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DIREITO PENAL IV - caso concreto semana 1 A 12 - Copia

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DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título SEMANA 1 
Descrição APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA CASO CONCRETO
Leia o caso concreto apresentado abaixo e responda às questões formuladas: No dia 05 de maio do corrente ano, Jonas B. e Abelardo F, policiais civis, flagraram Lucas M., Marciano L., vulgo Martelão e sua companheira Neide S., mantendo em depósito, de forma livre e consciente, cerca de 35 (trinta e cinco) quilos de cocaína, sem autorização legal ou regulamentar, com vistas à posterior comercialização da citada droga. Jonas B. e Abelardo F valendo-se da condição de policiais civis, e sempre atuando em comunhão de desígnios, exigiram, para si, vantagem indevida consistente no recebimento da quantia aproximada de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), em troca da liberdade dos integrantes do grupo criminoso. Para tanto, os policiais civis deixariam de cumprir seu dever de ofício, qual seja, não dariam voz de prisão em flagrante aos agentes. Sendo certo que os agentes receberam parte da quantia em bens móveis (veículo automotor) e a outra em dinheiro, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a Administração Pública, responda de forma objetiva e fundamentada: 
1. Qual a correta tipificação da conduta de Jonas B. e Abelardo F.? 
RESPOSTA: A correta tipificação da conduta dos policiais civis, Jonas B. e Abelardo F., visto que são funcionários públicos e suas condutas foram em comunhão de desígnio, ao exigirem favorecimento indevido para deixarem de cumprir sua função de policiais, eles cometem o delito de concussão, esse que devidamente tipificado no art. 316 do CP.
2. O recebimento da vantagem indevida é requisito para a consumação do delito? 
RESPOSTA: Não. O delito de concussão é formal e tem como verbo núcleo do tipo “exigir”, ou seja, basta para se consumar a conduta dos agentes de exigir o favorecimento indevido em razão de suas funções. O recebimento da vantagem indevida é mero exaurimento do delito, podendo esse ocorrer ou não.
3. Diferencie os delitos de concussão e corrupção passiva. 
RESPOSTA: No delito de concussão há uma exigência, uma imposição do agente público de uma vantagem indevida em razão de suas funções, enquanto no delito de corrupção passiva o agente solicita, pede ou mesmo recebe referida vantagem indevida em razão de suas funções.
QUESTÃO OBJETIVA 
Questão n.1. Lucas, funcionário público do Tribunal de Justiça, e Laura, sua noiva, estudante de direito, resolveram subtrair notebooks de última geração adquiridos pela serventia onde Lucas exerce suas funções. Assim, para conseguir seu intento, combinaram dividir a execução do delito. Lucas, em determinado feriado municipal, valendo-se da facilidade que seu cargo lhe proporcionava, identificou-se na recepção e disse ao segurança que precisava ir até a serventia para buscar alguns pertences que havia esquecido. O segurança, que já conhecia Lucas de vista, não desconfiou de nada e permitiu o acesso. Ressalte-se que, além de ser serventuário, Lucas conhecia detalhadamente o prédio público, razão pela qual se dirigiu rapidamente ao local desejado, subtraindo todos os notebooks. Após, foi a uma janela e, dali, os entregou a Laura, que os colocou no carro e saiu. Ao final, Lucas conseguiu deixar o edifício sem que ninguém suspeitasse de nada. Todavia, cerca de uma semana após, Laura e Lucas têm uma discussão e terminam o noivado. Muito enraivecida, Laura procura a polícia e noticia os fatos, ocasião em que devolve todos os notebooks subtraídos. 
 Com base nas informações do caso narrado, assinale a afirmativa correta. ( OAB. Exame de Ordem Unificado. 2013).
 a) Laura e Lucas devem responder pelo delito de peculato- furto praticado em concurso de agentes. RESPOSTA LETRA A
b) Laura deve responder por furto qualificado e Lucas deve responder por peculato-furto, dada à incomunicabilidade das circunstâncias. ERRADA – sabendo da condição de funcionário público de seu noivo, a condição de funcionário público se transmite a Laura.
c) Laura e Lucas serão beneficiados pela causa extintiva de punibilidade, uma vez que houve reparação do dano ao erário anteriormente à denúncia. ERRADA – visto que só é beneficiado com as benesses do art. 312, § 3° do CP aquele há aquele que a fez voluntariamente, assim cabendo apenas à Laura. 
d) Laura será beneficiada pelo instituto do arrependimento eficaz, mas Lucas não poderá valer-se de tal benefício, pois a restituição dos bens, por parte dele, não foi voluntária. ERRADO – Não se trata de arrependimento eficaz, mas sim, arrependimento posterior.
Semana 02
Joana, Delegada de Polícia, negou-se a registrar ocorrência de e stupro de
vulnerável contra o filho de sua empregada doméstica, Marilza, sob o
argumento de que conhecia o j ovem e que a suposta vítima, de 13 anos, à
época dos fat os, era, como a firmado pela mãe d o suposto autor dos fatos,
namorada deste. Independente mente do dissídio jurisprudencial acerca da
configuração do delito de estupr o de vulnerável, qua ndo a menor já possui
experiência sexual e conse nte com a relação sexual, analise sob o aspecto
jurídico penal a conduta de Joana. Responda, de forma objetiva e
fundamentada, consoante os estudos realizados sobre os Crimes contra a
Administração Pública. Ainda, c aso a Delegada de Polícia deixasse de
registrar ocorrência de estupro de vulnerável a pedido de Marilza, a resposta
permaneceria a mesma? Responda de forma objetiva e fundamentada.
A conduta da Delegada corresponde ao crime de prevaricação, previsto no
artigo 319 do Código Penal, ao deixar de registrar a ocorrência, agiu sob
influência exclusiva do sentimento pessoal que nutria p or sua empregada,
sem visar qualquer tipo de vantagem indevida e por iniciativa própria.
Na hipótese de a delegada deixar de registrar a ocorrência a pedido de sua
empregada, sem receber qualquer tipo de vantagem indevida, ela incorrerá na
forma privilegiada do crime de corrupçã o passiva, expresso no §2º d o art.
317 do Código Penal.
QUESTÃO OBJETIVA 
Sobre os crimes praticados p or funcionário público contra a Administração
Pública assinale a opção INCORRETA: 
a. Médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a
Segurado, p or ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode
ser sujeito ativo do delito de concussão.
b. O funcionário que de ixa de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo, por indulgência, comete crime de
Condescendência criminosa.
c. Segundo o Códi go P enal, aquele que patr ocina, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qua lidade
de funcionário público, pratica o crime de advocacia administrativa.
d. N o crime de peculato culposo, a reparação do dano a nterior à sentença
irrecorrível é causa de redução de pena.
e. Comete excesso de exação funcionário que exige tributo ou contribuição
social indevido, ou, quando de vido, emprega na cobrança meio vexatório ou
gravoso, que a lei não autoriza 
Semana 03
Na Praça Central do Balneário do Cassino, Fiscais da Secretaria Municipal
da Indústria e Comércio de Rio Grande, junta mente com policiais civis,
atendendo reclamações de moradores acerca da venda de produtos
clandestinos e drogas, procederam às diligências no comércio da região. Ao
chegarem ao Quiosque Alegria, o proprietário, Jacinto Gomes, ameaçou de
morte o Chefe da I nvestigação, E scrivão de Polícia Paulo Rocha, c om o
objetivo de i mpedi-lo de fiscalizar seu estabelecimento c omercial. Mes mo
sob clima tenso e graves ameaças para cessar o ato le gal, o mandado de
busca e apreensão foi efetivado. Na operação, servidores apreenderam 260
CDs de músicas, cópias de obras intelectuais reproduzidas sem autorização,
que estavam expostos à venda, com intuito de lucro dire to. Ainda, em
cumprimento ao mandado de busca e apreensão, apreendera m 36 trouxinhas
de maconha envoltas em filme plástic o incolor e fita adesiva parda,
escondidas em uma caixa para ar mazenar CDs, juntamente c om uma agenda,
dois telefones celulares e R$2.000,00 em n otas diversas. Durante a lavratura
do auto de prisão em f lagrante, Jacinto, arrependido, retratou-se das ameaças
feitas ao policial c ivil. Qua nto à droga, referiu que se destinava para
consumo próprio, pois dependente dela, e disse desconhecer a ilicitude na
venda de CDs piratas.
Dos fatos, Jacinto Gomes restou denunciado pelo pelas condutas de violação
de direito autoral tráfico de drogas. Com base nos estudos realizados sobre
os crimes contra a Administração Pública, qual conduta também deve ser
descrita na denúncia? Resp onda de forma objetiva e fundamentada. (MPE-
RS. Promotor de Justiça. Modificada).
Crime de Resistência em conformidade com o artigo 329, caput do Código
Penal.
QUESTÃO OBJETIVA
Sobre os crimes praticados por particular contra a Administração Pública assinale a alternativa correta:
a) O crime de desobediência, previsto pelo a rt. 330 do Códi go Penal, por ter
como objeto j urídico a administração pública e o c umprimento de suas
ordens, não admite a transação penal contida na Lei n.º 9.099/95.
b) A oposição à execução de ato legal, mediante ameaça a funcionário
competente para executá-lo, caracteriza o crime de desobediência.
c) De acordo com o Código Penal, agente que se opõe ou presta auxílio,
mediante violência ou a meaça, a funcionário competente para executar ato
legal pratica o crime de resistência.
d) No caso de exaltação de ânimos restará caracterizado o delito de desacato,
independentemente da seriedade da ofensa.
e) Caso a conduta do particular se caracterize pela resistência ativa, haverá
concurso formal imperfeito de crimes entre os delitos de resistência e
desobediência
Semana 04
No dia 10 de ma rço do c orrente ano, por volta das 10h30min, Gabriela
abordou Marinalva e inda gou à mesma sobre a localização da agência dos
Correios, eis que acabara de achar uma carteira com d ocumentos e desejava
entregá-la naquele local. Neste mesmo momento surgiu P enélope que se
identificou como dona da car teira e falou que gostaria de recompensar
Gabriela e Marinalva. Ato contínuo, Marinalva, Gabriela e P enélope se
dirigiram a o endereço onde supostamente a recompensa iria ser paga, sendo
no local, Marinalva induzida a deixar sua bolsa com as duas outras mulheres
e ir à loja indicada onde receberia o valor de R$500,00. Ao chegar ao local
descobriu que não havia loja alguma e que havia caído num golpe, na medida
em que Gabriela e Penélope fugiram com sua b olsa que não foi recuperada,
vindo a perder um aparelho de telefone celular, um table t, documentos
pessoais e a quantia de R$70,00.
Desesperada pela perda dos objetos pessoais Marinalva dirigiu-se à u ma
viatura policial que se encontrava próxima a o local em que f oi abordada,
narrou os fa tos e solicitou auxílio na recuperação de seus pertences. O
policial militar logrou êxito em alcançar Gabriela e Penélope, uma vez que
as mesmas se encontravam a apenas dois quarteirões de distância abordando,
como posteriormente foi demonstrado pe las provas carreadas nos a utos,
outra vítima ? A nalice. 
A f im de evitar sua prisão Gabriela e Penélope ofereceram a quantia de
R$900,00 para que o policial militar Augusto Mello não desse
prosseguimento à prisão em flagrante delito, consoante depoimento do
mesmo que descreveu toda dinâmica dos fatos, confirmando a conduta das
acusadas. 
Ante o exp osto, com base nos estudos realizados s obre os crimes contra o
patrimônio e crimes contra a Administração Pública, sendo certo que
Gabriela e Penélope agiram em comunhão de desígnios e vontade, tipifique
suas condutas. 
Com relação a primeira conduta, tr ata-se de modalidade qualificada do
crime de estelionato, expresso no artigo 171 do Código Penal, realizado
em concurso de pessoas. 
Quanto ao oferecimento de vantagem indevida ao policial para que o
mesmo deixasse de realizar sua atribuição, trata-se de crime de
corrupção ativa, na forma do artigo 333 do Código Pe nal. Como o
policial não aceitou tal vantagem, ele não incorreu ao crime de
corrupção passiva. 
QUESTÃO OBJETIVA
Ana doou um automóvel ao f ilho de um fiscal, para que nã o autuasse sua
empresa por fraudes que havia constatado. Anita, oficial de justiça, exigiu R$
5.000,00 de José, para não cumprir mandado de prisão que ordenava a sua
prisão. Ângela decorou a casa de u m p olicial para determiná-lo a deixar de
investigar delito que ha via praticado. Alice, mé dica de um posto de saúde,
solicitou R$ 1.000,00 para fornecer atestado falso a pessoa interessada em
justificar faltas ao serviço. Amanda, perita judicial, rece beu R$ 5.000,00 de
uma das partes para favorecê-la no laudo pe ricial que estava elaborando. O
crime de corrupção ativa será i mputável s omente a: (MPE-MA. Prova:
Analista Ministerial ? Direito. 2013) 
a) Anita, Alice e Amanda. 
b) Ana e Ângela. 
c) Alice e Amanda.
d) Alice. 
e) Ana, Alice e Ângela 
Semana 05
Chico Bento e Henrique Bom de Papo, em c omunhão de vontades e
desígnios decidem roubar o ve ículo a utomotor de Ludmila Rica, patroa da
namorada de Chico Bento, quando esta saísse para ir à academia como fazia
diariamente no mesmo horário. A grande dificuldade do plano criminoso
estava n o l ocal em que seria escondido o veículo antes de ser desmontado
para a venda das peças, haja vista tratar-se de um veículo utilitário da marca
Volvo de alto valor de venda e de fácil reconhecimento. Desta for ma, Chico
Bento e Henrique Bom de Papo procuraram Henrique, amigo de infância de
e proprietário de uma oficina mecânica, e perguntaram se ele teria interesse
em guardar o carro no estabelecimento por uma semana. Antônio Faztudo
concordou, o acordo foi sacramentado e, então, o crime de roubo foi
praticado. Ante o exposto com base nos estudos realizad os s obre os crimes
contra o patr imônio e os crimes contra a Administração Pública, analise sob
o aspecto jurídico-penal as condutas de ChicoBento, Henrique Bom de
Papo, Antônio Faz tudo e Rosinha, na morada de Chico Bento, sendo certo
que esta desconhecia a conduta de seu namorado, ainda que tenha comentado
com ele os h orários e rotina da patroa - Ludmila Rica. Ainda, caso Antônio
Faztudo fosse procurado por Chico Bento e Henrique Bom de Papo apenas
após a subtraçã o do veículo e os agentes o pedissem para guardá-lo em sua
oficina narrand o o delito de roubo e o mesmo consentisse, a tipificação seria
a mesma? 
Os três agentes comem o crime de roubo, artigo157, parágrafo 2º, II,
com aumento de pena, concurso de pessoas.
Rosinha, namorada de u m dos agentes não responde por nada, pois não
teve dolo.
O agente que escondeu o veículo responde apenas por f avorecimento
real, na forma do artigo 349 do Código Penal.
QUESTÃO OBJETIVA
No que c oncerne aos crimes contra a Administração da Justiça, é correto
afirmar que: 
a) Constitui fa vorecimento pessoal prestar a cri minoso, fora dos ca sos de
coautoria ou receptação, auxílio destinado a t ornar seguro o proveito do
crime. 
b) No crime de favorecimento pessoal, algumas pessoas, pela sua
qualidade pessoal, ficam isentas de pena e m decorrência do auxílio
prestado ao criminoso, como por exemplo, seu irmão. 
c) O a gente que auxilia pessoa a tornar seguro o proveito d o crime é
considerado partícipe do delito em qualquer caso.
d) Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública o autor de crime a que é
cominada pena de reclusão caracteriza o delito de favorecimento real.
e) São considerados crimes contra a Administração da Justiça os delitos de
favorecimento pessoal, favorecimento real e receptação. 
Semana 06
No dia 10 de janeiro do corrente ano, Anastácia Lima compareceu à XY
Delegacia de Polícia da Comarca da capital acompanhada de sua filha M.L.
para informar que havia fla grado seu namorado Aguinaldo a busando
sexualmente de sua filha de apenas n ove anos, oportunidade em que solicitou
que fossem tomadas as devidas providências legais para que Aguinaldo fosse
preso. Saliente-se que Anastácia possui parca instrução e condições
financeiras, bem c omo, após o fato, conduziu de imediato sua filha vítima
para a perícia. Segue, abaixo, trecho das declarações fornecidas pela vítima
M.L reduzidas a termo: [...] depois disso, o réu disse vamos por a li que vai
subir o morro e vamos chegar na casa do seu ti o X ; que era subindo o
morro; lá em cima o réu agarrou a vítima e a levou para um pé de mangueira;
começou a abusar da mesma; disse para ela ficar quieta, não gritar e não falar
nada, senão ia lhe bater; o réu empurrou a vítima no chão e te ntou beijar sua
boca ... ficou passando a mão em mim, a í começou a abusar, aí tentou botar
dedo, aí nã o foi direito; machucou e não lembra direito se doeu; o réu abriu a
calça que usa va; abaixou sua calcinha [...]. Ante o exposto, r esponda às
questões formuladas: 
a) Qual a correta tipificação da conduta de Aguinaldo?
Estupro de vulnerável, na forma do artigo 217-A do Código Penal.
b) Caso o f ato tivesse sido levado a conhecimento da autoridade pública por
vizinhos, a representação de Anastácia seria imprescindível para a
deflagração da ação penal? 
Não, pois é crime de ação penal pública incondicionada a representação,
artigo 225, parágrafo único do Código Penal.
c) Uma vez condenado, a pena definitiva deverá ser cumprida, desde o início
obrigatoriamente, em regime fechado?
Inicialmente será e m regime fecha do, artigo 2º, paragrafo 2º da Lei
8072/90.
 
QUESTÃO OBJETIVA
Sobre o tema “Crimes Hediondos”, analise as assertivas abaixo e assinale a
opção correta: 
I. O texto legal da Lei n. 8072/1990 não conceituou “crime hediondo”, tendo
o legislador optado pela adoção de um critério taxativo.
II. A lei n.8072/1990 não pode ser considerada n ova lei incriminadora, mas,
sim, novatio legis in pejus, na medida e m que trouxe uma série de restrições
aos direitos e garantias fundamentais.
III. Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça Os condenados
por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n.
11.464/2007 sujeitam-se a o disposto n o art. 112 da Lei n. 7.210/1984 ( Lei de
Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
IV. E m caso de sentença condenatória, o réu não poderá apelar e m liberdade,
independentemente de fundamentação do juiz.
a) São corretas as assertivas I, II e III. 
b) São corretas as assertivas I, II e IV. 
c) São corretas as assertivas I, III e IV.
d) São corretas as assertivas II, III e IV.
Semana 07
Leia o caso concreto apresentado abaixo e responda às questões formuladas:
Acusado de matar a pauladas por causa de uma tábua de carne vai a júri na
terça-feira 28/7 por BEA — publicado em 27/07/2015 17:35, disponível em:
http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2015. 
O Tribunal d o Júri do Ga ma vai julgar na próxima terça-feira, 28/7, Cícer o
Rodrigues dos Sant os, acusado de matar Is mael Rodrigues da Silva. A sessão
de julgamento está prevista para começar às 8h30. Segundo a sentença de
pronúncia, o motivo do crime teria sido a insatisfação do acusa do com a
atitude da vítima de cobrar-lhe a devolução de uma tábua de cortar carne. 
1. Qual a correta tipificação da conduta de Cícero? Incidem sobre a conduta
os institutos repressores da lei de crimes hediondos?
O de lito cometido por Cícero é o de homicídio qua lificado por motivo fútil,
art. 121, §2° inciso II do CP.
Incidirá sobre a conduta os institutos repressores da lei de crimes hediondos,
uma vez que 0 crime de homicídio doloso qua lificado pelo motivo fútil,
praticado por Cicero, é c onsiderado crime he diondo pelo art. 1 inciso I, parte
final, da Lei 8072/90.
2. Caso o motivo do crime ti vesse sido o domínio da violenta emoção logo
em se guida à injusta pr ovocação da vítima, ainda que praticado mediante
pauladas, a resposta seria a mesma?
Não teríamos a mesma resposta, neste caso seria homicídio privilegiado com
base no art 121 §1º CP.
3. Uma vez condenado, qual o prazo míni mo de cumprimento de pena para
fins de progressão de regimes?
Visto que o crime te m sua c orreta tipificação como homicídio qualificad o, e
por isso é um delito hediondo, o art. 2 §2° da Lei 8072/90 traz a progressão
de regime com o período de 2/5 da pena, se o apenado for primário, e de 3/5,
se reincidente e se for privilegiado 1/6.
QUESTÃO OBJETIVA
Sobre crimes hediondos analise as assertivas abaixo e assinale a opção
correta: 
1. Os de litos de extorsã o qualificado pela restrição de liberdade da vítima
com resultado morte (art.158, §3º, CP) e extorsão mediante sequestro
(art.159, CP) são tipificados como delitos hediondos.
2. Com o a dvento da Lei n.12015/2009, a figura típica prevista no art.214,
CP (atentado violento ao pudor) foi revogada, sem, contudo, ter oc orrido
abolitio criminis, mas, apenas, a denominada continuidade normativa.
3. O delito de latrocínio,c onfigura-se como delito hediondo, entretanto, não
admite tentativa.
4. O de lito de favorecimento da pr ostituição ou de outra forma de exploração
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável s omente é considerado
delito hediondo se a vítima for menor de 14 anos.
a. As assertivas I, II e III estão incorretas.
b. As assertivas I, II e IV estão incorretas.
c. As assertivas I e IV estão incorretas.
d. As assertivas II e IV estão incorretas.
e. As assertivas I, III e IV estão incorretas. 
Semana 08
No que concerne à distinção entre as condutas previstas, respectivamente,
nos art.28 e 33, da Le i n.11343/2006, analise as seguintes situações
hipotéticas e responda, de forma objetiva e fundamentada, qual a correta
tipificação a ser dada: 
Situação 1: Anacleto possui na varanda de um sítio em Teresópolis, região
serrana do estado do Rio de Janeiro, três va sos contendo “pés de maconha”
(cannabis sativa) que não excedem à altura de 25 cm. 
Esta conduta é tipificada no §1º do art 28 da Lei 11343/06, tratando-se de
porte de drogas para uso.
Situação 2: Foram encontrados, em uma lanch onete no centro da mesma
cidade, dez exemplares vegetais de Cannabis Sativa e 241,0g ( duzentos e
quarenta e um gramas) de maconha prensada. 
Este caso é tipificado como tráfico de drogas e m ac ordo com o §1º d o art 33
da Lei 113434/06.
QUESTÃO OBJETIVA
Sobre as c ondutas de uso indevido de drogas analise as assertivas abaixo e
assinale a opção correta: 
I.É de dois anos o prazo de prescrição do crime de p osse de droga para
consumo pessoal, nã o se observando as c ausas interruptivas previstas no
Código Penal. 
II.Com a entrada em vigor da Lei n.º 11.343/2006, houve descriminalização
(abolitio criminis) da conduta de porte de substância entorpecente para
consumo pessoal. 
III.A pena de prestação de serviços à comunidade, n o caso de condenação
por posse de droga para c onsumo pessoal, pode ser aplicada pelo prazo
máximo de dez meses, se reincidente o agente. 
IV. Para determinar se a droga destina-se a consumo pessoal, o j uiz deverá
atender à natureza, à quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se de senvolveu a ação, bem como as circunstâncias
pessoais e os antecedentes d o agente sejam levados em consideração para
tais fins.
a As assertivas I, II e III estão corretas.
b. As assertivas I, II e IV estão corretas.
c. As assertivas I, III e IV estão corretas.
d. As assertivas II e III estão corretas.
e. As assertivas III e IV estão corretas. 
Semana 09
Abelardo Doidão foi preso e m flagrante delito ao transportar na mala de seu
carro 18 petecas de cocaína, 100 pedras de crack, e 622,86g de maconha,
balança de precisão e a quantia de R$1320,00 em notas de 20 e 50 reais. D os
fatos restou denunciado e condenado pela conduta prevista n o art.33, caput,
da lei n.11343/2006 à pena de reclusão a ser c umprida inicialmente em
regime fechado. Inconformado com a decisão interpôs recurso de apelação e,
em suas razões, pugnou pela desclassificação para a conduta pre vista no § 4º
do c itado artigo, bem como a alteraçã o para o regime inicial se miaberto de
cumprimento, haja vista sua condenação ser inferior a 8 anos. 
Ante o exposto, responda de forma objetiva e fundamentada, de ac ordo com
os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais dominantes se a defesa deve
prosperar. 
Caso o acusado for r éu primário, tendo bons antecedentes e não estiver
associado a nenhuma orga nização criminosa, p oderá ser beneficiado pelo §
4º do art 33 da lei 11343/06, e em acordo c om a re solução número 5 de 2012
do senado federal poderá iniciar o cumprimento da sentença em regime
semiaberto.
QUESTÃO OBJETIVA 
Segundo a lei antidrogas: (Juiz Substituto. TJRR. 2015) 
1. É isento de pena o agente que, em r azão da dependência de droga, era, a o
tempo da ação ou omissão relacionada apenas aos crimes previstos na
própria lei, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
2. Incide nas penas do crime de associação para o tráfico quem se
associa para a prática reiterada de financiamento ou custeio do tráfico
de drogas.
Art 35 § ú da Lei 11343/06
3. É de dois anos o prazo de prescrição do crime de posse de droga para
consumo pessoal, nã o se observando as c ausas interruptivas previstas no
Código Penal.
4. O concurso de agentes é causa de aumento da pena no crime de tráfico de
drogas. A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°,
da Lei n° 11.343/06, c onhecida como tráfico privilegiado, afasta a hediondez
do cr ime de tráfico de drogas, de ac ordo com entendimento sumulado o
Superior Tribunal de Justiça.
Semana 10
No que concerne às condutas previstas na lei n.9455/1997 e seu confronto
com condutas previstas no Código Penal, analise as seguintes situações
hipotéticas e re sponda, de forma objetiva e fundamentada, se a tipificação
apresentada está correta: 
Situação 1: Agente que sub mete seu filho, de 2 anos de idade, por diversas
vezes a queimaduras com o fim de causar intenso sofrimento físico ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal, pois ficava incomodad o com
o c horo do bebê pr atica a conduta de maus tratos prevista n o art.136, do
Código Penal. 
Não responderá por maus tratos e sim por tortura e castigo conforme artigo
1º e §1º da Lei 9455/97
Situação 2: Delegado de Polícia a o perceber que na sala ao lado, agente
policial lotado e m sua Delegacia, submete indivíduo preso em flagrante a
sofrimento físico mediante violência, c omo forma de aplicar-lhe castigo
pessoal e nada faz para impedir tal conduta será responsabilizado como
partícipe da conduta de tortura perpetrada pelo policial. 
Não responde como participe e sim por tortura e omissão na forma do artigo
1º §2º da Lei 9455/97.
Situação 3: U m agente que se encontra de tido em uma delegacia da polícia
civil por ter a meaçado a vida de um terceiro lá apresentou c omportamento
violento e incontido: agrediu outr os detentos e dirigiu ofensas contra os
policiais. Após ter sido separado de outros detentos e algemado provocou,
ofendeu e cuspiu n o rosto do p olicial que o a lgemou. O policial, ato
contínuo, adentrou a cela e lhe desferiu vários golpes de cassetete, causando
graves lesões, cessando sua conduta somente após a intervenção de outro
policial. 
Neste caso a c onduta do policial configura o delito de lesões corporais
graves.
Tortura c/ resultado lesão corporal grave, conforme art 1º §3º da Lei 9455/97
QUESTÃO OBJETIVA 
Assinale a opçã o correta, à luz do disposto nas leis que definem os crimes de
tortura. 
a. Considere que u m policial civil, após infligir sofrimento mental mediante
privaçãodo sono, exija que o acusado de roubo reconheça determinado
homem como sendo seu comparsa. Nessa situação, o referido policial nã o
cometeu o delito de tortura, mas de constrangimento ilegal em concurso
material com cárcere privado.
b. Por se tratar de crime próprio, o crime de tortura é caracterizado pelo fato
de o agente que o pratica ser funcionário público.
c. Aquele que se omite em face de conduta tipificada c omo crime de t ortura,
quando tinha o dever de evitá-la ou apurá-la, será punido com as mesmas
penas do autor do crime de tortura.
d. Os bens j urídicos protegidos pela tortura discriminatória são a
dignidade da pessoa humana, a igualdade e a liberdade de crença.
e. O crime de tortura é c ometido por quem constrange outrem, p or meio de
violência física, com o fim de obter informação ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa, desde que do emprego da violência resulte lesão corporal. 
Semana 11
Alessandro Antunes, policial militar, a partir de informações fornecidas por
seu superior, dirige-se até a casa de Ângela Cruz, com vistas ao cumprimento
de mandado de prisão contra Júlio Cruz, ir mão de Ângela. Ao chegar à casa
de Ânge la, depara-se com u m homem cujas características físicas se
adequavam às de Júlio Cruz e, me diante o uso de a meaça o obriga a se
identificar. Nervoso com o comportamento do policial, o rapaz afirma ser
Paulo R oberto, irmão de Júlio e Ângela. O p olicial, ainda, por meio de sua
força física, algema Paulo Roberto e orde na que apresente documentação
comprobatória da sua identificação. O rapaz, extremamente nervoso,
consegue mostrar sua carteira de identidade a Alessandro que, inconformado
por ter tido frustrad o o cumprimento de seu mandado de prisão, desferiu um
soco n o r osto de Paulo Roberto. Ato contínuo, foi embora da casa de Ângela
e Paulo Roberto Cruz. 
Jonas Arruda, policial militar que acompanhara Alessandro Antunes na
viatura e a tudo assistira, narrou os fatos ao Comandante da Unidade a fim de
que fossem tomadas as providências cabíveis para que a conduta de
Alessandro Antunes não se repetisse. Cabe salientar que, a vítima não
realizou exame de corpo de delito. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados s obre o tema, responda às
questões formuladas: 
a) Qual a conduta típica praticada por Alessandro Antunes? 
Abuso de autoridade e lesão corporal.
b) Qual o Juízo competente para o processo e julgamento do feito? 
Justiça criminal comum, súmula 90 e 172 do STJ
QUESTÃO OBJETIVA 
Com base na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue as assertivas abaixo: 
I. Nos crimes de abuso de autoridade, a a ção é pública condicionada à
representação da vítima, pois a fa lta dessa representação impede a iniciativa
do Ministério Público.
II. Para fins da lei menc ionada, considera-se aut oridade quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração.
III. A conduta de um delegado de polícia que de ixe de comunicar,
imediatamente, ao juiz competente a prisão de determinada pessoa poderá
configurar prevaricação, mas não abuso de autoridade.
IV. Entre as sanções penais previstas na lei que dispõe sobre abuso de
autoridade, incluem-se a perda d o cargo público e a inabili tação para o
exercício de qualquer outra função pública por prazo de até três anos.
a) As assertivas I, II e III estão corretas. 
b) As assertivas I, II e IV estão corretas. 
c) As assertivas II, III e III estão corretas.
d) As assertivas II e III estão corretas.
e) As assertivas II e IV estão corretas. 
Semana 12
Jonas Bom de Mira, em 05 de abril de 2010, foi preso e m flagrante delito em
conhecido local de tráfico de drogas, portando uma ar ma de fogo cartucho
calibre 357 desmuniciada e com numeração raspada (arma apreendida) e por
trazer consigo, para fins de comercialização, 12,3 kg de "crack", além de 2,2
kg de cocaína e 793 gramas de maconha (inclusos autos de apreensão e laudo
de constatação). D o exp osto, J onas Bom de Mira restou denunciado e
condenado como incurso nas sanções dos artigos 33, caput, da Lei n.
11.343/06 (fa to I) e 16, caput, e parágrafo único, I, Lei n. 10.826/03, a mbos
n/f do 70, d o Código Penal (fl. xx) . Inconformado interpôs recurso de
apelação com os seguintes pedidos sucessivos: 
1. Pre liminarmente o reconhecimento da atipicidade da conduta prevista no
art. 16, caput, e parágrafo único, I, Lei n. 10.826/03, afirmando que a arma
desmuniciada não possui potencialidade lesiva.
2. Sucessiva mente pugna pelo reconhecimento do conflito aparente de
normas entre os delitos de porte de arma de fogo, e tráfico de entorpecentes,
haja vista terem ocorrido no contexto fático, sob pena de incidir bis is idem.
Ante o exposto, analise o caso concreto apresentado e profira um parecer
acerca dos referidos pedidos.
A primeira tese da defesa não deve prosperar tendo e m vista ser crime de
perigo abstrato e tipificado no art 16 do Estatuto de De sarmamento o porte
de munição ou acessório.
A segunda tese também não deve pr osperar tendo e m vista que o cri me de
Drogas é um cri me praticado se m violência ou grave a meaça, nã o sendo
assim necessário a utilização de arma de fogo.
QUESTÃO OBJETIVA
Com relação ao Estatuto do Desarmamento, Lei no 10.826/2003, assinale a
alternativa correta: (Delegado de Polícia Civil. PC-CE.2015). 
a) É proibida a conduta de p ortar arma de fogo de uso per mitido ou proibido,
não se punindo, no estatuto, a conduta de portar ou possuir acessório ou
munição para arma de fogo. 
b) O porte de arma de fogo com numeração raspada, previsto no
parágrafo único, inciso IV, do artigo 16, refere-se tanto à arma de fogo
de uso permitido como à arma de fogo de uso proibido/restr ito. 
c) O artigo 16 prescreve que é pr oibido possuir, deter, p ortar, adquirir,
fornecer, receber, ter e m depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo de uso permitido sem autorização legal.
d) O cri me de disparo de a rma de fogo, pre visto n o artigo 15 do estatuto, é
autônomo, sendo que, na hipótese de o a gente tentar matar a vítima com
disparos de arma de fogo, responderá por tentativa de homicídio e pelo crime
de disparo de arma de fogo em concurso material de delitos.
e) A vedação à concessão de fiança prevista no parágrafo único do artigo 15
(disparo de arma de fogo) foi declarada constitucional pelo Supremo
Tribunal Federal em ação direta de constitucionalidade.

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