Prévia do material em texto
Questões de Concursos Públicos Provas no Processo Penal Prof. Marcos Eberhardt (marcoseberhardt@terra.com.br) Teoria Geral da Prova Analise as afirmações abaixo relativas à prova e assinale C (certo) ou E (errado). No processo penal se exclui do objeto da prova o chamado fato incontroverso, aquele admitido pelas partes. Os fatos axiomáticos (intuitivos), evidentes por si mesmos, não precisam ser provados. Não se admitem no processo penal as provas ilegítimas, proibidas pelas normas de direito processual, nem as ilícitas, obtidas com violação das normas de direito material. É absoluta a regra de que o ônus da prova da alegação incumbe a quem a fizer. É o da certeza legal o sistema adotado pelo Código de Processo Penal para a apreciação das provas. A ordem correta de preenchimento é: (a) C/E/C/E/C; (b) C/E/C/C/C; (c) C/C/E/C/E; (d) E/C/C/E/E. Sistemas de Apreciação da Prova (Delegado de Polícia Amazonas 2000). O princípio diretamente relacionado às provas é o da: a) livre convicção condicionada b) intranscendência c) necessidade d) correlação (CGU-2004-Analista de Finanças) Ao avaliar as provas produzidas no processo, o juiz a) deve dar maior valor à prova testemunhal, porque é a mais importante para a reconstrução do fato. b) deve dar igual valor às provas, formando sua convicção do conjunto probatório, de forma motivada. c) deve dar maior valor à prova pericial, porque é a mais técnica e possibilita a melhor reconstrução do fato. d) deve dar maior valor à confissão, se existir, porque é a que mais se aproxima da verdade real. e) deve formar sua íntima convicção, independentemente de motivação, a partir da prova que mais lhe parecer importante. O ordenamento jurídico brasileiro, em matéria de prova, no processo penal, (a) não opõe restrição à produção de qualquer tipo de prova, em virtude de acolher o princípio da verdade real. (b) atribui ao acusado o ônus de provar a sua inocência, sob pena de, em não o fazendo, ser condenado. (c) considera nulo o processo se faltar o exame de corpo de delito, não admitindo o suprimento por prova testemunhal. (d) adota, para a avaliação da prova, como regra, o sistema do livre convencimento motivado, mas, em relação ao júri, admite julgamento por convicção íntima. O processo penal contemporâneo contempla três modelos de avaliação ou valoração da prova: o sistema legal; o da íntima convicção; e o da persuasão racional. Sobre tais sistemas probatórios pode-se afirmar: (a) O sistema legal, também conhecido como tarifado, é típico do procedimento acusatório, em que a intensa participação das partes na produção da prova pressupõe o prévio estabelecimento de valores definidos a cada um dos elementos probatórios considerados válidos. (b) O sistema da íntima convicção é inaplicável no direito processual-penal brasileiro, em razão do que dispõe o artigo 93, IX, da Constituição Federal ("todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade..."). (c) O sistema da persuasão racional ou do livre convencimento encontra respaldo no método inquisitório, em que o magistrado tem ampla liberdade para avaliar as questões de fato, devendo apenas motivar as questões de direito. (d) O que distingue o sistema da persuasão racional é a liberdade do magistrado na valoração dos elementos probatórios, que, embora exista, é contida pela obrigatoriedade de justificação das escolhas adotadas, diante da prova legitimamente obtida, com a explicitação do caminho percorrido até a decisão. (questão anterior à lei 11.690/08) Em relação à prova, no sistema brasileiro, é correto afirmar que (a) o ônus da prova no processo penal, segundo entendimento pacífico da doutrina, é sempre da acusação. (b) o momento para o acusado propor a prova testemunhal é o de seu interrogatório em juízo. (c) para a produção da prova pericial, nos crimes punidos com detenção, basta um perito oficial. (d) a prova da menoridade, para fins penais, deve ser feita por documento hábil, conforme jurisprudência assentada no Superior Tribunal de Justiça. (e) se admite, de forma tranqüila na doutrina, a delação como prova para a condenação. Atos de prova x Atos de Investigação (Delegado de Polícia/RJ 2002) Assinale a característica abaixo que se refere a atos de prova e NÃO de investigação criminal, de limitado valor probatório: a) não exigirem estrita observância da publicidade e contradição; b) poderem ser praticados pelo Ministério Público ou pela Polícia Civil em atividade de polícia judiciária; c) estarem destinados a demonstrar a probabilidade do fumus delicti comissi para justificar o processo; d) servirem de fundamento para decisões interlocutórias de indiciamento e adoção de medidas cautelares pessoais, reais ou outras restrições de caráter estritamente provisório; e) estarem dirigidos a formar um juízo de certeza – tutela de segurança. Onus da Prova (MPF) Em relação a prova no processo penal, considera-se acertado dizer que a) O testemunho emprestado, colhido noutro feito durante audiência realizada sem presença do acusado ou de seu defensor, mas carreado aos autos da ação através de reprodução documental, pode ser levado em consideração pelo Juiz; b) O ônus probante é, via de regra, da acusação, que desencadeia a persecução, mas o réu assume tal encargo quando aduz, em seu favor, alguma excludente de ilicitude, dirimente de culpabilidade, ou, ainda, quando apresenta um álibi; c) Existem três sistemas de avaliação da prova: o da livre convicção, adotado pela legislação brasileira, o da prova legal e o da persuasão racional; d) A lei brasileira preocupa-se, de modo particular, com os crimes que deixam vestígios de sua prática, obrigando, em tais casos, a realização de uma prova tarifada, o exame de corpo de delito, cuja falta não se supre através de testemunhos. Enfocado o capítulo das provas em processo penal, é correto dizer que: (a) a defesa, como afirma a doutrina, tem no processo o que se pode chamar de ônus diminuído, isto é, não precisa provar a inocência, bastando suscitar dúvida razoável sobre a responsabilidade do réu para valer-se do princípio do favor rei; (b) em razão da liberdade de produção da prova, é possível invocar, para demonstrar um fato, meios não consentâneos com a cultura moderna (ordálias etc), porém o Juiz, ao seu alvedrio, poderá aquilatar essa prova segundo sua consciência; (c) nosso Processo Penal, por força da Constituição Federal (art. 93, IX), adota, acerca das provas, o princípio da íntima convicção ou da prova livre, exceção que se faz ao Tribunal do Júri, em que o princípio que predomina é o da persuasão racional; (d) não são admissíveis as provas ilícitas, ou seja, as obtidas mediante violação de direito processual, salvo quando o Juiz entendê-la como indispensáveis para chegar à verdade real. Se o juiz não é parte no processo penal, nem tem ônus da prova, que principio justifica sua intervenção supletiva na instrução da causa: (a) o princípio do livre convencimento; (b) o princípio do contraditório; (c) o princípio da verdade real; (d) o princípio da hierarquia das provas. Provas Ilícitas (MP ESTADUAL GOAIS 2004) Quanto à produção de provas no processo penal, em consonância com o imperativo constitucional do artigo 5º, LVI, da CF, podemos afirmar que prova proibida, defesa ou vedada é toda aquela que não pode ser admitida nem valorada no processo, entendendo-se como tais as obtidas por meios ilícitos. A prova vedada comporta: A) duas espécies distintas:1) prova ilegítima, quando a norma afrontada tiver natureza processual, como por exemplo, a juntada de documentos nas alegações finais, na primeira parte do procedimento do júri, violando a disposição expressa no artigo 406, parágrafo2º, do Código de Processo Penal; 2) e a prova ilícita, que é a prova produzida com afronta a normas de direito material, com a prática de crime ou contravenção, violando normas de direito civil, comercial ou administrativo; B) duas espécies distintas:1) prova ilícita, quando a norma afrontada tiver natureza processual, como por exemplo, a juntada de documentos nas alegações finais, na primeira parte do procedimento do júri, violando a disposição expressa no artigo 406, parágrafo 2º, do Código de Processo Penal; 2) e a prova ilegítima, que é a prova produzida com afronta a normas de direito material, com a prática de crime ou contravenção, violando normas de direito civil, comercial ou administrativo; C) uma única espécie, que é a prova produzida com afronta a normas de direito material, com a prática de crime ou contravenção, violando normas de direito civil, comercial ou administrativo, a prova ilícita, de natureza processual, como por exemplo, a juntada de documentos nas alegações finais, na primeira parte do procedimento do júri, violando a disposição expressa no artigo 406, parágrafo 2º, do Código de Processo Penal, não é vedada, somente podendo ser anulada, caso evidente o prejuízo para uma das partes, que deverão demonstrar cabalmente o prejuízo existente; D- n.d.a. (Procurador da Republica 2002) AS PROVAS ILÍCITAS: (a) podem ser consideradas desde que consentâneas com o conjunto probatório; (b) devem ser desentranhadas do processo; (c) podem dar azo à provas derivadas, sem contaminá-las; (d) não existem no direito processual penal brasileiro, que não admite restrição aos meios probatórios. (Delegado de Polícia DF 2005) Quanto à produção e à avaliação das provas no processo penal, pode- se afirmar que: a) vigora o princípio da liberdade das provas, não havendo qualquer restrição à sua produção; b) a vedação da produção de provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, CRFB), como possui natureza de garantia constitucional, deve ser interpretada de forma absoluta. Assim, não há possibilidade, no processo penal, de avaliação de prova obtida por meios ilícitos; c) segundo a orientação do Supremo Tribunal Federal, não haverá possibilidade de reconhecimento de prova ilícita por derivação, por completa ausência de previsão legal; d) constitui, em regra, modalidade de prova ilegítima a juntada de documentos no momento da apresentação das alegações finais no rito do Júri; e) seguindo a orientação do Supremo Tribunal Federal, o juiz poderá pessoalmente diligenciar, objetivando o acesso a dados, documentos e informações fiscais, referente a crimes praticados por organizações criminosas. (Delegado Federal 2002 – CESPE) No âmbito da jurisdição constitucional das liberdades, a proscrição da prova ilícita no processo é tema recorrente, seja porque o aparelho policial brasileiro ainda se entremostra arbitrário, seja porque há dificuldades, em certos casos, de avaliar-se a extensão dos efeitos que a inadmissão da prova tida por ilícita acarreta para a investigação e persecução criminal. Na esteira da doutrina dominante e das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue os itens abaixo, relativos a esse assunto. 1. Por não se tratar de hipótese de interceptação telefônica sem autorização judicial, a conversa informal mantida pelo indiciado com policiais, na delegacia, pode ser gravada por estes, e a eventual confissão de prática delituosa constante na gravação é tida por prova válida para sustentar pedido de prisão temporária do confesso. ERRADA 2. O habeas corpus é meio processual idôneo à impugnação de provas ilícitas já realizadas, bem assim para postular-se seu desentranhamento de autos de investigação, mesmo quando desta não possa resultar condenação à pena privativa de liberdade. ERRADA 3. O privilégio contra a auto-incriminação (nemo tenetur se detegere) impõe ao inquiridor o dever de advertir o interrogado do seu direito ao silêncio; a falta dessa advertência faz ilícita a prova que, contra si mesmo, forneça o acusado, ainda quando observadas as formalidades procedimentais do interrogatório. CERTA 4. Em se tratando de crimes hediondos, tem plena aplicação o princípio da proporcionalidade na valoração da admissibilidade da prova, pois a busca da verdade real tem prevalência constitucional. Disso resultam constantes mitigações, pelo STF, à garantia constitucional segundo a qual são inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. ERRADA 5. A doutrina dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree) está relacionada à questão da contaminação gerada pela prova ilícita em face das provas dela derivadas. CERTA Princípios aplicáveis às provas (Magistratura MG 2003) No que concerne à prova, no processo penal, é CORRETO afirmar que: (A) a prova testemunhal sempre poderá suprir o exame de corpo delito. (B) se houver co-réus, em virtude de conexão ou continência, poderão ser todos interrogados conjuntamente. (C) de acordo com o princípio da aquisição, a prova produzida não pertence à parte que a produziu, servindo a ambos os litigantes, e ao interesse da justiça. (D) o Juiz não poderá proceder a mais de um interrogatório do réu, sendo impositiva a observância irrestrita do procedimento traçado para determinada infração. (E) a confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do Juiz, fundado no exame das provas em conjunto. Exame de Corpo de Delito (Perito Criminal Federal – 2004) Marcelo é um perito oficial que participou da realização de exame pericial ocorrido no curso de um inquérito que apurava determinado crime. Posteriormente, no curso da ação penal relativa a esse crime, Marcelo foi convocado pelo juiz da causa a prestar esclarecimentos acerca de alguns pontos da referida perícia. Nesse caso, seria vedado a Marcelo prestar os referidos esclarecimentos porque ele é impedido de atuar em julgamentos relativos a crimes apurados em inquéritos policiais dos quais ele tenha participado na qualidade de perito. Certo Errado No tocante ao exame de corpo de delito, é correto afirmar: (a) quando a infração deixar vestígios, a confissão do acusado supre o mesmo; (b) será feito em qualquer dia e a qualquer hora; (c) o juiz ficará adstrito ao laudo elaborado pelos peritos; (d) em caso de lesões corporais graves a falta de exame complementar não poderá ser suprida pela prova testemunhal. (Delegado de Polícia – Mato Grosso do Sul 2006) Segundo o Art. 161 do Código de Processo Penal, o exame de corpo de delito poderá ser feito: A) Somente se o local for iluminado. B) Somente durante a noite. C) Somente durante o dia. D) Em qualquer dia e a qualquer hora. E) Somente das 6 horas às 18 horas. (Delegado de Polícia – Mato Grosso do Sul 2006) Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando: A) Não houver indícios a serem periciados. B) Não produzir efeitos práticos. C) For meramente medida procrastinatória. D) Já tiver sido feita. E) Não for necessária ao esclarecimento da verdade. A quem compete determinar a realização de exame de corpo de delito? (a) A autoridade policial exclusivamente; (b) O juiz e a autoridade policial; (c) A autoridade policial, o juiz e o órgão do Ministério Público; (d) A autoridade policial, o defensor público e o Ministério Público. Quando a infração deixar vestígios, indispensável é o exame de corpo delito, sendo certo que : (a) A confissão do réu poderá suprir a sua falta; (b) A prova testemunhal poderá suprir a sua falta; (c) A confissão do réu e a prova testemunhal podem suprir a sua falta; (d) Nada poderá suprir a sua falta. (Delegado RS/1998) Salvo a hipótese de requerimento de prorrogação feito pelos peritos e acolhido pela autoridade policial, o prazomáximo para elaboração do laudo pericial requisitado pelo delegado de polícia é de a) 10 dias, contados a partir da intimação dos peritos; b) 10 dias, contados a partir da assinatura do termo de compromisso pelos peritos; c) 15 dias, contados a partir da cientificação dos peritos. d) 15 dias, contados a partir da designação oficial; e) 15 dias, contados a partir da assinatura do termo de compromisso pericial. (Delegado Federal 2002 – CESPE) A respeito da prova no processo penal, julgue os itens a seguir. 1. Deixando o crime vestígios materiais, é indispensável o exame de corpo de delito direto elaborado por peritos para se comprovar a materialidade do crime, sob pena de nulidade. A falta desse exame, entretanto, não impede a propositura da ação penal. CERTA 2. Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo adentrou em uma agência da CAIXA e, mediante ameaça exercida com o emprego de uma metralhadora, subtraiu do caixa a importância de R$ 10.000,00 em espécie. Ao sair da agência, ele foi preso em flagrante, tendo a arma de fogo sido extraviada no caminho para a delegacia. Nessa situação, em face da não-apreensão da arma e da não- realização de perícia nela, não será cabível o reconhecimento da causa de aumento do crime de roubo (roubo qualificado com o emprego de arma). ERRADA 3. O laudo pericial assinado por dois peritos oficiais no qual somente uma das assinaturas está legível é nulo de pleno direito. ERRADA 4. Considere a seguinte situação hipotética. Marta foi indiciada em inquérito policial instaurado para apurar o crime de estelionato, na modalidade de fraude no pagamento por meio de cheque. A autoridade policial, visando submeter a cártula a exame grafotécnico, notificou Marta para comparecer à delegacia a fim de fornecer padrões gráficos do próprio punho. Nessa situação, como o objetivo do exame pericial é proporcionar a comparação entre o escrito comprovadamente feito pelo punho da indiciada e aquele cuja autoria está sendo pesquisada e que constitui o corpo de delito, a autoridade policial não poderá compelir Marta a comparecer à delegacia e a lançar as assinaturas. CERTA 5. Considere a seguinte situação hipotética. Ana foi agredida fisicamente por Marcos com socos e pontapés, sofrendo lesões corporais de natureza leve. Passados dois meses do evento, Ana compareceu perante a autoridade policial e apresentou representação contra o agressor. Na ocasião, entretanto, os vestígios das lesões tinham desaparecido. Nessa situação, será possível o exame de corpo de delito de forma indireta por meio da prova testemunhal. CERTA Interrogatório Judicial (Delegado RS/1998) No Inquérito Policial, ao interrogar um cidadão surdo-mudo e analfabeto, maior de 21 anos, acusado da prática de crime de roubo, a autoridade policial deverá a) convocar pessoa idônea para que esta assine “a rogo” do acusado e diligenciar para que o termo seja assinado por duas testemunhas de leitura; b) determinar-lhe que escolha pessoa de sua confiança para assistir ao ato e firmar o termo de interrogatório como “curador especial”; c) colher a impressão digital do polegar direito do interrogado, apondo-a no final do termo de interrogatório. d) Designar pessoa habilitada a atendê-lo para intervir no ato sob compromisso, na condição de “intérprete”. e) Nomear-lhe advogado que assista todo o ato e assine o termo de interrogatório como defensor. (CGU-2004-Analista de Finanças) Ao ser interrogado, "B" confessa a autoria do crime, diz que está arrependido e que concorda com a condenação que vier a ser imposta, dispensando em razão disso qualquer defesa em seu favor. O juiz a) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria violação ao princípio da imparcialidade. b) pode concordar com a vontade do acusado, porque a confissão dispensa a produção de outras provas. c) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria violação ao princípio da mais ampla defesa. d) pode concordar com a vontade do acusado, porque a defesa técnica é disponível. e) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria violação ao princípio do juiz natural. Sobre o interrogatório e confissão, estabelece o Código de Processo penal que (a) a confissão será irretratável, porque, uma vez ocorrida, haverá preclusão. (b) o defensor do acusado poderá intervir no interrogatório, realizando perguntas ao acusado, adotando- se o sistema da cross examination. (c) o acusado, se negar a imputação no todo ou em parte, deverá indicar as provas da verdade de suas declarações. (d) a confissão será divisível, sem prejuízo do livre convencimento do juiz. Acerca do interrogatório no curso do processo penal, é correto afirmar que: (a) é ato privativo da autoridade judiciária, vedada a presença de defensor constituído ou nomeado durante o ato. (b) além de ostentar valor probatório, apresenta-se como um meio de defesa do réu. (c) antes de iniciar o interrogatório, o juiz comunicará ao réu que, embora não seja obrigado a responder às perguntas que lhe forem formuladas, o seu silêncio pode ser interpretado em prejuízo de sua própria defesa. (d) caracteriza simples irregularidade a ausência de citação do acusado para ser interrogado, não acarretando conseqüências graves para o processo. No título do Código de Processo Penal (CPP) que trata sobre a prova em matéria criminal, encontra-se a figura do interrogatório do acusado, que foi modificado pela Lei nº 10.792/03. Sobre a figura do interrogatório, é correto afirmar: (a) O silêncio do interrogado será interpretado em prejuízo de sua defesa, porém não importará em confissão. (b) Havendo mais de um acusado, serão eles interrogados de forma simultânea, no mesmo recinto, preservando o princípio da audiência. (c) O interrogatório será constituído de três partes: sobre a pessoa do acusado, sobre a materialidade e sobre os fatos. (d) O juiz poderá, a qualquer tempo, proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. No decorrer do seu interrogatório judicial, o acusado alegou e provou para o Juiz que a autoridade policial que presidiu o inquérito contra sua pessoa, é irmão da vítima. Em face disto, como única opção correta, o Promotor de Justiça deve: (a) requerer seja anulado todo o inquérito policial; (b) requerer seja instaurado novo inquérito policial; (c) requerer seja dado vista à defesa para manifestar-se sobre a suspeição da autoridade policial e possíveis prejuízos para o acusado; (d) requerer o prosseguimento da ação penal, pois, não se pode opor suspeição ou impedimento às autoridades policiais nos autos do inquérito. O interrogatório de pessoa surda será realizado mediante: (a) a pessoa de seu curador. (b) atuação de intérprete habilitado para tal. (c) apresentação, por escrito, tanto das perguntas como das respostas. (d) formulação de perguntas por escrito, que ele responderá oralmente. O acusado revel que comparecer espontaneamente perante o juiz, depois de concluída a instrução do feito, mas antes de proferida a sentença final: (a) não pode ser interrogado porque já findou a instrução; (b) deverá ser interrogado porque o processo ainda se encontra em curso; (c) somente deverá ser interrogado se a defesa, antes, houvesse protestado pelo ato; (d) o interrogatório, nessas circunstâncias, é ato do arbítrio exclusivo do juiz. É assegurado ao réu o direito de ser interrogado pelo juiz. A respeito da matéria, considere as seguintes afirmativas: 1. O réu tem o direito de permanecer calado, mas caso o réu abra mão de sua prerrogativa constitucional do silêncio e responda às questões, deve dizer a verdade naquilo que lhe for perguntado. 2. O réu, até então revel, que comparecer no decorrer da instrução, espontaneamente ou preso, será interrogado. 3. A todo tempo o juizpoderá proceder a novo interrogatório, de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. 4. O interrogatório do acusado preso será feito no estabelecimento prisional em que se encontrar, desde que estejam garantidas a segurança do juiz e auxiliares, a presença do defensor e a publicidade do ato. Assinale a alternativa correta. (a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. (b) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. (c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. (d) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. AFIRMA-SE QUE: (a) o silêncio do réu do interrogatório pode ser interpretado em prejuízo da própria defesa; (b) os deputados e senadores não estão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato; (c) delegado de polícia que presidiu inquérito policial está impedido de testemunhar; (d) a enumeração do art. 206 do CPP é exemplificativa. Assinale a assertiva correta (A) A confissão do réu será indivisível e retratável. (B) O defensor do acusado poderá intervir, de qualquer modo, nas perguntas sobre o fato imputado ao acusado no momento do interrogatório. (C) O juiz poderá proceder a novo interrogatório do acusado, antes da sentença, se assim entender conveniente para a verdade real. (D) O juiz poderá proceder à realização do interrogatório de co-réu na presença dos demais acusados. 11) Assinale a assertiva incorreta (A) O deficiente mental poderá, excepcionalmente, ser testemunha devidamente compromissada em qualquer procedimento penal. (B) Podem recusar-se depor, no processo criminal, o afim em linha reta e o irmão do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. (C) Não se admite a realização de busca domiciliar, à noite, sem o consentimento do morador, ainda que haja mandado judicial determinando a realização da referida diligência. (D) Não se admitem no processo as provas obtidas por meios ilícitos em prejuízo do réu. Confissão (Delegado RS 2002) Um indivíduo compareceu perante o Delegado de Polícia da cidade de Alegrete e, espontaneamente, relatou que teria sido autor de um furto qualificado, mediante fraude, praticado em uma farmácia daquela cidade. Ciente do fato, a referida autoridade policial interrogou o autor da confissão na presença de seu advogado e inquiriu também o representante legal da vítima, o qual confirmou que tinha sido vítima de crime, tendo o Delegado, em seguida, encerrado o inquérito policia. Em seu relatório, apontou o confessante como autor do fato, razão pela qual o indicou no artigo 155, parágrafo 4°, inciso II, do Código Penal. Em relação ao caso apresentado, assinale a assertiva correta. a) Está correto o encaminhamento feito pela autoridade policial, haja vista a confissão do autor do fato, o que, por si só, já é suficiente para indiciá-lo. b) Está correto o encaminhamento feito pela autoridade policial em razão da confissão do autor do fato e, também, em face do grande volume de inquéritos que tramitam na Comarca, o que exige da autoridade policial dedicação máxima na apuração de fatos em que a autoria é desconhecida. c) Está correto o entendimento da autoridade policial, haja vista o fato de que o indivíduo confessou a prática do crime acompanhado de advogado. d) Não está correto o entendimento da autoridade policial, porquanto jamais poderá inquirir o suspeito da prática do delito no início da investigação, conforme ensina o Manual do Delegado de Polícia e recomenda a lei n° 7.366/80. e) Não está correto o entendimento da autoridade policial, pois a confissão, por si só, não é prova suficiente da existência do crime. Ademais, a autoridade policial deveria diligenciar sobre a existência de outras testemunhas presenciais do delito supostamente praticado, a fim de comprová-lo, bem como trazer aos autos informações a respeito do prejuízo constatado. As provas seguem as seguintes regras: (a) Observam-se no âmbito processual penal as mesmas restrições à sua produção existentes no direito processual civil. (b) Prevalece o princípio da livre convicção, dispensando o juiz de motivar sua decisão. (c) O exame de corpo de delito pode ser suprido pela confissão do acusado quando os vestígios tiverem desaparecido. (d) A confissão será divisível e retratável. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova e, para sua apreciação, o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. Neste caso: (a) o silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz; (b) a confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termos nos autos; (c) a confissão será indivisível e irretratável; (d) a confissão será divisível e irretratável. Enquanto elemento de prova no Processo Penal, a confissão do réu deve ser valorada pelo Juiz que a considerará (A) Prova superior, em relação a prova testemunhal. (B) Prova relativa, dependendo do convencimento judicial. (C) Prova indivisível se judicial. (D) Prova irretratável, quando feita em juízo. Prova Testemunhal (Juiz de Direito RS – 2003) Padre Alberto ouviu, em confissão, Paulo admitir que cometeu o crime pelo qual está sendo processado. É a única testemunha existente e, em¬bora desobrigado pelo réu, não quis dar seu testemunho, alegando proibição. O Juiz, corretamente, (A) deve obrigá-lo a depor, porque toda pessoa poderá ser testemunha. (B) não deve obrigá-lo a depor, porque ele não prestaria o compromisso do art. 203 do Có-digo de Processo Penal. (C) deve obrigá-lo a depor, porque foi desobrigado pelo réu. (D) deve obrigá-lo a depor, porque, sendo a úni-ca testemunha, aplica-se o final do art. 206 do Código de Processo Penal. (E) não deve obrigá-lo a depor, porque ouviu o relato em confissão. (Juiz de Direito RS 2000) Após a qualificação da testemunha, o Promotor de Justiça argúi a amizade íntima desta com o réu, dizendo-a suspeita e indigna de fé. O Juiz, então, interpela a testemunha, que confirma a circunstância da amizade íntima. Em tal situação, o Juiz deve (A) tomar o compromisso da testemunha e inquiri-la normalmente. (B) dispensar a inquirição, excluindo a testemunha. (C) indeferir o compromisso e inquirir a testemunha. (D) ouvir o defensor e, se este concordar, deter-minar a substituição da testemunha. (E) consultar a testemunha para saber se deseja depor; recusando, será dispensada. (Juiz de Direito RS 2000) As testemunhas, em regra, prestam o compromisso legal de dizer a verdade, na forma do art. 203 do Código de Processo Penal. Excetuam-se, entre outros, (A) os menores de 21 anos e maiores de 16 anos, em qualquer hipótese. (B) os menores de 21 anos e maiores de 16 anos, a não ser quando assistidos por cura-dor. (C) os menores de 18 anos. (D) os menores de 14 anos. (E) os deficientes auditivos. Ricardo, Juiz de Direito, após o encerramento da fase probatória, decide converter o julgamento em diligência, com o intuito de ouvir mais uma testemunha que julga importante ao desvendar da trama criminosa. Assim, o Defensor Público contesta tal ato, aludindo que isto não é possível diante do disposto na lei processual penal. Assiste-lhe razão? (a) Não, pois o Juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas além das indicadas pelas partes. (b) Sim, pois após o encerramento da fase probatória opera-se a perempção. (c) Sim, em virtude disto não ter sido requerido pelas partes. (d) Não, pois o Juiz é soberano para inverter os atos processuais, desde que não cause prejuízo às partes. Quanto aos meios de provas, é correto afirmar que: (a) o interrogatório em fasejudicial é ato privativo do juiz (b) quando realizado o exame pericial por dois peritos oficiais, o juiz estará adstrito ao laudo (c) no processo penal, todas as pessoas poderão ser testemunhas, inclusive os menores de quatorze anos, doentes mentais e familiares do acusado. (d) a ausência do compromisso de dizer a verdade afirmado pela testemunha anulará seu depoimento. (anterior à lei 11.690/08) (MPRS 2003)- No curso da instrução o juiz mandou retirar o réu da sala de audiências. A motivação legal foi: (A) A presença de estranhos. (B) A aparência do réu. (C) A possibilidade de o réu influir no ânimo da testemunha. (D) A periculosidade do réu. (E) A condição de traficante internacional do réu. (Delegado de Polícia/MG – 2006) Assinale a opção CORRETA: A) Os Deputados Federais não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. B) São proibidos de depor o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado. C) Quando se tratar de infração não transeunte será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. D) O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, ainda que inseparáveis da narrativa do fato. Sistemas Processuais Penais (Delegado de Policia RJ 2000) No sistema processual penal acusatório, adotado pelo legislador constituinte, além da separação entre as funções de acusar, julgar e defender, pode-se apontas as seguintes características: a) Processo judicial sigiloso; inquisitivo; sistema de provas tarifado; b) Processo judicial público; contraditório e ampla defesa; sistema de provas do livre convencimento; c) Processo judicial secreto; parcialidade do órgão julgador; juízo de instrução; d) Processo judicial público; contraditório e ampla defesa; sistema de provas da certeza moral do legislador; e) Processo judicial sigiloso; inquisitivo; sistema de provas da certeza moral do juiz. (Delegado de Polícia/RJ 2002) Na configuração dos sistemas processuais, caracteriza violação ao sistema extraído da Constituição da República a iniciativa: a) da Defesa de requerer a produção de contra-prova ou de postular reexame por meio de assistente técnico, nos casos em que a prova da existência da infração penal está baseada em perícia oficial; b) do ofendido, em processo por crime de exclusiva ação privada, quando se manifesta pela absolvição do acusado e o juiz extingue o processo, declarando perempta a ação; c) do acusado, que recorre de decisão emitida de ofício pelo juiz, extinguindo o processo em virtude do reconhecimento da prescrição pela pena em perspectiva, postulando o réu a apreciação favorável da questão de mérito; d) do Ministério Público, que se recusa a formular proposta de suspensão condicional do processo porque o acusado foi definitivamente condenado em processo criminal anterior; e) do juiz que, em conseqüência de prova existente nos autos, de elementar do crime contida implicitamente na denúncia, condena o acusado por infração penal mais grave que aquela objeto da imputação acusatória constante do processo. (Delegado de Polícia DF 2005) Assinale o comportamento processual que, na configuração dos sistemas processuais, caracteriza violação ao sistema extraído da Constituição da República: a) a iniciativa da Defesa de requerer a produção de contraprova ou de postular reexame por meio de assistente técnico, nos casos em que a infração penal deixar vestígios e a prova da existência dessa infração estiver baseada em perícia oficial; b) a iniciativa do ofendido, em processo por crime de exclusiva ação privada, quando se manifesta pela absolvição do acusado e o juiz extingue o processo, sem pronunciar decisão absolutória, declarando perempta a ação; c) a iniciativa do acusado, que recorre de decisão de absolvição emitida com fundamento em dúvida acerca de sua responsabilidade penal. No recurso o réu postula a apreciação da tese de legítima defesa; d) a iniciativa do juiz que, em conseqüência de prova colhida durante a instrução criminal, de elementar do crime descrita implicitamente na denúncia, condena o acusado por infração penal diversa e mais grave do que aquela infração objeto da imputação acusatória constante do processo; e) a iniciativa do Ministério Público, que se recusa a formular proposta de suspensão condicional do processo porque o acusado foi definitivamente condenado em processo criminal anterior e está cumprindo a pena. O contraditório, garantia político-jurídica do cidadão, é característica primordial, traço marcante, do processo dito (a) acusatório. (b) inquisitivo. (c) inquisitório. (d) misto. O sistema acusatório adotado pela Constituição da República Federativa do Brasil - art. 129, I - tem as seguintes características abaixo transcritas: (a) separação entre as funções de acusar, julgar e defender; publicidade dos atos processuais; contraditório; ampla defesa; sistema de provas é do livre convencimento e imparcialidade do órgão julgador; (b) separação entre as funções de acusar, julgar e defender; publicidade dos atos processuais; sistema de provas da certeza legal e imparcialidade do órgão julgador (c) separação entre as funções de acusar, julgar e defender; publicidade dos atos processuais; o acusado é mero objeto do processo e sistema do livre convencimento (d) o juiz pode proceder ex ofício; imparcialidade do órgão julgador; contraditório; ampla defesa; sistema da prova tarifada.