO CETICISMO ANTIGO (MICHEL DE MONTAIGNE) •O ceticismo antigo é retomado como parte do movimento de volta aos clássicos •Os céticos se destacaram na Antiguidade pelo questionamento das pretensões dogmáticas ao saber e por apontarem a inexistência de um critério decisivo para resolver disputas e conflitos entre teorias rivais •Questionavam a possibilidade do conhecimento (a impossibilidade da certeza) A REDESCOBERTA DO CETICISMO ANTIGO (MICHEL DE MONTAIGNE) •Michel de Montaigne faz uma apresentação dos argumentos e princípios básicos do ceticismo antigo (gerando incerteza sobre o conhecimento verdadeiro e justificado) • Sua visão cética defende um ideal de vida equilibrado e moderado •Não temos argumentos racionais para defesa da religião • Se não há argumento, é a fé que deve prevalecer (fideísmo moderado) DESCARTES • O tempo de Descartes é um tempo de profunda crise da sociedade e da cultura europeia – As grandes navegações, teorias como as de Copérnico e Galileu irão revolucionar o mundo, a Reforma abalando a autoridade da Igreja... • Em “O discurso do Método”, Descartes propõe que a racionalidade é natural do homem e o erro resulta do mau uso da razão • O método é um procedimento que visa garantir o sucesso de uma tentativa de conhecimento • O método constitui-se por seguir 4 regras DESCARTES • 1 regra da evidência – “jamais aceitar uma coisa como verdadeira que eu não soubesse ser evidentemente como tal” • 2 regra da análise – “dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas partes quantas possíveis e quantas necessárias para melhor resolvê-las” • 3 regra da síntese – “conduzir por ordem meus pensamentos, a começar pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para galgar, pouco a pouco, como que por graus, até o conhecimento dos mais complexos” • 4 última regra – “fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais que eu tivesse certeza de nada ter omitido” DESCARTES • Questionamento dos céticos: O que garante ao homem conhecer de forma certa e definitiva o real? Já se adotaram tantas teorias falsas, como então chegar a verdade? • Descartes propõe encontrar uma certeza básica, imune ao questionamento cético, que possa servir de base e fundamento para a construção de um nova teoria científica (argumento do cogito) • Assume o ceticismo até as últimas consequências para então refutá-lo • A dúvida metódica, questionando todo conhecimento adquirido e a ciência clássica DESCARTES • Três argumentos (cada argumento radicaliza ainda mais a dúvida) • 1º nossos sentidos como fontes do conhecimento (e suas limitações) • 2º podemos estar sonhando (mas sonhando ou não 2+3=5...haveria então algumas verdades?) • 3º Partindo da hipótese de que “Deus tudo pode e que me criou tal como sou”, poderia eu ter sido criado para acreditar que as coisas se apresentam como são sem existirem. Poderia ter sido criado por um deus que me enganasse sobre a existência de todas as coisas • Não haveria certeza que pudesse resistir ao 3º argumento... DESCARTES • Mesmo que um deus possa me enganar sobre todas as minhas certezas, é preciso que eu exista para ser enganado • Por mais que me engane, jamais poderá fazer com que eu não seja nada, enquanto eu pensar ser alguma coisa • Até para duvidar é preciso que eu pense...o pensamento é imune à dúvida • “Penso, logo existo” • Apesar desse raciocínio poder ser questionado, Descartes deixa como legado o método da dúvida (método dedutivo), a atividade crítica que busca compreender os limites do conhecimento e questionar a concepção científica BACON • O empirismo toma a experiência como guia e critério de validade de suas afirmações • Inspiração em Aristóteles “nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos • Francis Bacon, juntamente com Descartes, é considerado um dos iniciadores do pensamento moderno, defendendo o método experimental contra a ciência teórica e especulativa clássica • Também buscou a formulação de um método que evite o erro • Formula a teoria dos ídolos BACON • Ídolos são ilusões ou distorções que “bloqueiam a mente humana”, impedindo o verdadeiro conhecimento • Ídolos da tribo – O homem por natureza não tem nenhuma relação como universo que permita que o conheça como tal (limitação humana no processo de conhecimento do real) • Ídolos da caverna – consequências das características individuais de cada homem, influências do meio • Ídolos do foro – resultado das relações entre os homens, da comunicação e do discurso • Ídolos do teatro – derivados das doutrinas filosóficas e científicas antigas e novas BACON • Bacon propõe o método indutivo e a rigidez no controle experimental •Observar a regularidade entre fenômenos e estabelecer relações entre eles, formulando leis que são generalizações indutivas • “Saber é poder” – conhecimento permite a previsão e o controle • Ciência ativa, prática e aplicada GALILEU • Galileu é o pai da revolução científica (que se inicia a partir da introdução da matemática e geometria como linguagens da ciência) • Física qualitativa -> física quantitativa • O método da autoridade -> recurso à razão e à experiência • A passagem de Aristóteles para Galileu não é do dogmatismo teórico à evidência empírica, mas sim da evidência empírica do senso comum à autoridade da evidência matemática • Desvincula o caminho do fazer científico (método quantitativo- experimental) do caminho do fazer filosófico (empírico, especulativo- racional) GALILEU •O concreto é o abstrato ou a configuração matemática. A experiência constitui apenas um momento segundo: encadeia-se no movimento do discurso racional de caráter matemático • Ao homem competiria, com sua razão, teorizar e construir a interpretação matemática do real e à natureza caberia responder se concordava ou não com o modelo sugerido •Galileu estabeleceu um modelo sem precedentes do saber racional (experiência + teoria + matemática)
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